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quinta-feira, fevereiro 15, 2024

Alguns acham que está a dar o amoque à AMOC...!

Corrente fundamental do Oceano Atlântico está em colapso iminente

 

 

Uma nova pesquisa confirma os receios sobre um provável colapso da Circulação Meridional do Atlântico, que é fundamental para vários ecossistemas e para a cadeia alimentar global.

Um estudo publicado em julho do ano passado lançou o alerta: a Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), um sistema crucial que regula o clima do Hemisfério Norte, pode entrar em colapso a qualquer momento a partir de 2025, lançando a Terra num caos climático.

Os resultados do estudo sugeriam que o colapso da AMOC originaria uma dramática queda nas temperaturas, o colapso dos ecossistemas oceânicos e o aumento global das tempestades.

Um novo estudo, publicado a semana passada na revista Science Advances traz agora preocupações agravadas sobre o potencial colapso desta corrente oceânica, uma das principais na Terra.

A pesquisa, liderada pelo oceanógrafo René van Westen da Universidade de Utrecht, introduz um sistema de alerta precoce baseado em observações físicas relacionadas ao transporte de salinidade na fronteira sul do Oceano Atlântico.

A AMOC desempenha um papel crucial no clima da Terra, transferindo água salgada e quente do sul para o norte.

Este processo é vital para manter o equilíbrio climático, mas a adição de água doce de glaciares derretidos e o aumento da precipitação estão a diminuir a salinidade da água, comprometendo este ciclo e ameaçando enfraquecer significativamente a AMOC.

Segundo os autores, uma vez atingido um determinado limiar de salinidade, o ponto de inflexão da AMOC poderá ocorrer num período de uma a quatro décadas, implicando mudanças climáticas drásticas e irreversíveis em escalas de tempo humanas, afetando severamente as sociedades ao redor do globo com alterações na temperatura, nível do mar e padrões de precipitação.

O sistema de monitorização direto da AMOC só foi implementado em 2004, o que limita a compreensão completa da sua trajetória de desaceleração. Por isso, os cientistas têm utilizado indicadores indiretos, como os níveis de salinidade, para preencher as lacunas de conhecimento, explica o Science Alert.

O estudo sugere que a AMOC é mais sensível às mudanças do que os modelos climáticos atuais preveem, confirmando preocupações anteriores de que os modelos climáticos superestimam sistematicamente a estabilidade da AMOC.

O possível colapso da AMOC traria extensas alterações climáticas, afetando ecossistemas inteiros e a segurança alimentar global.

Com a previsão de temperaturas mais baixas no noroeste da Europa, alterações nas monções tropicais e aquecimento adicional no Hemisfério Sul, o estudo adiciona urgência à preocupação crescente sobre um colapso iminente da AMOC.

 

in ZAP

domingo, outubro 01, 2023

O planeta Terra tudo supera - mas, a continuar isto, se calhar os humanos não ficam cá para ver as mudanças...

A Corrente do Golfo pode colapsar em 3 anos (e lançar o caos na Terra)

   

    

Um novo estudo alerta que a Circulação Meridional do Atlântico, um sistema crucial que regula o clima do Hemisfério Norte, poderá entrar em colapso a qualquer momento a partir de 2025, lançando a Terra num caos climático.

Segundo o estudo, realizado por uma equipa de investigadores da Universidade de Copenhaga, a Circulação Meridional do Atlântico (AMOC) poderá colapsar entre 2025 e 2029 - muito mais cedo do que apontado por previsões anteriores.

A AMOC, que inclui a Corrente do Golfo, transporta águas tropicais quentes para o norte e águas frias para o sul, e regula atualmente o clima do Hemisfério Norte.

Os resultados do estudo sugerem que a AMOC pode estar a caminho de um colapso total, entre 2025 e 2095, originando uma dramática queda nas temperaturas, o colapso dos ecossistemas oceânicos e o aumento global das tempestades.

Esta Circulação Meridional manifesta-se em dois estados estáveis: um deles, que está atualmente ativo e influencia o nosso ecossistema, mais forte e mais rápido; e um outro estado, mais lento e mais fraco.

Estimativas anteriores indicavam que a mudança do atual estado forte para o estado mais fraco provavelmente ocorreria em algum momento do próximo século. Mas o novo estudo sugere que, devido às alterações climáticas induzidas pelo homem, a AMOC pode atingir um ponto crítico muito mais cedo.

“O ponto de não-retorno esperado, considerando que continuamos a fazer o mesmo de sempre em relação às emissões de gases de efeito de estufa, será muito mais cedo do que esperávamos”, explicou ao Live Science a bióloga Susanne Ditlevsen, investigadora da Universidade de Copenhaga e co-autora do estudo, publicado esta terça-feira na Nature Communications.

“Este não é um resultado daqueles em que dizemos ‘ora bem, aqui está’; na realidade, ficámos perplexos“, afirmou Ditlevsen.

De acordo com os autores do estudo, as mudanças climáticas já estão a afetar o fluxo da AMOC, uma vez que a água doce proveniente da fusão dos glaciares está a tornar a água menos densa e menos salgada.

 

Modelo simplificado da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC) - a vermelho, correntes à superfície, a azul correntes em profundidade

 

As conclusões do estudo não são no entanto consensuais na comunidade académica, havendo cientistas que apontam algumas incertezas - nomeadamente em relação à ligação entre a evolução da temperatura à superfície da AMOC e a força da sua movimentação.

Os principais críticos do estudo sustentam que a fundamentação física do mesmo é “extremamente instável”, assentando na suposição de que o colapso mostrado por modelos simplificados retrata de forma precisa a realidade.

Não é, porém, a primeira vez que um estudo científico aponta para o risco de colapso da AMOC - e para as suas consequências.

Um estudo, realizado por Niklas Boers, investigador da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e publicado na Nature em agosto de 2021, alertou então que a Circulação Meridional já se encontra no nível mais fraco dos últimos 1600 anos — e que poderá estar agora à beira do colapso.

A última vez que a AMOC mudou de estado, na altura da última Era Glaciar, as temperaturas na região do norte do Atlântico aumentaram, em cerca de dez anos, entre 10 e 15 graus Celsius,

Se esta circulação fosse interrompida, sustentam os autores do novo estudo, as temperaturas na Europa e na América do Norte poderiam cair, nos mesmos dez anos, até 5 graus Celsius.

“Não me considero propriamente alarmista”, disse Peter Ditlevsen, co-autor do estudo e professor de Física e Ciências Climáticas no Instituto Niels Bohr, em Copenhaga, à Live Science.

“É por isso que os nossos resultados, de certa forma, me incomodam. Porque se o horizonte temporal para o início deste possível colapso é tão curto e o seu impacto tão significativo, temos que agir imediatamente“.

 

in ZAP