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sexta-feira, setembro 09, 2022

Mao Tsé-Tung, um dos maiores asssassinos do século XX, morreu há 46 anos

     
Mao Tsé-Tung (Mao Tse-tung pela transliteração Wade-Giles, ou Máo Zédōng, pela pinyin; Shaoshan, 26 de dezembro de 1893 - Pequim, 9 de setembro de 1976) foi um político, teórico, líder comunista e revolucionário chinês. Liderou a Revolução Chinesa e foi o arquiteto e fundador da República Popular da China, governando o país desde a sua criação em 1949 até sua morte em 1976. A sua contribuição teórica para o marxismo-leninismo, estratégias militares, e suas políticas comunistas são conhecidas coletivamente como maoísmo.
Mao chegou ao poder comandando a Longa Marcha, formando uma frente unida com Kuomintang (KMT) durante a Guerra Sino-Japonesa para repelir uma invasão japonesa, e posteriormente conduzindo o Partido Comunista Chinês até à vitória contra o generalíssimo Chiang Kai-shek do KMT na Guerra Civil Chinesa. Mao restabeleceu o controle central sobre os territórios divididos da China, com exceção do Taiwan, e com sucesso suprimiu os opositores da nova ordem. Ele promulgou uma reforma agrária radical, usando a violência e o terror para derrubar latifundiários antes de tomar as suas grandes propriedades e dividir as terras em comunas populares. O triunfo definitivo do Partido Comunista aconteceu depois décadas de turbulência na China, que incluiu uma invasão brutal pelo Japão e uma prolongada guerra civil. O Partido Comunista de Mao finalmente atingiu um grau de estabilidade na China, apesar do reinado de Mao ser marcado pela crise de eventos como o Grande Salto em Frente e a Revolução Cultural, e os seus esforços para fechar China ao comércio de mercado, e erradicar a cultura tradicional chinesa, que tem sido amplamente rejeitado pelos seus sucessores.
   
  
Mao intitulava-se "O Grande Timoneiro" e os seus partidários continuam a sustentar que ele foi responsável por uma série de mudanças positivas que vieram à China durante seu governo de três décadas. Estas incluíram a duplicação da população escolar, proporcionando a habitação universal, abolindo o desemprego e a inflação, aumentando o acesso dos cuidados a saúde, e elevando drasticamente a expectativa de vida. O Partido Comunista, que domina a China continental (e Hong Kong e Macau) detém o controle dos meios de comunicação e da educação e oficialmente celebra o seu legado. Como resultado desses fatores, Mao ainda é tido em alta consideração por muitos chineses como um grande estratega político, mentor militar e "salvador da nação". Os maoístas também divulgam o seu papel como um teórico, estadista, poeta e visionário, e os anti-revisionistas continuam a defender a maioria de suas políticas. Em 1950, ele enviou o Exército de Libertação Popular para o Tibete para impor a reivindicação da China na região do Himalaia; esmagou uma revolta ali em 1959; e em 1962, Mao lançou a Guerra sino-indiana. Na política externa, Mao apoiou "revolução mundial" e, inicialmente, procurou alinhar a China com a União Soviética de Estaline, o envio de forças para a Guerra da Coreia e a Primeira Guerra da Indochina, bem como auxiliando movimentos comunistas na Birmânia, Camboja, e em outros países. A China e União Soviética divergiram após a morte de Estaline, e pouco antes da morte de Mao, a China começou a sua abertura comercial com o Ocidente.
Mao continua sendo uma figura controversa na atualidade, com um legado importante e igualmente controverso e constante. Muitos chineses acreditam também que, através de suas políticas, ele lançou os fundamentos económicos, tecnológicos e culturais da China moderna, transformando o país de uma ultrapassada sociedade agrária em uma grande potência mundial. Além disso, Mao é visto por muitos como um poeta, filósofo e visionário. Como consequência, o seu retrato continua na Praça Tiananmen e em todos as notas Renminbi.
Inversamente, no Ocidente, Mao é acusado de com seus programas sociais e políticos, como o Grande Salto em Frente (ou o Grande Salto) e a Revolução Cultural, causar grave fome e danos à cultura, sociedade e economia da China. Embora Mao tenha incentivado o crescimento populacional e a população chinesa quase tenha duplicado durante o período de sua liderança (de cerca de 550 a mais de 900 milhões), suas políticas e os expurgos políticos do seu governo entre 1949 a 1975provocaram a morte de 50 a 70 milhões de pessoas. A fome severa, durante a Grande Fome Chinesa, o suicídio em massa, como resultado das Campanhas Três-Anti e Cinco-Anti, e a perseguição política durante a Campanha Antidireitista, purgas e sessões de luta, todos resultaram destes programas. As suas campanhas e suas variadas consequências catastróficas foram posteriormente consideradas culpadas por danificar património da cultura chinesa e da sociedade, como as relíquias históricas que foram destruídas e os locais religiosos que foram saqueados. Apesar dos objetivos declarados de Mao de combater a burocracia, incentivar a participação popular e sublinhar na China a auto-confiança serem geralmente vistos como louváveis e a rápida industrialização, que começou durante o reinado de Mao, é reconhecida por estabelecer bases para o desenvolvimento da China no final do século XX, os duros métodos que ele usou para consegui-los, incluindo tortura e execuções, têm sido amplamente criticados como sendo cruéis e auto-destrutivos. Desde que Deng Xiaoping assumiu o poder em 1978, muitas políticas maoístas foram abandonadas em favor de reformas económicas.
Mao é visto como uma das figuras mais influentes na história do mundo moderno, e foi nomeado pela revista Time como uma dos cem personalidades mais influentes do século XX.
     
  

segunda-feira, janeiro 31, 2022

Guy Fawkes foi executado há 416 anos

  
Guy Fawkes (Iorque, 13 de abril de 1570 - Londres, 31 de janeiro de 1606), também conhecido como Guido Fawkes, foi um soldado inglês católico que teve participação na "Conspiração da pólvora" (Gunpowder Plot) na qual se pretendia assassinar o rei protestante Jaime I da Inglaterra e os membros do Parlamento inglês durante uma sessão em 1605, para assim dar início a um levantamento dos católicos. Guy Fawkes era o responsável por guardar os barris de pólvora que seriam utilizados para explodir o Parlamento durante a sessão.
Porém a conspiração foi detetada e, após ser interrogado sob tortura, Fawkes foi condenado a forca por traição e tentativa de assassinato. Outros participantes da conspiração acabaram tendo o mesmo destino. A sua captura é celebrada até os dias atuais no dia 5 de novembro, na "Noite das Fogueiras" (Bonfire Night).
Guy Fawkes nasceu na cidade de York e converteu-se ao catolicismo aos dezasseis anos. Como soldado, era especialista em explosivos. Por ser simpatizante dos espanhóis, católicos, adotou também a versão espanhola de seu nome francês: Guido.
    
Conspiração da Pólvora
A Conspiração da Pólvora foi um levamento liderado por Robert Catesby, que foi executado, assim como outros católicos insatisfeitos, cujas atividades eram consideradas subversivas pois pretendiam restaurar o poder temporal da Igreja Católica na Inglaterra. Foram, portanto, duramente reprimidas durante o reinado de Jaime I, que era protestante.
Os conspiradores pretendiam explodir o Parlamento utilizando trinta e seis barris de pólvora guardados sob o prédio durante uma sessão na qual estariam presente o rei e todos os parlamentares. Guy Fawkes, como especialista em explosivos, seria responsável pela detonação da pólvora.
Porém os conspiradores notaram que o ato poderia levar à morte de diversos inocentes e defensores da causa católica. Assim, enviaram avisos para que alguns deles mantivessem distância do parlamento no dia do ataque. Para infelicidade dos conspiradores, um dos avisos chegou aos ouvidos do rei, que ordenou uma revista ao Parlamento. Assim acabaram encontrando Guy Fawkes, guardando a pólvora.
Capturado, Fawkes permaneceu resoluto e desafiante durante o seu interrogatório, identificando-se como "John Johnson" e negando-se a fornecer informações aos seus captores. Quando lhe perguntaram o motivo de estar em posse de tanta pólvora, respondeu que a pólvora era "para explodir todos vocês, desgraçados bêbados de scotch de volta para as montanhas sujas de onde vieram". Fawkes admitiu sua intenção de explodir o parlamento e lamentou o seu fracasso. A sua coragem acabou por lhe dar uma certa admiração por parte do rei, que o descreveu como "um homem de resolução romana".
Essa admiração não evitou que o Rei ordenasse a sua tortura "de maneira progressiva e planeada". Para a surpresa do torturador William Waad, Fawkes inicialmente resistiu aos tormentos infligidos e não forneceu informações significativas além de declarar "que rezava todo dia a Deus para o avanço da fé católica e a salvação de sua alma podre".
Após mais de uma semana de tortura, Fawkes cedeu e entregou o nome de oito conspiradores. A sua assinatura de confissão, que era pouco mais de um risco ilegível, é indicio do sofrimento ao qual deve ter sido submetido.
Fawkes e os demais conspiradores foram condenados à morte por decapitação e depois serem estripados e esquartejados. Em um último ato de desafio antes de ser conduzido ao local de execução, Fawkes conseguiu se desenvencilhar dos guardas e pular de uma escada, quebrando o pescoço e evitando assim a tortura. O seu corpo foi esquartejado e exposto publicamente junto com o dos outros conspiradores.
Ainda nos dias de hoje o rei ou rainha vai até o parlamento apenas uma vez ao ano para uma sessão especial, sendo mantida a tradição de se revistar os subterrâneos do prédio, antes da sessão.
Uma tradição sardónica dá a Fawkes o título de ser "o único homem que entrou no parlamento com intenções honestas".
Na Inglaterra até hoje existe a tradição de celebrar no dia 5 de novembro a Noite das Fogueiras. Nesta noite bonecos com a imagem de Fawkes são desfilados na rua, agredidos, despedaçados e por fim queimados.
  
Manifestantes do grupo Anonymous utilizando máscaras de Guy Fawkes do modelo apresentado na série V de Vingança
  

terça-feira, dezembro 28, 2021

O Arquipélago de Gulag foi publicado há 48 anos - já não há desculpas para defender uma certa ideologia...

  
Arquipélago de Gulag é provavelmente a mais forte e a certamente a mais influente obra sobre como funcionavam os gulags (campos de concentração e de trabalho forçado na antiga União Soviética) nos tempos de Estaline
  
  
Escrito por Alexander Soljenítsin, o livro de cerca de 600 páginas e é uma narrativa sobre factos que foram presenciados pelo autor, prisioneiro durante onze anos, em Kolima, num dos campos do arquipélago, e por duzentas e trinta e sete pessoas, que confiaram as suas cartas e relatos ao autor.
  
  
Escrito entre 1958 a 1967, a obra foi publicada no ocidente (em Paris) no ano de 1973 (a 28 de dezembro) e circulou clandestinamente na União Soviética, numa versão minúscula, escondida, até à sua publicação oficial, no ano de 1989.
"GULag" é um acrónimo em russo para o termo: "Direção Principal (ou Administração) dos Campos de Trabalho Corretivo" ("Glavnoye Upravleniye Ispravitelno-trudovykh Lagerey"), um nome burocrático para este sistema de campos de concentração.
O título original em russo do livro era "Arkhipelag GULag". A palavra arquipélago relaciona-se ao sistema de campos de trabalho forçado espalhados por toda a União Soviética como uma vasta corrente de ilhas, conhecidas apenas por quem fosse destinado a visitá-las.
     

quinta-feira, setembro 16, 2021

Víctor Jara foi brutalmente assassinado há 48 anos...


     
Víctor Lidio Jara Martínez (San Ignacio, 28 de septiembre de 1932 - Santiago, 16 de septiembre de 1973) fue un músico, cantautor, profesor, director de teatro, activista político y militante del Partido Comunista de Chile.
La figura de Víctor Jara es un referente internacional de la canción protesta y de cantautor, y uno de los artistas más emblemáticos del movimiento músico-social llamado «Nueva Canción Chilena». Su ideología comunista se refleja en su obra artística, de la que fue pieza central.
Tras el golpe de Estado que derrocó al gobierno de Salvador Allende el 11 de septiembre de 1973, Jara fue detenido por las fuerzas represivas de la dictadura militar recién establecida. Fue torturado y posteriormente asesinado en el antiguo Estadio Chile, que con el retorno de la democracia fue renombrado «estadio Víctor Jara».

Muerte
El golpe de Estado encabezado por el general Augusto Pinochet contra el presidente Salvador Allende, el 11 de septiembre de ese año, lo sorprende en la Universidad Técnica del Estado. Fue detenido junto a profesores y alumnos. Lo llevaron al Estadio Chile (actualmente estadio Víctor Jara, lugar en el que hay una placa en su honor con su último poema), donde permaneció detenido durante cuatro días. Lo torturaron durante horas (entre otras torturas le realizaron quemaduras con cigarrillo y simulacros de fusilamiento), le cortaron los dedos y la lengua, y finalmente el 16 de septiembre lo acribillaron junto al director de la Empresa de Ferrocarriles del Estado. El cuerpo fue encontrado el día 19 del mismo mes con 44 impactos de bala.
Estando preso escribió su último poema y testimonio «Somos cinco mil», también conocido como «Estadio Chile».
Somos cinco mil
en esta pequeña parte de la ciudad.
Somos cinco mil
¿Cuántos seremos en total
en las ciudades y en todo el país?
Solo aquí
diez mil manos siembran
y hacen andar las fábricas.
¡Cuánta humanidad
con hambre, frío, pánico, dolor,
presión moral, terror y locura!

Víctor Jara, «Somos cinco mil»
  
La tumba de Víctor Jara en el Cementerio General de Santiago
  

 


domingo, setembro 12, 2021

Steve Biko foi assassinado há 44 anos...

     
Stephen Bantu Biko (Ginsberg, 18 de dezembro de 1946 - Pretoria, 12 de setembro de 1977) foi um ativista anti-apartheid da África do Sul na década de 60 e 70.
Líder estudantil, fundou o Movimento da Consciência Negra (Black Consciousness Movement), que capacitava e mobilizava grande parte da população negra urbana. Desde sua morte sob custódia da polícia, ele foi chamado de mártir de um movimento anti-apartheid. Enquanto vivia, os seus escritos e ativismo tentaram capacitar as pessoas negras, e era famoso pelo seu slogan "Black is Beautiful", que o próprio descreveu como: "você está bem como você é, comece a olhar para si mesmo como um ser humano".
Mesmo que Biko nunca tenha sido um membro do Congresso Nacional Africano (ANC), foi incluído no seu panteão dos heróis de luta, indo tão longe como a utilização da sua imagem para cartazes de campanha nas primeiras eleições não-raciais da África do Sul, em 1994. Nelson Mandela disse a respeito de Biko: "Tiveram que matá-lo para prolongar a vida do apartheid".
   
   
  
Biko became a close friend of white liberal activist Donald Woods, who wrote a book about Biko after his death
   
On 18 August 1977, Biko was arrested at a police roadblock under the Terrorism Act No 83 of 1967 and interrogated by officers of the Port Elizabeth security police including Harold Snyman and Gideon Nieuwoudt. This interrogation took place in the Police Room 619 of the Sanlam Building in Port Elizabeth. The interrogation lasted twenty-two hours and included torture and beatings resulting in a coma. He suffered a major head injury while in police custody at the Walmer Police Station, in a suburb of Port Elizabeth, and was chained to a window grille for a day.
On 11 September 1977, police loaded him in the back of a Land Rover, naked and restrained in manacles, and began the 1,100 kilometres (680 mi) drive to Pretoria to take him to a prison with hospital facilities. He was nearly dead owing to the previous injuries. He died shortly after arrival at the Pretoria prison, on 12 September. The police claimed his death was the result of an extended hunger strike, but an autopsy revealed multiple bruises and abrasions and that he ultimately succumbed to a brain hemorrhage from the massive injuries to the head, which many saw as strong evidence that he had been brutally clubbed by his captors. Then Donald Woods, a journalist, editor and close friend of Biko's, along with Helen Zille, later leader of the Democratic Alliance political party, exposed the truth behind Biko's death.
Because of his high profile, news of Biko's death spread quickly, publicizing the repressive nature of the apartheid government. His funeral was attended by over 10,000 people, including numerous ambassadors and other diplomats from the United States and Western Europe. Donald Woods, who photographed his injuries in the morgue as proof of police abuse, was later forced to flee South Africa for England. Woods later campaigned against apartheid and further publicised Biko's life and death, writing many newspaper articles and authoring the book, Biko, which was later turned into the film Cry Freedom. Speaking at a National Party conference following the news of Biko's death then–minister of police, Jimmy Kruger said, "I am not glad and I am not sorry about Mr. Biko. It leaves me cold (Dit laat my koud). I can say nothing to you ... Any person who dies ... I shall also be sorry if I die."
After a 15-day inquest in 1978, a magistrate judge found there was not enough evidence to charge the officers with murder because there were no eyewitnesses. On 2 February 1978, based on the evidence given at the inquest, the attorney general of the Eastern Cape stated he would not prosecute. On 28 July 1979, the attorney for Biko's family announced that the South African government would pay them $78,000 in compensation for Biko's death.
The Truth and Reconciliation Commission, which was created following the end of minority rule and the apartheid system, reported that five former members of the South African security forces who had admitted to killing Biko were applying for amnesty. Their application was rejected in 1999.
On 7 October 2003, the South African justice ministry announced that the five policemen accused of killing Biko would not be prosecuted because the time limit for prosecution had elapsed and because of insufficient evidence.
A year after his death, some of his writings were collected and released under the title I Write What I Like.
   

 


sábado, setembro 11, 2021

A ditadura de Pinochet no Chile começou há 48 anos...

pinochet_junta
(imagem daqui)
      
Em 11 de setembro de 1973, o presidente democraticamente eleito em 1970, Allende, sofreu um golpe de estado e o general Augusto Pinochet assumiu o governo, instaurando uma ditadura que iria perdurar por dezassete anos.
   

quinta-feira, setembro 09, 2021

Mao Tsé-Tung, um dos maiores asssassinos do século XX, morreu há 45 anos

     
Mao Tsé-Tung (Mao Tse-tung pela transliteração Wade-Giles, ou Máo Zédōng, pela pinyin; Shaoshan, 26 de dezembro de 1893 - Pequim, 9 de setembro de 1976) foi um político, teórico, líder comunista e revolucionário chinês. Liderou a Revolução Chinesa e foi o arquiteto e fundador da República Popular da China, governando o país desde a sua criação em 1949 até sua morte em 1976. A sua contribuição teórica para o marxismo-leninismo, estratégias militares, e suas políticas comunistas são conhecidas coletivamente como maoísmo.
Mao chegou ao poder comandando a Longa Marcha, formando uma frente unida com Kuomintang (KMT) durante a Guerra Sino-Japonesa para repelir uma invasão japonesa, e posteriormente conduzindo o Partido Comunista Chinês até à vitória contra o generalíssimo Chiang Kai-shek do KMT na Guerra Civil Chinesa. Mao restabeleceu o controle central sobre os territórios divididos da China, com exceção do Taiwan, e com sucesso suprimiu os opositores da nova ordem. Ele promulgou uma reforma agrária radical, usando a violência e o terror para derrubar latifundiários antes de tomar as suas grandes propriedades e dividir as terras em comunas populares. O triunfo definitivo do Partido Comunista aconteceu depois décadas de turbulência na China, que incluiu uma invasão brutal pelo Japão e uma prolongada guerra civil. O Partido Comunista de Mao finalmente atingiu um grau de estabilidade na China, apesar do reinado de Mao ser marcado pela crise de eventos como o Grande Salto em Frente e a Revolução Cultural, e os seus esforços para fechar China ao comércio de mercado, e erradicar a cultura tradicional chinesa, que tem sido amplamente rejeitado pelos seus sucessores.
   
  
Mao intitulava-se "O Grande Timoneiro" e os seus partidários continuam a sustentar que ele foi responsável por uma série de mudanças positivas que vieram à China durante seu governo de três décadas. Estas incluíram a duplicação da população escolar, proporcionando a habitação universal, abolindo o desemprego e a inflação, aumentando o acesso dos cuidados a saúde, e elevando drasticamente a expectativa de vida. O Partido Comunista, que domina a China continental (e Hong Kong e Macau) detém o controle dos meios de comunicação e da educação e oficialmente celebra o seu legado. Como resultado desses fatores, Mao ainda é tido em alta consideração por muitos chineses como um grande estratega político, mentor militar e "salvador da nação". Os maoístas também divulgam o seu papel como um teórico, estadista, poeta e visionário, e os anti-revisionistas continuam a defender a maioria de suas políticas. Em 1950, ele enviou o Exército de Libertação Popular para o Tibete para impor a reivindicação da China na região do Himalaia; esmagou uma revolta ali em 1959; e em 1962, Mao lançou a Guerra sino-indiana. Na política externa, Mao apoiou "revolução mundial" e, inicialmente, procurou alinhar a China com a União Soviética de Estaline, o envio de forças para a Guerra da Coreia e a Primeira Guerra da Indochina, bem como auxiliando movimentos comunistas na Birmânia, Camboja, e em outros países. A China e União Soviética divergiram após a morte de Estaline, e pouco antes da morte de Mao, a China começou a sua abertura comercial com o Ocidente.
Mao continua sendo uma figura controversa na atualidade, com um legado importante e igualmente controverso e constante. Muitos chineses acreditam também que, através de suas políticas, ele lançou os fundamentos económicos, tecnológicos e culturais da China moderna, transformando o país de uma ultrapassada sociedade agrária em uma grande potência mundial. Além disso, Mao é visto por muitos como um poeta, filósofo e visionário. Como consequência, o seu retrato continua na Praça Tiananmen e em todos as notas Renminbi.
Inversamente, no Ocidente, Mao é acusado de com seus programas sociais e políticos, como o Grande Salto em Frente (ou o Grande Salto) e a Revolução Cultural, causar grave fome e danos à cultura, sociedade e economia da China. Embora Mao tenha incentivado o crescimento populacional e a população chinesa quase tenha duplicado durante o período de sua liderança (de cerca de 550 a mais de 900 milhões), suas políticas e os expurgos políticos do seu governo entre 1949 a 1975provocaram a morte de 50 a 70 milhões de pessoas. A fome severa, durante a Grande Fome Chinesa, o suicídio em massa, como resultado das Campanhas Três-Anti e Cinco-Anti, e a perseguição política durante a Campanha Antidireitista, purgas e sessões de luta, todos resultaram destes programas. As suas campanhas e suas variadas consequências catastróficas foram posteriormente consideradas culpadas por danificar património da cultura chinesa e da sociedade, como as relíquias históricas que foram destruídas e os locais religiosos que foram saqueados. Apesar dos objetivos declarados de Mao de combater a burocracia, incentivar a participação popular e sublinhar na China a auto-confiança serem geralmente vistos como louváveis e a rápida industrialização, que começou durante o reinado de Mao, é reconhecida por estabelecer bases para o desenvolvimento da China no final do século XX, os duros métodos que ele usou para consegui-los, incluindo tortura e execuções, têm sido amplamente criticados como sendo cruéis e auto-destrutivos. Desde que Deng Xiaoping assumiu o poder em 1978, muitas políticas maoístas foram abandonadas em favor de reformas económicas.
Mao é visto como uma das figuras mais influentes na história do mundo moderno, e foi nomeado pela revista Time como uma dos cem personalidades mais influentes do século XX.
    

domingo, janeiro 31, 2021

Guy Fawkes foi executado há 415 anos

  
Guy Fawkes (Iorque, 13 de abril de 1570 - Londres, 31 de janeiro de 1606), também conhecido como Guido Fawkes, foi um soldado inglês católico que teve participação na "Conspiração da pólvora" (Gunpowder Plot) na qual se pretendia assassinar o rei protestante Jaime I da Inglaterra e os membros do Parlamento inglês durante uma sessão em 1605, para assim dar início a um levantamento dos católicos. Guy Fawkes era o responsável por guardar os barris de pólvora que seriam utilizados para explodir o Parlamento durante a sessão.
Porém a conspiração foi detetada e, após ser interrogado sob tortura, Fawkes foi condenado a forca por traição e tentativa de assassinato. Outros participantes da conspiração acabaram tendo o mesmo destino. A sua captura é celebrada até os dias atuais no dia 5 de novembro, na "Noite das Fogueiras" (Bonfire Night).
Guy Fawkes nasceu na cidade de York e converteu-se ao catolicismo aos dezasseis anos. Como soldado, era especialista em explosivos. Por ser simpatizante dos espanhóis, católicos, adotou também a versão espanhola de seu nome francês: Guido.
    
Conspiração da Pólvora
A Conspiração da Pólvora foi um levamento liderado por Robert Catesby, que foi executado, assim como outros católicos insatisfeitos, cujas atividades eram consideradas subversivas pois pretendiam restaurar o poder temporal da Igreja Católica na Inglaterra. Foram, portanto, duramente reprimidas durante o reinado de Jaime I, que era protestante.
Os conspiradores pretendiam explodir o Parlamento utilizando trinta e seis barris de pólvora guardados sob o prédio durante uma sessão na qual estariam presente o rei e todos os parlamentares. Guy Fawkes, como especialista em explosivos, seria responsável pela detonação da pólvora.
Porém os conspiradores notaram que o ato poderia levar à morte de diversos inocentes e defensores da causa católica. Assim, enviaram avisos para que alguns deles mantivessem distância do parlamento no dia do ataque. Para infelicidade dos conspiradores, um dos avisos chegou aos ouvidos do rei, que ordenou uma revista ao Parlamento. Assim acabaram encontrando Guy Fawkes, guardando a pólvora.
Capturado, Fawkes permaneceu resoluto e desafiante durante o seu interrogatório, identificando-se como "John Johnson" e negando-se a fornecer informações aos seus captores. Quando lhe perguntaram o motivo de estar em posse de tanta pólvora, respondeu que a pólvora era "para explodir todos vocês, desgraçados bêbados de scotch de volta para as montanhas sujas de onde vieram". Fawkes admitiu sua intenção de explodir o parlamento e lamentou o seu fracasso. A sua coragem acabou por lhe dar uma certa admiração por parte do rei, que o descreveu como "um homem de resolução romana".
Essa admiração não evitou que o Rei ordenasse a sua tortura "de maneira progressiva e planeada". Para a surpresa do torturador William Waad, Fawkes inicialmente resistiu aos tormentos infligidos e não forneceu informações significativas além de declarar "que rezava todo dia a Deus para o avanço da fé católica e a salvação de sua alma podre".
Após mais de uma semana de tortura, Fawkes cedeu e entregou o nome de oito conspiradores. A sua assinatura de confissão, que era pouco mais de um risco ilegível, é indicio do sofrimento ao qual deve ter sido submetido.
Fawkes e os demais conspiradores foram condenados à morte por decapitação e depois serem estripados e esquartejados. Em um último ato de desafio antes de ser conduzido ao local de execução, Fawkes conseguiu se desenvencilhar dos guardas e pular de uma escada, quebrando o pescoço e evitando assim a tortura. O seu corpo foi esquartejado e exposto publicamente junto com o dos outros conspiradores.
Ainda nos dias de hoje o rei ou rainha vai até o parlamento apenas uma vez ao ano para uma sessão especial, sendo mantida a tradição de se revistar os subterrâneos do prédio, antes da sessão.
Uma tradição sardónica dá a Fawkes o título de ser "o único homem que entrou no parlamento com intenções honestas".
Na Inglaterra até hoje existe a tradição de celebrar no dia 5 de novembro a Noite das Fogueiras. Nesta noite bonecos com a imagem de Fawkes são desfilados na rua, agredidos, despedaçados e por fim queimados.
  
Manifestantes do grupo Anonymous utilizando máscaras de Guy Fawkes do modelo apresentado na série V de Vingança
  
Frequentemente Fawkes é referido com o título irónico de ser "o único homem que entrou no parlamento com intenções honestas". A sua imagem acabou se tornando um símbolo de rebelião e até da anarquia.
A graphic novel V de Vingança, com roteiro de Alan Moore e arte de David Lloyd, possui influências da "Conspiração da Pólvora". Um personagem que utiliza o nome de código V e que utiliza uma máscara inspirada no rosto de Guy Fawkes, tenta promover uma revolução na Inglaterra fictícia (década de 1990) onde é ambientada a graphic novel. A explosão do parlamento inglês também era objetivada, buscando-se concretizar, de certa forma, os planos da conspiração da pólvora.
Outra influência é encontrada em pelo menos dois dos livros da saga Harry Potter: em Harry Potter e a Pedra Filosofal, no primeiro capítulo, a história é explicitamente citada quando dois locutores de televisão, ao anunciarem uma chuva de estrelas observada anormalmente no céu, atribuem a sua origem a uma provável comemoração antecipada da Noite das Fogueiras; e em Harry Potter e a Câmara Secreta, no capitulo doze, uma Fénix é chamada de Fawkes, tentando traçar um paralelo entre o mito da fénix que, após morrer renasce das suas próprias cinzas, e a necessidade do renascimento social, cultural e político em Inglaterra, concretizável caso a revolução fosse adiante.
Na série de manga e Anime "One Piece", existe um personagem cujo nome é Dracule Mihawk, usualmente chamado de "Olhos de falcão". Fica muito claro que este personagem é uma homenagem direta de Eiichiro Oda (o criador da série) a Guy Fawkes, isso pode ser facilmente explicitado observando-se o nome e a fisionomia do personagem criado pelo Mangaka.
No vídeo-jogo Fallout 3, um dos personagens utiliza o nome Fawkes. Quando questionado sobre o porquê da escolha do nome, responde que era o nome de alguém "...que lutou e morreu por aquilo em que acreditava."
    

segunda-feira, dezembro 28, 2020

O Arquipélago de Gulag saiu há 47 anos - e deixou de haver desculpa para se ser cúmplice...

  
Arquipélago de Gulag é provavelmente a mais forte e a certamente a mais influente obra sobre como funcionavam os gulags (campos de concentração e de trabalho forçado na antiga União Soviética) nos tempos de Estaline
  
  
Escrito por Alexander Soljenítsin, o livro de cerca de 600 páginas e é uma narrativa sobre factos que foram presenciados pelo autor, prisioneiro durante onze anos, em Kolima, num dos campos do arquipélago, e por duzentas e trinta e sete pessoas, que confiaram as suas cartas e relatos ao autor.
  
  
Escrito entre 1958 a 1967, a obra foi publicada no ocidente (em Paris) no ano de 1973 (a 28 de dezembro) e circulou clandestinamente na União Soviética, numa versão minúscula, escondida, até à sua publicação oficial, no ano de 1989.
"GULag" é um acrónimo em russo para o termo: "Direção Principal (ou Administração) dos Campos de Trabalho Corretivo" ("Glavnoye Upravleniye Ispravitelno-trudovykh Lagerey"), um nome burocrático para este sistema de campos de concentração.
O título original em russo do livro era "Arkhipelag GULag". A palavra arquipélago relaciona-se ao sistema de campos de trabalho forçado espalhados por toda a União Soviética como uma vasta corrente de ilhas, conhecidas apenas por quem fosse destinado a visitá-las.
   

quarta-feira, setembro 16, 2020

Víctor Jara foi assassinado há 47 anos

   
Víctor Lidio Jara Martínez (28 de septiembre de 1932-16 de septiembre de 1973) fue un músico, cantautor, profesor, director de teatro, activista político y militante del Partido Comunista de Chile.
La figura de Víctor Jara es un referente internacional de la canción protesta y de cantautor, y uno de los artistas más emblemáticos del movimiento músico-social llamado «Nueva Canción Chilena». Su ideología comunista se refleja en su obra artística, de la que fue pieza central.
Tras el golpe de Estado que derrocó al gobierno de Salvador Allende el 11 de septiembre de 1973, Jara fue detenido por las fuerzas represivas de la dictadura militar recién establecida. Fue torturado y posteriormente asesinado en el antiguo Estadio Chile, que con el retorno de la democracia fue renombrado «estadio Víctor Jara».

Muerte
El golpe de Estado encabezado por el general Augusto Pinochet contra el presidente Salvador Allende, el 11 de septiembre de ese año, lo sorprende en la Universidad Técnica del Estado. Fue detenido junto a profesores y alumnos. Lo llevaron al Estadio Chile (actualmente estadio Víctor Jara, lugar en el que hay una placa en su honor con su último poema), donde permaneció detenido durante cuatro días. Lo torturaron durante horas (entre otras torturas le realizaron quemaduras con cigarrillo y simulacros de fusilamiento), le cortaron los dedos y la lengua, y finalmente el 16 de septiembre lo acribillaron junto al director de la Empresa de Ferrocarriles del Estado. El cuerpo fue encontrado el día 19 del mismo mes con 44 impactos de bala.
Estando preso escribió su último poema y testimonio «Somos cinco mil», también conocido como «Estadio Chile».
Somos cinco mil
en esta pequeña parte de la ciudad.
Somos cinco mil
¿Cuántos seremos en total
en las ciudades y en todo el país?
Solo aquí
diez mil manos siembran
y hacen andar las fábricas.
¡Cuánta humanidad
con hambre, frío, pánico, dolor,
presión moral, terror y locura!

Víctor Jara, «Somos cinco mil»
  
La tumba de Víctor Jara en el Cementerio General de Santiago
  
 

sábado, setembro 12, 2020

Steve Biko foi brutalmente assassinado há 43 anos

    
Stephen Bantu Biko (Ginsberg, 18 de dezembro de 1946 - Pretoria, 12 de setembro de 1977) foi um ativista anti-apartheid da África do Sul na década de 60 e 70.
Líder estudantil, fundou o Movimento da Consciência Negra (Black Consciousness Movement), que capacitava e mobilizava grande parte da população negra urbana. Desde sua morte sob custódia da polícia, ele foi chamado de mártir de um movimento anti-apartheid. Enquanto vivia, os seus escritos e ativismo tentaram capacitar as pessoas negras, e era famoso pelo seu slogan "Black is Beautiful", que o próprio descreveu como: "você está bem como você é, comece a olhar para si mesmo como um ser humano".
Mesmo que Biko nunca tenha sido um membro do Congresso Nacional Africano (ANC), foi incluído no seu panteão dos heróis de luta, indo tão longe como a utilização da sua imagem para cartazes de campanha nas primeiras eleições não-raciais da África do Sul, em 1994. Nelson Mandela disse a respeito de Biko: "Tiveram que matá-lo para prolongar a vida do apartheid".
  
 
 

Biko became a close friend of white liberal activist Donald Woods, who wrote a book about Biko after his death
  


On 18 August 1977, Biko was arrested at a police roadblock under the Terrorism Act No 83 of 1967 and interrogated by officers of the Port Elizabeth security police including Harold Snyman and Gideon Nieuwoudt. This interrogation took place in the Police Room 619 of the Sanlam Building in Port Elizabeth. The interrogation lasted twenty-two hours and included torture and beatings resulting in a coma. He suffered a major head injury while in police custody at the Walmer Police Station, in a suburb of Port Elizabeth, and was chained to a window grille for a day.
On 11 September 1977, police loaded him in the back of a Land Rover, naked and restrained in manacles, and began the 1,100 kilometres (680 mi) drive to Pretoria to take him to a prison with hospital facilities. He was nearly dead owing to the previous injuries. He died shortly after arrival at the Pretoria prison, on 12 September. The police claimed his death was the result of an extended hunger strike, but an autopsy revealed multiple bruises and abrasions and that he ultimately succumbed to a brain hemorrhage from the massive injuries to the head, which many saw as strong evidence that he had been brutally clubbed by his captors. Then Donald Woods, a journalist, editor and close friend of Biko's, along with Helen Zille, later leader of the Democratic Alliance political party, exposed the truth behind Biko's death.
Because of his high profile, news of Biko's death spread quickly, publicizing the repressive nature of the apartheid government. His funeral was attended by over 10,000 people, including numerous ambassadors and other diplomats from the United States and Western Europe. Donald Woods, who photographed his injuries in the morgue as proof of police abuse, was later forced to flee South Africa for England. Woods later campaigned against apartheid and further publicised Biko's life and death, writing many newspaper articles and authoring the book, Biko, which was later turned into the film Cry Freedom. Speaking at a National Party conference following the news of Biko's death then–minister of police, Jimmy Kruger said, "I am not glad and I am not sorry about Mr. Biko. It leaves me cold (Dit laat my koud). I can say nothing to you ... Any person who dies ... I shall also be sorry if I die."
After a 15-day inquest in 1978, a magistrate judge found there was not enough evidence to charge the officers with murder because there were no eyewitnesses. On 2 February 1978, based on the evidence given at the inquest, the attorney general of the Eastern Cape stated he would not prosecute. On 28 July 1979, the attorney for Biko's family announced that the South African government would pay them $78,000 in compensation for Biko's death.
The Truth and Reconciliation Commission, which was created following the end of minority rule and the apartheid system, reported that five former members of the South African security forces who had admitted to killing Biko were applying for amnesty. Their application was rejected in 1999.
On 7 October 2003, the South African justice ministry announced that the five policemen accused of killing Biko would not be prosecuted because the time limit for prosecution had elapsed and because of insufficient evidence.
A year after his death, some of his writings were collected and released under the title I Write What I Like.
   

  

quarta-feira, setembro 09, 2020

Mao Tsé-Tung morreu há 44 anos

  
Mao Tsé-Tung (Mao Tse-tung pela transliteração Wade-Giles, ou Máo Zédōng, pela pinyin; Shaoshan, 26 de dezembro de 1893 - Pequim, 9 de setembro de 1976) foi um político, teórico, líder comunista e revolucionário chinês. Liderou a Revolução Chinesa e foi o arquiteto e fundador da República Popular da China, governando o país desde a sua criação em 1949 até sua morte em 1976. A sua contribuição teórica para o marxismo-leninismo, estratégias militares, e suas políticas comunistas são conhecidas coletivamente como maoísmo.
Mao chegou ao poder comandando a Longa Marcha, formando uma frente unida com Kuomintang (KMT) durante a Guerra Sino-Japonesa para repelir uma invasão japonesa, e posteriormente conduzindo o Partido Comunista Chinês até à vitória contra o generalíssimo Chiang Kai-shek do KMT na Guerra Civil Chinesa. Mao restabeleceu o controle central sobre os territórios divididos da China, com exceção do Taiwan, e com sucesso suprimiu os opositores da nova ordem. Ele promulgou uma reforma agrária radical, usando a violência e o terror para derrubar latifundiários antes de tomar as suas grandes propriedades e dividir as terras em comunas populares. O triunfo definitivo do Partido Comunista aconteceu depois décadas de turbulência na China, que incluiu uma invasão brutal pelo Japão e uma prolongada guerra civil. O Partido Comunista de Mao finalmente atingiu um grau de estabilidade na China, apesar do reinado de Mao ser marcado pela crise de eventos como o Grande Salto em Frente e a Revolução Cultural, e os seus esforços para fechar China ao comércio de mercado, e erradicar a cultura tradicional chinesa, que tem sido amplamente rejeitado pelos seus sucessores.
   
  
Mao intitulava-se "O Grande Timoneiro" e os seus partidários continuam a sustentar que ele foi responsável por uma série de mudanças positivas que vieram à China durante seu governo de três décadas. Estas incluíram a duplicação da população escolar, proporcionando a habitação universal, abolindo o desemprego e a inflação, aumentando o acesso dos cuidados a saúde, e elevando drasticamente a expectativa de vida. O Partido Comunista, que domina a China continental (e Hong Kong e Macau) detém o controle dos meios de comunicação e da educação e oficialmente celebra o seu legado. Como resultado desses fatores, Mao ainda é tido em alta consideração por muitos chineses como um grande estratega político, mentor militar e "salvador da nação". Os maoístas também divulgam o seu papel como um teórico, estadista, poeta e visionário, e os anti-revisionistas continuam a defender a maioria de suas políticas. Em 1950, ele enviou o Exército de Libertação Popular para o Tibete para impor a reivindicação da China na região do Himalaia; esmagou uma revolta ali em 1959; e em 1962, Mao lançou a Guerra sino-indiana. Na política externa, Mao apoiou "revolução mundial" e, inicialmente, procurou alinhar a China com a União Soviética de Estaline, o envio de forças para a Guerra da Coreia e a Primeira Guerra da Indochina, bem como auxiliando movimentos comunistas na Birmânia, Camboja, e em outros países. A China e União Soviética divergiram após a morte de Estaline, e pouco antes da morte de Mao, a China começou a sua abertura comercial com o Ocidente.
Mao continua sendo uma figura controversa na atualidade, com um legado importante e igualmente controverso e constante. Muitos chineses acreditam também que, através de suas políticas, ele lançou os fundamentos económicos, tecnológicos e culturais da China moderna, transformando o país de uma ultrapassada sociedade agrária em uma grande potência mundial. Além disso, Mao é visto por muitos como um poeta, filósofo e visionário. Como conseqüência, seu retrato continua a ser caracterizado na Praça Tiananmen e em todos as notas Renminbi.
Inversamente, no Ocidente, Mao é acusado de com seus programas sociais e políticos, como o Grande Salto em Frente (ou o Grande Salto) e a Revolução Cultural, causar grave fome e danos à cultura, sociedade e economia da China. Embora Mao tenha incentivado o crescimento populacional e a população chinesa quase tenha duplicado durante o período de sua liderança (de cerca de 550 a mais de 900 milhões), suas políticas e os expurgos políticos do seu governo entre 1949 a 1975, provocaram a morte de 50 a 70 milhões de pessoas. A fome severa, durante a Grande Fome Chinesa, o suicídio em massa, como resultado das Campanhas Três-Anti e Cinco-Anti, e a perseguição política durante a Campanha Antidireitista, purgas e sessões de luta, todos resultaram destes programas. As suas campanhas e suas variadas consequências catastróficas foram posteriormente consideradas culpadas por danificar património da cultura chinesa e da sociedade, como as relíquias históricas que foram destruídas e os locais religiosos que foram saqueados. Apesar dos objetivos declarados de Mao de combater a burocracia, incentivar a participação popular e sublinhar na China a auto-confiança serem geralmente vistos como louváveis e a rápida industrialização, que começou durante o reinado de Mao, é reconhecida por estabelecer bases para o desenvolvimento da China no final do século XX, os duros métodos que ele usou para consegui-los, incluindo tortura e execuções, têm sido amplamente criticados como sendo cruéis e auto-destrutivos. Desde que Deng Xiaoping assumiu o poder em 1978, muitas políticas maoístas foram abandonadas em favor de reformas económicas.
Mao é visto como uma das figuras mais influentes na história do mundo moderno, e foi nomeado pela revista Time como uma dos cem personalidades mais influentes do século XX.