In the Navy
O seu pai era um oficial do exército.
Formado em
Ciências pela
Academia Naval dos Estados Unidos em
Annapolis em
1944 e pela
Escola de Piloto de Teste Naval dos Estados Unidos em
1951, Alan Shepard começou a sua carreira naval na
Segunda Guerra Mundial, a bordo de um
destroyer, no
Oceano Pacífico. Logo depois a guerra, ele entrou em treino aéreo de combate no
Texas e na
Flórida e recebeu as suas asas de aviador em
1947, aos 24 anos de idade, tendo, nessa altura, casado com Louise Brewer. Integrado num esquadrão da caças, serviu em
porta-aviões no
Mediterrâneo nos anos seguintes. Na
década de 1950 serviu como piloto de diversos tipos de aeronaves de combate e de testes em grandes altitudes e fez duas viagens ao
sudoeste do Pacífico como líder de esquadrão baseado em porta-aviões.
Ao fim da sua carreira como piloto militar, Shepard havia acumulado uma
experiência de mais de 8.000 horas de voo, 3.700 delas em caças a jato
de combate.
Shepard a bordo da Freedom VII
Projeto Mercury
Em
1959, Shepard foi um dos 110 aviadores militares norte-americanos convidados a participar da recém criada agência espacial
Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (National Aeronautics and Space Administration - NASA) como voluntários para o programa que pretendia enviar o primeiro homem ao espaço, chamado
Projeto Mercury.
Após uma série de duros e exaustivos testes físicos e psicológicos,
apenas sete daquele total de pilotos foram escolhidos para integrar o
programa, entre eles Shepard.
Em janeiro de
1961
ele foi escolhido para o primeiro voo espacial tripulado dos Estados
Unidos. Apesar da missão ter sido planeada para se realizar em outubro
de
1960, uma série de atrasos, devido a problemas técnicos, adiaram-na para maio de 1961. Com estes atrasos, em
12 de abril de 1961, o
cosmonauta soviético Yuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano no espaço.
Em
5 de maio de
1961, Shepard pilotou a nave
Freedom VII e tornou-se o segundo homem a viajar pelo espaço. Lançado de
Cabo Canaveral, no
Centro Espacial Kennedy,
Flórida,
Shepard voou numa trajetória balística que o levou a uma altitude 116
milhas no espaço - cerca de 180 km de altura - num voo suborbital, mas
ao contrário do voo orbital automático de Gagarin dias antes, ele teve
que assumir o controle manual da cápsula espacial por diversas vezes. O
seu voo, o retorno do espaço e a sua recolha no mar por
helicópteros da marinha foi visto pela
televisão por milhões de pessoas em todo mundo.
Após a missão ele se tornou um herói nacional norte-americano, desfilou em carro aberto no meio de multidões em
Nova Iorque,
Washington e
Los Angeles e foi recebido e condecorado na
Casa Branca pelo presidente
John F. Kennedy.
Projeto Gemini
Em junho de 1963 ele foi designado para comandar o primeiro voo tripulado do projeto
Gemini, o programa espacial da NASA que levaria dois homens ao espaço na mesma missão, com
Tom Stafford, da nova turma selecionada de astronautas, como seu co-piloto. Mas no começo de
1964 foi-lhe diagnosticada uma doença na parte interna do
ouvido, que lhe afetava a
audição e o
equilíbrio, a
Síndrome de Ménière, o que causou sua remoção do
status de astronauta do programa espacial por todo o resto da
década de 1960, sendo substituído nesse voo pioneiro pelo colega de Projeto Mercury,
Virgil Grisson.
Alan Shepard hasteia a bandeira dos Estados Unidos em Fra Mauro
Projeto Apollo
Em maio de 1969, após seis anos trabalhando em funções técnicas no
solo, Shepard foi novamente integrado ao corpo de astronautas após uma
cirurgia
corretiva - através do desenvolvimento de novos métodos - da Síndrome
de Ménière e foi inicialmente escalado para o comando da missão
Apollo XIII, mas como sentiu que tinha necessidade de um pouco mais de tempo de treino, ele e seus colegas de tripulação -
Edgar Mitchell e
Stuart Roosa - fizeram uma troca de missões com a então tripulação da
Apollo XIV,
James Lovell,
Ken Mattingly e
Fred Haise. A troca iria permitir-lhe pisar a
Lua, já que os integrantes da fatídica Apollo XIII, devido a problemas na nave, jamais tiveram essa oportunidade.
Aos 47 anos, o mais velho astronauta do Programa Apollo, ele fez o seu
segundo voo ao espaço, desta vez para a Lua, no comando da missão
Apollo XIV, entre
31 de janeiro e
9 de fevereiro de
1971, a terceira bem sucedida missão lunar dos Estados Unidos. Pilotando o
módulo lunar Antares, ele realizou a mais precisa
alunagem de todo o programa, na primeira missão transmitida pela televisão a cores para todo o mundo.
Na Lua, entrou para a história a sua frase quando, ao se tornar o primeiro jogador de
golfe fora da
Terra, descreveu a tacada com a bola viajando por "milhas, milhas e milhas", pela
superfície de baixa
gravidade do
satélite.
Após a missão ele voltou a assumir a posição de chefe do escritório de
astronautas da NASA por mais três anos e, como oficial da marinha,
ainda foi promovido a
contra-almirante antes de se retirar da vida militar e da NASA, em agosto de
1974.
Depois de sair da NASA
Sempre um homem de negócios experiente, Shepard foi o primeiro
astronauta a ser milionário ainda ativo. Após a sua reforma como
astronauta, criou a sua própria empresa, a Seven-Fourteen Enterprises
(Empresas Sete-Quatorze), em homenagem aos números de suas missões,
Freedom 7 e Apollo 14, e por vinte anos serviu em direções e conselhos
de diversas empresas de seu país.
Faleceu de
leucemia, dois anos após lhe ser diagnosticado a doença, em
Pebble Beach,
Califórnia,
aos 74 anos, em 21 de julho de 1998. A sua esposa de 53 anos da
casamento, Louise Brewer Shepard, morreu cinco semanas depois. Ambos
foram cremados e as suas cinzas atiradas juntas ao mar. O mais competitivo,
frio e determinado do brilhante grupo de pilotos de teste que compôs o
primeiro grupo de astronautas do programa espacial norte-americano, no
dia de sua morte disse dele o
Presidente dos Estados Unidos,
Bill Clinton: "Alan Shepard foi um dos grandes heróis de nossa
era".
Condecorações
Entre as diversas honrarias que recebeu em vida, Shepard é um dos 28 homens e mulheres a terem recebido até hoje a
Medalha de Honra Espacial do Congresso,
a maior condecoração concedida pelo governo dos Estados Unidos a
astronautas que tenham realizado algum feito extraordinário para a
nação ou para a
Humanidade, no desempenho de alguma missão espacial.