terça-feira, agosto 11, 2009

Actividade no PNSAC - fotos

Aqui ficam as prometidas fotos da actividade no PNSAC de 29 de Julho de 2009, de Céu Machado (CM) e São Machado (SM):

Salinas de Rio Maior - tristeza: Quanto do teu sal... (SM)

Peixes do Rio Alviela na Praia Fluvial dos Olhos de Água (SM)

Canhão da Ribeira dos Amiais - seco Estio (SM)

Disjunção prismática da Portela de Teira (SM)

Aerogeradores na Serra dos Candeeiros em formatura (SM)

Pai e filho junto a placa dos Caminhos de Fátima, nos Olhos de Água do Alviela (CM)

Praia fluvial dos Olhos de Água do Alviela, com Carsoscópio ao fundo (CM)

Perda (sumidouro) da Ribeira dos Amiais (CM)

Marmitas de gigante - Canhão da Ribeira dos Amiais (CM)

Disjunção prismática na pedreira de Portela de Teira (CM)

Lagoa Grande do Arrimal (CM)

segunda-feira, agosto 10, 2009

Música alusiva à data...


Tonight I am Darth Vader - 2


Tonight I am Darth Vader


Daqui posto de comando do Movimento do 31 da Armada:

Durante a madrugada de ontem, e apesar da forte vigilância policial, elementos do 31 da Armada (Darth Vaders) subiram heroicamente até à varanda do Paços do Concelho e hastearam a bandeira azul e branca.

Há 99 anos atrás, no dia 5 de Outubro, um punhado de homens, contra a vontade da maioria dos Portugueses, tinha feito a mesmíssima coisa proclamando assim a república. O resto do país ficou a saber por telegrama.

Hoje, aproveitando as férias de verão e numa inédita acção de guerrilha ideológica, foi restaurada a legitimidade Monárquica. Podem permanecer calmos nas vossas casas: foi restaurada a Monarquia. E o país fica a saber pela Internet. A acção foi devidamente filmada e o vídeo será disponibilizado ao final da tarde.

É o contributo do 31 para as comemorações do centenário da república.

in 31 da Armada

domingo, agosto 09, 2009

Actividade no PNSAC

A semana passada fiz uma actividade no PNSAC, com o meu filho, a colega Céu Machado e irmã, que vou partilhar convosco. Começámos por Leiria, fomos até Alqueidão da Serra, passámos em Porto de Mós, Bezerra, Arrimal, Portela de Teira, Salinas de Rio Maior, e passámos a tarde nos Olhos de Água do Alviela. Depois viemos por S. Bento, Porto de Mós e novamente Leiria...

Mapas e fotos (depois) para sugerir o percurso a outros...

1. Leiria - Alqueidão da Serra


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2. Alqueidão da Serra - Arrimal


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3. Arrimal - Portela de Teira



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4. Portela de Teira - Salinas de Rio Maior


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5. Salinas de Rio Maior - Olhos de Água do Alviela


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sábado, agosto 08, 2009

In memoriam - Raúl Solnado


Morreu o Solnado...

Veio a ASAE, não tinha mais licença para trabalhar cá em baixo e foi apreendido, para que o seu humor alegre para sempre o sítio para onde vai - o Céu dos Artistas...

Cá em baixo ficam as saudades e a memória:


quinta-feira, agosto 06, 2009

Hiroshima nunca mais




PS - um dia triste, este em que passaram 64 anos do bombardeamento nuclear de Hiroshima. Outra versão, com imagens chocantes e com a canção original de Ney Matogrosso:


Geologia no Verão em Leiria

Ora aqui está mais uma excelente actividade do Doutor Jorge Dinis, da Universidade de Coimbra, na qual vou participar e que recomendo vivamente...

Título: Leiria do rio Liz: tem uma geologia encantadora
(Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra)
Data: 09-08-2009 9:15:00 Inscrição Obrigatória (4 vagas)
Descrição: Travessia da cidade, analisando a natureza das rochas, a disposição dos estratos, a morfologia e a localização das águas (Liz e nascentes). As observações permitirão a interpretação dos principais traços da geologia: movimentos de rochas maleáveis (um diapiro) no cruzamento de duas grandes fracturas. Por estas ascenderam as rochas ígneas que, resistindo melhor à erosão, formam o Castelo natural.
Ponto de encontro: Açude dos Caniços / ponte sobre o Liz (junto ao quartel dos Bombeiros Municipais).
Como Chegar: Fora da cidade: seguir indicações Hospital e depois Bombeiros Municipais. Junção das Ruas da Fábrica do Papel e Joaquim Ribeiro de Carvalho
Coordenadas GPS: 39º44 N, 8º48_ O
Idade mínima: 0 anos
Localidade: Leiria / LEIRIA / LEIRIA
Itinerário: Ao longo do Liz entre o Açude dos Caniços e a Fonte Quente, Castelo, Estádio, rotunda N1-N109.
Duração: 5 h
Transporte: A pé, Bicicleta
Responsável pela acção: Jorge Dinis
Nota: Usar roupa e calçado de passeio, chapéu, protector solar, líquidos. Recomenda-se pequeno farnel, binóculos e câmara fotográfica e/ou de vídeo...para mais tarde recordar. Pode ser seguida de bicicleta, embora com subidas moderadas.

Rosa nuclear

Orchestral Manoeuvres In The Dark - Enola Gay

quarta-feira, agosto 05, 2009

Hoje há Eclipse

Do Blog AstroLeiria publicamos o seguinte post:

Embora o eclipse quase não seja visível, esta noite há um eclipse penumbral da Lua (isto é, a Lua passa pela penumbra da Terra, pelo que quase não se vê o eclipse).

Segundo Observatório Astronómico de Lisboa, os dados do Eclipse penumbral da Lua, em 5-6 de Agosto:
  • A Lua entra na penumbra no dia 5 às 23.01 horas;
  • Meio do eclipse no dia 6 às 00.39 horas;
  • A Lua sai da penumbra no dia 6 às 02.17 horas;
  • Grandeza penumbral do eclipse = 0.428, considerando o diâmetro da Lua como unidade.
Mais dados, da página da NASA sobre Eclipses, AQUI.

Começou a Volta a Portugal

Há muitos anos, era eu uma criança, a subida à Serra da Estrela era um dos divertimento obrigatório do Verão da minha família.

Para recordar o início da Volta, uma canção da minha adolescência:


Marilyn Monroe morreu há 46 anos


ORACIÓN POR MARILYN MONROE

Señor
recibe a esta muchacha conocida en toda la tierra con el nombre de Marilyn Monroe
aunque ese no era su verdadero nombre
(pero Tú conoces su verdadero nombre, el de la huerfanita violada a los 9 años
y la empleadita de tienda que a los 16 se había querido matar)
y que ahora se presenta ante Ti sin ningún maquillaje
sin su Agente de Prensa
sin fotógrafos y sin firmar autógrafos
sola como un astronauta frente a la noche espacial.

Ella soñó cuando niña que estaba desnuda en una iglesia (según cuenta el Time)
ante una multitud postrada, con las cabezas en el suelo
y tenía que caminar en puntillas para no pisar las cabezas.
Tú conoces nuestros sueños mejor que los psiquiatras.
Iglesia, casa, cueva, son la seguridad del seno materno
pero también algo más que eso...
Las cabezas son los admiradores, es claro (la masa de cabezas en la oscuridad bajo el chorro de luz).
Pero el templo no son los estudios de la 20th Century Fox.
El templo -de mármol y oro- es el templo de su cuerpo
en el que está el Hijo del Hombre con un látigo en la mano
expulsando a los mercaderes de la 20th Century Fox
que hicieron de Tu casa de oración una cueva de ladrones.

Señor
en este mundo contaminado de pecados y radiactividad
Tú no culparás tan sólo a una empleadita de tienda.
Que como toda empleadita de tienda soñó ser estrella de cine.
Y su sueño fue realidad (pero como la realidad del tecnicolor).
Ella no hizo sino actuar según el script que le dimos
-El de nuestras propias vidas- Y era un script absurdo.
Perdónale Señor y perdónanos a nosotros
por nuestra 20th Century
por esta Colosal Super-Producción en la que todos hemos trabajado.

Ella tenía hambre de amor y le ofrecimos tranquilizantes.
Para la tristeza de no ser santos se le recomendó el Psicoanálisis.
Recuerda Señor su creciente pavor a la cámara
y el odio al maquillaje - insistiendo en maquillarse en cada escena -
y cómo se fue haciendo mayor el horror
y mayor la impuntualidad a los estudios.

Como toda empleadita de tienda
soñó ser estrella de cine.
Y su vida fue irreal como un sueño que un psiquiatra interpreta y archiva.

Sus romances fueron un beso con los ojos cerrados
que cuando se abren los ojos
se descubre que fue bajo reflectores y apagan los reflectores!
y desmontan las dos paredes del aposento (era un set cinematográfico)
mientras el Director se aleja con su libreta porque la escena ya fue tomada.
O como un viaje en yate, un beso en Singapur, un
baile en Río la recepción en la mansión del Duque
y la Duquesa de Windsor
vistos en la salita del apartamento miserable.

La película terminó sin el beso final.
La hallaron muerta en su cama con la mano en el teléfono.
Y los detectives no supieron a quién iba a llamar.

Fue
como alguien que ha marcado el número de la única voz amiga
y oye tan sólo la voz de un disco que le dice: WRONG NUMBER
O como alguien que herido por los gangsters
alarga la mano a un teléfono desconectado.

Señor
quienquiera que haya sido el que ella iba a llamar
y no llamó (y tal vez no era nadie
o era Alguien cuyo número no está en el Directorio de Los Angeles)
contesta Tú el teléfono!

Ernesto Cardenal

segunda-feira, agosto 03, 2009

Os percursos da água na Coimbra subterrânea

No dia 25 de Julho, conforme aqui referimos anteriormente, participei (mais o filho, mulher e uma colega reformada) na Geologia no Verão que dá nome a este post.

Foi uma excelente actividade: permitiu ver antigo professores da Universidade em plena forma, rever o Senhor Virgílio Sousa (ex-funcionário do Departamento e nosso colega de diversas Geologias no Verão...), conhecer as maravilhas das profundezas de Coimbra e perceber melhor o passado da cidade.

Começámos junto à estátua de El-Rei D. Dinis, junto a uma curiosa amostra fotográfica 3D das lutas académicas de 69 (é curioso ver o Almirante Américo Thomaz e o José Hermano Saraiva à porta das Matemáticas, com uma turbe de capa-e-batina do lado oposto da rua...). Daí fomos até ao Hospital Velho (Colégio de S. Jerónimo), onde entrámos numa cisterna deste edifício.

Em seguida fomos para o Jardim da Sereia, onde nos dividimos em dois grupos: o meu começou pela Mina de Água que abastece o Jardim Botânico (nas cercanias da Escola Secundária José Falcão) e passou depois para o Túnel de Ribelas (que passa debaixo da Praça da República) - tendo, o outro grupo, feito ao contrário.

Foi excelente para quem, como eu, gosta de buracos: a apresentação inicial, vista na Cisterna, era excelente (e até com novidades científicas fresquinhas...), as explicações muito boas, o convívio fantástico, a imprensa, que se portou bem, tudo correu de forma perfeita (faltou só dizer que os participantes deviam trazer fato-macaco - no túnel de Rebela era a farda ideal...).

Ficámos com vontade de voltar para o ano (não, não o faço, pois haverá muita gente interessada se os Doutores a repetirem...).

Para sublinhar os nossos pontos de vista aqui ficam algumas fotos:



Recordar as lutas académicas de 1969 - os estudantes

Recordar as lutas académicas de 1969 - o Regime

Descendo para a Cisterna

Debate na Cisterna

PowerPoint na Cisterna - locais a visitar

Sorrisos...!

PowerPoint na Cisterna - localização da Mina que abastece o Jardim Botânico

JB - não, não tem nada a ver com a água da vida celta...!

Explicações - parte I

Explicações - parte II

É bom ser pequeno...!

A mina - vista de zona só escavada e conduta de água

Conversa num antigo poço de ventilação

Falha

Na mina- zona mais baixa...

À entrada do buraco do Túnel da Ribela

O buraco...

Descendo 10 metros até ao Túnel

Numa parte larga do túnel

Pequeno arco, de sustentação, e antigo nível intermédio de transporte de águas

Jovens exploradores do Túnel da Ribela

Estalactites calcárias - túnel da Ribela (debaixo da Praça da República)

A saída do buraco, junto à fonte do Jardim da Sereia


ADENDA: faz hoje 10 anos que morreu o poeta Alexandre Pinheiro Torres - apenas um poema para o recordar:


MORTE: SUAS CONTAS DE DIVIDIR

O horizonte divide-nos nas suas mentiras:
ou é uma árvore ou um rio e todos os anzóis que engoliu
ou uma mandíbula de peixe ou o sol: o velho incendiário ambulante.
A morte essa é um maravilhoso número indivisível.

in A Flor Evaporada - Alexandre Pinheiro Torres

domingo, agosto 02, 2009

Zeca Afonso - 80 anos

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 2 de Agosto de 1929 — Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987), mais conhecido por José Afonso ou Zeca Afonso, foi um cantor e compositor português.

Não obstante o seu trabalho com o fado de Coimbra e a música tradicional, vulgo folk português, realiza também as célebres actuações no TEP (Teatro Experimental do Porto) com Adriano Correia de Oliveira entre outros. José Afonso ficou indelevelmente associado pelo imaginário colectivo à música de intervenção, através da qual criticava o Estado Novo, regime de ditadura vigente em Portugal entre 1933 e 1974 e depois mais tarde o regime instaurado em Portugal depois do 25 de Abril de 1974.

in Wikipédia


Um pezinho na Lua - uma Ciência Viva no Verão dupla

Como antes referimos, no dia 24.07.2009 fomos (eu, a minha esposa, filho e uma colega já reformada) a uma Geologia no Verão e Astronomia no Verão em simultâneo, no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, intitulada Um pezinho na Lua.

Uma excelente actividade: pudemos falar com duas minhas antigas professoras da Universidade (as Doutoras Elsa Gomes e Celeste Gomes, a que agradeço as simpáticas palavras e as sugestões sobre Mestrados da Geologia - um dia destes, eu e a Adelaide, lá iremos...), pudemos ver basaltos em amostra de mão e em lâmina delgada, ver a Pedra da Lua, ver a Exposição geral e a do Darwin, ver o modelo dos planetas (que o meu filho adora manipular), vimos os filmes da missão Apollo e ainda mandámos foguetões pelo ar...

Aqui ficam algumas fotos:

A Pedra da Lua - um bom motivo para uma exposição

João Armstrong

Um regresso ao passado...

Rocha magmática (lâmina delgada) vista ao microscópio petrográfico

As Doutoras Elsa e Celeste atendendo o público em geral...


PS - o nosso pedido de desculpas às Doutoras Celeste e Elsa pela amostra de rocha por nós levada...

O Zeca Afonso nasceu há 80 anos



PS - o Zeca não morreu, pois a nossa memória é o sinal de que nunca morre que o seu povo ama.

sexta-feira, julho 31, 2009

Notícia no Diário de Coimbra - as imagens




Notícia no Diário de Coimbra

Aventura geológica pelas “catacumbas” da cidade

De impermeável vestido, galochas calçadas e capacete na cabeça, um grupo de aficionados pela geologia e hidrogeologia desceu às “catacumbas” da cidade à descoberta de túneis e canais que contam parte da história do abastecimento de água em Coimbra

A festa do 11.º aniversário está marcada para as 16h00. Mas, as comemorações começam bem cedo, com uma manhã de aventura e descobertas pela Coimbra subterrânea. Francisco mora na Rua Pedro Monteiro, mesmo ao lado da mina de água que abastece o Jardim Botânico. Diariamente, passa pelo pequeno portão com as iniciais “J.B.”, no entanto, nunca lhe tinha passado pela cabeça o que existe do lado de lá.

Ontem o dia foi de festa e a mãe fez-lhe a surpresa, oferecendo-lhe este presente especial. Capacete na cabeça e com a lanterna em punho, o portão abre-se para o Francisco e os restantes elementos do grupo.

Em fila indiana, todos se organizam, porque afinal de contas, tudo começa num túnel estreito e com cerca de 60 centímetros de altura. Portanto, mesmo para o Francisco, com os seus 11 anos, a ordem é para agachar.
De cócoras, começa a descoberta da mina, construída nos finais do século XVIII. «Cuidado. Quando forem andando, deixem espaço em relação à pessoa da frente», aconselha Lídia Catarino, um dos elementos desta organização conjunta do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e do Gabinete de Candidatura à Unesco, integrada no programa “Geologia no Verão 2009” da Ciência Viva.

Lá dentro, à medida que se caminha para o interior da mina, mais fácil se torna a circulação. Sempre com a água a correr debaixo dos pés, ali dispensa-se o uso de galochas de borracha, ao contrário da missão no túnel da Ribela, que se seguiria minutos mais tarde.

«Toca. É rijo», diz alguém, enquanto explora a mina do Jardim Botânico, que também deixou encantado o Bruno, igualmente de 11 anos, que vive em Inglaterra e está a passar férias em Coimbra.

Percorridos os primeiros metros, surge o primeiro poço, que, do exterior, se situa na Avenida Afonso Henriques. Aí, o grupo faz uma pausa e fica a saber que um dos buracos existente nas paredes se destinava a acolher uma figura “obrigatória” nestas zonas de espeleologia, a imagem de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros.

Aliás, noutros tempos, um barbeiro, com casa aberta junto à Pousada da Juventude, tantas vezes beneficiou da abundância de águas por baixo do chão. Bastava-lhe descer o balde, para conseguir litros e litros que tanta falta lhe faziam para o ofício.

Mais à frente, os pés que ainda se mantinham mais ou menos secos, estão literalmente na água, que atinge os 30 centímetros no segundo poço do percurso. Pelo meio, um ou outro insecto dão “as boas-vindas” aos visitantes. Terminado o percurso, é tempo de voltar para trás e enfrentar novamente o estreito túnel até à saída.

“Toupeiras humanas”

Durante cerca de meia hora, ninguém vê o sol que brilha lá fora. Os túneis e canais encantam miúdos e graúdos, para quem a claustrofobia não é um problema.

Margarida Viegas trabalha na Faculdade de Economia e todos os dias o seu percurso inclui a passagem pelo pequeno portão com as iniciais “J.B.”. Durante muitos anos, ouvia o barulho da água sem perceber o que afinal estava do lado de lá. Só há pouco tempo percebeu que se tratava de uma mina e só ontem teve a oportunidade de a explorar.

Enquanto, uns percorrem a mina do Jardim do Botânico, outros aventuram-se pelo túnel da Ribela, que serviu para abastecimento de água às propriedades agrícolas dos frades crúzios. Depois, invertem-se os papéis.

Entretanto, os dois grupos encontram-se no Jardim da Sereia e aproveitam para trocar algumas impressões. Como autênticas «toupeiras humanas», quem chega da Ribela acusa um maior cansaço. Afinal, a vários metros abaixo do solo, os canais subterrâneos exigem destreza.

«É muito agradável. Extraordinário, mas um bocadinho exigente. Dá para suar», conta ao Diário de Coimbra Pinto Monteiro, que viajou directamente de Aveiro para participar nesta aventura geológica. As galochas ajudam, mas as calças encharcadas são impossíveis de evitar.

A entrada faz-se pela tampa de saneamento junto às instalações da Polícia Municipal, na Avenida Sá da Bandeira. O desafio é descer 10 metros e depois percorrer os 500 metros das galerias e canais subterrâneos, que terminam no Jardim da Sereia.

Para o pequeno João, de sete anos e residente em Leiria, a Geologia faz parte do seu dia-a-dia. O pai é especialista na matéria, como tal, os tempos livres são passados a descobrir os mistérios das pedras e das águas. Se bem que às vezes preferisse que os pais o levassem a um parque de diversões, o João segue as “pisadas” da família, mas garante, que, quando crescer, não quer ser nada ligado à espeleologia. Antes dos passeios, o grupo junta-se na cisterna do Colégio de S. Jerónimo, onde são prestados alguns esclarecimentos aos participantes. «E as centopeias, onde estão?», pergunta de imediato o João.

Identificado há três anos, aquele espaço funcionou como reservatório de águas, mas acabou por se transformar numa espécie de «lixeira» dos Hospitais da Universidade de Coimbra, explica o geólogo Paulo Morgado, lembrando que a cisterna mais antiga conhecida na Universidade é a que foi descoberta no Pátio das Escolas, junto à estátua de D. João III, que datará da época romana, mas que se encontra «em perfeito estado de conservação».

Com capacidade para 115 metros cúbicos de água, a cisterna do Colégio de S. Jerónimo serviu de ponto de partida para uma aventura pela cidade desconhecida, com centenas de anos, e com potencialidades turísticas que, de futuro, poderão ser atractivo regular de quem visita ou vive em Coimbra.

quinta-feira, julho 30, 2009

O pai do rock em português faz 52 anos



O Rui Veloso está de parabéns!

São, apenas, 52 anos - mas vale a pena recordar!


terça-feira, julho 28, 2009

A Astrofesta de Lisboa



Informação recebida da organização do Ano Internacional da Astronomia (via Blog De Rerum Natura):

André Roque, 7 anos, vai juntar-se a investigadores portugueses para falar de Astronomia. Sessões de planetário, passeios pela Lua, Júpiter e Saturno e uma feira de materiais científicos são outras das atracções da Astrofesta de Lisboa

Chama-se André Roque, tem apenas 7 anos e frequenta a Escola de Lamaçães, em Braga. E no dia 1 de Agosto vai estar em Lisboa para orientar uma palestra sobre "O Nascimento do Universo", num palco a que subirão investigadores portugueses da área da Astronomia. Sessões de planetário, passeios pelo céu estrelado, com paragem obrigatória na Lua, Júpiter e Saturno, e uma feira de livros, vídeos e instrumentos científicos são outras das atracções da Astrofesta de Lisboa. A iniciativa decorre de 29 de Julho a 2 de Agosto no Museu da Ciência da Universidade de Lisboa (UL). As entradas são gratuitas.

No Ano Internacional da Astronomia e depois de ter corrido Portugal de Norte a Sul nos últimos 15 anos, a Astrofesta realiza-se pela primeira vez em casa, no Museu da Ciência da UL, na Rua da Escola Politécnica. O objectivo é envolver a população numa comemoração científica que tem mobilizado milhares de pessoas, ano após ano, por todo o país.

Nos dias 29 e 30 de Julho (quarta e quinta-feira), a Astrofesta arranca às 18.00 horas com palestras sobre o Universo. Às 19.30 horas, no planetário, pequenos e graúdos poderão desfrutar de viagens guiadas pelo céu de Portugal, orientadas por Máximo Ferreira, do Museu da Ciência da UL, seguidas de um passeio telescópico pelo céu nocturno, com paragens na Lua, Júpiter e Saturno, no terraço do Museu da Ciência.

No dia 29, "Galileu - imaginação, espanto, incompreensão" é o tema da palestra de abertura da Astrofesta, com o professor catedrático António Manuel Nunes dos Santos, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. No dia 30, o investigador Paulo Crawford, do Observatório Astronómico de Lisboa, vai contar ao público a história do astrofísico que provou, em solo então português, a teoria da relatividade geral de Albert Einstein, na palestra "Eddington e o Eclipse de 1919".

Na sexta-feira, 31 de Julho, às 18.00 horas, terá lugar a sessão oficial de abertura da Astrofesta, com intervenções da directora do Museu da Ciência da UL, Ana Maria Eiró, e do presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia, Miguel Avillez. Às 19h30, Rui Agostinho (Faculdade de Ciências da UL) vai explorar os mistérios do Big-Bang, numa viagem pela formação do Universo e pela evolução das Galáxias. Quando a noite cair, os curiosos poderão embarcar em mais sessões de planetário e de observação do céu por telescópios.

No dia 1 de Agosto, o pequeno André Roque é o primeiro orador de serviço na Astrofesta, às 11 horas, com uma palestra sobre "O Nascimento do Universo". Logo a seguir, os curiosos entram no planetário para uma sessão sobre a Astronomia escondida n' "Os Lusíadas", de Luís de Camões, e na viagem de Vasco da Gama à Índia.

Às 15.00 horas, Miguel Pinto (Clube Celta) vai apresentar filmes astronómicos realizados por astrónomos amadores. Às 16.00 horas terá lugar o lançamento do livro "O Detective do Cosmos", do físico americano Mani Bhaumik.

Máximo Ferreira (Museu da Ciência), Bruno Henriques (Instituto de Cosmologia e Gravitação de Portsmouth), Guilherme de Almeida e Miguel Claro (Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores), José Matos (FISUA - Associação de Física da Universidade de Aveiro), Jorge Fontes (Astrotaipas) e João Paulo Vieira (ORION - Sociedade Científica de Astronomia do Minho) são alguns dos oradores que preencherão a tarde e a noite do terceiro dia da Astrofesta, que terá ainda sessões de planetário e observações astronómicas. O Big-Bang, os mitos que continuamos a perpetuar sobre a Lua, a história de Galileu e truques sobre telescópios serão alguns dos temas abordados.

O final da Astrofesta faz-se com um convidado vindo directamente da Universidade de Oxford. No dia 2 de Agosto às 11.00 horas, o investigador Pedro Gil Ferreira fecha os quatro dias de comemorações com uma sessão sobre "O legado de Eddington e Einstein nos dias de hoje".

A Astrofesta é uma iniciativa promovida pelo Museu da Ciência da Universidade de Lisboa e está integrada nas comemorações do Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009).

O AIA 2009 é organizado em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), da Fundação Calouste Gulbenkian, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, da Agência Ciência Viva e da European Astronomical Society (EAS).

segunda-feira, julho 27, 2009

Fim-de-semana em Coimbra


Com início na tarde de 6ª, foi mais fantástico fim-de-semana como há muito já fazia... Começou com uma ida ao Centro Comercial Dolce Vita, para jantar e comprar uns livros. Depois uma ida ao Museu da Ciência, onde havia uma actividade Ciência Viva no Verão que era, simultaneamente, Geologia no Verão e Astronomia no Verão: Um pezinho na Lua, por nós aqui já duplamente anunciada. Com a presença das minhas antigas professoras, as Doutoras Elsa Gomes e Celeste Gomes, foi excelente...! Os lançamentos de foguetes, os filmes das missões Apollo, a Exposição sobre Darwin, a exposição permanente, o modelo interactivos, vulgo bola gigante, dos planetas principais do Sistema Solar (mai-la Lua e Sol...), o microscópio petrográfico, as amostras de mão de rochas vulcânicas e a simpatia de todos, tudo valeu a pena.

Depois, uma noite bem dormida, na antiga casa onde vive durante 10 anos em Coimbra e estava pronto para outra Geologia no Verão: Os percursos da água na Coimbra subterrânea. A presença da Doutora Lídia Catarino e dos Doutores Fernando Figueiredo e José Manuel Azevedo (isto para além de um engenheiro geólogo que trabalha na Reitoria e do qual não sei o nome...) foi fantástica. Depois a visita a uma Cisterna no antigo edifício dos Hospitais da Universidade, a ida à Mina que abastece o Jardim Botânico, na zona da Escola Secundária José Falcão e ainda o túnel de Ribela, na zona da Praça da República e Jardim da Sereia, acompanhadas de excelentes explicações e animado convívio, valeram bem a pena! O meu garoto adorou aparecer na notícia do Calinas...!

À tarde, ida ao Fórum Coimbra (depois do banho em casa, um almoço no centro comercial, com aquelas porcarias que só fazem mal mas sabem tão bem...), mais umas compras, seguidas de um frugal jantar chez moi. A seguir, para o puto ficar contente, uma ida à ponte pedonal de Pedro e Inês (que tristeza estar tão vandalizada...), uma visita à zona circundante (a movida chegou a Coimbra...!) e mais uma dormida na antiga casa.

No dia a seguir, uma ida ao Convento de Santa Clara-a-Velha (que, ao domingo de manhã, é de graça....!) , com a curiosidade de lá estar a mulher e o filho de um geopedrado, colega e amigo (o Luís Costa - que ficou, de castigo, em casa, a fazer o almoço) e em seguida o regresso a Leiria.

O Fernando, a Adelaide e o João Martins, mais a tia Céu Machado, agradecem a todos os que lhe proporcionaram três dias tão perfeitos...

Em breve colocaremos mais material (fotos, textos de jornais, etc.) sobre este assunto...


ADENDA: o engenheiro geólogo referido no texto chama-se Paulo Morgado (os nossos agradecimentos à Doutora Lídia pela informação...) e, sendo nosso leitor, há que lhe agradecer aqui as suas simpáticas palavras e dar os parabéns pelo trabalho e por tudo o que fez nesta Acção...

sábado, julho 25, 2009

Dia de Santiago - e viva a Galiza!



Chove en Santiago
meu doce amor
camelia branca do ar
brila entebrecida ao sol.

Chove en Santiago
na noite escura.
Herbas de prata e sono
cobren a valeira lúa.

Olla a choiva pola rúa
laio de pedra e cristal.
Olla no vento esvaido
soma e cinza do teu mar.

Soma e cinza do teu mar
Santiago, lonxe do sol;
agoa da mañan anterga
trema no meu corazón.


PS - hoje que é o Dia da Galiza e de Sant'Iago, recordemos um belo poema (Madrigal á cibdá de Santiago) do gitano Lorca, que amou tanto a Galiza e a sua língua que lhe escreveu este poema, aqui tão bem cantado pelos Luar Na Lubre...

Amada Galiza



Madrigal

Minha Galiza de perfil bonito
Órfã de pátria num asilo austero:
Só por seres portuguesa é que te quero,
E por seres castelhana é que te acredito.

Miguel Torga - Diário VI (Pontevedra, 5 de Setembro de 1951)



¿Que din os rumorosos
na costa verdecente,
ao raio transparente
do prácido luar?
¿Que din as altas copas
de escuro arume arpado
co seu ben compasado
monótono fungar?

Do teu verdor cinguido
e de benignos astros,
confín dos verdes castros
e valeroso chan,
non des a esquecemento
da inxuria o rudo encono;
desperta do teu sono
fogar de
Breogán.

Os bos e xenerosos
a nosa voz entenden
e con arroubo atenden
o noso ronco son,
mais sóo os iñorantes
e féridos e duros,
imbéciles e escuros
non nos entenden, non.

Os tempos son chegados
dos bardos das edades
que as vosas vaguedades
cumprido fin terán;
pois, donde quer, xigante
a nosa voz pregoa
a rendezón da boa
nazón de Breogán.



NOTA: a versão completa dos versos do Hino da Galiza (que, a seguir, colocamos em outra versão) tinha mais esta parte:

Teus fillos vagorosos
en que honor soo late,
a intrépido combate
dispondo o peito van;
se, por ti mesma, libre
de indigna servidume
e de oprobioso alcume,
rexión de Breogán

Á nobre Lusitania
os brazos tende amigos,
ós eidos ben antigos
con un punxente afán;
e cumpre as vaguedades
dos teus soantes pinos
duns máxicos destinos,
¡oh, grei de Breogán!

Amor da terra verde,
da verde terra nosa,
acende a raza briosa
de Ousinde e de Froxán;
que aló nos seus garridos
xustillos, mal constreitos,
os doces e albos peitos
das fillas de Breogán;

que á nobre prole insinen
fortísimos acentos,
non mólidos concentos
que ás virxes só ben están;
mais os robustos ecos
que, ¡oh, patria!, ben recordas
das sonorosas cordas
das arpas de Breogán.

Estima non se alcanza
cun vil xemido brando;
calquer requer rogando
con voz que esquecerán;
mais cun rumor xigante,
subrime e parecido
ao intrépido sonido
das armas de Breogán.

Galegos, sede fortes,
prontos a grandes feitos;
aparellade os peitos
a glorioso afán;
fillos dos nobres celtas,
fortes e peregrinos,
luitade plos destinos
dos eidos de Breogán.