quinta-feira, janeiro 24, 2019

Winston Churchill morreu há 54 anos

Winston Churchill, em "10 Downing Street", exibindo o "V" de vitória
   
Sir Winston Leonard Spencer-Churchill (Oxfordshire, 30 de novembro de 1874 - Londres, 24 de janeiro de 1965) foi um político conservador e estadista britânico, famoso principalmente por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi primeiro-ministro por duas vezes (1940-45 e 1951-55). Orador e estadista notável ele também foi Oficial no Exército Britânico, historiador, escritor e artista. Ele é o único primeiro-ministro britânico a ter recebido o Prémio Nobel de Literatura e o primeiro Cidadão Honorário dos Estados Unidos.
Durante sua carreira no exército, Churchill pôde assistir à ação militar na Índia britânica, no Sudão e na Segunda Guerra dos Bóeres. Ganhou fama e notoriedade como correspondente de guerra através dos livros que ele escreveu sobre as campanhas militares. Ele serviu brevemente no Exército britânico no Fronte Ocidental, durante a Primeira Guerra Mundial, comandando o 6º Batalhão dos Fuzileiros Reais Escoceses.
Churchill nasceu em uma família aristocrata, da família do Duque de Marlborough. Seu pai, Lorde Randolph Churchill, foi um carismático político, tendo servido como Ministro da Fazenda. Antes de alcançar o cargo de Primeiro Ministro, Churchill esteve em cargos proeminentes na política do Reino Unido por quatro décadas. Notáveis foram a sua eleição para o parlamento em 1900, a sua acensão a Secretário para os Assuntos Internos em 1910 e sua estada no Ministério da Fazenda entre 1924 e 1929.
   
Brasão pessoal de Sir Winston Spencer-Churchill
   
Vida
Nascido na aristocrática família do Duque de Marlborough, braço da Família Spencer, adota o nome Churchill como tradição originada por seu tataravô George Spencer-Churchill, 5.º Duque de Marlborough para salientar a relação com o general John Churchill, 1.° Duque de Marlborough. Seu pai, Lorde Randolph Churchill, foi um político de sucesso, tendo servido o Partido Conservador como Ministro da Fazenda em 1886. Sua mãe, Jennie Jerome, foi uma socialite norte-americana filha do milionário banqueiro Leonard Jerome. Churchill nasceu no Pálacio de Blenheim a 30 de novembro de 1874.
Dos dois aos seis anos de idade viveu em Dublin aonde seu avô havia sido indicado como Vice-Rei da Irlanda e empregado seu pai como secretário pessoal. Especula-se que Wisnton pode ter desenvolvido sua fascinação por assuntos militares a partir de sua convivência e observação de paradas militares passando pelo Áras an Uachtaráin (então Pavilhão do Vice-Rei).
Vários autores, escrevendo nas décadas de 1920 e 1930, mencionam uma dificuldade de fala de Churchill como grave e agonizante. Seus discursos eram preparados para evitar hesitações e diminuir o efeito de sua dificuldade. A esse respeito Churchill afirmou que sua dificuldade não o atrapalhava.
Depois de algumas novelescas aventuras (incluindo sua participação nas Guerras dos Bóeres) foi jornalista e acabou dedicando-se à política. Durante a Primeira Guerra Mundial foi o Primeiro Lord do Almirantado, e portanto principal responsável do desastre da campanha de Galípoli.
A carreira literária de Churchill começou com os relatórios da campanha: A história do Campo de Malakand Force (1898) e A Guerra do Rio (1899), uma conta de campanha no Sudão e na batalha de Omdurman.
Em 1900, ele publicou o seu único romance, Savrola e, seis anos depois, a sua primeira grande obra, a biografia do seu pai, Lorde Randolph Churchill.
   
Vida política
Em 1900, tornou-se um membro do Parlamento, eleito aos vinte e seis anos pelo Partido Conservador. Tendo passado para os liberais, foi subscretário das colónias em 1905 e membro pleno do Gabinete, como ministro do Comércio, três anos mais tarde.
Primeiro Lorde do Almirantado na Primeira Guerra Mundial, teve de renunciar depois da desastrada expedição dos Dardanelos. Depois de servir na frente de combate na França, retornou ao governo como ministro do Material Bélico, voltando ao Partido Conservador em seguida e se tornando ministro das Finanças ("Chancellor of the Exchequer"), após a guerra.
No período entre guerras, dedicou-se fundamentalmente à redação de diversos tratados. Notabilizou-se neste período, na Câmara dos Comuns, por uma violenta crítica ao nazismo alemão, rogando diversas vezes ao governo britânico que fossem investidos recursos na militarização, prevendo um possível ataque alemão num futuro próximo e temendo que o Reino Unido não estivesse preparado para resistir. Na ocasião, Churchill foi acusado de belicista, mas muitos estudiosos entendem que o acerto desta previsão foi uma das principais razões que levaram Churchill a ser eleito primeiro-ministro nove meses após a invasão da Polónia por Hitler em setembro de 1939 e consequente declaração de guerra à Alemanha pela Inglaterra em função do tratado de defesa mútua assinado com a Polónia.
Em 10 de maio de 1940, Churchill chegou ao cargo de primeiro-ministro britânico, contando 65 anos de idade. Os seus discursos memoráveis, conclamando o povo britânico à resistência e a sua crescente aproximação com o então presidente americano Franklin Delano Roosevelt, visando a que os Estados Unidos da América ingressassem definitivamente na guerra, foram essenciais para o êxito dos aliados. O exemplo de Churchill e sua incendiária oratória permitiram-lhe manter a coesão do povo britânico nas horas de prova suprema que significaram os bombardeamentos sistemáticos da Alemanha sobre Londres e outras cidades do Reino Unido. Devido a estes bombardeamentos em 20 de julho de 1944, mesmo dia em que Hitler sofreria um grave atentado contra sua vida, Churchill consideraria a possibilidade de utilizar gás venenoso em civis alemães, contrariando as regras internacionais da guerra moderna, sendo fortemente desencorajado pelos generais britânicos, abandonando a ideia ao final. Nessa época, ele comandava a Inglaterra de um prédio de escritórios simples, que não fora projetado para seu conforto, passando as manhãs deitado na cama, tomando banho em um cómodo separado de seu quarto, de forma tal que às vezes oficiais ingleses encontravam-no andando pelo prédio seminu e molhado. A má alimentação de Churchill, que passava o dia fumando charutos e bebendo bastantes whiskies, apavorava o seu médico.
Apesar da vitória na Segunda Guerra Mundial, em 1945 os conservadores de Churchill perderam as eleições para os trabalhistas, liderados por Clement Attlee, que se tornou primeiro-ministro. Em 1951, em razão de vitória por ampla maioria dos conservadores nas eleições daquele ano, Churchill voltou ao cargo de primeiro-ministro; tinha então 76 anos de idade.
Recebeu o Nobel de Literatura de 1953, por suas memórias de guerra (cinco volumes, também disponível nas livrarias em versão condensada, em volume único) e seu trabalho literário e jornalístico, anterior aos tempos de primeiro-ministro. Na ocasião, ele foi saudado como o maior dos ingleses vivos. Foi o primeiro a cunhar o termo "cortina de ferro" para ilustrar a separação entre a Europa comunista e a ocidental.
Em primeiro de março de 1955, Churchill proferiu seu último discurso na Câmara dos Comuns como chefe de governo, intitulado "Jamais desesperar" anunciando a sua renúncia ao mandato de primeiro-ministro, não sem antes alertar o mundo, mais uma vez, para o risco de guerra nuclear. Depois, continuou na Câmara dos Comuns até pouco tempo antes de falecer. Nos últimos anos de vida parlamentar, teve atuação discreta, proferindo discursos apenas ocasionalmente.
Em 21 de junho de 1955 foi inaugurada pela câmara de Londres a estátua de Churchill com a presença dele. Em 1963, aos 89 anos, foi homenageado com o título de cidadão honorário dos Estados Unidos pelo então presidente John Kennedy. Não podendo receber a homenagem em Washington por causa do estado de saúde precário, foi representado pelo seu filho Randolph.
Morreu em Hyde Park Gate em Londres, a 24 de janeiro de 1965. Está sepultado na St Martin's Church, Bladon, Oxfordshire na Inglaterra.
    

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