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sábado, junho 29, 2013

A Segunda Guerra Balcânica, que antecedeu a I Grande Guerra, começou há um século

A Segunda Guerra Balcânica, também conhecida como Segunda Guerra dos Balcãs, ocorreu entre 29 de junho de 1913 e 10 de agosto de 1913 (no calendário gregoriano, mas de 16 de junho de 1913 a 18 de julho de 1913 no calendário juliano, que ainda vigorava nos países ortodoxos) e foi um conflito entre a Bulgária de um lado contra seus antigos aliados da Liga Balcânica - Sérvia, Grécia e Montenegro - somados à Roménia e ao Império Otomano de outro. O resultado desta guerra tornou a Sérvia, um importante aliado da Rússia, em uma potência regional dos Bálcãs, alarmando a Áustria-Hungria e indiretamente tornando-se mais uma causa para a Primeira Guerra Mundial.

Antecedentes
Durante a Primeira Guerra Balcânica, a Liga Balcânica (Sérvia, Montenegro, Grécia e Bulgária) atacaram e conquistaram as províncias europeias remanescentes do combalido Império Otomano (Albânia, Macedónia e Trácia) deixando-o com o comando apenas das penínsulas de Chataldja e Gallipoli. O Tratado de Londres, assinado em 30 de maio de 1913, que pôs fim à guerra, reconheceu os ganhos dos estados balcânicos a leste da linha Enos-Medea e criou uma Albânia independente, em parte devido às pressões austro-húngaras para que as pretensões sérvias de acesso ao mar fossem derrubadas.
Entretanto, o tratado acabou por não satisfazer ninguém. Os estados balcânicos haviam feito um acordo preliminar de partilha dos territórios conquistados, especialmente no que dizia respeito à Macedónia, e a Conferência de Londres acabou apenas por reconhecer o status quo, mesmo que alguns territórios tivessem migrado para as respectivas potências ocupantes. A Bulgária sentiu que seu ganhos territoriais concedidos depois da guerra, particularmente na Macedônia, eram insuficientes, e passou a reclamar a importante cidade de Salônica, onde um regimento búlgaro já estava estacionado.
Grécia e Sérvia já estavam desgostosas ao terem de evacuar a Albânia, e responderam a isto entrando ofensivamente na conferência com o objetivo de prevenir uma grande expansão búlgara. Os dois países resolveram suas diferenças mútuas e assinaram um acordo para uma aliança militar em 1 de maio de 1913, seguido por um tratado de "amizade e proteção mútuas" em 19 de maio/1 de junho de 1913. Mais ao norte, uma outra disputa da Bulgária era com a Roménia, principalmente com a decisão desta de reclamar pela fortaleza búlgara de Silistra no rio Danúbio, como o preço da neutralidade do país durante a Primeira Guerra Balcânica.
A arbitragem russa, dada para o Tratado Sérvio-Búlgaro de 1912, progrediu muito lentamente, já que a Rússia não desejava perder nenhum dos seus aliados eslavos nos Bálcãs. Durante as negociações, disputas continuaram a ocorrer na Macedónia, principalmente entre tropas sérvias e búlgaras. Em 29 de junho, o Alto Comando búlgaro, sem notificar o governo, ordenou que as tropas búlgaras atacassem posições sérvias e gregas, e a declaração de guerra estava feita.
O Reino da Bulgária esperava adquirir toda a região conhecida como "Macedónia búlgara" e assim dominar os Balcãs, como estava prescrito no Tratado de San Stefano, enquanto a Sérvia e a Grécia esperavam tomar largas porções da Macedónia para impedir que a hegemonia búlgara se consolidasse.

Forças militares
O exército do Reino da Bulgária tinha 500.000 combatentes divididos em cinco exércitos e que se concentravam entre quinhentos quilómetros abaixo do rio Danúbio ao norte até o mar Egeu ao sul.
O exército do Reino da Sérvia contava 230.000 combatentes divididos em três exércitos, com as principais forças concentradas na frente Macedónia que seguia ao longo do rio Vardar e de Skopje. O exército do Reino da Grécia era composto por 120.000 soldados, com sua maioria concentrada em Salónica. O Reino de Montenegro enviou uma divisão de 12.000 homens para a frente da Macedónia.
O Reino da Roménia mobilizou 500.000 combatentes, que foram alocados em cinco divisões. O Império Otomano entrou na guerra com um exército de 255.000 homens.

Fim da Guerra
Apesar de ter conseguido estabilizar a frente na Macedónia, o governo búlgaro aceitou um armistício ao ser levado por eventos que ocorriam bem logo do coração dos Balcãs. A Roménia invadiu a Bulgária entre 27 de junho e 10 de julho, datas do calendário juliano, ocupando o sul de Dobruja, que estava sem defesas, e marchou pelo norte da Bulgária, tendo em vista uma invasão da capital, Sofia. O Império Otomano também tomou vantagem da situação para recuperar algumas possessões da Trácia que havia perdido na Primeira Guerra Balcânica, e ordenou que os seus exércitos marchassem para Yambol e a Trácia Ocidental. Como os exércitos búlgaros estavam completamente ocupados com os exércitos sérvios e gregos, as armadas dos otomanos e romenos não sofreram nenhum dado de combate, apesar de uma epidemia de cólera ter se espalhado entre os soldados.
Um armistício geral foi planeado entre 18 e 31 de julho de 1913 (datas segundo o calendário juliano, então em vigor nos estados ortodoxos), e os territórios foram redivididos sob os termos dos Tratados de Bucareste e de Constantinopla. A Bulgária acabou por perder a maior parte do território conquistado na Primeira Guerra Balcânica, incluindo a Dobrudja do sul (para a Roménia), boa parte da Macedónia e da Trácia Oriental para os turcos-otomanos. Ainda assim, os búlgaros conseguiram manter a Trácia Ocidental, o porto de Dedeagach e partes do litoral do mar Egeu sob seu domínio. A Sérvia ganhou territórios no norte da Macedónia, enquanto a Grécia recebeu a parte sul do território.
As fronteiras definidas nos tratados de Bucareste e Constantinopla foram apenas temporárias; dez meses depois elas começaram a mudar novamente, e uma nova guerra foi iniciada nos Balcãs, levada pelo início da Primeira Guerra Mundial.

segunda-feira, maio 13, 2013

Há 32 anos houve uma enigmática tentativa de assassinar o Papa João Paulo II

A primeira tentativa de assassinato do Papa João Paulo II ocorreu em 13 de maio de 1981, uma quarta-feira, na Praça de São Pedro, no Vaticano. O papa foi baleado e gravemente ferido por Mehmet Ali Ağca, um terrorista turco, enquanto estava entrando na praça. João Paulo II foi atingido quatro vezes e sofreu perda de grande quantidade de sangue. Ağca foi detido imediatamente e posterirormente condenado à prisão perpétua por um tribunal italiano. Mais tarde, o Papa perdoou o terrorista pela tentativa de homicídio. Ele também recebeu o perdão do então presidente da Itália, Carlo Azeglio Ciampi, a pedido do religioso e foi deportado para a Turquia, em junho de 2000.

terça-feira, abril 23, 2013

Hoje é Dia de São Jorge!

 São Jorge e o Dragão, de Gustave Moreau

O Dia de São Jorge é celebrado por várias nações para quem São Jorge é o santo patrono. Entre os países que comemoram a data, destacam-se o Reino Unido, Portugal, Geórgia, Catalunha, Bulgária e pelos Goranis.
No Reino Unido, o Dia de São Jorge é também o Dia Nacional. O Dia de São Jorge é também comemorado localmente em Newfoundland (Canadá), no Rio de Janeiro e em Adis Abeba (pela Igreja Copta Ortodoxa Etíope).
Muitos países celebram a a festa de São Jorge em 23 de abril, que é a data tradicionalmente aceita do falecimento do santo.


Brasão de Armas de Moscovo, cidade que tem São Jorge como Padroeiro

Saint George's Day is the feast day of Saint George. It is celebrated by various Christian churches and by the several nations, kingdoms, countries, and cities of which Saint George is the patron saint. Saint George's Day is celebrated on 23 April, the traditionally accepted date of Saint George's death in AD 303. For Eastern Orthodox Churches which use the Julian calendar, 23 April corresponds to 6 May on the Gregorian calendar.
As Easter often falls close to Saint George's Day, the church celebration of the feast may be moved from 23 April. In England, where it is observed as a solemn feast, for 2011 and 2014 the Anglican and Catholic calendars celebrate Saint George's Day on the first Monday after Easter Week (2 May and 28 April, respectively). Similarly, the Eastern Orthodox celebration of the feast moves accordingly to the first Monday after Easter or, as it is sometimes called, to the Monday of Bright Week.

Countries that celebrate St George's Day include England, Canada, Croatia, Portugal, Cyprus, Greece, Georgia, Serbia, Bulgaria, Romania, Bosnia and Herzegovina, and the Republic of Macedonia. Cities include Moscow in Russia, Genova in Italy, Ljubljana in Slovenia, Beirut in Lebanon, Qormi and Victoria in Malta and many others. It is also celebrated in the old Crown of Aragon in Spain—Aragon, Catalonia, Valencia, and Majorca.
St George's Day is known as the Feast of Saint George by Palestinians and is celebrated in the Monastery of Saint George in al-Khader, near Bethlehem. It is also known as Georgemas.
Besides the 23 April feast, some Orthodox Churches have additional feasts dedicated to St George. The country of Georgia celebrates the feast St. George on 23 April and, more prominently, 10 November (Julian Calendar), which currently falls on 6 May and 23 November (Gregorian Calendar), respectively. The Russian Orthodox Church celebrates the dedication of the Church of St George in Kiev by Yaroslav I the Wise in 1051 on 26 November (Julian Calendar), which currently falls on the Gregorian 9 December.
In the General Calendar of the Roman Rite, the feast of Saint George is on 23 April. In the Tridentine Calendar it was given the rank of "Semidouble". In Pope Pius XII's 1955 calendar this rank is reduced to "Simple." In Pope John XXIII's 1960 calendar the celebration to just a "Commemoration". In Pope Paul VI's revision of the calendar, that came into force in 1969, it was given the equivalent rank of a "Memorial", of optional use. In some countries, such as England, the rank is higher.
St George's feast is ranked higher in England and in certain other regions. It is the second most important National Feast in Catalonia, where the day is known in Catalan as La Diada de Sant Jordi and it is traditional to give a rose and a book to a loved one.
Under the state atheism of former Eastern Bloc countries, the celebration of Saint George's Day was historically suppressed.
UNESCO declared this day the International Day of the Book, since 23 April 1616 was the date of death and possibly anniversary of birth of both the English playwright William Shakespeare (according to the Julian calendar) and the Spanish author Miguel de Cervantes (according to the Gregorian calendar).


Nota: como ex-escuteiro do Agrupamento 347 - S. Jorge, de Coimbra (da Paróquia de S. José) não posso deixar de lembrar esta data - aqui fica o texto que foi hoje publicado no seu Facebook e o seu símbolo, desenhado por um amigo, nos anos oitenta:

Dia 23 de abril é dia de São Jorge, Patrono Mundial do Escutismo, e do nosso Agrupamento! Neste dia, os escuteiros deverão lembrar-se da sua promessa e da lei de escuta. Não que um escuteiro a deva esquecer nos outros dias, mas o dia de São Jorge é um dia especial para reflectir sobre ela! Um bom dia de S. Jorge para todos os escuteiros e para os do nosso agrupamento em especial!

domingo, maio 13, 2012

O Papa João Paulo II sofreu um atentado há 31 anos

Quando ele entrou na Praça de São Pedro para uma audiência em 13 de maio de 1981, João Paulo II foi baleado e gravemente ferido por Mehmet Ali Ağca, um perito atirador turco que era membro do grupo militante fascista Lobos Cinzentos. O assassino usou uma pistola semi-automática 9 mm Browning, atingindo-o no abdómen e perfurando seu cólon e intestino delgado várias vezes. João Paulo II foi levado às pressas para a Policlínica Gemelli. No caminho para o hospital, ele perdeu a consciência. Ele passou por cinco horas de cirurgia para tratar sua perda maciça de sangue e feridas abdominais. Os cirurgiões realizaram uma colostomia, reencaminhando temporariamente a parte superior do intestino grosso para deixar a parte danificada inferior curar. Quando ele ganhou rapidamente a consciência antes de ser operado, ele instruiu os médicos para não remover o seu Escapulário de Nossa Senhora do Carmo durante a operação. O Papa afirmou que Nossa Senhora de Fátima ajudou a mantê-lo vivo durante todo o seu calvário.

Eu poderia esquecer que o evento (tentativa de assassinato de Ali Agca) na Praça de São Pedro teve lugar no dia e na hora em que a primeira aparição da Mãe de Cristo aos pastorinhos estava sendo lembrada por 60 anos em Fátima, Portugal? Mas em tudo o que aconteceu comigo naquele mesmo dia, senti que a proteção extraordinária maternal e cuidadosa, acabou por ser mais forte do que a bala mortal.
- Papa João Paulo II - Memória e Identidade, Weidenfeld & Nicolson, 2005, p.184

Em 2 de março de 2006, uma comissão parlamentar italiana, a Comissão Mitrokhin, concluiram que a União Soviética estava por trás do atentado contra a vida de João Paulo II, em retaliação do apoio dado pelo Papa para a organização Solidariedade, o movimento católico de trabalhadores trabalhadores pró-democracia, uma teoria que já havia sido apoiada por Michael Ledeen e a Agência Central de Inteligência dos Estado Unidos. O relatório italiano declarou que certamente os departamento de segurança da Bulgária Comunista foram utilizados para evitar que fosse descoberto o papel da União Soviética. O relatório afirmou que a Inteligência militar soviética (Glavnoje Razvedyvatel'noje Upravlenije) - e não a KGB - foi responsável. O porta-voz do Serviço de inteligência das Relações Exteriores da Rússia, Boris Labusov, chamou a acusação de ‘absurda’. Embora o Papa tivesse declarado, durante uma visita em maio de 2002, para a Bulgária, que não acreditava que aquele país estivesse envolvido com a tentativa de assassinato, seu secretário, Cardeal Stanisław Dziwisz, alegou em seu livro A Life with Karol, que o Papa estava particularmente convencido que a ex-União Soviética estava por trás da tentativa de assassinato. Bulgária e Rússia contestaram as conclusões da comissão italiana, apontando que o Papa negou a conexão búlgara.
Agca passou 19 anos em prisões italianas, sendo depois extraditado para a Turquia, onde foi condenado a prisão perpétua pelo assalto a um banco nos anos 1970 e pelo assassinato de um jornalista em 1979, pena depois comutada para dez anos de prisão. Dois dias depois do Natal em 1983, João Paulo II visitou a prisão onde seu pretenso assassino estava sendo mantido. Os dois conversaram privadamente por 20 minutos.
Internado de urgência na Policlínica Agostini Gemelli, o papa foi submetido a delicada cirurgia de cinco horas e vinte minutos, com extirpação de 55 centímetros de intestino. A 20 de junho, 17 dias depois de ter alta, é internado de novo na mesma clínica de Roma para ser tratado de uma infecção de cytomegalovirus, resultante da operação anterior.
Coincidentemente, os tiros disparados contra o Papa foram feitos no dia 13 de maio. Nesta data, em 1917, Nossa Senhora de Fátima teria feito a sua primeira aparição aos três pastorinhos. O Pontífice sempre afirmou que a Virgem Maria teria "desviado as balas" e salvo a sua vida nesse dia. Um ano depois, a 13 de maio de 1982 e já recuperado, João Paulo II visita pela primeira vez o Santuário de Nossa Senhora de Fátima para agradecer à Virgem o ter salvo. O Santo Padre ofereceu uma das balas que o atingiu ao Santuário. Essa bala foi posteriormente colocada na coroa da Virgem, onde permanece até hoje.

sábado, março 03, 2012

O Tratado de Brest-Litovski foi assinado há 94 anos

Leon Trotsky acompanhado por oficiais alemães em Brest-Litovsk

O Tratado de Brest-Litovski (ou de Brest-Litovsk) foi um tratado de paz assinado entre o governo bolchevique russo e as Potências Centrais (Império Alemão, Império Austro-Húngaro, Bulgária e Império Otomano) em 3 de março de 1918, em Brest (antigamente Brest-Litovski), na atual Bielorrússia, pelo qual era reconhecida a saída russa da Primeira Guerra Mundial.
A retirada da Rússia da guerra foi um dos principais objetivos da Revolução Russa de 1917, e uma das prioridades do recém-criado governo bolchevique. A guerra tornara-se impopular entre o povo russo, devido às imensas perdas humanas (cerca de quatro milhões de mortos). Entretanto, os termos do Tratado de Brest-Litovski eram humilhantes. Através deste, a Rússia abria mão do controle sobre a Finlândia, Países Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), Polónia, Bielorrússia e Ucrânia, bem como dos distritos turcos de Ardaham e Kars, e do distrito georgiano de Batumi, antes sob seu domínio. Estes territórios continham um terço da população da Rússia, metade de sua indústria e nove décimos de suas minas de carvão.
A maior parte desses territórios tornar-se-iam, na prática, partes do Império Alemão, sob a tutela de reis e duques. Entretanto, a derrota da Alemanha na guerra, marcada pelo armistício com os países aliados em 11 de Novembro, em Compiègne, permitiu que Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia se tornassem estados verdadeiramente independentes, e os monarcas indicados tiveram que renunciar aos seus tronos. Por outro lado, a Bielorrússia e a Ucrânia envolveram-se na Guerra Civil Russa, e terminaram por serem novamente anexadas ao território russo, agora sob o nome de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
As negociações de paz tinham sido iniciadas em 22 de dezembro de 1917, uma semana após o armistício entre a Rússia e as Potências Centrais, em Brest-Litovsk.

domingo, fevereiro 26, 2012

O primeiro Czar do moderno Reino da Bulgária nasceu há 151 anos

Fernando Maximiliano Carlos Leopoldo Maria de Saxe-Coburgo-Gota (Viena, 26 de fevereiro de 1861 - Coburgo, 10 de setembro de 1948), foi um príncipe de Saxe-Coburgo-Gota, príncipe-regente e primeiro Czar da Bulgária, além de poeta, botânico, filatelista e colecionador de arte.

Descendente do ramo católico de Koháry, Fernando era o filho mais novo do príncipe Augusto de Saxe-Coburgo-Gota e da princesa Clementina de Orléans. Seus avós paternos foram Fernando de Saxe-Coburgo-Gota e Maria Antônia de Koháry e seus avós maternos foram o rei Luís Filipe I de França e Maria Amélia de Bourbon-Duas Sicílias. Tinha entre seus familiares boa parte dos soberanos europeus, como Ernesto I de Saxe-Coburgo-Gota, Leopoldo I da Bélgica, Fernando II de Portugal, Vitória do Reino Unido e seu marido, o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota.
No dia 7 de julho de 1887, Fernando proclamou-se Príncipe Regente do território autónomo da Bulgária, dez meses depois do seu precedente abdicar.
A Bulgária, liderada então por um partido liberalista, cujo líder era Stefan Stambolov, aceitou-o, pois seria a única forma de se desfazerem de uma possível ocupação russa.
Anos mais tarde, casou-se com a Princesa Maria Luísa de Bourbon-Parma, filha de Roberto I de Parma, a 20 de abril de 1893. Da qual teve 4 filhos:
  • Boris III (1894–1943)
  • Kyril (1895–1945)
  • Eudoxia (1898–1985)
  • Nadezhda (1899–1958). Casou com o Duque Albrecht Eugen de Württemberg.
Sua mulher morreu ao dar à luz Nadezhda. Só depois da sua mãe, a Princesa Clémentin, morrer Fernando pensou em voltar a casar. Casou-se com Eleonora de Reuss-Köstritz, Princesa de Reuss-Köstritz, no dia 28 de fevereiro de 1908.
Fernando I abdicou ao trono em 1918, após a derrota na Primeira Guerra Mundial, para evitar uma dominação estrangeira de seu país. Sucedeu-lhe o seu filho mais velho Boris, futuro Bóris III.
Morreu em 1948 em Coburgo, na Alemanha, aos 87 anos.

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Como a Bulgária e alguns artistas de Hollywood comemoraram o Ano Internacional do Morcego

(imagem daqui)

Para conhecimento de quem ainda não sabia, aqui fica um texto do espeleólogo Lee H. Skinner, veiculado pela mailing list cavediggers, que foi traduzido pelo espeleólogo português Pedro Silva Pinto e colocado na mailing list portuguesa espeleo_pt (com a sugestão deste blog de boicote a tal filme...):


No início de setembro, a capital da Bulgária limpou a poeira dos seus ombros para acolher o elenco repleto de estrelas, do filme de acção de Hollywood "The Expendables 2" (“Os Mercenários 2”).

Para demonstrar o orgulho da Bulgária sobre o facto de estar fornecendo os locais de filmagem para tal blockbuster, uma robusta delegação consistindo do primeiro-ministro Borisov, ministro da Cultura Vezhdi Rashidov e, sem surpresa, a estrela de futebol Hristo Stoichkov, apressou-se a conhecer e cumprimentar as celebridades.

Dominado pela exaltação colectiva na visita de alto perfil, o Ministério búlgaro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos deu luz verde para as filmagens na caverna Devetashka, um monumento natural de importância nacional e internacional e casa para 13 espécies de morcegos protegidos, duas delas consideradas globalmente ameaçadas de extinção.

A autorização para filmar foi concedida apesar do facto da legislação nacional só permitir actividades relacionadas com o turismo ou a investigação científica poderem ter lugar no local.

Após as lendas de Hollywood deixarem o ‘set’, uma inspeção realizada por ambientalistas revelou o forte impacto sobre o habitat natural.

Os especialistas averiguaram que os morcegos tinham sido acordados da hibernação e estavam enfrentando a morte por exaustão ou subalimentação.

Mesmo que eles pudessem voltar a entrar em hibernação, os biólogos afirmaram, as hipóteses dos mamíferos voadores "o fazerem até ao verão seriam severamente reduzidas porque as suas reservas de energia foram prematuramente esgotadas devido à actividade irregular.

No entanto, os morcegos perturbados podem mesmo não ser capazes de re-hibernar, porque a sua casa se transformou numa barulhenta e concorrida atracção turística depois de "Os Mercenários 2" reconstruirem a ponte que conduz à caverna Devetashka e deixando-a como um "presente" para o país.

A inspecção realizada por peritos ambientais mostrou que a caverna estava habitada por tão pouco quanto 10.400 morcegos, enquanto no inverno de 2010 tinham sido mais de 35.000.

Os biólogos encontraram morcegos mortos de três espécies que tinham caído do tecto da caverna, vendo-se nos seus cadáveres sinais facilmente discerníveis de exaustão.

A verificação mostrou que a equipa de filmagem tinha violado os termos da licença, entrando na parte escura da caverna e praticando uma variedade de actividades particularmente barulhentas.

A Comissão Europeia e um número de organizações ambientais globais requereram investigações a respeito do porquê da situação ter sido autorizada.

Ministério búlgaro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos respondeu com a sua habitual frase: Haverá multas!


Para que serve esta história?

Serve para mostrar que os morcegos da Bulgária são dispensáveis.

Também mostra que o ‘Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos’ é antes um ‘Ministério para a Venda de Ambiente e Recursos Hídricos’.

A ironia disto tudo é que isto está a acontecer em 2011, o Ano Internacional do Morcego, como declarado pela Convenção do UNEP sobre Espécies Migratórias (CMS) e pelo Acordo sobre a Conservação das Populações de Morcegos Europeus (EUROBATS).