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terça-feira, janeiro 10, 2023

O neologismo vandalismo foi cunhado há 229 anos

Monumento ao Coronel Pedro Osório, Pelotas, Brasil

  

Busto de Germânico - uma cruz foi talhada na testa da estátua e o nariz foi arrancado
  
Vandalismo é o comportamento atribuído originalmente aos vândalos, pelos romanos, em relação a destruição cruel ou deterioração de qualquer coisa bela ou venerável.
  
O nome deriva do povo vândalo, um dos povos bárbaros que invadiu e atacou, no seu final, o Império Romano. O termo "vandalismo" como sinónimo de espírito de destruição foi cunhado no final do século XVIII, em 10 de janeiro de 1794, por Henri Grégoire, bispo constitucional de Blois; ele cunhou o termo e tornou-o comum através de uma série de relatórios para a Convenção, denunciando a destruição de artefactos culturais como monumentos, pinturas e livros que estavam sendo destruídos como símbolo de um ódio ao passado e presente de exploração desde o "feudalismo", durante o Reino do Terror. Em seu livro Memoirs, ele escreveu: "Inventei a palavra para abolir o ato".
   

quarta-feira, novembro 16, 2022

A Revolução Francesa afogou barbaramente noventa sacerdotes católicos há 229 anos

 Pintura de Joseph Aubert, 1882, mostrando as Noyades de Nantes

    

Noyades (em português: afogamentos) foi a forma de execução coletiva que Jean-Baptiste Carrier aplicou na cidade francesa de Nantes, em 1793, por ele descrita como "execução vertical do degredo", durante a fase do Terror na Revolução Francesa, e que consistia em fazer afundar, num barco, no rio Loire, dezenas de pessoas.

No dizer de Otto Flake, Nantes fora "entregue ao furor de Carrier, sanguinário patológico, egresso diretamente dos romances de Sade".
 


Contexto

Vivia a Revolução uma fase de afirmação de qual das correntes predominaria sobre as demais. Em abril daquele ano o Clube dos Jacobinos, sob a direção de Maximilien de Robespierre, principiou a tomada do poder, sob uma filosofia em que este seria transferido ao povo (os próprios jacobinos), e com a derrota dos girondinos, a 3 de junho.

Várias das cidades comandadas por simpatizantes da Gironda se rebelaram, forçando a Convenção a enviar seus representantes para submetê-las. Para Lião seguiram Fouché e Collot d'Herbois; para Nantes seguiu Carrier.

Ali, na Vendeia, havia os realistas tentado um golpe fracassado contra Nantes. Cerca de oitenta mil homens tentaram romper o cerco em direção à fronteira, mas foram impedidos em Le Mans e completamente batidos em Savenay. Determinou então a Convenção que a Vendeia fosse assediada, enviando para lá dezasseis acampamentos fortificados, tendo por pontos de apoio as chamadas Colunas Infernais - uma dúzia de colunas volantes - que avançaram destruindo a ferro e fogo os seus adversários.

Nantes havia de pagar pela insubordinação, e Carrier foi o encarregado disto. 

  

Afogamentos

A repressão fazia-se com execuções à guilhotina mas, para Carrier, esta era muito demorada. Enquanto em Lião Fouché criou o metralhamento em massa, em Nantes Carrier decidiu embarcar de uma vez noventa sacerdotes e, estando a embarcação a meio do rio, era a mesma posta a pique.
 

  

 
Le canonnier Wailly, de faction sur le ponton La Samaritaine, dans la nuit du 16 au , laisse l’unique témoignage sur cette première noyade :

« Environ minuit et demi, huit particuliers de moi inconnus se sont approchés du bord dudit pontons montés sur un canot ; je les ai hélés, et, au mot de qui vive ! il m’a été répondu : Commandant, nous allons à bord. En effet, ils se sont approchés et m’ont demandé la liberté de passer avec un gabareau, qu’ils me dirent être chargé de 90 brigands, que j’ai su depuis être 90 prêtres. Je leur ai répondu que la consigne qui m’était donnée était de ne laisser passer aucun bâtiment, que l’on ne m’apparaisse d’ordre supérieur. Sur ma réponse, l’un de ces individus, nommé Fouquet, me menaça de me couper en morceaux, parce que, ajouta-t-il, lui et sa troupe étaient autorisés à passer partout sans qu’on pût les arrêter. Je leur demandai à voir leurs pouvoirs, ils obéirent et me présentèrent un ordre conçu à peu près en ces termes, et signé Carrier, représentant du peuple : « Permis aux citoyens Fouquet et Lamberty de passer partout ou besoin sera avec un gabareau chargé de brigands, sans que personne puisse les interrompre ni troubler dans ce transport. » Muni de l’ordre du représentant Carrier que Fouquet et Lamberty venaient de me présenter, je ne crus pas devoir insister davantage ; en conséquence, les particuliers montant le canot et le gabareau contenant les individus passèrent sous la batterie du ponton où j’étais en faction, et un quart d’heure après j’entendis les plus grands cris partir du côté des bateaux qui venaient de se séparer de moi, et à la faveur du silence de la nuit, j’entendis parfaitement que les cris de ceux que j’avais entendus auparavant étaient ceux des individus renfermés dans le gabareau, que l’on faisait périr de la façon la plus féroce. Je réveillai mes camarades du poste, lesquels, étant sur le pont, ont entendu les mêmes cris, jusqu’à l’instant où tout fut englouti. »

Environ 90 prêtres périssent victimes de la première noyade. On compte cependant trois survivants qui sont recueillis par des matelots de L’Imposant qui leur donnent de l’eau-de-vie pour les réchauffer. Informé, le Comité révolutionnaire ordonne au capitaine Lafloury, commandant du navire, de faire transférer les trois prêtres dans une galiote hollandaise le , selon Fourier, directeur de l’hospice révolutionnaire « Ces prêtres furent repris et noyés le lendemain, le fait m’a été certifié par Foucault, qui était présent à la noyade ». Julien Landeau, curé de Saint-Lyphard parvient à s'échapper et regagne sa paroisse où il vit en clandestinité jusqu'en 1795. Il est l'unique survivant de la première des noyades de Nantes. Le , Carrier rend compte à la Convention nationale de l’opération en termes voilés :

« Un événement d’un genre nouveau semble avoir voulu diminuer le nombre des prêtres ; 90 de ceux que nous désignons sous le nom de réfractaires, étaient renfermés dans un bateau sur la Loire. J’apprends à l’instant, et la nouvelle en est très-sûre, qu’ils ont tous péri dans la rivière. »

 

in Wikipédia

quarta-feira, novembro 09, 2022

O coup d'état do 18 de Brumário do ano VIII foi há 223 anos

O general Bonaparte no Conselho dos Quinhentos, por Bouchot
      
O Golpe de Estado de 18 de Brumário (pelo calendário revolucionário francês, a 9 de novembro de 1799 no nosso calendário gregoriano) iniciou a ditadura napoleónica na França. Os admiradores de Napoleão criaram um jornal em Paris que divulgava a imagem de um general patriota, invencível e adorado pelos seus soldados. Nacionalismo, glórias militares, ideal de igualdade: ideias que fascinavam os franceses.
Em plena crise generalizada, os promotores do golpe derrubaram o Diretório e criaram o Consulado, estabelecendo um novo governo na França, assumindo o jovem general Napoleão Bonaparte o cargo de primeiro-cônsul.
O golpe foi acolhido com entusiasmo pela burguesia, que aspirava à paz, à ordem interna e à normalização das atividades. Os conspiradores do golpe não temiam o general Bonaparte, escolhido para liderar o movimento, pois acreditavam que acabariam por reduzir a sua importância.
A burguesia e os políticos astutos do Diretório perceberam que o general Bonaparte era o homem certo para consolidar o novo regime. Propuseram-lhe que utilizasse a força do exército para assumir o governo. Assim foi feito. Numa ação eficaz, apesar de tumultuada, Napoleão fechou a Assembleia do Diretório. Foi o golpe que ocorreu no dia 18 do mês de Brumário do ano IV, que no calendário gregoriano em uso na atualidade é 9 de novembro de 1799. Durante essa época, a burguesia consolidaria seu poder económico.
O Golpe do 18 de Brumário marcou o início do Consulado, quando a burguesia, como meio de terminar a revolução que já durava dez anos (de 1789 a 1799), concentrou o poder na mão de três cônsules: Napoleão Bonaparte, Roger Ducos e Emmanuel Joseph Sieyès.
        
           

quinta-feira, novembro 03, 2022

Olympe de Gouges, percursora da defesa dos direitos das mulheres, foi guilhotinada há 229 anos

   
Marie Gouze, dite Marie-Olympe de Gouges, née à Montauban le 7 mai 1748 et morte guillotinée à Paris le 3 novembre 1793, est une femme de lettres française, devenue femme politique et polémiste. Elle est considérée comme une des pionnières du féminisme.
Auteure de la Déclaration des droits de la femme et de la citoyenne, elle a laissé de nombreux écrits en faveur des droits civils et politiques des femmes et de l’abolition de l’esclavage des Noirs.
Elle est devenue emblématique des mouvements pour la libération des femmes, pour l’humanisme en général, et l’importance du rôle qu’elle a joué dans l’histoire des idées a été considérablement estimé et pris en compte dans les milieux universitaires.
  
(...)
  
La fin
En 1793, elle s’en était vivement prise à ceux qu’elle tenait pour responsables des atrocités des 2 et 3 septembre 1792: «le sang, même des coupables, versé avec cruauté et profusion, souille éternellement les Révolutions». Elle désignait particulièrement Marat, l’un des signataires de la circulaire du 3 septembre 1792, proposant d’étendre les massacres de prisonniers dans toute la France. Soupçonnant Robespierre d’aspirer à la dictature, elle l’interpella dans plusieurs écrits, ce qui lui valut une dénonciation de Bourdon de l'Oise au club des Jacobins.
Dans ses écrits du printemps 1793, elle dénonça la montée en puissance de la dictature montagnarde, partageant l’analyse de Vergniaud sur les dangers de dictature qui se profilait, avec la mise en place d’un Comité de salut public, le 6 avril 1793, qui s’arrogeait le pouvoir d’envoyer les députés en prison. Après la mise en accusation du parti girondin tout entier à la Convention, le 2 juin 1793, elle adressa au président de la Convention une lettre où elle s’indignait de cette mesure attentatoire aux principes démocratiques (9 juin 1793), mais ce courrier fut censuré en cours de lecture. S’étant mise en contravention avec la loi de mars 1793 sur la répression des écrits remettant en cause le principe républicain – elle avait composé une affiche à caractère fédéraliste ou girondin sous le titre de Les Trois urnes ou le Salut de la patrie, par un voyageur aérien –, elle fut arrêtée par les Montagnards et déférée le 6 août 1793 devant le tribunal révolutionnaire qui l’inculpa.
Malade des suites d’une blessure infectée à la prison de l’abbaye de Saint-Germain-des-Prés, réclamant des soins, elle fut envoyée à l’infirmerie de la Petite-Force, rue Pavée dans le Marais, et partagea la cellule d’une condamnée à mort en sursis, Mme de Kolly, qui se prétendait enceinte. En octobre suivant, elle mit ses bijoux en gage au Mont-de-Piété et obtint son transfert dans la maison de santé de Marie-Catherine Mahay, sorte de prison pour riches où le régime était plus libéral et où elle eut, semble-t-il, une liaison avec un des prisonniers. Désirant se justifier des accusations pesant contre elle, elle réclama sa mise en jugement dans deux affiches qu’elle avait réussi à faire sortir clandestinement de prison et à faire imprimer. Ces affiches – «Olympe de Gouges au Tribunal révolutionnaire» et «Une patriote persécutée», son dernier texte – furent largement diffusées et remarquées par les inspecteurs de police en civil qui les signalent dans leurs rapports.
Traduite au Tribunal au matin du 2 novembre, soit quarante-huit heures après l’exécution de ses amis Girondins, elle fut interrogée sommairement. Privée d’avocat elle se défendit avec adresse et intelligence. Condamnée à la peine de mort pour avoir tenté de rétablir un gouvernement autre que « un et indivisible », elle se déclara enceinte. Les médecins consultés se montrèrent dans l’incapacité de se prononcer, mais Fouquier-Tinville décida qu’il n’y avait pas grossesse. Le jugement était exécutoire, et la condamnée profita des quelques instants qui lui restaient pour écrire une ultime lettre à son fils, laquelle fut interceptée. D’après un inspecteur de police en civil, le citoyen Prévost, présent à l’exécution, et d’après le Journal de Perlet ainsi que d’autres témoignages, elle monta sur l’échafaud avec courage et dignité, contrairement à ce qu’en disent au XIXe siècle l’auteur des mémoires apocryphes de Sanson et quelques historiens dont Jules Michelet. Elle s'écriera, avant que la lame ne tombe : «Enfants de la Patrie vous vengerez ma mort». Elle avait alors 45 ans.
Son fils, l’adjudant général Aubry de Gouges, par crainte d’être inquiété, la renia publiquement dans une «profession de foi civique». Le procureur de la Commune de Paris, Pierre-Gaspard Chaumette, applaudissant à l’exécution de plusieurs femmes et fustigeant leur mémoire, évoque cette «virago, la femme-homme, l’impudente Olympe de Gouges qui la première institua des sociétés de femmes, abandonna les soins de son ménage, voulut politiquer et commit des crimes [...] Tous ces êtres immoraux ont été anéantis sous le fer vengeur des lois. Et vous voudriez les imiter? Non! Vous sentirez que vous ne serez vraiment intéressantes et dignes d’estime que lorsque vous serez ce que la nature a voulu que vous fussiez. Nous voulons que les femmes soient respectées, c’est pourquoi nous les forcerons à se respecter elles-mêmes».
   
Olympe de Gouges à l’échafaud
 

segunda-feira, setembro 05, 2022

O Período do Terror, na revolução francesa, começou há 229 anos

      
Na Revolução Francesa, o Período do Terror, ou O Terror, ou Período dos Jacobinos, foi um período compreendido entre 5 de setembro de 1793 (queda dos girondinos) e 27 de julho de 1794 (prisão de Maximilien de Robespierre, ex-líder dos Jacobinos que foi um precursor da ideia de um Terrorismo de Estado nos séculos posteriores). Entre junho de 1793 e julho de 1794, pelo menos, 16.594 pessoas foram executadas durante o Reinado de Terror na França, sendo 2.639 mortes só em Paris. Apesar disso, há um consenso de que o número é muito maior, com cerca de 10 mil mortes que ocorreram sem julgamentos ou em prisões.
O que inicialmente era uma perseguição velada aos girondinos tornou-se uma perseguição geral a todos os "inimigos" da Revolução, inclusive alguns elementos jacobinos ou que sempre haviam apoiado a mesma, como Danton. O Comité de Salvação Pública era o órgão que conduzia a política do terror; a sua figura de maior destaque foi Robespierre. Após a instituição da Convenção, o governo, precisando do apoio das massas populares (os sans-culottes) promulgou diversas leis de assistência e garantia dos direitos humanos estabelecidos pela revolução (liberdade, igualdade, fraternidade). Houve certa resistência contra essas leis, que se somava à pressão externa contra a França.
O Terror terminou com o golpe de Termidor (27/28 de julho de 1794), que desalojou Robespierre do cargo de presidente do Comité de Salvação Pública e, no dia seguinte, Robespierre e Saint-Just e mais de uma centena de jacobinos foram executados na guilhotina. 

Antecedentes
Símbolo do poder régio, da ostentação cortesã e da opulência nobiliástica, a França foi, até ao século XVIII, um dos expoentes mais visíveis do Antigo Regime. Porém, a 4 de julho de 1789, tudo isso iria mudar. Guiados pelos ideais liberais e iluministas, centenas de burgueses e populares, à mistura de diversos elementos do exército que desertaram fizeram uma Revolução. Esta Revolução, hoje conhecida como Revolução Francesa, ou Revolução de 1789, foi decisiva para a implantação de ideais hoje considerados banais como a Liberdade, a Igualdade, a Divisão de Poderes, a Fraternidade ou a ideia de Nação. Porém, a Revolução Francesa trouxe também uma onda de sangue imensa. Milhares de pessoas foram guilhotinadas, inclusive o rei Luís XVI, a sua esposa Maria Antonieta e o famoso químico Lavoisier
  
Girondinos e Jacobinos
Cedo se mostraram as diferenças entre as várias correntes dos Revolucionários. Na Assembleia Nacional, destacavam-se duas correntes primordiais:
  • Os Girondinos, republicanos moderados, principalmente da alta burguesia e nobres liberais, sentavam-se à direita na Assembleia Legislativa. Tinham por objetivos instituir medidas que controlassem a agitação popular e devolvessem a estabilidade política e social à França;
  • Os Jacobinos, formado por membros da pequena burguesia, sentavam-se à esquerda na Assembleia Legislativa e defendiam o ideal de uma sociedade igualitária. Porém, foi durante o período que estiveram à frente da Revolução que aconteceu a maioria das execuções. Entre eles destacavam-se Marat, Robespierre e Danton.
   

sexta-feira, setembro 02, 2022

A revolução francesa mostrou o que era e ao que vinha há 230 anos...


Os Massacres de setembro de 1792 designam uma série de execuções sumárias e em massa que se desenrolaram de 2 de setembro até 7 de setembro de 1792 em Paris.

É um dos episódios sombrios da Revolução Francesa. Os historiadores não estão de acordo quanto às motivações que levaram o povo a cometer esses atos criminosos contra prisioneiros encarcerados na sequência dos "acontecimentos de 10 de agosto de 1792". Esses eventos determinaram o fim da monarquia e culminaram com a prisão do Rei Luís XVI. A matança foi perpetrada não apenas em Paris, mas igualmente em outras cidades do país, como Orléans, Meaux e Reims, sem no entanto alcançarem a mesma amplitude da capital. 

 

Contexto

A França está em guerra contra a Áustria desde 20 de abril de 1792.

Os exércitos prussianos investem contra Longwy, em 23 de agosto, e Verdun, cercada, está perto de sofrer a mesma sorte. Espalha-se, então, por uma dezena de líderes revolucionários, entre eles Antoine Joseph Santerre e seu cunhado Étienne-Jean Panis, um sentimento de pânico: no Manifesto de Brunswick de 25 de julho - cuja autenticidade foi depois contestada -, o duque de Brunswick teria empregado expressões pouco corretas: por falta de responsabilização e de um retorno à ordem real, os exércitos prussianos entregariam Paris à execução militar e a uma subversão total.

O rumor propaga-se. Alguns querem transferir as instituições da República para a província e evacuar a capital. Danton opõe-se energicamente a esta solução. Começa a aparecer a ideia de um "inimigo interno". Um novo rumor, habilmente difundido, diz que os contra-revolucionários, presos durante os eventos de 10 de agosto, arquitetam um complot, que são cúmplices e, portanto, culpados pelas ameaças proferidas por Brunswick. Os líderes da Revolução sugerem que seja exigido pelo "povo", uma justiça rápida a fim de pôr termo a esse complot

 

Desenvolvimento

Os massacres começam pelo de um comboio de padres refratários prisioneiros que cruzam com um grupo de soldados recém-alistados. Os massacres continuam com a degola de vinte e três padres refratários na Prisão da Abadia por Federados marselheses e bretões. Um grupo dirige-se em seguida para a Prisão do Convento Carmelita, onde estão presos cento e cinquenta padres não-juramentados. À chegada dos assassinos, correm a se ajoelhar na capela onde são mortos com golpes de lança, de machado e bastões. Em seguida, o grupo volta à Abadia, ainda lotada de prisioneiros, e nela instala um tribunal. São assim que são julgadas e executadas mais de trezentas pessoas. Stanislas-Marie Maillard, executor de ordens do Comité de Vigilância, condena todos os que se apresentam diante dele à prisão na "Force". A porta abre-se e, assim que os condenados atravessam o limiar, caem sob golpes de lança e baioneta. O massacre dura toda a noite.

No mesmo dia, quatro padres são massacrados dentro da Igreja de São Luís e São Paulo (atual Igreja de São Paulo no Marais), uma antiga igreja de jesuítas.

O massacre espalha-se em seguida durante cinco dias pelas prisões vizinhas: a Conciergerie, a Prisão do Grand-Châtelet, a Prisão de la Force, o Hôpital de la Salpêtrière, a Bicêtre e a Prisão des Carmes.

Os massacres não param aí.

Marat deseja que seus tribunais populares sanguinários estendam-se por toda a França. Faz então sair dos prelos uma circular, datada de 3 de setembro, que justifica os abusos, fomenta a cólera e provoca ainda inúmeros julgamentos sumários:

A Comuna de Paris apressa-se a informar a seus irmãos de todos os departamentos que uma parte dos ferozes conspiradores detidos nas prisões foi levada à morte pelo Povo; atos de justiça que lhe pareceram indispensáveis, para reter pelo terror as legiões de traidores escondidos dentro de seus muros, no momento em que iam marchar contra o inimigo; e a nação inteira, após a longa sequência de traições que a conduziram até a beira do abismo, se apressará a adotar este meio tão necessário de salvação pública, e todos os Franceses gritarão como os Parisienses: Nós marchamos contra o inimigo; mas nós não deixaremos atrás de nós estes bandidos, para degolar os nossos filhos e mulheres.

Acontecem execuções, por exemplo, em Orléans, Meaux ou Reims mas a situação nas Províncias permanecerá muito moderada se comparada com os abusos que ensanguentam a Capital. Os Massacres de Setembro em Paris e nos departamentos fizeram um total de 1.400 mortos.

Os assassinos não eram bandidos mas sim, geralmente, pequenos comerciantes ou artesãos. Se os contra-revolucionários foram as primeiras vítimas, foram maioritariamente prisioneiros do direito comum os que foram mortos. Em 4 de setembro, no hospício-prisão da Salpétrière, os assassinos violaram e mataram prostitutas, loucas e até órfãs, ainda crianças.

O papel do governo revolucionário nestes assassinatos permanece muito obscuro: se os motins não foram totalmente espontâneos, hesita-se quanto à responsabilidade total da Comuna que os teria encorajado ou mesmo organizado. Para muitas testemunhas, como o cidadão Jean-Jacques Arthur, esta carnificina é uma conceção de doze a quinze indivíduos apenas e não de "todos os cidadãos que compõem a Comuna".

Foi a "Comissão dos Doze" que foi encarregada pela Convenção de apurar sobre os massacres. Mas, contrariamente ao que foi algumas vezes mencionado, não foi Georges Jacques Danton que foi posto em questão pelos Girondinos - nomeadamente Kersaint e Vergniaud - mas sim os quatro administradores da polícia, os cidadãos Etienne-Jean Panis, Sergent, Pierre Jacques Duplain, principais instigadores da operação, e Didier Jourdeuil. Por volta de 15 de agosto, juntaram-se a Marat, que chegava da Inglaterra e que era antiga relação de Duplain, e a outros cúmplices, indivíduos de quem a História não guardou registo e que tinham os nomes de Cally, Lenfant, Duffort, Mamin, Rotondo etc. Um dentre eles, Michel Chemin Deforgues, de origem aristocrática e que Bertrand Barère de Vieuzac iria instalar no Ministério de Assuntos Exteriores em 1793, negou ter participado da matança e fez carreira medíocre na diplomacia.

A polícia ou o braço armado da Comuna de Paris - ela própria responsável por encorajar ou pelo menos acobertar as operações - era pois dirigida, após a noite de 9 para 10 de agosto, por este grupo formado ao redor de Duplain e Panis, cujos objetivos foram assim resumidos pelo cidadão Arthur: "O que querem não é uma monarquia constitucional, mas sim uma monarquia a seu jeito e vantagem. Não mais casta privilegiada! era bem tempo que o povo tivesse sua vez, e, por povo, é a eles próprios a que se referem". Eles aproveitam-se da instabilidade política de seis semanas que se segue aos acontecimentos de 10 de agosto para dominar a Assembleia Legislativa. Segue-se uma série de medidas de exceção (nomeadamente um grande número de prisões arbitrárias) e uma luta pelo poder que torna a França, então em estado de guerra civil, praticamente ingovernável. As últimas sessões da Assembleia Legislativa foram marcadas por uma luta feroz entre o poder municipal insurreto e a assembleia eleita que mal e mal se mantinha. A Convenção teve também, na sequência, que sustentar os espancamentos da Comuna que, graças aos canhões do General Hanriot, pesou fortemente sobre suas decisões após Maio de 1793.

 

Danton e os Massacres de setembro

A Comuna de 10 de agosto fez proceder a numerosas prisões (arbitrárias) por todas as Secções de Paris, mas não ousou ainda julgar com a chamada de testemunhas, como, aliás, será muito pouco feito durante o Terror; os processos sensíveis são feitos a portas fechadas (Brissot, Hérbert, Danton), depois sem debates (após a lei de 22 de Pradial) e as prestações de contas manuscritas desses processos - que serviram para os autos do Tribunal Revolucionário - foram muito controladas até setembro de 1793.

Os líderes da Comuna tinham um interesse evidente em deixar agir os assassinos que fariam desaparecer nessa massa um certo número de antigos empregadores, transformados agora em testemunhas inconvenientes. Muitos de entre esses líderes (e aqui é muitas vezes citado o nome de Danton) haviam recebido fundos da Lista Civil (da Corte), o que aparece claramente durante o processo contra Luís XVI. As primeiras testemunhas dessas prevaricações foram a Princesa de Lamballe - cujo nome havia sido publicamente citado durante o caso do "Comité Austríaco" - o Duque de Brissac, Arnaud de Laporte, Louis Collenot d’Angremont e outros menos conhecidos. Essas considerações podem também explicar o silêncio de Danton às acusações de que foi vítima. Ele foi incriminado, aparentemente, por causa das palavras proferidas por ele durante o dia 2 de setembro de 1792 e que ficaram gravadas em todas as memórias: Audácia, ainda audácia, sempre audácia. No entanto, estas palavras não podem ser interpretadas como um incentivo aos massacres que se seguiram. Preocupado com seu futuro político, não se defendeu exageradamente do papel que alguns lhe imputavam porque desejava conservar uma influência relativa sobre os membros da Comuna (que não durou senão alguns meses). Foi inclusive graças a essa influência que os Girondinos lhe confiaram o Ministério da Justiça.

 

Princesa de Lamballe

Várias centenas de servidores das Tulherias e Guardas Suíços morreram assassinados durante os Massacres de setembro. A Rainha Maria Antonieta foi muito afetada por essas mortes mas chorou  principalmente a sua amiga, a Princesa de Lamballe, por quem chegou a vestir luto. A Princesa de Lamballe, levemente politizada, entrou para a História como vítima emblemática destes massacres.

 

Jean-Paul Marat

Após a tomada da Bastilha, Jean-Paul Marat asseguravam para quem quisesse ouvir que a política mais eficaz para romper com o passado consistia em fazer cair algumas centenas de cabeças. O seu jornal, que noticiava com antecedência os massacres dos quais foi co-autor, era um dos mais virulentos da capital. Marat possuía um grande prestígio nos meios menos educados após a prisão do Rei em Varennes. Ele contava assim no "L'Ami du Peuple" ("O Amigo do Povo", em português), o seu jornal, que "o episódio dos massacres de setembro surgiu de uma estratégia popular insurrecional, comum a todos os movimentos extremistas e principalmente quando estes se sentem ameaçados, que visava colocar os mais moderados frente ao facto consumado e impedia qualquer recuo, eliminando homens do lado oposto, tornando os moderados cúmplices (ainda que só por sua inação) de um massacre, criando uma atmosfera de Terror, visando calar a expressão de uma opinião contrária".

E, de facto, os massacres e as ameaças que a Comuna e seu exército revolucionário, dirigido por Hanriot, fizeram a partir daí pesar sobre a Comuna, permitiram aos "Exagerados" tomar lugar preponderante nos acontecimentos de 1793 e no desenrolar do Terror do ano II.

Os Massacres de setembro de 1792 são na verdade o prelúdio a esta lógica do terrorismo como instrumento de controle do poder durante o ano II (1793-1794). Constituem assim uma das primeiras "derrapadas" da Revolução Francesa. Este acontecimento permanece objeto de debates entre historiadores, alguns defendendo uma visão leninista ou estalinista da Revolução, outros empenhando-se em mostrar os limites do poder popular e os perigos, atualmente, de uma exemplaridade do terrorismo.

 

Números

Os Massacres de Setembro de 1792 fizeram um total aproximado de 1.400 vítimas sem que se possa fixar exatamente o número, já que se dispõe apenas de aproximações baseadas nos números dados por Matton de La Varenne e Peltier, que podem ser confrontados com os registos das prisões de que se tem cópia.

As 191 vítimas religiosas são consideradas mártires pela Igreja Católica, entre elas 3 bispos, 127 padres seculares, 56 religiosos e 5 laicos que foram beatificados em outubro de 1926 por Pio XI

 

in Wikipédia

terça-feira, agosto 30, 2022

Jacques-Louis David nasceu há 274 anos

Auto retrato (1794)
     
Jacques-Louis David (Paris, 30 de agosto de 1748Bruxelas, 29 de dezembro de 1825) foi um pintor francês, o mais característico representante do neoclassicismo. Controlou durante anos a atividade artística francesa, sendo o pintor oficial da Corte Francesa e de Napoleão Bonaparte.
  
  
Retrato de Lavoisier e sua esposa (1788) 
   
A coroação de Napoleão, 1805-1807

sexta-feira, agosto 26, 2022

Lavoisier nasceu há 279 anos

    
Antoine Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 - Paris, 8 de maio de 1794) foi um químico francês, considerado o pai da Química moderna.
Foi o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria. Além disso identificou e batizou o oxigénio, refutou a teoria flogística e participou na reforma da nomenclatura química. Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular:
  
Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Nascido numa família rica em Paris, Antoine-Laurent Lavoisier herdou uma grande fortuna com a idade de cinco anos com o falecimento de sua mãe. Ele foi educado no Collège des Quatre-Nations (também conhecido como Collège Mazarin) de 1754 a 1761, estudando química, botânica, astronomia e matemática. Ele era esperado para seguir os passos de seu pai e ainda obteve sua licença para praticar a lei em 1764 antes de voltar a uma vida de ciência.
Lavoisier é considerado o pai da química. Foi ele quem descobriu que a água é uma substância composta, formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio: o H2O. Essa descoberta foi muito importante para a época, pois, segundo a teoria de Tales de Mileto, que ainda era aceita, a água era um dos quatro elementos terrestres primordiais, a partir da qual outros materiais eram formados.
Em 16 de dezembro de 1771 Lavoisier casou com uma jovem aristocrata, de nome Marie-Anne Pierrette Paulze. A sua mulher tornou-se num dos seus mais importantes colaboradores, não só devido ao seu conhecimento de línguas (em particular o inglês e o latim), mas também pela sua capacidade de ilustradora. Marie-Anne foi responsável pela tradução, para francês, de obras científicas escritas em inglês e em latim, fazendo ilustrações de algumas das experiências mais significativas feitas por Lavoisier. Ele viveu na época em que começava a Revolução Francesa, quando o terceiro estado (camponeses, burgueses e comerciantes) disputava o poder na França.
Lavoisier foi guilhotinado em 8 de maio de 1794, após um julgamento sumário no dia anterior. Joseph-Louis de Lagrange, um importante matemático, contemporâneo de Lavoisier disse:
  
Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo.
       

terça-feira, agosto 23, 2022

O infeliz Rei Luís XVI nasceu há 268 anos


Luís XVI
(Versalhes, 23 de agosto de 1754 – Paris, 21 de janeiro de 1793) foi Rei da França e Navarra de 1774 até ser deposto em 1792 durante a Revolução Francesa, sendo executado no ano seguinte. Seu pai, Luís, Delfim de França, era o filho e herdeiro aparente do rei Luís XV. Como resultado da morte de seu pai, em 1765, Luís se tornou o novo delfim e sucedeu seu avô em 1774. Era irmão mais velho dos futuros reis Luís XVIII e Carlos X.

Nascido em Versalhes, recebeu o título de Duque de Berry. Após a morte repentina de seu pai Luís Fernando, tornou-se o novo herdeiro da França em 1765, e coroado rei aos 19 anos. A primeira parte de seu reinado foi marcada por tentativas de reformar a França, de acordo com os ideais iluministas. Estes incluíram esforços para abolir a servidão, remover a taille, e aumentar a tolerância em relação aos protestantes. A nobreza francesa reagiu com hostilidade às reformas propostas, e se opôs com sucesso a sua implementação. Em seguida ocorreu o aumento do descontentamento entre as pessoas comuns. Em 1776, Luís XVI apoiou ativamente os colonos norte-americanos, que buscavam sua independência da Grã-Bretanha, que foi realizada no Tratado de Paris de 1783.

A dívida e crise financeira que vieram em seguida contribuíram para a impopularidade do Antigo Regime, que culminou no Estado Geral de 1789. O descontentamento entre os membros das classes média e baixa da França resultou em reforçada oposição à aristocracia francesa e à monarquia absoluta, das quais Luís e sua esposa, a rainha Maria Antonieta, eram vistos como representantes. Em 1789, a tomada da Bastilha, durante os distúrbios em Paris, marcou o início da Revolução Francesa. A indecisão e conservadorismo de Luís levaram algumas perceções ao povo da França em vê-lo como um símbolo da tirania do Antigo Regime, e sua popularidade se deteriorou progressivamente. A sua desastrosa fuga de Varennes, em junho de 1791, quatro meses antes da monarquia constitucional ser declarada, parecia justificar os rumores de que o rei amarrou suas esperanças de salvação política nas perspetivas de alguma invasão estrangeira. Sua credibilidade foi extremamente comprometida. A abolição da monarquia e a instauração da república tornaram-se possibilidades cada vez maiores.

Em um contexto de guerra civil e internacional, o rei foi suspenso e preso na época da insurreição de 10 de agosto de 1792, um mês antes da monarquia constitucional ser abolida e a Primeira República Francesa ser proclamada em 21 de setembro. Foi julgado pela Convenção Nacional (auto-instituída como um tribunal para a ocasião), considerado culpado de alta traição e executado na guilhotina em 21 de janeiro de 1793 como um cidadão francês dessacralizado conhecido como "Cidadão Luís Capeto", um apelido em referência a Hugo Capeto, o fundador da dinastia capetiana — que os revolucionários interpretavam como o seu nome de família. Depois de inicialmente considerado tanto um traidor como um mártir, historiadores franceses têm adotado uma visão geral diferente de sua personalidade e papel como rei, descrevendo-o como um homem honesto impulsionado por boas intenções, mas que não estava à altura da tarefa hercúlea que teria sido uma profunda reforma da monarquia. Foi o único rei da França na história a ser executado, e sua morte pôs fim a mais de mil anos de monarquia francesa contínua. 

 

  

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segunda-feira, agosto 15, 2022

Napoleão nasceu há 253 anos

     
Napoleão Bonaparte (em francês: Napoléon Bonaparte; Ajaccio, 15 de agosto de 1769 - Santa Helena, 5 de maio de 1821) foi um líder político e militar durante a última parte da Revolução Francesa. Adotando o nome de Napoleão I, foi Imperador da França de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814, posição que voltou a ocupar por poucos meses em 1815 (20 de março a 22 de junho). A sua reforma legal, o código napoleónico, teve uma grande influência na legislação de vários países. Através das guerras napoleónicas, ele foi responsável por estabelecer a hegemonia francesa sobre maior parte da Europa.
Napoleão nasceu em Córsega, filho de pais com ascendência da nobreza italiana e foi treinado como oficial de artilharia na França continental. Em 2011, um exame de DNA de costelas de Napoleão que eram guardadas em relicário confirmou a origem caucasiana de Napoleão, desmentindo uma possível ascendência árabe do imperador.
Bonaparte ganhou destaque no âmbito da Primeira República Francesa e liderou com sucesso campanhas contra a Primeira Coligação e a Segunda Coligação. Em 1799, liderou um golpe de Estado e instalou-se como primeiro cônsul. Cinco anos depois, o senado francês proclamou-o Imperador. Na primeira década do século XIX, o império francês, sob comando de Napoleão se envolveu em uma série de conflitos com todas as grandes potências europeias, as Guerras Napoleónicas. Após uma sequência de vitórias, a França garantiu uma posição dominante na Europa continental, e Napoleão manteve a esfera de influência da França, através da formação de amplas alianças e a nomeação de amigos e familiares para governar os outros países europeus como dependentes da França. As campanhas de Napoleão são até hoje estudadas nas academias militares de quase todo o mundo.
A Campanha da Rússia em 1812 marcou uma viragem na sorte de Napoleão. A sua Grande Armée foi seriamente afetada na campanha e nunca recuperou totalmente. Em 1813, a Sexta Coligação derrotou as suas forças em Leipzig. No ano seguinte, a coligação invadiu a França, forçou Napoleão a abdicar e o exilou na ilha de Elba. Menos de um ano depois, fugiu de Elba e regressou ao poder, mas foi derrotado na Batalha de Waterloo, em junho de 1815. Napoleão passou os últimos seis anos da sua vida confinado pelos britânicos à ilha de Santa Helena. Uma autópsia concluiu que ele morreu de cancro no estômago, embora haja suspeitas de envenenamento por arsénio.
   
   
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quinta-feira, julho 28, 2022

Robespierre foi guilhotinado e o Terror terminou há 228 anos na França

     
Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (Arras, 6 de maio de 1758 - Paris, 28 de julho de 1794) foi um advogado e político francês, foi uma das personalidades mais importantes da Revolução Francesa.
Os seus amigos chamavam-lhe "O Incorruptível". Principal membro da Montanha durante a Convenção, encarnou a tendência mais radical da Revolução, transformando-se numa das personagens mais controversas deste período. Os seus inimigos chamavam-lhe a “Candeia de Arras”, “Tirano” e “Ditador Sanguinário” durante o Terror.
      
Filho de uma família da pequena burguesia, Maximilien Robespierre perdeu a sua mãe cedo e foi depois abandonado pelo pai. Viajou para Paris com uma bolsa de estudos e, em 1781, formou-se em direito. Exerceu a profissão de advogado na sua cidade natal, Arras, com sucesso.
Em abril de 1789 Robespierre tornou-se deputado pelo Terceiro estado da região de Artois. Revelou-se um grande orador. Em abril de 1790, tornou-se membro do Clube dos Jacobinos, a ala mais radical dos revolucionários. A partir daí, adquiriu notoriedade e sua vida passou a estar intimamente associada aos acontecimentos da Revolução Francesa.
Em 1791 Robespierre foi um dos principais líderes da insurreição popular do Campo de Marte. A sua fama de defensor do povo valeu-lhe o cognome de "Incorruptível". Depois da deposição da família real, em 1792, Robespierre aderiu à Comuna de Paris e tornou-se um dos chefes do governo revolucionário. Combateu então a facção dos girondinos, menos radicais.
Robespierre foi um dos que pediram a condenação do rei Luís XVI, guilhotinado a 21 de janeiro de 1793. Em julho do mesmo ano, Robespierre criou um Comité de Salvação Pública, para perseguir os inimigos da revolução. Foi instaurado o regime do "Grande Terror" - o auge da ditadura de Robespierre.
Em 1794, Robespierre mandou executar Danton, o revolucionário que propunha um rumo mais moderado para a revolução. Neste mesmo ano, tornou-se Presidente da Convenção Nacional. No dia 27 de julho, numa sessão tumultuosa, Robespierre foi ferido e teve que sair da sala à pressa. Foi detido imediatamente pelos seus inimigos e, um dia depois, guilhotinado.
    
(...)
    
Maximilien de Robespierre foi guilhotinado em Paris no dia seguinte, no dia 10 do Termidor do ano II do calendário da República (28 de julho de 1794), sem ter sido julgado, juntamente com o seu irmão, Augustin de Robespierre (também membro da Junta de Salvação Pública) e dezassete de seus colaboradores durante o golpe de 9 do Termidor, dentre eles, seus dois grandes amigos, companheiros desde o início da sua jornada, Saint-Just e Couthon.
   
      

quarta-feira, julho 27, 2022

A Revolta de 9 de Termidor foi há 228 anos

Gendarme Charles-André Merda  shooting at Robespierre during the night of the Thermidor
    
The Thermidorian Reaction was a revolt in the French Revolution against the excesses of the Reign of Terror. It was triggered by a vote of the National Convention to execute Maximilien Robespierre, Louis Antoine de Saint-Just, and several other leading members of the Terror. This ended the most radical phase of the French Revolution.
The name Thermidorian refers to 9 Thermidor Year II (27 July 1794), the date according to the French Revolutionary Calendar when Robespierre and other radical revolutionaries came under concerted attack in the National Convention. Thermidorian Reaction also refers to the remaining period until the National Convention was superseded by the Directory; this is also sometimes called the era of the Thermidorian Convention. Prominent figures of Thermidor include Paul Barras, Jean-Lambert Tallien, and Joseph Fouché.
    
Background
Thermidor represents the final throes of the Reign of Terror. With Robespierre the sole remaining strong-man of the Revolution following the assassination of Jean-Paul Marat (13 July 1793), and the executions of Jacques Hébert (24 March 1794) and Georges Danton (5 April 1794), his apparently total grasp on power became in fact increasingly illusory, especially insofar as he seemed to have support from factions to his right. His only real political power at this time lay in the Jacobin Club, which had extended itself beyond the borders of Paris and into the country as a network of "Popular Societies".
His tight personal control of the military and his distrust of military might and of banks, along with his opposition to corrupt individuals in government, made Robespierre the subject of a number of conspiracies. The conspiracies came together on 9 Thermidor (27 July) when members of the national bodies of the revolutionary government arrested Robespierre as well as the leaders of the Paris city government.
    
Conspiratorial groups
Not all of the conspiratorial groupings were ideological in motivation; many who conspired against Robespierre did so for strong practical and personal reasons, most notably self-preservation. The surviving Dantonists, such as Merlin de Thionville for example, wanted revenge for the death of Danton and, more importantly, to protect their own heads.
The Left were opposed to Robespierre on the grounds that he rejected atheism and was not sufficiently radical.
The prime mover, however, for the events of 9 Thermidor (27 July) was a Montagnard conspiracy, led by Jean-Lambert Tallien and Bourdon de l'Oise, which was gradually coalescing, and was to come to pass at the time when the Montagnards had finally swayed the deputies of the Right over to their side. (Robespierre and Saint-Just were themselves Montagnards.) Some authors argue that the then leftist Joseph Fouché played a large role in the conspiracy. Fouché was likely to be convicted and executed for treason and atheism, since Robespierre himself was about to denounce him in a speech to the Convention, which would have been delivered the day after the coup d'état (28 July). Dwelling in the shadows, he made great efforts to convince the main surviving leftists and moderates that they were meant to be the next victims of Robespierre's dictatorship, thus uniting them against Robespierre, and by those means saving his own life.
In the end, it was Robespierre himself who united all his enemies. On 8 Thermidor (26 July) he gave a speech to the Convention in which he railed against enemies and conspiracies, some within the powerful committees, as he did not give the names of these traitors, all in the Convention had reason to fear that they were the targets. Later he went and enlisted the support of the Jacobin Club, where he denounced Collot and Billaud. These men then spent the night planning the following day’s coup with other members of the convention.
   
On 9 Thermidor (27 July), in the Hall of Liberty in Paris, Saint-Just was in the midst of reading a report to the Committee of Public Safety when he was interrupted by Tallien, who impugned Saint-Just and then went on to denounce the tyranny of Robespierre. The attack was taken up by Billaud-Varenne, and Saint-Just's typical eloquence fled him, leaving him subject to a withering verbal assault until Robespierre leapt to the defense of Saint-Just and himself. Cries went up of 'Down with the tyrant! Arrest him!' Robespierre then made his appeal to the deputies of the Right, "Deputies of the Right, men of honour, men of virtue, give me the floor, since the assassins will not." However, the Right was unmoved, and an order was made to arrest Robespierre and his followers.
Troops from the Paris Commune arrived to liberate the prisoners. The Commune troops, under General Coffinhal, then marched against the Convention itself. The Convention responded by ordering troops of its own under Paul Barras to be called out. When the Commune's troops heard the news of this, order began to break down, and Hanriot ordered his remaining troops to withdraw to the Hôtel de Ville. Robespierre and his supporters also gathered at the Hôtel de Ville.
The Convention declared them to be outlaws, meaning that upon verification the fugitives could be executed within 24 hours without a trial. As the night went on the Commune forces at the Hôtel de Ville deserted until none of them remained. The Convention troops under Barras approached the Hôtel around 2:00 am on 28 July. As they came, Robespierre's brother Augustin leapt out of a window in an escape attempt, broke his legs, and was arrested. Le Bas committed suicide. Couthon, who was paralysed from the waist down, was found lying at the bottom of a staircase.
Robespierre was shot in the face, and his jaw was shattered. There are two accounts of how he received the wound. One states that, anticipating his own downfall and wanting to have the death of a hero, Robespierre attempted to kill himself and shattered his own jaw with a shot. The contrary view is that he was shot by one of the Convention's troops. At the time, a gendarme named Charles-André Merda claimed to have pulled the trigger.
Saint-Just made no attempt at suicide or concealment. Hanriot tried to hide in the Hôtel de Ville's yard, by some sources after being thrown out a window into a stack of latrine and hay, but the Convention troops quickly discovered him and assaulted him badly, allegedly gouging one of his eyes out so that it hung from its socket.