terça-feira, dezembro 29, 2009

Propaganda Socrática

Aqui no Blog somos favoráveis à pesquisa e utilização de Energias Alternativas - mas não podemos deixar de passar em branco mais esta faena do tauromáquico ex-ministro Pinho, o especialista-mor em gaffes e propaganda:



(Via Blasfémias)

Nesta reportagem da SIC podemos observar a propaganda socrática no estado puro. Reparem bem nas palavras do ridículo Manuel Pinho: "quando daqui a 15 anos muitos países produzirem electricidade a partir da energia das ondas, todos se vão lembrar que tudo começou aqui e hoje".

Passados três meses dessa bonita cerimónia, e com um apoio a fundo perdido de 1 milhão e 250 mil euros por parte do Estado português, as máquinas avariaram e o projecto terminou. O dinheiro dos contribuintes que se lixe, desde que vá dando para estas operações de propaganda, repetidamente engendradas pelo governo socialista.

Post de Nuno Gouveia - Blog 31 da Armada

Canção de Natal - IV


Geologia no YouTube

Numa altura em que estou a trabalhar na organização de uma viagem de alunos e professores de uma Escola de Pombal aos Açores, mais exactamente a S. Miguel, encontrei está pequena pérola no YouTube que quero partilhar com os nossos amigos e leitores:


Poema de Torga para alguém muito especial...

ANIVERSÁRIO

Mãe:
Que visita tão pura me fizeste
Neste dia!
Era a tua memória que sorria
Sobre o meu berço.
Nu e pequeno como me deixaste,
Ia chorar de medo e de abandono.
Então vieste, e outra vez cantaste,
Até que veio o sono.

in Diário IV, Miguel Torga

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Canção de Natal - III


domingo, dezembro 27, 2009

Olhó Magalhães fresquinho!

O Vendedor de Magalães
5 euros é quanto vale um computador Magalhães no mercado paralelo

Há computadores Magalhães a ser vendidos por esse preço na Ilha de São Miguel, Açores, por crianças, ou em troca de brinquedos.



As crianças que os receberam nas suas escolas, muitas delas oriundas de bairros carenciados, fazem negócio, trocando o computador por dinheiro ou por brinquedos.

A troca pode ser efectuada por uma bicicleta ou por um carro-de-esferas - disseram algumas crianças à Antena 1 / Açores.

Quanto ao dinheiro, a venda pode ser concretizada entre os 5 e os 30 euros, porque, disse uma criança " é para a Mãe fazer a sua vida, para comer ou até mesmo para brincar.

O Governo pagou por cada computador um preço que ronda os 200 euros, com vista a implementar o uso da informática no ensino, distribuindo essa nova ferramenta de estudo e de trabalho pelas escolas do País e das Regiões Autónomas.

Solicitada a pronunciar-se sobre esta questão, a secretária regional da Educação, Maria Lina Mendes disse à Antena 1 / Açores "que, a partir do momento em que os pais pagam o computador, essa responsabilidade passa a ser deles e não da tutela".

Canção de Natal - II


sábado, dezembro 26, 2009

O Sismo de Natal de Sumatra foi há 5 anos


(Fonte - NEIC)


Faz hoje 5 anos que ocorreu o último grande sismo, com uma magnitude superior a 9,0 (mais exactamente 9,1, segundo os últimos dados, na escala de Richter). Passou a ser conhecido como sismo de Natal pelo facto de ter ocorrido no dia a seguir a esta festividade cristã, quando ainda era Natal nalgumas partes da terra, e matou mais de 225.000 pessoas, directamente ou por causa do tsunami que causou...


Poema alusivo à época natalícia - IX


História Antiga


Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.

Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.


Miguel Torga, Antologia Poética, Coimbra, Ed. do Autor, 1981

A música do meu filho

E agora algo um pouco diferente: o Coro Infantil do Jardim Escola João de Deus de Leiria, numa apresentação pública em 20 de Dezembro de 2009, cantando o hino da Escola onde o meu filho e aluno e membro deste fantástico coro:


sexta-feira, dezembro 25, 2009

O filme de Natal do Blog Geopedrados

E agora o nosso filme de Natal, feito por mim e pelo meu filhote, recorrendo a imagens livres da net e a uma música da minha infância (sim, sou francófilo....):


Os Magalhães desmascarados


Visão, 23 de Dezembro de 2009

Um esclarecimento cabal sobre o processo financeiro através do qual o Magalhães se tornou uma arma de propaganda ao serviço do Governo mais do que uma ferramenta pedagógica.

Conhecido o financiamento através das verbas da Acção Social Escolar percebem-se duas coisas: os investimento não foi feito por verbas específicas para o efeito, mas sim cortando nos outros apoios aos alunos carenciados, pelo que o anúncio do reforço de verbas na ASE para os últimos anos apenas servia para encobrir o financiamento da JP Sá Couto, desculpem, da aquisição e distribuição dos Magalhães.

Claro que numa perspectiva isaltina ou valentina, ou mesmo avelino ou felgueirista da coisa, os fins justificam os meios. Só que neste caso os fiuns foram a propaganda eleitoralista do PS e os meios foram o dinheiro para o apoio aos alunos carenciados que, por causa disso, ficaram muitas vezes sujeitos a escrutínios às finanças familiares (sendo mais prejudicados aqueles que menos sabem como fazer cosmética com as finanças) e a atrasos imensos na distribuição de materiais de trabalho diários, como os manuais escolares.


in A Educação do meu Umbigo - post de Paulo Guinote

O meu Natal de antigamente

Um poema "temperado com música" enviado por quem tem a mestria de combinar as duas artes. Obrigada Paulo Rato.

O poema: O meu Natal de Antigamente, de Teresa Rita Lopes


O MEU NATAL DE ANTIGAMENTE

Quando era menina
não havia Pai Natal nem Árvore de Natal.
Armava-se o presépio com chão de musgo
rochas de cortiça virgem ervas a valer
pedrinhas de verdade
e searinhas que se semeavam em pires e latas vazias
no dia 8 de Dezembro
e eram o pequeno milagre o primeiro
a despontar dos grãos de trigo e a crescer todos os dias.
As criaturas do presépio eram de compra
mas também moldei algumas em barro fresco.
Uma vez uma das minhas tias fez casas e igrejinhas de papel
e acendemos velas lá dentro.
Foi um deslumbramento a luz a sair pelas janelinhas!
Mas ardeu tudo de repente.
Desde então só a lamparina de azeite continuou a alumiar
esse parco mundo pobre.

No meu Natal de antigamente havia menos presentes.
Os meninos não exigiam esses brinquedos extrabíblicos:
computadores, jogos de computadores, cêdêroms, sei lá.
Nem o Menino Jesus podia com tanto peso!
Sim, porque no meu Natal de antigamente era o Menino Jesus
quem dava as prendas.
Púnhamos, na véspera, o sapatinho na chaminé
mas tínhamos que ir para a cama esperar pela manhã
porque Ele só descia pela calada da noite
se ninguém estivesse à espreita
(hoje o Pai Natal não tem esses pudores).
Eu imaginava-O a saltar das palhinhas
nuzinho em pêlo
e a Nossa Senhora a agasalhá-Lo logo com a sua capa.
E lá ia Ele
Como um menino pobre enrolado no casaco do pai
a contentar todas as crianças do mundo.
O Pai Natal, esse, foi encarregado (não sei por quem)
de dar presentes a pequenos e grandes.
Com o Menino Jesus tudo ficava entre meninos.
e se a prenda não agradava
a gente fazia-lhe uma careta
e até, à socapa, chamava-lhe um nome feio.

O Pai Natal é um palhaço cheio de postiços:
barba bigode cabeleira
até a barriga é uma almofadinha.
E vai à televisão convencer-nos a comprar coisas.
Agora o Natal antecipa o Carnaval.
O Menino Jesus, esse não! nunca ia à televisão
(que para dizer a verdade não existia ainda.)

Mas que menino de hoje trocaria o seu Pai Natal
(gerente de um supermercado de prendas)
pelo meu Menino Jesus
a tiritar nas palhas?

Teresa Rita Lopes



A música: Um pastor vindo de longe, de Fernando Valente, sobre uma melodia tradicional portuguesa, numa interpretação de: Sílvia Correia Mateus, soprano; Coro da Sé Catedral do Porto; Octeto de Flautas de Bisel; Orquestra Sinfónica da Póvoa De Varzim; direcção de Osvaldo Ferreira.


Quando as empresas dos aeroportos fazem isto...





Ontem, a TAP Portugal e a ANA desejaram as Boas Festas aos passageiros no Aeroporto de Lisboa de uma forma muito original.

Eu assustava-me. Pensava que era ameaça de bomba!


Post roubado ao Blog 31 da Armada

E agora um filme com anjas...

Com frio que está, fica sempre bem na nesta quadra um pequeno filme para aquecer a a alma dos nossos leitores:


Natal dos Simples




Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras

Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas

Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte

Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra

Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pão e vinho novo
Matava a fome à pobreza

Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura

O nosso Poema de Natal

Como sempre, a minha Mãe e o meu Pai mandam as Boas Festas aos amigos em carta, sempre com poema inédito e que o nosso Blog gosta de partilhar com os seus leitores. Este ano, para celebrar a chegada de uma Senhora dos Caminhos que se veio abeirar de uma Avenida nova da minha terra, aqui fica o nosso poema de Natal...

Nossa Senhora dos Caminhos

Tenho que confessar o meu pecado:
- Roubei a mãe ao Menino Jesus!...
(Ele já nem pequenino é,
e fica muito bem com S. José.)

....Fugi com Ela debaixo do braço
....e, a arfar de cansaço,
....pu-lA num pedestal de granito
...........bem bonito,
....à beira da avenida,
....presa com pedra e cal,
....p'ra ninguém ma roubar...

...Mas {há sempre um mas...}
o Natal aproximou-se,
o Menino volta ser pequenino
......e faz beicinho,
a chamar pela Mãe,
e a dizer que não tem ninguém...

....S. José bem O consola:
....- Deixa lá, meu Amor...
....porém Ele
....chora...chora...chora...

Então Deus-Pai,
que tudo vê
e tudo pode,
prestes acode
e desce, na Sua Majestade!

....- Ouve, Meu Filho,
....não chores mais.
....Ora vê: aqui tens A do Céu,
....a verdadeira,
....a Tua Mãe,
....a de Belém.

O Menino já não chora...
......ri...ri...ri...
numa gargalhada feliz e doirada,
e dorme descansadinho,
abraçado a Ela,
uma soneca abençoada!

....{Se Deus Pai
....não viesse do Céu,
....que remédio tinha eu
....se não dar-Lhe a minha,
....a tal que eu furtei.}

... E foi assim que eu levantei do chão
mais um sonho de menina;
e ganhei
a minha Nossa Senhora dos Caminhos.

........E é Ela
........que, neste Natal,
........vem comigo,
........num abraço sentido,
........trazer-vos muito Amor
........e Carinho

.....................da
........................MariAlice
.....................e do
........................Agostinho

~ Natal de 2009 ~

quinta-feira, dezembro 24, 2009

Canção de Natal

Recordar a Amália é sempre bom - festas felizes a todos!


Poema alusivo à época natalícia - VIII


A NOITE DE NATAL

Em a noite de Natal
Alegram-se os pequenitos;
Pois sabem que o bom Jesus
Costuma dar-lhes bonitos.

Vão se deitar os lindinhos
Mas nem dormem de contentes
E somente às dez horas
Adormecem inocentes.

Perguntam logo à criada
Quando acorde de manhã
Se Jesus lhes não deu nada.

– Deu-lhes sim, muitos bonitos.
– Queremo-nos já levantar
Respondem os pequenitos.


Mário de Sá Carneiro

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Poema alusivo à época natalícia - VII


OS PASTORES

Guardavam certos pastores
seus rebanhos, ao relento,
sobre os céus consoladores
pondo a vista e o pensamento.

Quando viram que descia,
cheio de glória fulgente,
um anjo do céu do Oriente,
que era mais claro que o dia.

Jamais os cegara assim
luz do meio-dia ou manhã.
Dir-se-ia o audaz Serafim,
que um dia venceu Satã.

Cheios de assombro e terror,
rolaram na erva rasteira.
– Mas ele, com voz fagueira,
lhes diz, com suave amor:

«Erguei-vos, simples, daí,
humildes peitos da aldeia!
Nasceu o vosso Rabi,
que é Cristo – na Galileia!

Num berço, o filho real,
não o vereis reclinado.
Vê-lo-eis pobre e enfaixado,
sobre as palhas de um curral!

Segui dos astros a esteira.
Levai pombas, ramos, palmas,
ao que traz uma joeira
das estrelas e das almas!»

Foi-se o anjo: e nas neblinas,
então celestes legiões
soltam místicas canções,
sobre violas divinas.

Erguem-se, enfim, os pastores
e vão caminhos dalém,
com palmas, rolas, e flores,
cordeiros, até Belém.

E exclamavam indo a andar:
– «Vamos ver o vinhateiro!
Ver o que sabe lavrar
nas nuvens, ver o Ceifeiro!

Vamos beijar os pés nus
do que semeia nos céus.
Ver esse pastor que é Deus
– e traz cajado de luz!»

Chegando ao presépio, enfim,
caem, de rojo, os pastores,
vendo o herdeiro d’Eloim
que veste os lírios e as flores.

Dão-lhe pombas gloriosas,
meigos, tenros animais.
– Mas, vendo coisas radiosas,
casos vindouros, fatais…

Abria o deus das crianças
uns olhos profundos, graves,
no meio das pombas mansas
– nas palpitações das aves.


Gomes Leal