Mostrar mensagens com a etiqueta astronautas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta astronautas. Mostrar todas as mensagens

sábado, novembro 18, 2023

Alan Shepard (segundo astronauta a viajar no espaço e o quinto a pisar a Lua) nasceu há um século...!

Alan Barlett Shepard, Jr. (Derry, 18 de novembro de 1923 - Monterey, 21 de julho de 1998) foi um astronauta dos Estados Unidos, integrante dos projetos Mercury e Apollo, segundo homem e primeiro norte-americano a ir ao espaço - num voo suborbital em 1961 - e um dos doze homens que pisaram na Lua, onde esteve na missão Apollo XIV, em fevereiro em 1971
     

     
In the Navy
O seu pai era um oficial do exército.
Formado em Ciências pela Academia Naval dos Estados Unidos em Annapolis em 1944 e pela Escola de Piloto de Teste Naval dos Estados Unidos em 1951, Alan Shepard começou a sua carreira naval na Segunda Guerra Mundial, a bordo de um destroyer, no Oceano Pacífico. Logo depois a guerra, ele entrou em treino aéreo de combate no Texas e na Flórida e recebeu as suas asas de aviador em 1947, aos 24 anos de idade, tendo, nessa altura, casado com Louise Brewer. Integrado num esquadrão da caças, serviu em porta-aviões no Mediterrâneo nos anos seguintes. Na década de 1950 serviu como piloto de diversos tipos de aeronaves de combate e de testes em grandes altitudes e fez duas viagens ao sudoeste do Pacífico como líder de esquadrão baseado em porta-aviões.
Ao fim da sua carreira como piloto militar, Shepard havia acumulado uma experiência de mais de 8.000 horas de voo, 3.700 delas em caças a jato de combate.
  
Shepard a bordo da Freedom VII
     
Projeto Mercury
Em 1959, Shepard foi um dos 110 aviadores militares norte-americanos convidados a participar da recém criada agência espacial Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (National Aeronautics and Space Administration - NASA) como voluntários para o programa que pretendia enviar o primeiro homem ao espaço, chamado Projeto Mercury. Após uma série de duros e exaustivos testes físicos e psicológicos, apenas sete daquele total de pilotos foram escolhidos para integrar o programa, entre eles Shepard.
Em janeiro de 1961 ele foi escolhido para o primeiro voo espacial tripulado dos Estados Unidos. Apesar da missão ter sido planeada para se realizar em outubro de 1960, uma série de atrasos, devido a problemas técnicos, adiaram-na para maio de 1961. Com estes atrasos, em 12 de abril de 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano no espaço.
Em 5 de maio de 1961, Shepard pilotou a nave Freedom VII e tornou-se o segundo homem a viajar pelo espaço. Lançado de Cabo Canaveral, no Centro Espacial Kennedy, Flórida, Shepard voou numa trajetória balística que o levou a uma altitude 116 milhas no espaço - cerca de 180 km de altura - num voo suborbital, mas ao contrário do voo orbital automático de Gagarin dias antes, ele teve que assumir o controle manual da cápsula espacial por diversas vezes. O seu voo, o retorno do espaço e a sua recolha no mar por helicópteros da marinha foi visto pela televisão por milhões de pessoas em todo mundo.
Após a missão ele se tornou um herói nacional norte-americano, desfilou em carro aberto no meio de multidões em Nova Iorque, Washington e Los Angeles e foi recebido e condecorado na Casa Branca pelo presidente John F. Kennedy.
     
Projeto Gemini
Em junho de 1963 ele foi designado para comandar o primeiro voo tripulado do projeto Gemini, o programa espacial da NASA que levaria dois homens ao espaço na mesma missão, com Tom Stafford, da nova turma selecionada de astronautas, como seu co-piloto. Mas no começo de 1964 foi-lhe diagnosticada uma doença na parte interna do ouvido, que lhe afetava a audição e o equilíbrio, a Síndrome de Ménière, o que causou sua remoção do status de astronauta do programa espacial por todo o resto da década de 1960, sendo substituído nesse voo pioneiro pelo colega de Projeto Mercury, Virgil Grisson.
   
Alan Shepard hasteia a bandeira dos Estados Unidos em Fra Mauro
     
Projeto Apollo
Em maio de 1969, após seis anos trabalhando em funções técnicas no solo, Shepard foi novamente integrado ao corpo de astronautas após uma cirurgia corretiva - através do desenvolvimento de novos métodos - da Síndrome de Ménière e foi inicialmente escalado para o comando da missão Apollo XIII, mas como sentiu que tinha necessidade de um pouco mais de tempo de treino, ele e seus colegas de tripulação - Edgar Mitchell e Stuart Roosa - fizeram uma troca de missões com a então tripulação da Apollo XIV, James Lovell, Ken Mattingly e Fred Haise. A troca iria permitir-lhe pisar a Lua, já que os integrantes da fatídica Apollo XIII, devido a problemas na nave, jamais tiveram essa oportunidade.
Aos 47 anos, o mais velho astronauta do Programa Apollo, ele fez o seu segundo voo ao espaço, desta vez para a Lua, no comando da missão Apollo XIV, entre 31 de janeiro e 9 de fevereiro de 1971, a terceira bem sucedida missão lunar dos Estados Unidos. Pilotando o módulo lunar Antares, ele realizou a mais precisa alunagem de todo o programa, na primeira missão transmitida pela televisão a cores para todo o mundo.
Na Lua, entrou para a história a sua frase quando, ao se tornar o primeiro jogador de golfe fora da Terra, descreveu a tacada com a bola viajando por "milhas, milhas e milhas", pela superfície de baixa gravidade do satélite.
Após a missão ele voltou a assumir a posição de chefe do escritório de astronautas da NASA por mais três anos e, como oficial da marinha, ainda foi promovido a contra-almirante antes de se retirar da vida militar e da NASA, em agosto de 1974.
   
Depois de sair da NASA
Sempre um homem de negócios experiente, Shepard foi o primeiro astronauta a ser milionário ainda ativo. Após a sua reforma como astronauta, criou a sua própria empresa, a Seven-Fourteen Enterprises (Empresas Sete-Quatorze), em homenagem aos números de suas missões, Freedom 7 e Apollo 14, e por vinte anos serviu em direções e conselhos de diversas empresas de seu país.
Faleceu de leucemia, dois anos após lhe ser diagnosticado a doença, em Pebble Beach, Califórnia, aos 74 anos, em 21 de julho de 1998. A sua esposa de 53 anos da casamento, Louise Brewer Shepard, morreu cinco semanas depois. Ambos foram cremados e as suas cinzas atiradas juntas ao mar. O mais competitivo, frio e determinado do brilhante grupo de pilotos de teste que compôs o primeiro grupo de astronautas do programa espacial norte-americano, no dia de sua morte disse dele o Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton: "Alan Shepard foi um dos grandes heróis de nossa era".
     
Condecorações
Entre as diversas honrarias que recebeu em vida, Shepard é um dos 28 homens e mulheres a terem recebido até hoje a Medalha de Honra Espacial do Congresso, a maior condecoração concedida pelo governo dos Estados Unidos a astronautas que tenham realizado algum feito extraordinário para a nação ou para a Humanidade, no desempenho de alguma missão espacial.
    

quinta-feira, novembro 09, 2023

A Apollo IV foi lançada há 56 anos...

    
A Apollo IV foi um voo teste não tripulado, realizado a 9 de novembro de 1967, em missão para o Projeto Apollo da NASA (agência espacial dos EUA).
A nave Apollo 4 foi o primeiro lançamento do foguete Saturno V, para teste orbital do foguete e sistemas de voo da cápsula.
A contagem regressiva de 104 horas começou em 30 de outubro e, após atrasos, o lançamento ocorreu em 9 de novembro de 1967. Lançado com sucesso do Cabo Canaveral, o voo teve duração de 8 horas e 37 minutos e a nave foi recuperada sem problemas.
A nave Apollo IV (Apollo-Saturn 501) foi reprojetada após o acidente ocorrido com a Apollo I, que vitimou os astronautas Virgil "Gus" Ivan Grissom, Edward Higgins White II e Roger Bruce Chaffee, em janeiro de 1967, e recebeu esse nome em homenagem a eles.
Nenhuma missão recebeu os nomes de Apollo II e Apollo III.
     

     

sexta-feira, outubro 27, 2023

Quando a astronáutica e a espeleogia se cruzam...

Astronautas simulam ambiente lunar na Gruta do Natal nos Açores

 Sete astronautas, de diferentes nacionalidades, vão estar isolados no local durante sete dias.

 

Gruta do Natal, nos Açores
Gruta do Natal, nos Açores

 

A Gruta do Natal, na ilha Terceira, Açores, composta por túneis de lava, vai ser palco de um treino de sete astronautas, que durante sete dias vão lá estar isolados a simular o ambiente lunar, foi revelado esta quinta-feira.

"O que vai acontecer é uma simulação lunar. Ou seja, é um treino espacial. Vamos passar sete dias, seis noites nesta gruta vulcânica a simular um ambiente lunar", explicou à agência Lusa Ana Pires, investigadora do INESC TEC - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência e comandante da missão.

Trata-se da primeira missão análoga lunar, que vai decorrer de 22 a 28 de novembro, integrando uma equipa de sete pessoas, de diferentes nacionalidades.

O projeto é promovido pela Associação 'Os Montanheiros', que gere a Gruta, e pelo INESC TEC e será oficialmente apresentado em 8 de novembro, nas instalações do Laboratório de Robótica e Sistemas Autónomos do instituto.

"É um orgulho enorme para a região oferecermos este local de experiência para termos finalmente em Portugal, nos Açores, e em concreto na ilha Terceira, um sítio para a comunidade nacional e internacional desenvolver missões análogas lunares", destacou Ana Pires.

A investigadora adiantou que se trata da "primeira missão análoga lunar em Portugal", explicando que a Gruta do Natal, que está aberta ao público, "oferece todas as condições e segurança" para o treino e a expectativa é que, em 2024, a Gruta do Natal seja um novo local para missões análogas.

"E, ao fazermos estes treinos, ao estarmos num ambiente confinado, conseguimos testar tecnologias, fazer ciência, realizar imensas experiências, mas também testarmos os nossos próprios limites como humanos", explicou à Lusa.

Esta é a primeira missão do projeto CAMões -- Caving Analog Mission for Ocean, Earth and Space Exploration -- que "irá permitir tornar os Açores "num 'test bed' para astronautas de todo o mundo", realçou ainda a coordenadora da missão.

"A gruta é um tubo de lava fantástico que oferece todas as condições de segurança e logística. E, em termos geológicos e científicos, vai ser fantástico viver durante sete dias lá dentro", vincou.

Segundo a investigadora, "os astronautas de diversas agências espaciais como a ESA e a NASA têm procurado este tipo de estruturas e cenários para realizar os seus treinos de geologia planetária, isto porque existem similaridades com os tubos de lava existentes em Marte e na Lua".

A tripulação desta primeira missão é composta por uma equipa de sete pessoas, de cinco países e que falam oito idiomas.

Serão realizados estudos em vários setores, treinos, testes de tecnologias, recolhas de dados, entre outras atividades científicas.

Do lado de fora, uma equipa de especialistas em espeleologia, vulcanismo, microbiologia, geoquímica e medicina espacial atuará como 'mission control'.

Em permanência estará uma equipa médica multidisciplinar, voluntária no projeto.

Ana Pires revelou também que esta primeira missão será "comandada por duas mulheres".

"Das sete pessoas na gruta, três são mulheres", precisou a investigadora, revelando que o projeto tem "uma forte componente pedagógica" pois levará esta missão "às escolas do continente, Açores e Estados Unidos", através de videoconferência, "a partir da gruta".

Citado num comunicado enviado à agência Lusa, João Claro, CEO do INESC TEC, frisa que "este será um marco no posicionamento de Portugal nesta área", considerando que se trata de uma iniciativa de "grande envergadura que demonstra o potencial do país, não só em termos de recursos naturais e geológicos, com altos níveis de fidelidade, mas também ao nível da capacidade das instituições e dos nossos investigadores"

 

in CM - ler notícia

terça-feira, setembro 12, 2023

O triste caso do geólogo que foi à Lua e era alérgico à mesma...

O único cientista a andar na Lua, afinal… era alérgico a ela

 

 

 

O único cientista a caminhar na Lua, afinal era alérgico a ela. A descoberta aconteceu na última missão tripulada à Lua - Apollo XVII - antes do fim do programa Apollo, em dezembro de 1972.

Harrison H. Schmitt andou na Lua e descobriu que era alérgico à poeira lunar ao regressar ao módulo de aterragem, ainda na superfície lunar.

Segundo o IFLScience, enquanto esteve na superfície, Schimitt passou o tempo a recolher amostras de rochas à volta do vale Taurus-Littrow, perto do Mar da Serenidade.

Quando tirou o fato na segurança do módulo de aterragem, o geólogo entrou em contacto com poeira lunar, que tinha sido distribuída pela cabine.

“A primeira vez que senti o cheiro da poeira tive uma reação alérgica, o interior do meu nariz ficou inchado, podia ouvir-se na minha voz”, disse Schmitt no festival espacial Starmus em 2019, segundo o Telegraph.

“Mas […] gradualmente isso desapareceu para mim e na quarta vez que inalei poeira lunar não notei isso”.

Schmitt contou que não foi a única pessoa a sofrer uma reação alérgica à poeira lunar. Um cirurgião de voo teve de parar o trabalho, enquanto retirava fatos do módulo de comando, devido à força da reação que teve.

O cientista disse que o problema tinha implicações para futuras missões.

“Para alguns indivíduos, temos de descobrir se vão ter uma reação, se vão ser expostos cronicamente a poeira lunar”, disse.

“A minha sugestão é que nunca os deixemos expostos à poeira lunar e há muitas soluções de engenharia, desde que voei, para manter a poeira fora da cabine, para a manter fora do fato. Vai ser sobretudo um problema de engenharia“.

De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), todos os outros astronautas sofreram, em certa medida, de “febre do feno lunar“.

Geralmente, os sintomas experimentados eram espirros ligeiros e congestão nasal que desapareciam rapidamente, embora por vezes pudessem demorar alguns dias.

Estão em curso esforços para resolver o problema, possivelmente agravado por um fenómeno improvável: a estática.

Na Terra, as partículas são suavizadas pela erosão do vento e da água, explicou a ESA, ao passo que na Lua – sem estas condições para as corroer – a poeira permanece afiada e pontiaguda.

Como a Lua não tem a nossa atmosfera para a proteger da radiação, o solo fica carregado estaticamente, enviando por vezes estas partículas pontiagudas para o ar e tornando-as mais suscetíveis de cobrir equipamento e entrar nos pulmões das pessoas.

“O tamanho das partículas de poeira lunar é particularmente preocupante e uma das questões que terá de ser abordada à medida que enviarmos mais astronautas de volta à Lua”.

As partículas, 50 vezes mais pequenas do que um cabelo humano, podem permanecer durante meses nos pulmões”, afirmou Kim Prisk, fisiologista pulmonar envolvida em voos espaciais tripulados.

“Quanto mais tempo a partícula permanecer, maior é a probabilidade de efeitos tóxicos”.

Mas se para uns a poeira lunar pode ser a causa de uma alergia, para outros - nomeadamente o nosso planeta -, as nuvens de poeira lunar podem salvá-lo das alterações climáticas.

Um grupo de cientistas norte-americanos propôs um plano pouco ortodoxo para combater o aquecimento global: criar grandes nuvens de poeira lunar no Espaço para refletir a luz solar e arrefecer a Terra.

A proposta, que envolve o lançamento de cerca de 10 milhões de toneladas de poeira lunar no Espaço a cada ano, é engenhosa de certa forma – e se funcionar como anunciado do ponto de vista técnico, pode dar ao mundo algum tempo vital para controlar as emissões de carbono.

 

in ZAP

segunda-feira, julho 24, 2023

Poesia para recordar o regresso da Apollo XI...

  

 

Satélite

 

Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A lua baça
Paira.

Muito cosmograficamente
Satélite.

Desmetaforizada,
Desmitificada,

Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e enamorados,
Mas tão somente
Satélite.

Ah! Lua deste fim de tarde,
Desmissionária de atribuições românticas;
Sem show para as disponibilidades sentimentais!

Fatigado de mais-valia,
gosto de ti, assim:
Coisa em si,
-Satélite.

 

Manuel Bandeira

sexta-feira, julho 21, 2023

Saudades de ver astronautas a passear no nosso satélite natural...

  
At 02:39 UTC on Monday July 21, 1969, Armstrong opened the hatch, and at 02:51 UTC began his descent to the lunar surface. The Remote Control Unit controls on his chest kept him from seeing his feet. Climbing down the nine-rung ladder, Armstrong pulled a D-ring to deploy the Modular Equipment Stowage Assembly (MESA) folded against Eagle's side and activate the TV camera, and at 02:56:15 UTC he set his left foot on the surface. The first landing used slow-scan television incompatible with commercial TV, so it was displayed on a special monitor and a conventional TV camera viewed this monitor, significantly reducing the quality of the picture. The signal was received at Goldstone in the United States but with better fidelity by Honeysuckle Creek Tracking Station in Australia. Minutes later the feed was switched to the more sensitive Parkes radio telescope in Australia. Despite some technical and weather difficulties, ghostly black and white images of the first lunar EVA were received and broadcast to at least 600 million people on Earth. Although copies of this video in broadcast format were saved and are widely available, recordings of the original slow scan source transmission from the lunar surface were accidentally destroyed during routine magnetic tape re-use at NASA.
After describing the surface dust as "very fine-grained" and "almost like a powder," Armstrong stepped off Eagle's footpad and uttered his famous line, "That's one small step for [a] man, one giant leap for mankind" six and a half hours after landing. Aldrin joined him, describing the view as "Magnificent desolation."
 
  

Alan Shepard (segundo astronauta a viajar no espaço e o quinto a pisar a Lua) morreu há 25 anos...

Alan Barlett Shepard, Jr. (Derry, 18 de novembro de 1923 - Monterey, 21 de julho de 1998) foi um astronauta dos Estados Unidos, integrante dos projetos Mercury e Apollo, segundo homem e primeiro norte-americano a ir ao espaço - num voo suborbital em 1961 - e um dos doze homens que pisaram na Lua, onde esteve na missão Apollo XIV, em fevereiro em 1971
     

     
In the Navy
O seu pai era um oficial do exército.
Formado em Ciências pela Academia Naval dos Estados Unidos em Annapolis em 1944 e pela Escola de Piloto de Teste Naval dos Estados Unidos em 1951, Alan Shepard começou a sua carreira naval na Segunda Guerra Mundial, a bordo de um destroyer, no Oceano Pacífico. Logo depois a guerra, ele entrou em treino aéreo de combate no Texas e na Flórida e recebeu as suas asas de aviador em 1947, aos 24 anos de idade, tendo, nessa altura, casado com Louise Brewer. Integrado num esquadrão da caças, serviu em porta-aviões no Mediterrâneo nos anos seguintes. Na década de 1950 serviu como piloto de diversos tipos de aeronaves de combate e de testes em grandes altitudes e fez duas viagens ao sudoeste do Pacífico como líder de esquadrão baseado em porta-aviões.
Ao fim da sua carreira como piloto militar, Shepard havia acumulado uma experiência de mais de 8.000 horas de voo, 3.700 delas em caças a jato de combate.
  
Shepard a bordo da Freedom VII
     
Projeto Mercury
Em 1959, Shepard foi um dos 110 aviadores militares norte-americanos convidados a participar da recém criada agência espacial Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (National Aeronautics and Space Administration - NASA) como voluntários para o programa que pretendia enviar o primeiro homem ao espaço, chamado Projeto Mercury. Após uma série de duros e exaustivos testes físicos e psicológicos, apenas sete daquele total de pilotos foram escolhidos para integrar o programa, entre eles Shepard.
Em janeiro de 1961 ele foi escolhido para o primeiro voo espacial tripulado dos Estados Unidos. Apesar da missão ter sido planeada para se realizar em outubro de 1960, uma série de atrasos, devido a problemas técnicos, adiaram-na para maio de 1961. Com estes atrasos, em 12 de abril de 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano no espaço.
Em 5 de maio de 1961, Shepard pilotou a nave Freedom VII e tornou-se o segundo homem a viajar pelo espaço. Lançado de Cabo Canaveral, no Centro Espacial Kennedy, Flórida, Shepard voou numa trajetória balística que o levou a uma altitude 116 milhas no espaço - cerca de 180 km de altura - num voo suborbital, mas ao contrário do voo orbital automático de Gagarin dias antes, ele teve que assumir o controle manual da cápsula espacial por diversas vezes. O seu voo, o retorno do espaço e a sua recolha no mar por helicópteros da marinha foi visto pela televisão por milhões de pessoas em todo mundo.
Após a missão ele se tornou um herói nacional norte-americano, desfilou em carro aberto no meio de multidões em Nova Iorque, Washington e Los Angeles e foi recebido e condecorado na Casa Branca pelo presidente John F. Kennedy.
     
Projeto Gemini
Em junho de 1963 ele foi designado para comandar o primeiro voo tripulado do projeto Gemini, o programa espacial da NASA que levaria dois homens ao espaço na mesma missão, com Tom Stafford, da nova turma selecionada de astronautas, como seu co-piloto. Mas no começo de 1964 foi-lhe diagnosticada uma doença na parte interna do ouvido, que lhe afetava a audição e o equilíbrio, a Síndrome de Ménière, o que causou sua remoção do status de astronauta do programa espacial por todo o resto da década de 1960, sendo substituído nesse voo pioneiro pelo colega de Projeto Mercury, Virgil Grisson.
    
Alan Shepard hasteia a bandeira dos Estados Unidos em Fra Mauro
     
Projeto Apollo
Em maio de 1969, após seis anos trabalhando em funções técnicas no solo, Shepard foi novamente integrado ao corpo de astronautas após uma cirurgia corretiva - através do desenvolvimento de novos métodos - da Síndrome de Ménière e foi inicialmente escalado para o comando da missão Apollo XIII, mas como sentiu que tinha necessidade de um pouco mais de tempo de treino, ele e seus colegas de tripulação - Edgar Mitchell e Stuart Roosa - fizeram uma troca de missões com a então tripulação da Apollo XIV, James Lovell, Ken Mattingly e Fred Haise. A troca iria permitir-lhe pisar a Lua, já que os integrantes da fatídica Apollo XIII, devido a problemas na nave, jamais tiveram essa oportunidade.
Aos 47 anos, o mais velho astronauta do Programa Apollo, ele fez o seu segundo voo ao espaço, desta vez para a Lua, no comando da missão Apollo XIV, entre 31 de janeiro e 9 de fevereiro de 1971, a terceira bem sucedida missão lunar dos Estados Unidos. Pilotando o módulo lunar Antares, ele realizou a mais precisa alunagem de todo o programa, na primeira missão transmitida pela televisão a cores para todo o mundo.
Na Lua, entrou para a história a sua frase quando, ao se tornar o primeiro jogador de golfe fora da Terra, descreveu a tacada com a bola viajando por "milhas, milhas e milhas", pela superfície de baixa gravidade do satélite.
Após a missão ele voltou a assumir a posição de chefe do escritório de astronautas da NASA por mais três anos e, como oficial da marinha, ainda foi promovido a contra-almirante antes de se retirar da vida militar e da NASA, em agosto de 1974.
   
Depois de sair da NASA
Sempre um homem de negócios experiente, Shepard foi o primeiro astronauta a ser milionário ainda ativo. Após a sua reforma como astronauta, criou a sua própria empresa, a Seven-Fourteen Enterprises (Empresas Sete-Quatorze), em homenagem aos números de suas missões, Freedom 7 e Apollo 14, e por vinte anos serviu em direções e conselhos de diversas empresas de seu país.
Faleceu de leucemia, dois anos após lhe ser diagnosticado a doença, em Pebble Beach, Califórnia, aos 74 anos, em 21 de julho de 1998. A sua esposa de 53 anos da casamento, Louise Brewer Shepard, morreu cinco semanas depois. Ambos foram cremados e as suas cinzas atiradas juntas ao mar. O mais competitivo, frio e determinado do brilhante grupo de pilotos de teste que compôs o primeiro grupo de astronautas do programa espacial norte-americano, no dia de sua morte disse dele o Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton: "Alan Shepard foi um dos grandes heróis de nossa era".
     
Condecorações
Entre as diversas honrarias que recebeu em vida, Shepard é um dos 28 homens e mulheres a terem recebido até hoje a Medalha de Honra Espacial do Congresso, a maior condecoração concedida pelo governo dos Estados Unidos a astronautas que tenham realizado algum feito extraordinário para a nação ou para a Humanidade, no desempenho de alguma missão espacial.
    

O último voo de um vaivém espacial foi há doze anos...



Informações da missão
Vaivém espacial Atlantis
Número de tripulantes 4
Lançamento 8 de julho de 2011
15:29 UTC
Plataforma 39A
CEK
Aterragem 21 de julho de 2011
11:06 UTC
Pista 33
CEK
Órbitas 200
Duração 12 dias, 18 horas, 27 minutos e 56 segundos
Altitude orbital 350 km
Inclinação orbital 51.6 graus
Imagem da tripulação
Da esq. p/ dir: Chris Ferguson, Doug Hurley, Rex Walheim and Sandy Magnus
Da esquerda para a direita:
Chris Ferguson, Doug Hurley, Rex Walheim e Sandy Magnus

 

STS-135 foi a última missão da NASA realizada por um vaivém espacial. O Atlantis transportou o Módulo de Logística Multifuncional Rafaello. O lançamento ocorreu no dia 8 de julho de 2011.

Esta foi a missão ULF7 de construção da ISS e o derradeiro voo da frota de orbitadores da NASA.

  

in Wikipédia

 

    
O vaivém espacial Atlantis (OV-104), foi o quarto deste tipo a ser construído pela NASA. Recebeu o nome de Atlantis em honra do primeiro navio de pesquisa oceanográfica dos Estados Unidos, com o mesmo nome.
Beneficiando-se da experiência adquirida com a construção dos seus antecessores, o Atlantis tinha um peso inferior em cerca de 3 toneladas, e teve um tempo de construção reduzido a metade em relação ao primeiro veículo operacional, o já desaparecido Columbia. Algumas peças adicionais, não usadas na sua construção, foram mais tarde utilizadas no Endeavour.
O primeiro voo do Atlantis realizou-se a 3 de outubro de 1985, na missão STS-51-J. Lançou várias sondas, e participou na construção da ISS

Retirada
O Atlantis foi inicialmente considerado o primeiro vaivém espacial para sair de serviço, no encerramento da missão STS-132. A missão de novembro de 2010 (Endeavour) estava prevista para ser a retirada oficial do vaivém espacial. A última missão da Atlantis foi realizada em 8 de julho de 2011. Era apenas uma missão de stand-by que seria usada para caso de necessidade de resgate do Endeavour, que, na época, estava previsto para fazer a missão final da frota. Com a decisão de tornar o voo de resgate numa missão oficial, a nave foi recolocada em serviço. A partir desta data o grupo de vaivéns espaciais será substituído pelos novos veículos de exploração da NASA: Orion e Ares.
Atualmente encontra-se em exposição no Kennedy Space Center Visitor Complex, na Flórida

 

quinta-feira, julho 20, 2023

Poesia para celebrar um grande feito...

  

 

Lua inacessível

................1

E aí os astronautas:
finalmente
os anjos
que há milénios
quisemos ser.


................2

Lua inacessível

Sem mortos
e imensa mortalha.

Reserva, móvel
do nada.


................3

Chuva de crateras,
planaltos de poeira
chão
que nem vermes
produz.


................4

Meteorito infeliz.

Coisa pedregosa

rápida
que caiu

e não acerta,
não aleija
nada.


................5

Poesia - branco
escafandro
meu
sobre a Terra.



................6

Pardas cinzas
sem células,
sem escamas,
sem vestígios
carnívoros.

Cinzas
sem morte dentro,
mortas por fora.



................7

Resta-nos confiar em Vénus.



................8

Tão alto, tão longe
chegados
e não encontram Deus:
apenas falam
com o seu planeta.



................9

Radícula, sangue
que em segredo existisse:
ser a tua
cápsula sofredora.



................10

Maravilhoso corpo nu
o da Terra.

Curvos continentes
estendidos ao Sol,
nuvens, tempestades
que fogem
................e de tão longe
oceanos, minúsculas
montanhas reconhecíveis,
Himalaias proscritos.

Os próprios seres
invisíveis
se adivinham
aqui em nossa casa.



in A Raiz Afectuosa (1972) - António Osório

domingo, julho 16, 2023

A Apollo XI partiu para a glória há 54 anos...

 
A Apollo XI foi a quinta missão tripulada do Programa Apollo e a primeira a realizar uma alunagem, no dia 20 de julho de 1969. Tripulada pelos astronautas Neil Armstrong, Edwin 'Buzz' Aldrin e Michael Collins, a missão cumpriu a meta proposta pelo Presidente John F. Kennedy, em 25 de maio de 1961, quando, perante o Congresso dos Estados Unidos, afirmou:
   
Eu acredito que esta nação deve comprometer-se em alcançar a meta, antes do final desta década, de pousar um homem na Lua e trazê-lo de volta à Terra em segurança"
    
Composta pelo módulo de comando Columbia, o módulo lunar Eagle e o módulo de serviço, a Apollo XI, com os seus três tripulantes a bordo, foi lançada de Cabo Canaveral, na Flórida, às 13.32 horas UTC de 16 de julho, na ponta de um foguetão Saturno V, sob o olhar de centenas de milhares de espetadores que enchiam estradas, praias e campos em redor do Centro Espacial Kennedy e de milhões de espetadores pela televisão, em todo o mundo, para a histórica missão de oito dias de duração, que culminou com as duas horas de caminhada de Armstrong e Aldrin na Lua.
     

sexta-feira, junho 30, 2023

Os cosmonautas da missão Soyuz 11 morreram há cinquenta e dois anos...

   
Soyuz 11
(russo: Союз 11, União 11) foi a segunda tentativa e a primeira visita bem sucedida à primeira estação espacial do mundo, a Salyut 1. A missão, entretanto, terminou em tragédia com a morte dos três tripulantes, por asfixia, após a reentrada na atmosfera terrestre.

Tripulação

Parâmetros da missão
  
Missão e tragédia
Eles acoplaram na Salyut 1 com sucesso em 7 de junho e mantiveram-se a bordo durante 22 dias, marcando recordes de permanência no espaço que se manteriam até à missão americana Skylab 2 em maio-junho de 1973.
Em 30 de junho de 1971, após uma reentrada normal da cápsula na atmosfera, a equipe de resgate abriu a cápsula e encontrou o grupo morto. Rapidamente se tornou aparente que eles sofreram de asfixia e isto foi relacionado a uma válvula que foi sendo aberta conforme o módulo de descida se separava do módulo de serviço. Os dois eram fixados por parafusos explosivos projetados para dispararem sequencialmente, porém de facto eles dispararam simultaneamente, enquanto a nave sobrevoava a França. A válvula, com menos de 1 mm de diâmetro, tinha a função de igualar a pressão dentro da cápsula nos momentos finais antes da aterragem, porém neste caso ela permitiu que o ar dos cosmonautas escapasse para o espaço. Localizado atrás dos bancos dos cosmonautas, foi provado ser impossível localizar e bloquear o buraco antes que o ar da cápsula fosse perdido.
O filme, posteriormente desclassificado, mostrou os grupos de suporte tentando realizar RCP nos cosmonautas. Apesar de existir a possibilidade de isto ser apenas para publicidade, é possível que eles tivessem tentado salvar os cosmonautas, na esperança de que o acidente da descompressão tivesse ocorrido num intervalo de tempo que permitisse que algum deles fosse salvo. Acredita-se que eles não estivessem respirando há pelo menos quinze minutos antes da aterragem e que eles já estivessem mortos quando a nave tocou o solo.
Os cosmonautas receberam um funeral de estado, e foram enterrados nos muros do Kremlin, na Praça Vermelha, em Moscovo. O astronauta norte-americano Tom Stafford ajudou a carregar o caixão.
A nave espacial Soyuz foi extensivamente redesenhada após este incidente para transportar apenas dois cosmonautas. O espaço extra significava que o grupo poderia vestir trajes espaciais durante o lançamento e a aterragem.
  

quarta-feira, maio 03, 2023

O astronauta Wally Schirra morreu há dezasseis anos

   
Walter 'Wally' Marty Schirra Jr. (Nova Jérsei, 12 de março de 1923 - La Jolla, 3 de maio de 2007) foi um astronauta norte-americano integrante do grupo dos sete astronautas pioneiros do Projeto Mercury, o primeiro programa de exploração espacial humana feito pelos Estados Unidos. Foi o único americano a participar dos três programas destinados a levar o homem ao espaço e à Lua (projetos Mercury, Gemini e Apollo) e passou 295 horas em órbita.
Piloto militar de caça, Schirra lutou na Guerra da Coreia como líder de esquadrão e participou de mais de noventa missões, entre 51 e 52. Após a guerra, tornou-se piloto de testes, até ser escolhido pela NASA para o grupo inicial de astronautas da agência espacial.
Em 3 de outubro de 1962, ‘Wally’ Schirra foi ao espaço pela primeira vez, na nave Sigma 7, numa missão de seis órbitas em volta de Terra durante nove horas e treze minutos. Em dezembro de 1965 realizou o seu segundo voo, na Gemini VI, ao lado de Thomas Stafford, para um encontro em órbita com a Gemini VII, no que se tornou o primeiro encontro de duas naves especiais em órbita terrestre.
A sua última missão aconteceu em outubro de 1968, como comandante da Apollo 7, o primeiro voo tripulado do Programa Apollo após o incêndio da Apollo 1, quase dois anos antes no complexo de lançamento na Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, ficando no espaço onze dias em companhia dos astronautas Donn Eisele e Walter Cunningham, um voo de testes, em órbita da Terra, da nova cápsula espacial que iria à Lua nas missões posteriores.
Em maio de 2007, aos 84 anos de idade, Walter Schirra morreu de enfarte num hospital militar em La Jolla, na Califórnia, após enfrentar uma doença coronária durante algumas semanas.
     

segunda-feira, abril 17, 2023

A tripulação da Apollo XIII conseguiu voltar (viva...) à Terra há 53 anos

  
Launched: 11 April 1970 UT 19:13:00 (02:13:00 p.m. EST)

Malfunction forced cancellation of lunar landing

Returned to Earth: 17 April 1970 UT 18:07:41 (01:07:41 p.m. EST)

James A. Lovell, commander
John L. Swigert, Jr., command module pilot
Fred W. Haise, Jr., lunar module pilot

  

quarta-feira, abril 12, 2023

O primeiro voo de um vaivém espacial foi há 42 anos

STS-1 was the first orbital flight of the Space Shuttle, launched on 12 April 1981, and returning to Earth 14 April. Space Shuttle Columbia orbited the earth 37 times in this 54.5-hour mission. It was the first US manned orbital space flight since the Apollo-Soyuz Test Project on 15 July 1975. STS-1 was one of the few manned maiden test flights of a new spacecraft system, although it was the culmination of atmospheric testing for the Space Shuttle program.

quinta-feira, março 23, 2023

A estação espacial Mir foi destruída há vinte e dois anos


Mir (em russo: Мир; significa simultaneamente paz, mundo e universo) foi uma estação espacial soviética (e, mais tarde, russa). A Mir foi a primeira estação espacial modular e foi montada em órbita entre 1986 e 1996, tinha uma massa maior do que a de qualquer estação espacial anterior. Até 21 de março de 2001 foi o maior satélite em órbita, sucedida pela Estação Espacial Internacional (EEI) depois que a sua órbita declinou. A estação serviu como um laboratório de pesquisa de microgravidade em que as equipas realizaram experiências sobre biologia, biologia humana, física, astronomia, meteorologia e sistemas da naves espaciais, com o objetivo de desenvolver tecnologias necessárias para a ocupação humana permanente do espaço.

A Mir foi a primeira estação de pesquisa continuamente habitada em órbita e estabeleceu o recorde da mais longa presença humana contínua no espaço, com 3.644 dias. O recorde foi rompido em 23 de outubro de 2010, quando foi superado pela Estação Espacial Internacional. Ela detém ainda o recorde de mais longo voo espacial humano único, quando Valeri Polyakov passou 437 dias e 18 horas na estação entre 1994 e 1995. A estação espacial foi ocupada por um total de doze anos para além de sua vida útil original, de quinze anos, tendo a capacidade de suportar uma tripulação residente de três pessoas, ou de tripulações maiores para missões espaciais de curta duração.

Após o sucesso do programa Salyut, a Mir representou a fase seguinte do programa de estação espacial da União Soviética. O primeiro módulo da estação, conhecido como o módulo de núcleo, foi lançado em 1986 e foi seguido por seis módulos adicionais. Os foguetes Proton foram usados ​​para lançar todos os seus componentes, exceto para o módulo de ancoragem, que foi instalado por um vai-vem espacial da missão STS-74 em 1995. Quando concluída, a estação era composta por sete módulos pressurizados e vários componentes sem pressão. A energia era fornecida por vários painéis fotovoltaicos conectados diretamente aos módulos. A estação era mantida em uma órbita entre 296 km e 421 km de altitude e viajava a uma velocidade média de 27.700 quilómetros por hora, completando 15,7 órbitas por dia.

A estação foi lançada como parte do programa de voos espaciais tripulados soviético para manter um posto avançado de pesquisa de longo prazo no espaço, e, após o colapso da União Soviética, passou a ser operada pela nova Agência Espacial Federal Russa (RKA). Como resultado, a grande maioria da tripulação da estação era formada por russos; no entanto, através de colaborações internacionais, como os programas Intercosmos, Euromir e Shuttle-Mir, a estação foi disponibilizada para os astronautas de países da América do Norte, Europa e Japão. O custo do programa Mir foi estimado em 2001, pelo ex-diretor da RKA, Yuri Koptev, como algo em torno de 4,2 mil milhões de dólares ao longo de sua existência (incluindo desenvolvimento, montagem e operação orbital).
  
 

 
A deórbita da Mir foi uma reentrada atmosférica da estação espacial Russa Mir realizada no dia 23 de março de 2001. Os componentes principais tinham entre 5 e 15 anos de idade, incluindo o Módulo Principal da Mir, Kvant-1, Kvant-2, Kristall, Spektr, Priroda e o Módulo de Acoplagem da Mir. Apesar da Rússia ter estado otimista quanto ao futuro da estação, o seu compromisso com o projeto da Estação Espacial Internacional não deixou financiamento para a Mir.

A deórbita foi realizada em três fases. A primeira foi esperar que o arrasto atmosférico fizesse com que a órbita decaísse para uma média de 220 quilómetros. Isso começou com a acoplagem da Progress M1-5. A segunda fase foi transferir a estação para uma órbita de 165 x 220 quilómetros. Isso foi realizado com duas ignições dos motores de controle da Progress M1-5 as 00:32 UTC e 02:01 UTC do dia 23 de março de 2001. Após uma pausa de duas órbitas, a terceira e final fase da queda da Mir começou com a ignição dos motores da Progress e do motor principal às 05:08 UTC, durando pouco mais de 22 minutos. A reentrada numa altitude de 100 quilómetros ocorreu as 05.44 horas, próximo de Nadi, Fiji