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sexta-feira, agosto 30, 2024

Jacques-Louis David nasceu há 276 anos

Auto retrato (1794)
        
Jacques-Louis David (Paris, 30 de agosto de 1748Bruxelas, 29 de dezembro de 1825) foi um pintor francês, o mais característico representante do neoclassicismo. Controlou durante anos a atividade artística francesa, sendo o pintor oficial da Corte Francesa e de Napoleão Bonaparte.
 
Juventude

Jacques-Louis David nasceu de uma próspera família parisiense. Quando tinha nove anos seu pai foi morto em duelo, e sua mãe o entregou aos cuidados de seus tios abastados, que providenciaram para que ele tivesse uma educação primorosa no Collège des Quatre-Nations, mas ele jamais foi um bom aluno - sofria de um tumor na face que afetava sua fala, e passava o tempo a desenhar. Desejava ser pintor, contrariando os planos de sua mãe e tios, que o queriam um arquiteto. Vencendo a oposição, buscou tornar-se aluno de François Boucher, seguidor do rococó e o principal pintor de sua geração, que era também seu parente distante. Mas Boucher, em vez de aceitá-lo como discípulo, o enviou para aprender com Joseph-Marie Vien, um artista que já trabalhava numa linha classicista, e o jovem ingressou então na Academia Real.

Tentou o Prêmio de Roma por quatro vezes, sendo em todas preterido. Depois do quarto fracasso iniciou uma greve de fome, mas não a levou ao cabo. Finalmente em 1774 teve sucesso, dirigindo-se a Roma para ingressar na Academia de Roma, e a ajuda do professor Vien o poupou de um estágio preliminar em outra escola, o que era uma praxe. Lá executou inúmeros desenhos e esboços das ruínas da cidade histórica, material que o proveu de inspiração para as arquiteturas de suas telas ao longo de toda a vida. Estudando os antigos mestres, sentia uma predileção por Rafael Sanzio, e ao visitar Pompeia ficou maravilhado. Depois destas impressões tão fortes decidiu adotar em seus trabalhos um estilo de acordo com os conceitos do classicismo. 

 

Primeiras obras-primas

Sua convivência com os colegas na Academia de Roma não era fácil, mas em geral era-lhe reconhecido o gênio. Depois de cinco anos na capital italiana voltou a Paris, onde teve uma recepção calorosa, que lhe abriu as portas da Academia Real, para onde enviou duas pinturas de admissão, ambas incluídas no Salão de 1781, uma honrosa exceção aos critérios rígidos que norteavam o concurso. Seu sucesso precoce lhe rendeu a hostilidade de membros da administração da Academia, mas teve o favor real de poder instalar-se no Louvre, um privilégio concedido somente a grandes artistas. Ao mesmo tempo desposou Marguerite Charlotte, filha do administrador do palácio, M. Pecol, casamento que lhe trouxe dinheiro e quatro filhos. Já com muitos alunos, recebeu a encomenda do rei para pintar Horácio defendido por seu pai, mas ele argumentou que só em Roma poderia pintar romanos, e conseguiu de seu padrinho os recursos necessários para a viagem.

Novamente na cidade eterna, David pintou O Juramento dos Horácios (1784), uma de suas primeiras obras-primas, cuja novidade maior foi a clara caracterização dos papéis masculinos e femininos, seguindo preceitos de Rousseau, e o elogio de ideais patrióticos republicanos, temas que continuaria a abordar por muito tempo. De acordo com o historiador Arnold Hauser, esta obra "constitui um dos maiores êxitos registados na história da arte. Apesar de seu tratamento linear e cerebral, conseguiu obter um grande efeito dramático. Ainda em Roma o pintor acalentou a ideia de tornar-se o diretor da secção da Academia Francesa naquela cidade, mas alegando-se sua pouca idade, seu pleito foi recusado.

Sua próxima obra de vulto foi A Morte de Sócrates (1787), exibida no Salão de 1787, que foi comparado a criações imortais de Michelangelo e Rafael Sanzio. Diderot a qualificou de "absolutamente perfeita", e obteve igualmente a aprovação real.

Em seguida pintou Os litores trazendo a Brutus os corpos de seus filhos, e um retrato de Lavoisier, mas neste ínterim, eclodindo a Revolução, todas as obras deveriam ser aprovadas de antemão para serem exibidas, e Os litores foi recusado por ser sua simbologia republicana, o mesmo ocorrendo com o retrato, recusado pelas associações do famoso químico com o partido Jacobino. Contudo, quando os jornais noticiaram a proibição o público ficou ultrajado, e o júri teve de reconsiderar, expondo o quadro dos Litores sob uma escolta voluntária de estudantes de arte.

     
David revolucionário

David apoiou a Revolução Francesa desde o início, era amigo de Robespierre e membro do Clube dos Jacobinos. Enquanto outros deixavam o país em busca de novas oportunidades, David permaneceu para auxiliar na queda do antigo regime, votando pela morte do rei; de fato, na primeira Convenção Nacional que se reuniu ele foi alcunhado de "terrorista feroz". Logo, porém, ele voltou sua crítica contra a Academia, possivelmente por causa da hipocrisia que sentia nos bastidores e da oposição que suas obras haviam sofrido no início de sua carreira. Seus ataques lhe trouxeram ainda maiores inimizades, uma vez que a instituição era um refúgio dos realistas, mas com o aval da Assembleia Nacional ele planeou reformas na antiga escola segundo a nova constituição, passando a desempenhar um papel de propagandista da República tanto por sua atuação pública como através de suas pinturas.

Quando Voltaire morreu, em 1778, a Igreja negou-lhe sepultura cristã, e foi enterrado perto de um mosteiro, mas quando as propriedades eclesiásticas foram confiscadas David foi indicado chefe de uma comissão para trasladar os despojos do filósofo para o Panteão. A cerimónia mobilizou uma multidão de cem mil pessoas, a despeito da chuva e do protesto dos conservadores. Foi o primeiro de uma série de grandes festejos organizados pelo pintor para a República, que espelhavam os antigos ritos pagãos, fazendo uso de uma série de símbolos retirados da antiguidade greco-romana. Os líderes da revolução logo compreenderam o enorme apelo que tais festas exerciam sobre a massa popular, por sua rica visualidade carregada de símbolos, sua teatralidade, e tais métodos foram mais tarde usados por Lenin, Hitler e Mussolini como instrumento de sua propaganda. O último grande festival organizado por David, e dedicado ao Ser Supremo, foi por ocasião da decapitação de Maria Antonieta.

Momento marcante da Revolução que ele fixou em tela foi a Morte de Marat, um testemunho de sua filiação política e ao mesmo tempo uma obra-prima. Quando apresentou a tela na Convenção, disse: "Cidadãos, o povo novamente clamou por seu amigo; sua voz desolada foi ouvida: 'David, toma teus pincéis, vinga Marat!'… Eu ouvi a voz do povo, e obedeci". A obra foi um sucesso político imediato, e tornou-se também uma de suas criação mais bem sucedidas - simples, direta, e poderosamente tocante - consagrando o retratado, agora um mártir cívico, e o autor no ambiente revolucionário, onde ele, como auxiliar de Robespierre no Comité de Segurança Geral, foi um dos mais ferventes promotores do Terror. A esta altura a França estava envolvida em uma guerra com outras potências europeias, e aparentemente estava em vantagem. Assim o estado de emergência que havia suscitado o Comité de Segurança Geral deixou de existir. Conspiradores aproveitaram o momento e prenderam Robespierre. Apesar de manifestar o seu apoio a ele, David não foi executado, apenas preso. Na prisão fez um auto-retrato, mostrando-se muito mais jovem do que aparentava. Visitado por sua esposa no cárcere, concebeu a ideia para uma nova obra, A intervenção das Sabinas, como um apelo pela reunião nacional e pela paz, depois de tanto sangue derramado.

Logo Napoleão reinava, e o ambiente se transformara radicalmente. Os mártires da Revolução foram removidos do Panteão e re-enterrados em vala comum, e suas estátuas destruídas. A sua esposa, que era realista, conseguiu livrar David da prisão, e apesar de terem-se divorciado desde o episódio do regicídio, ela declarou que nunca deixara de amá-lo, e por fim voltaram a se casar em 1796. Reabilitado e reintegrado em seu atelier e posição, voltou a aceitar alunos e retirou-se da política. 

 

Amizade com Napoleão

Napoleão e David admiravam-se mutuamente. David desde o primeiro encontro ficara impressionado com o então general, e quando este subiu ao trono David solicitou fazer o seu retrato. Depois pintou-o na cena da coroação, nas bodas com Josefina, outra grande composição, e de novo na pintura da Passagem dos Alpes, montado num fogoso cavalo branco. Por sua vez, Napoleão o indicou pintor oficial da corte, e pediu que ele o acompanhasse na campanha do Egito, mas o pintor recusou, alegando que era velho demais para aventuras, e enviou em seu lugar um de seus estudantes, Antoine-Jean Gros.

 

Últimos anos

Quando a monarquia Bourbon foi restaurada David foi um dos proscritos. Contudo Luís XVIII concedeu-lhe amnistia e até mesmo ofereceu-lhe uma posição na corte, mas David recusou, preferindo o autoexílio em Bruxelas. Lá pintou Cupido e Psiquê, vivendo tranquilamente com a sua esposa, e dedicando-se a composições em pequena escala e a retratos. A sua última grande criação foi Marte desarmado por Vénus e as três Graças, terminada um ano antes de sua morte. Segundo expressou, desejava que a obra fosse o seu testamento artístico. Exposta em Paris, reuniu uma multidão de admiradores.

Faleceu depois de ter sido golpeado por um carro na saída do teatro, em 29 de dezembro de 1825. Seu espólio foi vendido, mas as pinturas remanescentes obtiveram baixos valores. Por suas atividades revolucionárias o seu corpo foi impedido de retornar à pátria, e foi sepultado no cemitério Evere, em Bruxelas. Seu coração, porém, repousa no cemitério Père Lachaise, em Paris.

 

 
 
 

 A Morte de Sócrates, 1788

 

 A coroação de Napoleão, 1805-1807

segunda-feira, agosto 26, 2024

Lavoisier nasceu há 281 anos...

  
Antoine Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 - Paris, 8 de maio de 1794) foi um químico francês, considerado o pai da Química moderna.
Foi o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria. Além disso identificou e batizou o oxigénio, refutou a teoria flogística e participou na reforma da nomenclatura química. Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular:
  
Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Nascido numa família rica em Paris, Antoine-Laurent Lavoisier herdou uma grande fortuna com a idade de cinco anos com o falecimento de sua mãe. Ele foi educado no Collège des Quatre-Nations (também conhecido como Collège Mazarin) de 1754 a 1761, estudando química, botânica, astronomia e matemática. Ele era esperado para seguir os passos de seu pai e ainda obteve sua licença para praticar a lei em 1764 antes de voltar a uma vida de ciência.
Lavoisier é considerado o pai da química. Foi ele quem descobriu que a água é uma substância composta, formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio: o H2O. Essa descoberta foi muito importante para a época, pois, segundo a teoria de Tales de Mileto, que ainda era aceita, a água era um dos quatro elementos terrestres primordiais, a partir da qual outros materiais eram formados.
Em 16 de dezembro de 1771 Lavoisier casou-se com uma jovem aristocrata, de nome Marie-Anne Pierrette Paulze. A sua mulher tornou-se num dos seus mais importantes colaboradores, não só devido ao seu conhecimento de línguas (em particular o inglês e o latim), mas também pela sua capacidade de ilustradora. Marie-Anne foi responsável pela tradução, para francês, de obras científicas escritas em inglês e em latim, fazendo ilustrações de algumas das experiências mais significativas feitas por Lavoisier. Ele viveu na época em que começava a Revolução Francesa, quando o terceiro estado (camponeses, burgueses e comerciantes) disputava o poder na França.
Lavoisier foi guilhotinado em 8 de maio de 1794, após um julgamento sumário no dia anterior. Joseph-Louis de Lagrange, um importante matemático, contemporâneo de Lavoisier disse:
  
Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo.
       

quarta-feira, maio 08, 2024

A república guilhotinou Lavoisier há 230 anos...

        
Antoine Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 - Paris, 8 de maio de 1794) foi um químico francês, considerado o criador da química moderna.
Foi o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria. Além disso identificou e batizou o oxigénio, refutou a teoria flogística e participou na reforma da nomenclatura química. Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular:
 
Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
  
Lavoisier é considerado o pai da química. Foi ele quem descobriu que a água é uma substância composta, formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio: o H2O. Essa descoberta foi muito importante para a época, pois, segundo a teoria de Tales de Mileto, que ainda era aceita, a água era um dos quatro elementos terrestres primordiais, a partir da qual outros materiais eram formados.
Em 16 de dezembro de 1771 Lavoisier casou com uma jovem aristocrata, de nome Marie-Anne Pierrette Paulze. A sua mulher tornou-se num dos seus mais importantes colaboradores, não só devido ao seu conhecimento de línguas (em particular o inglês e o latim), mas também pela sua capacidade de ilustradora. Marie-Anne foi responsável pela tradução, para francês, de obras científicas escritas em inglês e em latim, fazendo ilustrações de algumas das experiências mais significativas feitas por Lavoisier.
Ele viveu na época em que começava a Revolução Francesa, quando o terceiro estado (camponeses, burgueses e comerciantes) ficaria com o poder da França.
Foi morto pela mesma, pois era muito mal visto pela população, que pensava que, por ser de uma família nobre, Lavoisier, também participaria do corrupto sistema cheio de impostos sobre a sociedade.
Foi guilhotinado, após um julgamento sumário, em 8 de maio de 1794. Joseph-Louis de Lagrange, um importante matemático, contemporâneo de Lavoisier disse:
 
Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo.

     

quarta-feira, agosto 30, 2023

Jacques-Louis David nasceu há 275 anos...!

Auto retrato (1794)
        
Jacques-Louis David (Paris, 30 de agosto de 1748Bruxelas, 29 de dezembro de 1825) foi um pintor francês, o mais característico representante do neoclassicismo. Controlou durante anos a atividade artística francesa, sendo o pintor oficial da Corte Francesa e de Napoleão Bonaparte.
 
Juventude

Jacques-Louis David nasceu de uma próspera família parisiense. Quando tinha nove anos seu pai foi morto em duelo, e sua mãe o entregou aos cuidados de seus tios abastados, que providenciaram para que ele tivesse uma educação primorosa no Collège des Quatre-Nations, mas ele jamais foi um bom aluno - sofria de um tumor na face que afetava sua fala, e passava o tempo a desenhar. Desejava ser pintor, contrariando os planos de sua mãe e tios, que o queriam um arquiteto. Vencendo a oposição, buscou tornar-se aluno de François Boucher, seguidor do rococó e o principal pintor de sua geração, que era também seu parente distante. Mas Boucher, em vez de aceitá-lo como discípulo, o enviou para aprender com Joseph-Marie Vien, um artista que já trabalhava numa linha classicista, e o jovem ingressou então na Academia Real.

Tentou o Prêmio de Roma por quatro vezes, sendo em todas preterido. Depois do quarto fracasso iniciou uma greve de fome, mas não a levou ao cabo. Finalmente em 1774 teve sucesso, dirigindo-se a Roma para ingressar na Academia de Roma, e a ajuda do professor Vien o poupou de um estágio preliminar em outra escola, o que era uma praxe. Lá executou inúmeros desenhos e esboços das ruínas da cidade histórica, material que o proveu de inspiração para as arquiteturas de suas telas ao longo de toda a vida. Estudando os antigos mestres, sentia uma predileção por Rafael Sanzio, e ao visitar Pompeia ficou maravilhado. Depois destas impressões tão fortes decidiu adotar em seus trabalhos um estilo de acordo com os conceitos do classicismo. 

 

Primeiras obras-primas

Sua convivência com os colegas na Academia de Roma não era fácil, mas em geral era-lhe reconhecido o gênio. Depois de cinco anos na capital italiana voltou a Paris, onde teve uma recepção calorosa, que lhe abriu as portas da Academia Real, para onde enviou duas pinturas de admissão, ambas incluídas no Salão de 1781, uma honrosa exceção aos critérios rígidos que norteavam o concurso. Seu sucesso precoce lhe rendeu a hostilidade de membros da administração da Academia, mas teve o favor real de poder instalar-se no Louvre, um privilégio concedido somente a grandes artistas. Ao mesmo tempo desposou Marguerite Charlotte, filha do administrador do palácio, M. Pecol, casamento que lhe trouxe dinheiro e quatro filhos. Já com muitos alunos, recebeu a encomenda do rei para pintar Horácio defendido por seu pai, mas ele argumentou que só em Roma poderia pintar romanos, e conseguiu de seu padrinho os recursos necessários para a viagem.

Novamente na cidade eterna, David pintou O Juramento dos Horácios (1784), uma de suas primeiras obras-primas, cuja novidade maior foi a clara caracterização dos papéis masculinos e femininos, seguindo preceitos de Rousseau, e o elogio de ideais patrióticos republicanos, temas que continuaria a abordar por muito tempo. De acordo com o historiador Arnold Hauser, esta obra "constitui um dos maiores êxitos registados na história da arte. Apesar de seu tratamento linear e cerebral, conseguiu obter um grande efeito dramático. Ainda em Roma o pintor acalentou a ideia de tornar-se o diretor da secção da Academia Francesa naquela cidade, mas alegando-se sua pouca idade, seu pleito foi recusado.

Sua próxima obra de vulto foi A Morte de Sócrates (1787), exibida no Salão de 1787, que foi comparado a criações imortais de Michelangelo e Rafael Sanzio. Diderot a qualificou de "absolutamente perfeita", e obteve igualmente a aprovação real.

Em seguida pintou Os litores trazendo a Brutus os corpos de seus filhos, e um retrato de Lavoisier, mas neste ínterim, eclodindo a Revolução, todas as obras deveriam ser aprovadas de antemão para serem exibidas, e Os litores foi recusado por ser sua simbologia republicana, o mesmo ocorrendo com o retrato, recusado pelas associações do famoso químico com o partido Jacobino. Contudo, quando os jornais noticiaram a proibição o público ficou ultrajado, e o júri teve de reconsiderar, expondo o quadro dos Litores sob uma escolta voluntária de estudantes de arte.

     
David revolucionário

David apoiou a Revolução Francesa desde o início, era amigo de Robespierre e membro do Clube dos Jacobinos. Enquanto outros deixavam o país em busca de novas oportunidades, David permaneceu para auxiliar na queda do antigo regime, votando pela morte do rei; de fato, na primeira Convenção Nacional que se reuniu ele foi alcunhado de "terrorista feroz". Logo, porém, ele voltou sua crítica contra a Academia, possivelmente por causa da hipocrisia que sentia nos bastidores e da oposição que suas obras haviam sofrido no início de sua carreira. Seus ataques lhe trouxeram ainda maiores inimizades, uma vez que a instituição era um refúgio dos realistas, mas com o aval da Assembleia Nacional ele planeou reformas na antiga escola segundo a nova constituição, passando a desempenhar um papel de propagandista da República tanto por sua atuação pública como através de suas pinturas.

Quando Voltaire morreu, em 1778, a Igreja negou-lhe sepultura cristã, e foi enterrado perto de um mosteiro, mas quando as propriedades eclesiásticas foram confiscadas David foi indicado chefe de uma comissão para trasladar os despojos do filósofo para o Panteão. A cerimónia mobilizou uma multidão de cem mil pessoas, a despeito da chuva e do protesto dos conservadores. Foi o primeiro de uma série de grandes festejos organizados pelo pintor para a República, que espelhavam os antigos ritos pagãos, fazendo uso de uma série de símbolos retirados da antiguidade greco-romana. Os líderes da revolução logo compreenderam o enorme apelo que tais festas exerciam sobre a massa popular, por sua rica visualidade carregada de símbolos, sua teatralidade, e tais métodos foram mais tarde usados por Lenin, Hitler e Mussolini como instrumento de sua propaganda. O último grande festival organizado por David, e dedicado ao Ser Supremo, foi por ocasião da decapitação de Maria Antonieta.

Momento marcante da Revolução que ele fixou em tela foi a Morte de Marat, um testemunho de sua filiação política e ao mesmo tempo uma obra-prima. Quando apresentou a tela na Convenção, disse: "Cidadãos, o povo novamente clamou por seu amigo; sua voz desolada foi ouvida: 'David, toma teus pincéis, vinga Marat!'… Eu ouvi a voz do povo, e obedeci". A obra foi um sucesso político imediato, e tornou-se também uma de suas criação mais bem sucedidas - simples, direta, e poderosamente tocante - consagrando o retratado, agora um mártir cívico, e o autor no ambiente revolucionário, onde ele, como auxiliar de Robespierre no Comité de Segurança Geral, foi um dos mais ferventes promotores do Terror. A esta altura a França estava envolvida em uma guerra com outras potências europeias, e aparentemente estava em vantagem. Assim o estado de emergência que havia suscitado o Comité de Segurança Geral deixou de existir. Conspiradores aproveitaram o momento e prenderam Robespierre. Apesar de manifestar o seu apoio a ele, David não foi executado, apenas preso. Na prisão fez um auto-retrato, mostrando-se muito mais jovem do que aparentava. Visitado por sua esposa no cárcere, concebeu a ideia para uma nova obra, A intervenção das Sabinas, como um apelo pela reunião nacional e pela paz, depois de tanto sangue derramado.

Logo Napoleão reinava, e o ambiente se transformara radicalmente. Os mártires da Revolução foram removidos do Panteão e re-enterrados em vala comum, e suas estátuas destruídas. A sua esposa, que era realista, conseguiu livrar David da prisão, e apesar de terem-se divorciado desde o episódio do regicídio, ela declarou que nunca deixara de amá-lo, e por fim voltaram a se casar em 1796. Reabilitado e reintegrado em seu atelier e posição, voltou a aceitar alunos e retirou-se da política. 

 

Amizade com Napoleão

Napoleão e David admiravam-se mutuamente. David desde o primeiro encontro ficara impressionado com o então general, e quando este subiu ao trono David solicitou fazer o seu retrato. Depois pintou-o na cena da coroação, nas bodas com Josefina, outra grande composição, e de novo na pintura da Passagem dos Alpes, montado num fogoso cavalo branco. Por sua vez, Napoleão o indicou pintor oficial da corte, e pediu que ele o acompanhasse na campanha do Egito, mas o pintor recusou, alegando que era velho demais para aventuras, e enviou em seu lugar um de seus estudantes, Antoine-Jean Gros.

 

Últimos anos

Quando a monarquia Bourbon foi restaurada David foi um dos proscritos. Contudo Luís XVIII concedeu-lhe amnistia e até mesmo ofereceu-lhe uma posição na corte, mas David recusou, preferindo o autoexílio em Bruxelas. Lá pintou Cupido e Psiquê, vivendo tranquilamente com a sua esposa, e dedicando-se a composições em pequena escala e a retratos. A sua última grande criação foi Marte desarmado por Vénus e as três Graças, terminada um ano antes de sua morte. Segundo expressou, desejava que a obra fosse o seu testamento artístico. Exposta em Paris, reuniu uma multidão de admiradores.

Faleceu depois de ter sido golpeado por um carro na saída do teatro, em 29 de dezembro de 1825. Seu espólio foi vendido, mas as pinturas remanescentes obtiveram baixos valores. Por suas atividades revolucionárias o seu corpo foi impedido de retornar à pátria, e foi sepultado no cemitério Evere, em Bruxelas. Seu coração, porém, repousa no cemitério Père Lachaise, em Paris.

 

 

 A coroação de Napoleão, 1805-1807

 

Marte desarmado por Vénus e as três Graças, 1824

sábado, agosto 26, 2023

Lavoisier nasceu há duzentos e oitenta anos

  
Antoine Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 - Paris, 8 de maio de 1794) foi um químico francês, considerado o pai da Química moderna.
Foi o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria. Além disso identificou e batizou o oxigénio, refutou a teoria flogística e participou na reforma da nomenclatura química. Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular:
  
Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Nascido numa família rica em Paris, Antoine-Laurent Lavoisier herdou uma grande fortuna com a idade de cinco anos com o falecimento de sua mãe. Ele foi educado no Collège des Quatre-Nations (também conhecido como Collège Mazarin) de 1754 a 1761, estudando química, botânica, astronomia e matemática. Ele era esperado para seguir os passos de seu pai e ainda obteve sua licença para praticar a lei em 1764 antes de voltar a uma vida de ciência.
Lavoisier é considerado o pai da química. Foi ele quem descobriu que a água é uma substância composta, formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio: o H2O. Essa descoberta foi muito importante para a época, pois, segundo a teoria de Tales de Mileto, que ainda era aceita, a água era um dos quatro elementos terrestres primordiais, a partir da qual outros materiais eram formados.
Em 16 de dezembro de 1771 Lavoisier casou com uma jovem aristocrata, de nome Marie-Anne Pierrette Paulze. A sua mulher tornou-se num dos seus mais importantes colaboradores, não só devido ao seu conhecimento de línguas (em particular o inglês e o latim), mas também pela sua capacidade de ilustradora. Marie-Anne foi responsável pela tradução, para francês, de obras científicas escritas em inglês e em latim, fazendo ilustrações de algumas das experiências mais significativas feitas por Lavoisier. Ele viveu na época em que começava a Revolução Francesa, quando o terceiro estado (camponeses, burgueses e comerciantes) disputava o poder na França.
Lavoisier foi guilhotinado em 8 de maio de 1794, após um julgamento sumário no dia anterior. Joseph-Louis de Lagrange, um importante matemático, contemporâneo de Lavoisier disse:
  
Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo.
       

segunda-feira, maio 08, 2023

A república guilhotinou Lavoisier há 229 anos...

        
Antoine Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 - Paris, 8 de maio de 1794) foi um químico francês, considerado o criador da química moderna.
Foi o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria. Além disso identificou e batizou o oxigénio, refutou a teoria flogística e participou na reforma da nomenclatura química. Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular:
 
Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
  
Lavoisier é considerado o pai da química. Foi ele quem descobriu que a água é uma substância composta, formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio: o H2O. Essa descoberta foi muito importante para a época, pois, segundo a teoria de Tales de Mileto, que ainda era aceita, a água era um dos quatro elementos terrestres primordiais, a partir da qual outros materiais eram formados.
Em 16 de dezembro de 1771 Lavoisier casou com uma jovem aristocrata, de nome Marie-Anne Pierrette Paulze. A sua mulher tornou-se num dos seus mais importantes colaboradores, não só devido ao seu conhecimento de línguas (em particular o inglês e o latim), mas também pela sua capacidade de ilustradora. Marie-Anne foi responsável pela tradução, para francês, de obras científicas escritas em inglês e em latim, fazendo ilustrações de algumas das experiências mais significativas feitas por Lavoisier.
Ele viveu na época em que começava a Revolução Francesa, quando o terceiro estado (camponeses, burgueses e comerciantes) ficaria com o poder da França.
Foi morto pela mesma, pois era muito mal visto pela população, que pensava que, por ser de uma família nobre, Lavoisier, também participaria do corrupto sistema cheio de impostos sobre a sociedade.
Foi guilhotinado, após um julgamento sumário, em 8 de maio de 1794. Joseph-Louis de Lagrange, um importante matemático, contemporâneo de Lavoisier disse:
 
Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo.

     

terça-feira, agosto 30, 2022

Jacques-Louis David nasceu há 274 anos

Auto retrato (1794)
     
Jacques-Louis David (Paris, 30 de agosto de 1748Bruxelas, 29 de dezembro de 1825) foi um pintor francês, o mais característico representante do neoclassicismo. Controlou durante anos a atividade artística francesa, sendo o pintor oficial da Corte Francesa e de Napoleão Bonaparte.
  
  
Retrato de Lavoisier e sua esposa (1788) 
   
A coroação de Napoleão, 1805-1807

sexta-feira, agosto 26, 2022

Lavoisier nasceu há 279 anos

    
Antoine Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 - Paris, 8 de maio de 1794) foi um químico francês, considerado o pai da Química moderna.
Foi o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria. Além disso identificou e batizou o oxigénio, refutou a teoria flogística e participou na reforma da nomenclatura química. Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular:
  
Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Nascido numa família rica em Paris, Antoine-Laurent Lavoisier herdou uma grande fortuna com a idade de cinco anos com o falecimento de sua mãe. Ele foi educado no Collège des Quatre-Nations (também conhecido como Collège Mazarin) de 1754 a 1761, estudando química, botânica, astronomia e matemática. Ele era esperado para seguir os passos de seu pai e ainda obteve sua licença para praticar a lei em 1764 antes de voltar a uma vida de ciência.
Lavoisier é considerado o pai da química. Foi ele quem descobriu que a água é uma substância composta, formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio: o H2O. Essa descoberta foi muito importante para a época, pois, segundo a teoria de Tales de Mileto, que ainda era aceita, a água era um dos quatro elementos terrestres primordiais, a partir da qual outros materiais eram formados.
Em 16 de dezembro de 1771 Lavoisier casou com uma jovem aristocrata, de nome Marie-Anne Pierrette Paulze. A sua mulher tornou-se num dos seus mais importantes colaboradores, não só devido ao seu conhecimento de línguas (em particular o inglês e o latim), mas também pela sua capacidade de ilustradora. Marie-Anne foi responsável pela tradução, para francês, de obras científicas escritas em inglês e em latim, fazendo ilustrações de algumas das experiências mais significativas feitas por Lavoisier. Ele viveu na época em que começava a Revolução Francesa, quando o terceiro estado (camponeses, burgueses e comerciantes) disputava o poder na França.
Lavoisier foi guilhotinado em 8 de maio de 1794, após um julgamento sumário no dia anterior. Joseph-Louis de Lagrange, um importante matemático, contemporâneo de Lavoisier disse:
  
Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo.
       

domingo, maio 08, 2022

A Revolução Francesa guilhotinou Lavoisier há 228 anos...

        
Antoine Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 - Paris, 8 de maio de 1794) foi um químico francês, considerado o criador da química moderna.
Foi o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria. Além disso identificou e batizou o oxigénio, refutou a teoria flogística e participou na reforma da nomenclatura química. Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular:
 
Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
  
Lavoisier é considerado o pai da química. Foi ele quem descobriu que a água é uma substância composta, formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio: o H2O. Essa descoberta foi muito importante para a época, pois, segundo a teoria de Tales de Mileto, que ainda era aceita, a água era um dos quatro elementos terrestres primordiais, a partir da qual outros materiais eram formados.
Em 16 de dezembro de 1771 Lavoisier casou com uma jovem aristocrata, de nome Marie-Anne Pierrette Paulze. A sua mulher tornou-se num dos seus mais importantes colaboradores, não só devido ao seu conhecimento de línguas (em particular o inglês e o latim), mas também pela sua capacidade de ilustradora. Marie-Anne foi responsável pela tradução, para francês, de obras científicas escritas em inglês e em latim, fazendo ilustrações de algumas das experiências mais significativas feitas por Lavoisier.
Ele viveu na época em que começava a Revolução Francesa, quando o terceiro estado (camponeses, burgueses e comerciantes) ficaria com o poder da França.
Foi morto pela mesma, pois era muito mal visto pela população, que pensava que, por ser de uma família nobre, Lavoisier, também participaria do corrupto sistema cheio de impostos sobre a sociedade.
Foi guilhotinado, após um julgamento sumário, em 8 de maio de 1794. Joseph-Louis de Lagrange, um importante matemático, contemporâneo de Lavoisier disse:
 
Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo.

     

segunda-feira, agosto 30, 2021

Jacques-Louis David nasceu há 273 anos

Auto retrato (1794)
     
Jacques-Louis David (Paris, 30 de agosto de 1748Bruxelas, 29 de dezembro de 1825) foi um pintor francês, o mais característico representante do neoclassicismo. Controlou durante anos a actividade artística francesa, sendo o pintor oficial da Corte Francesa e de Napoleão Bonaparte.
  
  
Retrato de Lavoisier e sua esposa (1788) 
   
A coroação de Napoleão, 1805-1807

quinta-feira, agosto 26, 2021

Lavoisier nasceu há 278 anos

    
Antoine Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 - Paris, 8 de maio de 1794) foi um químico francês, considerado o pai da Química moderna.
Foi o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria. Além disso identificou e batizou o oxigênio, refutou a teoria flogística e participou na reforma da nomenclatura química. Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular:
  
Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Nascido em uma família rica em Paris, Antoine-Laurent Lavoisier herdou uma grande fortuna com a idade de cinco anos com o falecimento de sua mãe. Ele foi educado no Collège des Quatre-Nations (também conhecido como Collège Mazarin) de 1754 a 1761, estudando química, botânica, astronomia e matemática. Ele era esperado para seguir os passos de seu pai e ainda obteve sua licença para praticar a lei em 1764 antes de voltar a uma vida de ciência.
Lavoisier é considerado o pai da química. Foi ele quem descobriu que a água é uma substância composta, formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio: o H2O. Essa descoberta foi muito importante para a época, pois, segundo a teoria de Tales de Mileto, que ainda era aceita, a água era um dos quatro elementos terrestres primordiais, a partir da qual outros materiais eram formados.
Em 16 de dezembro de 1771 Lavoisier casou com uma jovem aristocrata, de nome Marie-Anne Pierrette Paulze. A sua mulher tornou-se num dos seus mais importantes colaboradores, não só devido ao seu conhecimento de línguas (em particular o inglês e o latim), mas também pela sua capacidade de ilustradora. Marie-Anne foi responsável pela tradução, para francês, de obras científicas escritas em inglês e em latim, fazendo ilustrações de algumas das experiências mais significativas feitas por Lavoisier. Ele viveu na época em que começava a Revolução Francesa, quando o terceiro estado (camponeses, burgueses e comerciantes) disputava o poder na França.
Lavoisier foi guilhotinado em 8 de maio de 1794, após um julgamento sumário no dia anterior. Joseph-Louis de Lagrange, um importante matemático, contemporâneo de Lavoisier disse:
  
Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo.
       

sábado, maio 08, 2021

A Revolução Francesa guilhotinou Lavoisier há 227 anos

     
Antoine Laurent de Lavoisier (Paris, 26 de agosto de 1743 - Paris, 8 de maio de 1794) foi um químico francês, considerado o criador da química moderna.
Foi o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria. Além disso identificou e batizou o oxigénio, refutou a teoria flogística e participou na reforma da nomenclatura química. Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular:
 
Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
  
Lavoisier é considerado o pai da química. Foi ele quem descobriu que a água é uma substância composta, formada por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio: o H2O. Essa descoberta foi muito importante para a época, pois, segundo a teoria de Tales de Mileto, que ainda era aceita, a água era um dos quatro elementos terrestres primordiais, a partir da qual outros materiais eram formados.
Em 16 de dezembro de 1771 Lavoisier casou com uma jovem aristocrata, de nome Marie-Anne Pierrette Paulze. A sua mulher tornou-se num dos seus mais importantes colaboradores, não só devido ao seu conhecimento de línguas (em particular o inglês e o latim), mas também pela sua capacidade de ilustradora. Marie-Anne foi responsável pela tradução, para francês, de obras científicas escritas em inglês e em latim, fazendo ilustrações de algumas das experiências mais significativas feitas por Lavoisier.
Ele viveu na época em que começava a Revolução Francesa, quando o terceiro estado (camponeses, burgueses e comerciantes) ficaria com o poder da França.
Foi morto pela mesma, pois era muito mal visto pela população, que pensava que, por ser de uma família nobre, Lavoisier, também participaria do corrupto sistema cheio de impostos sobre a sociedade.
Foi guilhotinado, após um julgamento sumário, em 8 de maio de 1794. Joseph-Louis de Lagrange, um importante matemático, contemporâneo de Lavoisier disse:
 
Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez cair num segundo.