sábado, janeiro 01, 2011

O presente envenenado


Cartoon de Henrique Monteiro

Um ano de saudade - Lhasa de Sela


Lhasa de Sela (27 de Setembro de 1972 - 1 de Janeiro de 2010) foi uma cantora nascida na pequena cidade de Big Indian, no estado de Nova Iorque.

Sua ascendência era de um lado mexicana e de outro americano-judeu-libanesa. Filha de um professor, não convencional, que percorria os EUA e o México, difundindo o conhecimento, e de uma fotógrafa. Assim, passou sua infância, de maneira nómada, junto com seus pais e suas três irmãs.

Sua obra musical mescla tradição mexicana, klezmer e rock e é cantada em três idiomas: espanhol, francês e inglês.

Faleceu a 1 de Janeiro de 2010, em Montreal, Canadá, vítima de cancro da mama.


Abro la ventana


Ahora me levanto
de esta cama
Ahora abro la ventana


y entra la luz con el viento
Ahora te siento
y estás tan lejos de aquí


Si un día te vas
y ya no vuelves más
Si un día me voy
y ya no vuelvo yo


Que largo es el mundo
es infinito
Ayer te tuve en mis brazos


y hoy como un grano de arena
en algún suelo ajeno
estás escondido de mí


Si un día te vas
y ya no vuelves más
Si un día me voy
y ya no vuelvo yo


entras tú…


Que grán silencio
todo en suspenso
Que vértigo de no verte
Retumbo como una campana
Abro la ventana
y entras tú
entras tú…

Só é pena a parte do retardador...

Um fim de ciclo ao retardador para José Sócrates

José Sócrates ocupa o poder há seis anos sucessivos

Em surdina, os deputados do PS falam em "fim de festa". No partido, vão-se lendo os sinais de fim de ciclo. Na bancada parlamentar, há divergências assumidas. Seja por causa da lei do financiamento partidário, seja pelo Orçamento. Ainda mais, estão lá dois protagonistas principais e potenciais candidatos à sucessão: Francisco Assis e António José Seguro. Mário Soares, líder histórico do partido, reclama aquilo que o primeiro-ministro, José Sócrates, nem quer ouvir falar: a remodelação.

Há ministros fora de tom, como aconteceu com Luís Amado, dos Negócios Estrangeiros, ao defender uma "grande coligação governamental", logo recusada por Sócrates. O próprio chefe do Governo "desafinou" do seu ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, como aconteceu com os cortes salariais na função pública ou as ordens à Caixa Geral de Depósitos por causa dos dividendos da PT.

Mas o círculo restrito de Sócrates, dizem fontes do PS, nem quer ouvir falar no assunto. A palavra de ordem continua a ser resistir. E se alguma crise se precipitar em 2011, há dirigentes nacionais a acreditar que Sócrates quer ir de novo a eleições. O problema é se o FMI entrar fronteiras dentro. Aí, o CDS-PP foi o primeiro a dizer que o executivo deveria ser substituído.

Dois sociólogos, André Freire e Manuel Meirinho Martins, ajudam a explicar o fenómeno. André Freire, professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), detecta sinais desse fim de ciclo: as sondagens com o PSD muito à frente do PS, a degradação da situação política. "No fundo, e por causa da crise, o PS está a governar com um programa que já não é o seu", afirmou ao PÚBLICO.

Já Manuel Meirinho Martins, professor de Ciência Política no ISCSP, olha a situação política e compara-a com outros momentos vividos por António Guterres (2001) e Santana Lopes (2004) para concluir que este é "um fim de ciclo arrastado".

E aponta os quatro sinais evidentes de que o ciclo socrático está a caminho do fim. Por um lado, "a incapacidade de o Governo lidar com os problemas da crise" económica, a par da "instabilidade ao nível da elite governativa". "Nota-se uma falta de coesão, como foi visível recentemente com o caso do Governo dos Açores [com a lei para contornar os cortes salariais na função pública] e com as divisões na bancada parlamentar", disse.

Depois, nota-se o "desgaste no apoio social ao Governo" e a "emergência de uma alternativa de Governo, com a transferência de expectativas para o PSD".

André Freire, investigador do Instituto de Ciências Sociais, tem uma leitura diferente quanto às sondagens. "A alternativa, o PSD, apesar de estar à frente nas sondagens, também não gera grande entusiasmo", afirma o sociólogo, lembrando estudos de opinião sobre o projecto de revisão constitucional apresentado pelo partido de Passos Coelho.

Ponto de ebulição

As presidenciais de 23 de Janeiro e a posse do Presidente da República, em Março, ajudarão a uma clarificação. Até porque, seja quem for o eleito, o chefe de Estado ganhará de novo "armas" para resolver qualquer impasse: o poder de dissolução da Assembleia e convocação de eleições. André Freire é cauteloso e admite que "pode ter algum efeito", Meirinho acredita que, se Cavaco Silva for reeleito, sendo "um institucionalista puro, não irá tomar uma iniciativa" que leve à queda do Governo. O caso será diferente se houver pressão social, a entrada do FMI no país ou uma qualquer iniciativa dos partidos na Assembleia: "Aí, acredito que sim."

A questão central é mesmo saber qual será o "ponto de ebulição"? Uma moção de censura? A entrada do FMI? Uma crise no próximo Orçamento do Estado? Ou a conflitualidade social nas ruas, como aconteceu na Grécia?
 
Tanto Manuel Meirinho como André Freire admitem que a entrada do FMI seria um factor perturbador para a situação política, embora os dois admitam a complexidade de juntar uma crise política à económica. E Freire recorda o quanto difícil seria encontrar uma solução de governação à esquerda, dado que PCP e BE, como "partidos de protesto", têm aversão a entendimentos de governação.A política portuguesa fica, assim, num nó, um "paradoxo", que Meirinho define como "uma espécie de prisão colectiva, um equilíbrio periclitante": "Por um lado, o partido que é alternativa precisa de tempo para se consolidar e até lhe dá jeito que o Governo venha a desgastar-se mais. Por outro, sabe-se que há um custo para quem criar uma crise."

E o próprio PS, em vésperas de mais um congresso, no início do ano, como assinalou André Freire, também não dá sinais de alternativas a Sócrates. "Apesar das vozes dissonantes, que fazem reparos e são pouco consequentes, não são conhecidas as alternativas a este poder. Aproxima-se um novo congresso e o líder não deverá ter adversário, o que é um sinal de fraqueza do próprio PS".

Feliz Ano Novo!



Que o ano de 2011 seja menos mau, com menos fome, desemprego e cretinos no país e mais paz em todo o mundo, são os desejos do blog Geopedrados...

sexta-feira, dezembro 31, 2010

Poema de Miguel Torga (alusivo ao ilustre espanhol que lhe deu nome de poeta)


Unamuno

D. Miguel...
Fazias pombas brancas de papel
Que voavam da Ibéria ao fim do mundo
Unamuno Terceiro!
(Foi o Cid o primeiro
D. Quixote o segundo.)

Amante duma outra Dulcineia,
Ilusória, também
(Pátria, mãe,
Ideia
E namorada),
Era seu defensor quando ninguém
Lhe defendia a honra ameaçada!

Chamado pelo aceno da miragem,
Deixava o Escorial onde vivia,
E subia, subia,
A requestar na carne da paisagem
A alma que, zeloso, protegia.

in Poemas Ibéricos - Miguel Torga

Miguel de Unamuno morreu há 74 anos


Miguel de Unamuno y Jugo (Bilbao, 29 de septiembre de 1864Salamanca, 31 de diciembre de 1936) fue un escritor y filósofo español. En su obra cultivó gran variedad de géneros literarios.



¡Dime qué dices, mar!


¡Dime qué dices, mar, qué dices, dime!
Pero no me lo digas; tus cantares
son, con el coro de tus varios mares,
una voz sola que cantando gime.


Ese mero gemido nos redime
de la letra fatal, y sus pesares,
bajo el oleaje de nuestros azares,
el secreto secreto nos oprime.


La sinrazón de nuestra suerte abona,
calla la culpa y danos el castigo;
la vida al que nació no le perdona;


de esta enorme injusticia sé testigo,
que así mi canto con tu canto entona,
y no me digas lo que no te digo.

Coisas boas de fim de ano

 

Música perfeita para acompanhar a passagem do ano


By your side - Sade

You think I'd leave your side baby?
You know me better than that
You think I'd leave down when your down on your knees?
I wouldn't do that


I'll do you right when your wrong


If only you could see into me


Oh, when your cold
I'll be there to hold you tight to me
When your on the outside baby and you can't get in
I will show you, your so much better than you know
When your lost, when your alone and you can't get back again
I will find you darling I'll bring you home


If you want to cry
I am here to dry your eyes
And in no time you'll be fine


You think I'd leave your side baby
You know me better than that
You think I'd leave you down when your down on your kness
I wouldn't do that


I'll do you right when your wrong


If only you could see into me


Oh when your cold
I'll be there
To hold you tight to me
Oh when your alone
I'l be there by your side baby

Efeitos secundários da propaganda PISA

O Relatório dos Testes Intermédios de 2010


Se o primeiro-ministro Sócrates (e a tropa que o acolita) não tivesse feito um aproveitamento demagógico/aldrabado do último relatório PISA (enfim, o homem não consegue escapar à sua identidade), não haveria lugar a fazer comparações, agora, entre esse e o dos Testes Intermédios (3º Ciclo e Secundário) de 2010. A comparação é desajustada, porque os dois relatórios tratam, em grande medida, de objectos diversos? É verdade, num sentido. Mas acontece que a inevitável comparação não é feita sobre aspectos neutralmente "técnicos" - é feita sobre um objecto já inquinado por Sócrates: como não podia deixar de ser tratando-se da personagem em causa, o Relatório PISA foi transformado num objecto de propaganda política - e da mais rasteira e grosseira que se possa conceber.
Esta maravilha (pode ser consultada aqui - passeiem pela Conclusão...) é ainda o resultado (mesmo que parcialmente) de anos de práticas criminosas - com origem não nas escolas, mas em orientações e opções políticas vindas de cima. Há já muito tempo que, "curiosamente", para além de os de Língua Portuguesa ou História, os professores de Biologia, de Matemática, de Física, de Química se vêm queixando das tremendas dificuldades experimentadas pelos alunos na interpretação de perguntas e problemas dos Exames do 12ºAno (!).
Durante anos (e essa tendência agravou-se nos últimos dois governos), procurou-se mais mascarar o "insucesso", do que combatê-lo de frente, resolvê-lo. Sempre através de mil e um artifícios mais ou menos burocráticos, respaldados na mais miserável propaganda demagógica, foi-se perseguindo, com uma rapidez artificial, desligada da natural dificuldade da coisa, um "sucesso" não correspondido na realidade. Com uma leviandade criminosa, foi-se substituindo um "sucesso" lento, esforçado, efectivo, por um arremedo de "sucesso" - mais rápido, vistoso, cosmético, simpático. Esta conversa já cansa, não é? Talvez, mas é indespedível: faz-se a respeito duma realidade que não muda e até se tem agravado.
Perante esta miséria, tem-se ensaiado um discurso para o público (por parte de antigos responsáveis, por exemplo) assente numa argumentação enviesada: na verdade, temos agora "jovens" dotados de outros "saberes" e "competências" que não aqueles que "nós" reputamos como importantes, etc, havendo, por isso, nestas matérias, um erro de focagem, etc. Esta litania faz sempre por esquecer que os "saberes" e as "competências" não são substituíveis e/ou equivalentes: acontece que há uns mais estruturantes do que outros. E a falta desses não se preenche com truques e pensos-rápidos.
Tem-se esquecido que a dificuldade e o constrangimento fertilizam as aprendizagens, não as impossibilitam.
in O Cachimbo de Magritte - post de Carlos Botelho

A ética republicana e socialista - versão assessores, aventais e afins

(imagem daqui)

Para entenderem o ponto a que chegámos, sugere-se, sem mais delongas, a leitura do seguinte post, de autoria de José, um Magistrado do Ministério Público que escreve no blog portadaloja:


PISA - o desmentido (indirecto) do Ministério da Educação



O Ministério da Educação e a Anarquia



Quadros interactivos podem ter de ser retirados das escolas



NOTA: A culpa não pode ser apenas da assumidamente anarquista Maria de Lurdes Rodrigues - é de quem lá colocou e a apoiou durante cinco longos anos...

Um tiro no porta-aviões e PISA ao fundo...

(imagem daqui)



É recorrente. O optimismo exacerbado no Primeiro-Ministro redunda sempre num desmentido categórico. Desta vez foi o próprio Ministério da Educação a fazê-lo.

in 31 da Armada - post de Carlos Nunes Lopes

NOTA: só porque um parvo, mentiroso e aldrabão diz que os alunos sabem agora mais, pois, mesmo com um estudo da OCDE a prová-lo, não se deve tirar conclusões precipitadas. A verdade é como uma certa coisa em que Sócrates é pródigo, vem sempre ao de cima...

Os pobres que paguem a crise (que os Clubes de Futebol são de outro campeonato)



Dívidas ao fisco: Bagão Félix critica incumprimento dos clubes

NOTA: discordo só de uma coisita - Bagão Félix faz mal em criticar os clubes (eles só defendem os seus interesses...) e esquecer de quem perdoa - o nosso Governo e o seu PM, José Sócrates...

O triste caso do moço de recados do governo que gosta de bullying



NOTA: o presidente da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais), pago a peso de ouro para dizer o que o Ministério da Educação lhe manda repetir, está contra a prisão dos rufias que impunemente batem e aterrorizam os colegas nas Escolas Públicas. Espero que esteja a dizer correctamente o que lhe pagam para dizer - era mau que lhe fechassem a torneira...

O país dos cadáveres adiados do governo de Sócrates

(imagem daqui)

Nada de novo na frente leste



Música de um grupo que acabou este ano

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Há um eclipse parcial do Sol brevemente

A Terra vai viver seis eclipses em 2011
Portugal acorda com um eclipse do Sol a 4 de Janeiro

Este ano o mundo vai viver quatro eclipses solares

Na próxima terça-feira de manhã os portugueses vão poder ver o primeiro eclipse de 2011. A Lua vai tapar o Sol parcialmente. Durante o resto do ano, vão acontecer mais três eclipses solares e dois lunares, Portugal só vai conseguir ver o primeiro eclipse lunar.

O eclipse de 4 de Janeiro começa às 6h40 e termina às 11h00 (hora de Portugal). No pico do eclipse, na zona que abrange o território, o Sol vai ficar tapado entre os 40 e os 60 por cento. A região da Escandinávia e da Rússia vai sentir o máximo do fenómeno. O centro de África e grande parte da Ásia vão também poder observar o eclipse.

O outro fenómeno observado em Portugal vai ser o eclipse total da Lua, quando a Terra tapar a luz do Sol que bate no satélite. O eclipse será dia 15 de Junho durante o nascimento da Lua, entre as 19h22 e as 23h22 (hora de Portugal). Parte do eclipse vai ser mais difícil de observar porque em Junho o Sol põe-se mais tarde.

Durante o ano vão acontecer mais três eclipses do Sol. O primeiro a 1 de Junho, que poderá ser observado na Ásia, América do Norte e Islândia. O segundo a 1 de Julho e o terceiro a 25 de Novembro, ambos terão menos assistência, já que se situam no pólo Sul. Nenhum destes três eclipses vai ser total.

Portugal vai perder o segundo eclipse da Lua por pouco. Dia 10 de Dezembro a Lua vai esconder-se entre as 11h33 e as 17h30 (hora de Portugal), desde a América do Norte, até à parte Ocidental da Europa. Mas quando chegar a Portugal, por volta das 17h30, já a Lua está a sair da zona de penumbra. É a Ásia que vai ter oportunidade de ver o fenómeno na sua totalidade.

Em 2012 o número de eclipses vai decrescer, serão dois solares e dois lunares.

Há quanto tempo existimos?

Cientistas põem em causa idade e origem do Homo sapiens
Dentes humanos encontrados em gruta de Israel são mais antigos do que Homem moderno

Os fósseis de dentes com 400 mil anos, encontrados perto de Telavive

A descoberta de oito dentes numa gruta de Israel levanta questões sobre a nossa origem. Uma equipa de cientistas da Universidade de Telavive descobriu fósseis que parecem ser de Homem moderno, mas que estão em camadas de terra com idade entre os 400 e 200 mil anos – mais antigas do que o nascimento dos antepassados directos do Homem.

O estudo, que tem vindo a ser desenvolvido desde 2006, foi publicado online na revista American Journal of Physiscal Anthropology. “Há muitas possibilidades”, disse à agência Bloomberg Avi Gopher, professor de arqueologia da Universidade de Telavive que co-dirigiu a escavação na gruta de Qesem. “É preciso sermos cuidadosos, não podemos atirar para o lixo um paradigma só por causa de alguns dentes.”

Qual é o paradigma? Apesar de ao longo do último milhão de anos diversas migrações feitas por várias espécies de hominídeos terem colonizado a Terra, pensa-se que a última tenha começado há cerca de 60 mil anos, feita pelo Homem moderno. Estes nossos antepassados, segundo o que se conhece hoje, evoluíram há 200 mil anos, em África, e migraram para o resto do mundo, substituindo os humanos que existiam em cada local.

Um dos fenómenos mais conhecido nesta viagem foi o encontro e substituição dos neandertais pelo Homem moderno, que sucedeu na Europa, apesar de já existirem provas genéticas de ter havido cruzamento sexual entre os dois grupos.

Os dentes molares encontrados na gruta competem com esta visão. No resumo do artigo, os autores defendem que estes fósseis têm muitas parecenças com outros crânios encontrados em Israel de Homem moderno, que são muito mais recentes. O que pode mudar aquilo que se sabe sobre a idade e origem da nossa espécie.

“É aceite que o mais antigo Homo sapiens que se conhece foi descoberto na África Oriental e tem 200 mil anos de idade, ou um pouco menos. Não conhecemos mais nenhum local onde alguém defenda a existência de um Homo sapiens mais antigo”, disse Gopher à AFP.

Paul Mellars, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, disse que outra hipótese é que estes dentes possam ser de neandertal. O artigo também diz que os dentes têm algumas características destes humanos.

“Esta região do mundo tem sido um cruzamento para movimentos da população humana durante um longo período de tempo e está situado mesmo ao lado de África e da Europa”, explicou à Bloomberg Rolf M. Quam, um dos investigadores que produziu o estudo, professor de antropologia na Universidade Estatal de Nova Iorque.

“É possível que os dentes mais velhos representem uma espécie e os mais novos representem uma espécie diferente, já que sabemos que diferentes espécies humanas estavam a ocupar a Europa e a África durante este tempo”, acrescentou o investigador.

Além das características dos fósseis, há outros factores que suportam a teoria dos dentes pertencerem ao Homem moderno. No local verificou-se a existência de lâminas sílex, do uso habitual de fogo, caça, corte e partilha de carne animal, e de actividade mineira de sílex para a produção de utensílios – actividades e objectos que, segundo os autores, traduzem um comportamento que corresponde à aparição do Homem moderno.

A escavação continua a decorrer na gruta. Os cientistas esperam encontrar mais provas que ajudem a confirmar esta descoberta.