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domingo, novembro 20, 2022

Leão Tolstói morreu há 112 anos

  

Lev Nikolaevitch Tolstoi, mais conhecido em português como Leão, Leon, Leo ou Liev Tolstói (Tula, 9 de setembro de 1828 – Astapovo, 20 de novembro de 1910), foi um escritor russo, amplamente reconhecido como um dos maiores de todos os tempos.

Nascido em 1828 numa família aristocrática, Tolstói é conhecido pelos romances Guerra e Paz (1869) e Anna Karenina (1877), muitas vezes citados como verdadeiros pináculos da ficção realista. Ele alcançou aclamação literária ainda jovem, primeiramente com sua trilogia semi-autobiográfica, Infância, Adolescência e Juventude (1852-1856) e por suas Crônicas de Sebastopol (1855), obra que teve como base suas experiências na Guerra da Crimeia. A ficção de Tolstói inclui dezenas de histórias curtas e várias novelas como A Morte de Ivan Ilitch (1886), Felicidade Conjugal (1859) e Hadji Murad (1912). Ele também escreveu algumas peças e diversos ensaios filosóficos.

Durante a década de 1870, Tolstói experimentou uma profunda crise moral, seguida do que ele considerou um despertar espiritual igualmente profundo, conforme descrito em seu trabalho não-ficcional A Confissão (1882). A sua interpretação literal dos ensinamentos éticos de Jesus, centrada no Sermão da Montanha, fez com que ele se tornasse um fervoroso anarquista cristão e pacifista. As ideias de Tolstói sobre resistência não-violenta, expressadas em obras como O Reino de Deus está dentro de vós (1894), teriam um impacto profundo em figuras centrais do século XX como Ludwig Wittgenstein, William Jennings Bryan e Gandhi. Tolstói também se tornou um defensor dedicado do georgismo, filosofia económica de Henry George, incorporada na sua obra intelectual, sobretudo no seu último romance, Ressurreição (1899).

 

Tolstói vestido como camponês - Ilya Repin (1901)
 
 

domingo, novembro 06, 2022

Eugène Pottier, autor da letra da Internacional, morreu há 135 anos

   
Eugène Pottier (Paris, 4 de outubro de 1816 - Paris, 6 de novembro de 1887) foi um poeta, operário e militante anarquista francês que escreveu a letra da Internacional.
Participou da Comuna de Paris, sendo eleito maire (representante) do 2º bairro. Após a derrota da Comuna, viveu clandestinamente em Paris, onde escreveu, em junho de 1871 o poema que deu origem à Internacional, que depois recebeu a música de Pierre Degeyter. Exilou-se na Inglaterra no ano seguinte.
Em 1887, publicou uma coletânea de seus poemas, Chants révolutionnaires, entre os quais A Internacional e Elle n'est pas morte ("Ela não está morta"), também em referência à Comuna. Morreu no ano seguinte. O seu corpo foi enterrado no cemitério de Père Lachaise.
O cantor francês Sébastien Ducret gravou em 2010 o álbum Quel est le fou?, contendo 20 canções com letras de Pottier.


L'INTERNATIONALE

Couplet 1 :
Debout ! les damnés de la terre !
Debout ! les forçats de la faim !
La raison tonne en son cratère,
C’est l’éruption de la fin.
Du passé faisons table rase,
Foule esclave, debout ! debout !
Le monde va changer de base :
Nous ne sommes rien, soyons tout !

Refrain : (2 fois sur deux airs différents)
C’est la lutte finale
Groupons-nous, et demain,
L’Internationale,
Sera le genre humain.

Couplet 2 :
Il n’est pas de sauveurs suprêmes,
Ni Dieu, ni César, ni tribun,
Producteurs sauvons-nous nous-mêmes !
Décrétons le salut commun !
Pour que le voleur rende gorge,
Pour tirer l’esprit du cachot,
Soufflons nous-mêmes notre forge,
Battons le fer quand il est chaud !

Refrain

Couplet 3 :
L’État comprime et la loi triche,
L’impôt saigne le malheureux ;
Nul devoir ne s’impose au riche,
Le droit du pauvre est un mot creux.
C’est assez languir en tutelle,
L’égalité veut d’autres lois :
« Pas de droits sans devoirs, dit-elle,
Égaux, pas de devoirs sans droits ! »

Refrain

Couplet 4 :
Hideux dans leur apothéose,
Les rois de la mine et du rail,
Ont-ils jamais fait autre chose,
Que dévaliser le travail ?
Dans les coffres-forts de la bande,
Ce qu’il a créé s’est fondu.
En décrétant qu’on le lui rende,
Le peuple ne veut que son dû.

Refrain

Couplet 5 :
Les Rois nous saoûlaient de fumées,
Paix entre nous, guerre aux tyrans !
Appliquons la grève aux armées,
Crosse en l’air et rompons les rangs !
S’ils s’obstinent, ces cannibales,
À faire de nous des héros,
Ils sauront bientôt que nos balles
Sont pour nos propres généraux.

Refrain

Couplet 6 :
Ouvriers, Paysans, nous sommes
Le grand parti des travailleurs ;
La terre n’appartient qu’aux hommes,
L'oisif ira loger ailleurs.
Combien de nos chairs se repaissent !
Mais si les corbeaux, les vautours,
Un de ces matins disparaissent,
Le soleil brillera toujours !

sábado, outubro 29, 2022

Georges Brassens morreu há quarenta e um anos...

      
Georges-Charles Brassens (Sète, 22 de outubro de 1921 - Saint-Gély-du-Fesc, 29 de outubro de 1981) foi um autor de canções, compositor e cantor francês, simpatizante e entusiasta do anarquismo.
  
(...)
 
Em novembro, após um diagnóstico de cancro do intestino, é novamente operado. Recusa a quimioterapia, vindo a falecer quase um ano depois, em 29 de outubro de 1981, uma semana após completar 60 anos de idade, na pequena aldeia de Saint-Gely-du-Fesc, perto da sua terra natal de Sète, em casa do seu amigo e médico, Maurice Bousquet. Está sepultado no cemitério du Py, também chamado o "cemitério dos pobres". 
   

 


sexta-feira, outubro 21, 2022

Georges Brassens nasceu há cento e um anos...

    
Georges-Charles Brassens (Sète, 22 de outubro de 1921 - Saint-Gély-du-Fesc, 29 de outubro de 1981) foi um autor de canções, compositor e cantor francês, simpatizante e entusiasta do anarquismo.
   

 


sexta-feira, setembro 09, 2022

Leão Tolstói nasceu há 194 anos

  

Lev Nikolaevitch Tolstoi, mais conhecido em português como Leão, Leon, Leo ou Liev Tolstói (Tula, 9 de setembro de 1828 – Astapovo, 20 de novembro de 1910), foi um escritor russo, amplamente reconhecido como um dos maiores de todos os tempos.

Nascido em 1828, numa família aristocrática, Tolstói é conhecido pelos romances Guerra e Paz (1869) e Anna Karenina (1877), muitas vezes citados como verdadeiros pináculos da ficção realista. Ele alcançou aclamação literária ainda jovem, primeiramente com sua trilogia semi-autobiográfica, Infância, Adolescência e Juventude (1852-1856) e por suas Crônicas de Sebastopol (1855), obra que teve como base suas experiências na Guerra da Crimeia. A ficção de Tolstói inclui dezenas de histórias curtas e várias novelas como A Morte de Ivan Ilitch (1886), Felicidade Conjugal (1859) e Hadji Murad (1912). Ele também escreveu algumas peças e diversos ensaios filosóficos.

Durante a década de 1870, Tolstói experimentou uma profunda crise moral, seguida do que ele considerou um despertar espiritual igualmente profundo, conforme descrito em seu trabalho não-ficcional A Confissão (1882). A sua interpretação literal dos ensinamentos éticos de Jesus, centrada no Sermão da Montanha, fez com que ele se tornasse um fervoroso anarquista cristão e pacifista. As ideias de Tolstói sobre resistência não-violenta, expressadas em obras como O Reino de Deus está dentro de vós (1894), teriam um impacto profundo em figuras centrais do século XX como Ludwig Wittgenstein, William Jennings Bryan e Gandhi. Tolstói também se tornou um defensor dedicado do georgismo, filosofia económica de Henry George, incorporada em sua obra intelectual, sobretudo no seu último romance Ressurreição (1899). 

 

Tolstói vestido como camponês - Ilya Repin (1901)
 
 

quarta-feira, agosto 24, 2022

Léo Ferré nasceu há 106 anos

  
Léo Ferré (Mónaco, 24 de agosto de 1916 - Castellina in Chianti, Itália, 14 de julho de 1993) foi um poeta, anarquista e músico franco-monegasco. Enquanto músico, foi autor, compositor e intérprete de um grande número de canções. Viveu no Mónaco, em Paris, no departamento de Lot e na Toscânia, onde terminou os seus dias.
  
Infância
Ferré era filho de Joseph Ferré, diretor do pessoal do casino de Monte Carlo e de Marie Scotto, costureira de origem italiana. Interessou-se muito cedo pela música. Com apenas sete anos integra o coro da catedral do Mónaco e aí aprende solfejo e harmonia. Descobre a polifonia entrando em contacto com as obras de Palestrina e de Tomás Luis de Victoria. Mais tarde descobre Beethoven.

Carácter da sua obra
O elevado nível poético das letras das suas numerosas canções costuma reflectir um inconformismo radical, de cunho anarquista, e a qualidade da música e da interpretação, situam-no entre os maiores vultos da moderna canção francesa. Autor de duas grandes séries de canções sobre textos de Baudelaire e Louis Aragon, utilizou também poemas de Ronsard, Apollinaire, Arthur Rimbaud entre outros.

 


terça-feira, agosto 23, 2022

Here's to you, Nicola and Bart...

Vergonha - Sacco e Vanzetti foram executados há 95 anos...

   
Nicola Sacco (Torremaggiore, 22 de abril de 1891 - Charlestown, 23 de agosto de 1927) foi um anarquista italiano que junto com Bartolomeo Vanzetti foi preso, processado, julgado e condenado nos Estados Unidos da América na década de 1920, sob a acusação de homicídio de um contador e de um guarda de uma fábrica de sapatos. Sobre a sua culpa houve muitas dúvidas já à época dos acontecimentos.
Nem ele nem Vanzetti foram absolvidos, nem mesmo depois de um outro homem admitir em 1925 a autoria dos crimes. Foram condenados à pena capital e executados na cadeira elétrica a 23 de agosto de 1927.
Há uma citação sobre ambos no poema "América" de Allen Ginsberg.
Howard Fast, escritor de origem judaica e militante político, escreveu um livro que narra a história dos dois anarquistas, imigrantes, italianos condenados a morte, o nome do livro é "Sacco e Vanzetti".
   
    
  
   
Bartolomeo Vanzetti (Villafalletto, 11 de junho de 1888 - Charlestown, 23 de agosto 1927) foi um anarquista italiano que junto com Nicola Sacco foi preso, processado, julgado e condenado nos Estados Unidos da América na década de 20, sob a acusação de homicídio de um contador e de um guarda de uma fábrica de sapatos
   

quarta-feira, julho 20, 2022

Paul Cook, baterista dos Sex Pistols, faz hoje 66 anos

   
Paul Thomas Cook (Londres, 20 de julho de 1956) é um baterista inglês, mais conhecido por ser um integrante fundador da banda de punk rock britânica Sex Pistols. Ele também é chamado de "Cookie" pelos seus amigos punks.
  

 



terça-feira, junho 21, 2022

Manu Chao faz hoje sessenta e um anos

  
Manu Chao (Paris, 21 de junho de 1961), cujo nome completo é Jose-Manuel Thomas Arthur Chao é um músico francês que algumas vezes usou o pseudónimo Oscar Tramor. O seu pai é um conhecido escritor galego, Ramón Chao. Manu cresceu bilíngue, influenciado pela crescente cenário punk que se desenvolvia na França. Na adolescência, chegou a tocar em algumas formações, incluindo o grupo rockabilly Hot Pants, que foi bem recebido pela crítica, mas não teve muita repercussão. 
     

 


Música adequada à data...

 

Clandestino - Manu Chao
    

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Para burlar la ley

Perdido en el corazón
De la grande babylon
Me dicen el clandestino
Por no llevar papel

Pa' una ciudad del norte
Yo me fui a trabajar
Mi vida la dejé
Entre ceuta y gibraltar

Soy una raya en el mar
Fantasma en la ciudad
Mi vida va prohibida
Dice la autoridad

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Por no llevar papel

Perdido en el corazón
De la grande babylon
Me dicen el clandestino
Yo soy el quiebra ley

Mano negra clandestina
Peruano clandestino
Africano clandestino
Marihuana ilegal

Solo voy con mi pena
Sola va mi condena
Correr es mi destino
Para burlar la ley
Perdido en el corazón
De la grande babylon
Me dicen el clandestino
Por no llevar papel

Argelino clandestino
Nigeriano clandestino
Boliviano clandestino
Mano negra ilegal

sábado, junho 11, 2022

Bartolomeo Vanzetti nasceu há 134 anos

      
Bartolomeo Vanzetti (Villafalletto, 11 de junho de 1888 - Charlestown, 23 de agosto de 1927) foi um anarquista italiano que, juntamente com Nicola Sacco, foi preso, processado, julgado e condenado, nos Estados Unidos da América, na década de 20, sob a acusação de homicídio de um contador e de um guarda de uma fábrica de sapatos. Sobre a sua culpa houve muitas dúvidas já na época dos acontecimentos.
    
Biografia
Nem ele nem Sacco foram absolvidos, nem mesmo quando um outro homem admitiu, em 1925, a autoria dos crimes. Foram condenados à pena capital e executados na cadeira elétrica em 23 de agosto de 1927.
Há uma citação sobre ambos no poema "América" de Allen Ginsberg.
Howard Fast, escritor de origem judaica e militante político, escreveu um livro que narra a história dos dois anarquistas, imigrantes italianos, condenados a morte, chamado "Sacco e Vanzetti".
Em 1977, uma investigação, ordenada pelo então governador de Massachusetts, Michael Dukakis, estabeleceu que Sacco e Vanzetti não receberam um julgamento justo. Dukakis proclamou 23 de agosto de 1977 como o Dia em Memória de Sacco e Vanzetti, com o objetivo de remover todo o estigma dos seus nomes. Eles não receberam perdão póstumo, pois significaria atribuir-lhes culpa.
   

segunda-feira, maio 30, 2022

Bakunin, o criador do moderno anarquismo, nasceu há 208 anos

     
Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (Premukhimo, 30 de maio de 1814 - Berna, 1 de julho de 1876) também aportuguesado de Bakunine ou Bakúnine, foi um teórico político, sociólogo, filósofo e revolucionário anarquista. É considerado uma das figuras mais influentes do anarquismo e um dos principais fundadores da tradição social anarquista. O enorme prestígio de Bakunin como ativista o tornou um dos ideólogos mais famosos da Europa e sua influência foi substancial entre os radicais da Rússia e da Europa. 
     
   

quarta-feira, maio 04, 2022

A Revolta de Haymarket foi 136 anos


A Revolta de Haymarket foi um conflito que eclodiu após a explosão de uma bomba em uma manifestação em prol da jornada de oito horas de trabalho, em 4 de maio de 1886, na Haymarket Square, em Chicago, nos Estados Unidos. Durante a manifestação, inicialmente pacífica, uma bomba rebentou  junto ao local onde os polícias estavam posicionados, matando um e ferindo outros sete. A polícia imediatamente reagiu, abrindo fogo contra os manifestantes numa ação que resultou em dezenas de feridos, quatro mortos e mais de cem manifestantes presos.

Nos processos que se seguiram, oito anarquistas foram acusados de conspiração, sob a acusação de que um deles teria fabricado a bomba lançada contra os polícias, embora não houvesse provas concretas contra os réus. Sete deles foram condenados à morte, e o outro foi condenado a 15 anos de prisão. A pena de morte de dois réus foi comutada em pena de prisão perpétua pelo governador de Illinois Richard J. Oglesby, e um deles suicidou-se na prisão. Os outros quatro acusados foram enforcados, em 11 de novembro de 1887. Em 1893, os réus sobreviventes foram perdoados pelo novo governador de Illinois, John Peter Altgeld, que também criticou duramente o julgamento dos réus.

Em homenagem às lutas dos trabalhadores de Chicago pela jornada de oito horas e em memória aos acontecimentos de Haymarket, a Segunda Internacional proclamou o 1º de maio como o Dia Internacional dos Trabalhadores. O local do incidente foi designado como um ponto histórico da cidade de Chicago em 1992. Em 1997, o Monumento aos Mártires de Haymarket, que está no local de enterro dos réus próximo ao Forest Park, foi declarado um Marco Histórico Nacional.
   
Contexto histórico

Após a Guerra de Secessão, mais especificamente após a Depressão de 1873, houve uma rápida expansão da produção industrial nos Estados Unidos. Chicago era um importante centro industrial e centenas de emigrantes germânicos foram empregados ganhando $ 1,50 dólares por dia. Os trabalhadores americanos tinham uma jornada de pouco mais de 60 horas semanais, trabalhando 6 dias por semana. A cidade tornou-se palco para várias tentativas de organização sindical, exigindo melhorias nas condições de trabalho. Empregadores reagiam com medidas anti-sindicais, demitindo e "marcando" participantes, bloqueando empregados (tática que consiste em trancar trabalhadores do lado de fora do local de trabalho, impedindo-os de trabalhar), recrutando fura-greves; contratando espiões, criminosos e segurança privada e incitando conflitos étnicos numa tentativa de desunir os trabalhadores. Os jornais locais apoiavam os interesses burgueses e se opunham aos media sindicais e imigrantes. Durante o abrandamento económico entre 1882 e 1886, organizações anarquistas e socialistas estiveram ativas. A organização sindical " Knights of Labor" ("Cavaleiros do Trabalho"), que rejeitava o socialismo e radicalismo, mas apoiava a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias, teve um aumento de 70 mil associados em 1884 para mais de 700 mil em 1886. O movimento anarquista em Chicago, composto por milhares de trabalhadores (na sua maioria imigrantes), centrava-se sobre o jornal de língua alemã "Arbeiter-Zeitung" ("Times Workers"), editado por August Spies. Outros anarquistas construíam uma militância revolucionária armada. Sua estratégia revolucionária era guiada pela crença de que operações bem sucedidas contra a polícia e a tomada dos meios de produção em importantes centros industriais resultariam num apoio em massa dos trabalhadores, sendo o início de uma revolução e a consequente queda do capitalismo para a instauração de uma economia socialista.

  
Desfile e greves do Primeiro de Maio

Em outubro de 1884, uma convenção presidida pela Federação de Ofícios e Sindicatos Organizados decidiu por unanimidade que o dia 1 de maio de 1886 seria a data em que a jornada de 8 horas diárias se tornaria padrão. Com a proximidade da data escolhida, os sindicatos norte-americanos organizaram uma greve geral em apoio à causa.

No dia 1 de maio, milhares de trabalhadores entraram em greve e saíram às ruas por todo o país, com o lema "Oito horas por dia sem cortes no pagamento" ("Eight-hour day with no cut in pay"). As estimativas do número de grevistas variam de 300 mil a meio milhão. Estima-se que em Nova Iorque o número de manifestantes chegava a 10 mil e em Detroit, 11 mil. Em Milwaukee, Winsconsin, foram cerca de 10 mil. Em Chicago, o centro do movimento, a estimativa é de 30 mil a 40 mil grevistas, e havia talvez o dobro de pessoas nas ruas participando dos atos e protestos em forma de apoio, como por exemplo uma passeata de 10 mil empregados dos estaleiros de Chicago. Embora os participantes desses eventos tenham somado até 80 milhares de pessoas, é discutido se houve uma marcha desse número na Avenida Michigan, liderada pelo anarquista Albert Parsons, fundador da Associação Internacional de Trabalhadores (International Working People's Association [IWPA]), sua esposa Lucy Parsons e seus filhos.

 
     

quinta-feira, março 10, 2022

Boris Vian nasceu há 102 anos

         
Boris Paul Vian (Ville-d'Avray, 10 de março de 1920 - Paris, 23 de junho de 1959), foi um polimata (engenheiro, escritor, poeta, tradutor e cantautor francês), identificado com o movimento surrealista e ao anarquismo enquanto filosofia política. Hoje em dia é sobretudo lembrado pelos seus romances e canções. O seu estilo caracterizou-se por ser altamente individual, com numerosas palavras inventadas e enredos surrealistas passados sempre num universo muito próprio do autor. Como exemplo, o seu romance Outono em Pequim não se passa nem no Outono nem em Pequim!
Para além da sua veia literária, Vian foi também um membro muito influente no Jazz francês, servido de elemento de ligação em Paris de Hoagy Carmichael, Duke Ellington e Miles Davis. Escreveu inúmeros artigos para as revistas de Jazz Le Jazz hot e Paris Jaz e até mesmo em revistas norte-americanas da especialidade.
Escreveu muitas canções que alcançaram e continuam a alcançar uma grande notoriedade, fazendo hoje parte do património cultural francês como Le Déserteur, La Java des bombes atomiques. Chegou a ter uma banda de jazz, formada por si e pelos seus dois irmãos, que tocava no famoso clube de jazz do Quartier Latin Le Tabou. Vian foi o responsável pelo lançamento de vários interpretes da canção francesa, nomeadamente Serge Reggiani e Juliette Gréco.
   
 (...)  
     
A 23 de Junho de 1959 no cinema Marbeuf, Boris Vian morre de enfarte do miocárdio durante uma projeção privada do filme Irei cuspir-vos nos túmulos, durante a qual Vian se exaltou com os desvios que o filme tinha em relação à sua obra, recusando que o seu nome aparecesse no genérico.
  

 


quarta-feira, março 02, 2022

Pena de morte? Nunca mais...!

(imagem daqui)
    
Neste triste dia, aqui fica uma canção em memória de Salvador Puig Antich e da sua noiva:

 


quarta-feira, fevereiro 16, 2022

Octave Mirbeau nasceu há 174 anos


Octave Henri Marie Mirbeau (Trévières, Calvados, 16 de fevereiro de 1848 - Paris, 16 de fevereiro de 1917) foi um escritor, crítico de arte, jornalista e entusiasta do anarquismo francês. Autor de diversos romances e peças teatrais, é considerado uma das personalidades mais originais da literatura francesa da chamada "Belle Époque". Tolstoi certa vez definiu-o como "o maior escritor francês contemporâneo e aquele que melhor representava o génio secular da França".

sexta-feira, janeiro 21, 2022

George Orwell morreu há 72 anos

       
Eric Arthur Blair (Motihari, Índia Britânica, 25 de junho de 1903  – Londres, 21 de janeiro de 1950), mais conhecido pelo pseudónimo de George Orwell, foi um escritor e jornalista inglês. A sua obra é marcada por uma inteligência perspicaz e bem-humorada, uma consciência profunda das injustiças sociais, uma intensa oposição ao totalitarismo e uma paixão pela clareza da escrita. Apontado como simpatizante da proposta anarquista e do socialismo não-autoritário, o escritor faz uma defesa da auto-gestão ou autonomismo. Orwell, faz uma forte critica ao socialismo autoritário e estalinista, que ele denunciou em obras como Homage to Catalonia e Animal Farm.
Considerado talvez o melhor cronista da cultura inglesa do século XX, Orwell se dedicou a escrever resenhas, ficção, artigos jornalísticos polémicos, crítica literária e poesia. Ele é mais conhecido pelo romance distópico Nineteen Eighty-Four (1949) e pela novela satírica Animal Farm (1945). Juntas, estas obras venderam mais cópias do que os dois livros mais vendidos de qualquer outro escritor do século XX. Um outro livro de sua autoria, Homage to Catalonia (1938) - um relato de sua experiência como combatente voluntário no lado republicano da Guerra Civil Espanhola - também é altamente aclamado, assim como seus ensaios sobre política, literatura, linguagem e cultura. Em 2008, o The Times classificou-o em segundo lugar em uma lista de "Os 50 maiores escritores britânicos desde 1945".
A influência de Orwell na cultura contemporânea, tanto popular quanto política, perdura até os dias de hoje. Vários neologismos criados por ele, assim como o termo orwelliano - palavra usada para definir qualquer prática social autoritária ou totalitária - já fazem parte do vernáculo popular.
   
Morte
Orwell morreu em Londres vítima de tuberculose, aos 46 anos de idade. Tendo solicitado um funeral de acordo com os rituais anglicanos, foi enterrado na All Saints' Churchyard, Sutton Courtenay, Oxfordshire, com o simples epitáfio: "Here lies Eric Arthur Blair, born June 25, 1903, died January 21, 1950" ("Aqui jaz Eric Arthur Blair, nascido em 25 de junho de 1903, falecido em 21 de janeiro de 1950"); nenhuma menção é feita ao seu célebre pseudónimo.
      
   
         

sábado, novembro 06, 2021

Eugène Pottier, autor da letra da Internacional, morreu há 134 anos

Eugène Pottier (Paris, 4 de outubro de 1816 - Paris, 6 de novembro de 1887) foi um poeta, operário e militante anarquista francês que escreveu a letra da Internacional.
Participou da Comuna de Paris, sendo eleito maire (representante) do 2º bairro. Após a derrota da Comuna, viveu clandestinamente em Paris, onde escreveu, em junho de 1871 o poema que deu origem à Internacional, que depois recebeu a música de Pierre Degeyter. Exilou-se na Inglaterra no ano seguinte.
Em 1887, publicou uma coletânea de seus poemas, Chants révolutionnaires, entre os quais A Internacional e Elle n'est pas morte ("Ela não está morta"), também em referência à Comuna. Morreu no ano seguinte. O seu corpo foi enterrado no cemitério de Père Lachaise.
O cantor francês Sébastien Ducret gravou em 2010 o álbum Quel est le fou?, contendo 20 canções com letras de Pottier.


L'INTERNATIONALE

Couplet 1 :
Debout ! les damnés de la terre !
Debout ! les forçats de la faim !
La raison tonne en son cratère,
C’est l’éruption de la fin.
Du passé faisons table rase,
Foule esclave, debout ! debout !
Le monde va changer de base :
Nous ne sommes rien, soyons tout !

Refrain : (2 fois sur deux airs différents)
C’est la lutte finale
Groupons-nous, et demain,
L’Internationale,
Sera le genre humain.

Couplet 2 :
Il n’est pas de sauveurs suprêmes,
Ni Dieu, ni César, ni tribun,
Producteurs sauvons-nous nous-mêmes !
Décrétons le salut commun !
Pour que le voleur rende gorge,
Pour tirer l’esprit du cachot,
Soufflons nous-mêmes notre forge,
Battons le fer quand il est chaud !

Refrain

Couplet 3 :
L’État comprime et la loi triche,
L’impôt saigne le malheureux ;
Nul devoir ne s’impose au riche,
Le droit du pauvre est un mot creux.
C’est assez languir en tutelle,
L’égalité veut d’autres lois :
« Pas de droits sans devoirs, dit-elle,
Égaux, pas de devoirs sans droits ! »

Refrain

Couplet 4 :
Hideux dans leur apothéose,
Les rois de la mine et du rail,
Ont-ils jamais fait autre chose,
Que dévaliser le travail ?
Dans les coffres-forts de la bande,
Ce qu’il a créé s’est fondu.
En décrétant qu’on le lui rende,
Le peuple ne veut que son dû.

Refrain

Couplet 5 :
Les Rois nous saoûlaient de fumées,
Paix entre nous, guerre aux tyrans !
Appliquons la grève aux armées,
Crosse en l’air et rompons les rangs !
S’ils s’obstinent, ces cannibales,
À faire de nous des héros,
Ils sauront bientôt que nos balles
Sont pour nos propres généraux.

Refrain

Couplet 6 :
Ouvriers, Paysans, nous sommes
Le grand parti des travailleurs ;
La terre n’appartient qu’aux hommes,
L'oisif ira loger ailleurs.
Combien de nos chairs se repaissent !
Mais si les corbeaux, les vautours,
Un de ces matins disparaissent,
Le soleil brillera toujours !

Refrain

sexta-feira, outubro 29, 2021

Georges Brassens morreu há quarenta anos...

      
Georges-Charles Brassens (Sète, 22 de outubro de 1921 - Saint-Gély-du-Fesc, 29 de outubro de 1981) foi um autor de canções, compositor e cantor francês, simpatizante e entusiasta do anarquismo.
  
(...)
 
Em novembro, após um diagnóstico de cancro do intestino, é novamente operado. Recusa a quimioterapia, vindo a falecer quase um ano depois, em 29 de outubro de 1981, uma semana após completar 60 anos de idade, na pequena aldeia de Saint-Gely-du-Fesc, perto da sua terra natal de Sète, em casa do seu amigo e médico, Maurice Bousquet. Está sepultado no cemitério du Py, também chamado o "cemitério dos pobres".