A explosão foi ouvida na ilha de
Samatra (a mais de 2.000 km de distância). Uma enorme queda de
cinza vulcânica foi observada em locais distantes como nas ilhas de
Bornéu,
Celebes,
Java e no arquipélago das
Molucas.
A atividade começou três anos antes, de uma forma moderada,
seguindo-se a enorme explosão que lançou material a uma altura de 33
km, que, no entanto, ainda não foi o ponto culminante da atividade.
Cinco dias depois, houve material eruptivo lançado a 44 km de altura,
escurecendo o céu num raio de 500 km durante três dias e matando cerca
de 60 000 pessoas, havendo ainda estimativas de 71.000 mortos, das
quais de 11 a 12 mil mortas diretamente pela erupção; a frequentemente
citada estimativa de 92.000 mortos é considerada superestimada. A
erupção criou anomalias climáticas globais, pois não houve verão no
hemisfério norte
em consequência desta erupção, o que provocou a morte de milhares de
pessoas devido a falta de alimento com registos estatísticos confiáveis
especialmente na Europa, passando o ano de 1816 a ser conhecido como o
ano sem verão. Culturas
agrícolas foram destruídas e
gado morreu, resultando na pior
fome do século XIX. Durante uma
escavação em 2004, uma equipe de
arqueólogos descobriu artefactos que permaneceram enterrados pela erupção de 1815. Eles mantinham-se intactos, sob 3 metros de depósitos
piroclásticos. Neste sítio arqueológico, apelidado "a
Pompeia do Oriente", os artefactos foram preservados nas posições que ocupavam em 1815.
Depois da erupção, a montanha do vulcão ficou com metade da altura anterior e formou-se uma enorme
caldeira, hoje contendo um lago.
(...)
Em 1812 o monte Tambora tornou-se altamente ativo, com o seu pico
eruptivo no evento catastrófico explosivo de abril de 1815. A magnitude
foi sete na escala de
índice de explosividade vulcânica (VEI - do
inglês Volcanic Explosivity Index), com um volume total de
tefra ejetado de 1.6 × 10
11 metros cúbicos. Foi uma erupção explosiva da chaminé central com fluxos piroclásticos e um colapso da
caldeira, causando
tsunamis
e danos extensos em terras e propriedades. Ela criou um efeito de longo
prazo sobre o clima global. A erupção cessou em 15 julho de 1815 e a
atividade posterior foi registada em agosto de 1819, consistindo de uma
pequena erupção (
VEI = 2) com jatos de lava e ruidosos
sismos vulcânicos,
sendo considerada por alguns com ainda fazendo parte da erupção de
1815. Aproximadamente em 1880 ± 30 anos, Tambora entrou em erupção
novamente, mas somente no interior da caldeira. Isto criou pequenos
fluxos de lava e a
extrusão de um domo de lava. Esta erupção (VEI = 2) criou o cone parasítico
Doro Api Toi dentro da caldeira.
O vulcão do monte Tambora está ainda
ativo.
Menores domos de lava e escoadas de lava têm-se formado sobre o chão da
caldeira durante os séculos XIX e XX. A última erupção foi registada em
1967, mas esta foi muito pequena e não explosiva (VEI = 0).
Cronologia da erupção
Começa em 5 de abril de 1815, quando as duas placas que formam a
crosta terrestre se chocaram sob a ilha, então densamente povoada. A
zona de
subducção sob a ilha permitiu o início do rompimento da
câmara magmática, até então, de um vulcão considerado adormecido.
No início da erupção, o vulcão ejetou uma enorme quantidade de
fluxos piroclásticos,
que desceram pelas encostas a velocidades estimadas de 700 km/h, com
temperatura de 500 °C, e que pode ter carbonizado 10 mil pessoas em seu
caminho, sendo registado, ao contrário de outros eventos similares, não
o "cozimento" das vítimas, mas a carbonização completa dos corpos e
inclusive explosão de seus
crânios, pela
ebulição abrupta da
massa encefálica.
Conjuntamente com os
fluxos piroclásticos
vieram as nuvens de gases quentes, compostas por gás e cinzas quentes,
também libertados na explosão. Além de causar problemas respiratórios na
população, em muito maior raio, a mistura, superquente, queimou florestas e
construções num raio de dezenas de quilómetros em torno do vulcão.
Após a erupção inicial, o Tambora passou por cinco dias de relativa
inatividade. Esta etapa foi interrompida pela libertação de outra
gigantesca nuvem de cinzas, que alcançou uma altura estimada em 44
quilómetros e provocado três dias de escuridão num raio de 500
quilómetros do monte.
Por causa da nuvem de cinzas, as plantações ficaram cobertas e foram
destruídas. O peso da cinzas acumuladas nos telhados fez desabar casas a
até 1.300 quilómetros de distância do vulcão. Com tudo isso, os
especialistas estimam que outras 82 mil pessoas morreram em poucos dias
devido a causas indiretas da erupção, como fome, desabamentos e doenças. Foi registada fome inclusive na família do
marajá de Sumbawa, evidentemente o homem mais rico da ilha.
As ilhas vizinhas, como Java, também foram significativamente
afetadas. O clima nesses locais ficou quente e seco, vitimando
indiretamente mais pessoas nos anos que se seguiram ao desastre. Somente
na ilha vizinha de Lombok, os cálculos estimam entre 44 mil e 100 mil
mortos.