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quinta-feira, dezembro 15, 2011

O blog Geopedrados adverte que seis anos de convívio com ladrões dá problemas nos (poucos) neurónios de um vice-presidente da bancada parlamentar do PS

Declarações em jantar de Natal em Castelo de Paiva
Vice-presidente da bancada do PS disse que Portugal devia “marimbar-se” para os credores

“Ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos”, disse Pedro Nuno Santos, num jantar de Natal

Pedro Nuno Santos, um dos vice-presidentes do grupo parlamentar do PS, afirmou que se estava a “marimbar para o banco alemão que emprestou dinheiro a Portugal nas condições em que emprestou”, sugerindo que o país deve suspender o pagamento da sua dívida para deixar “as pernas dos banqueiros alemães a tremer”.

As declarações do dirigente socialista foram feitas no passado sábado durante um jantar de Natal do partido em Castelo de Paiva e registadas pela Rádio Paivense FM, mas só agora vieram a público, quando reproduzidas pela Rádio Renascença. Contactado pelo PÚBLICO, Pedro Nuno Santos assegura que as declarações foram retiradas do contexto e que, num longo discurso, apenas disse que perante “o ciclo de empobrecimento e de sucessivos sacrifícios cada vez mais duros o país deve colocar os interesses dos portugueses à frente do dos credores”.

Questionado sobre se as suas declarações não podem comprometer o trabalho que Portugal está a fazer no sentido de cumprir o memorando de entendimento assinado com na troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) e trabalhado ainda pelo anterior Governo e suscitar uma reacção adversa por parte dos mercados, o deputado reafirmou ao PÚBLICO que o seu discurso não foi feito no sentido de Portugal não cumprir o acordo: “Nunca disse que a dívida não deve ser paga. Mas a dívida é a nossa única arma para podermos impor condições mais favoráveis, pois a recessão é o primeiro passo para nos impedir de cumprir o acordo”.

Pedro Nuno Santos asseverou também que o facto de a cimeira europeia da passada semana não ter acalmado os mercados é “mais uma prova de que chega de nos submetermos aos credores e aos mercados”. “É incompreensível que os países periféricos não façam o que faz o Presidente francês [Nicolas Sarkozy] e a chanceler alemã [Angela Merkel]. Deviam unir-se. Eles reuniram-se antes da cimeira para decidirem o que deviam decidir os 27 [Estados-membros] e os periféricos deviam fazer o mesmo”, reiterou.

No entanto, no polémico jantar, Pedro Nuno Santos disse: “Estou a marimbar-me que nos chamem irresponsáveis. Temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses. Essa bomba atómica é simplesmente não pagarmos”, afirmou o deputado no polémico jantar. “Ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos”, disse também Pedro Nuno Santos na altura.

"A primeira responsabilidade de um primeiro-ministro é tratar do seu povo"

“Se não pagarmos a dívida e se lhes dissermos as pernas dos banqueiros alemães até tremem”, concluiu no jantar o socialista, defendendo que o Governo deve ignorar as exigências dos credores internacionais para poupar os portugueses aos sacrifícios da austeridade. “A primeira responsabilidade de um primeiro-ministro é tratar do seu povo. Na situação em nós vivemos, estou-me marimbando para os credores e não tenho qualquer problema enquanto político e deputado de o dizer. Porque em primeiro lugar, antes dos banqueiros alemães ou franceses, estão os portugueses”, reafirmou Pedro Nuno Santos.

Em referência à actual situação do país, insistiu que vale tudo e fez uma referência aos líderes europeus: “Provavelmente nunca jogaram póquer e não sabem que estamos numa guerra política e que o bluff é uma arma”. E acrescentou: “Nós temos primeiros-ministros na Europa que estão mais preocupados em passar uma mensagem aos credores: que nós somos gente responsável; não se preocupem, nós vamos pagar a dívida toda, nem que o nosso povo corte os pulsos e passe fome, mas nós vamos tratar de pagar a nossa dívida”.
Confrontado com as declarações de Pedro Nuno Santos, o líder da bancada socialista, Carlos Zorrinho, em declarações à Rádio Renascença, disse manter a confiança política no deputado, embora discorde da sua posição e da forma como as afirmações foram proferidas. Ainda assim, Zorrinho entende que deve ser tido em consideração o local onde Pedro Nuno Santos falou: “Teve uma imagética forte para expressar de forma caricatural a ideia de que devemos pagar a dívida obviamente – que é uma grande prioridade – mas nunca devemos esquecer as pessoas e o impacto desse pagamento”. À TSF, Zorrinho especificou que as palavras do seu vice-presidente devem ser lidas como um apelo a que a União Europeia faça acompanhar as medidas de austeridade de políticas de crescimento.Sobre eventuais consequências políticas das suas declarações, Pedro Nuno Santos limitou-se a dizer: “Eu disse o que penso e no dia em que não puder dizer estou mal na política”.



NOTA: quando a irresponsabilidade e a insensatez se juntam numa cabecinha de um vice-presidente de uma bancada parlamentar, após seis anos de gastar até ao último cêntimo, dá declarações como estas, injustificáveis e puníveis. A máquina do PS continua a triturar o actual chefe, enquanto decide se quer o D. Sebastião de Paris ou o Costa Restaurador de Lisboa...

domingo, dezembro 11, 2011

Há gostos - e fetiches - para tudo (um tipo já não pode gostar de carros e motoristas...)

Frota Pública
José Sócrates gastou 13,5 milhões em carros

Governo de Sócrates gasta 13,5 milhões na compra de carros para o Estado

O ex-primeiro-ministro tinha 36 veículos no seu gabinete

Há uma criança dentro de Sócrates - e nunca mais sai...

"Pagar a dívida é ideia de criança", diz José Sócrates

Sócrates falava numa palestra do pólo Universitário de Poitiers

O ex-primeiro ministro afirmou, em Paris, que a "Europa está a andar para atrás" e que para um país como Portugal é vital o financiamento da economia.

O ex-primeiro ministro, José Sócrates, defendeu numa Conferência em Paris, que é essencial apostar no financiamento para desenvolver a economia.

"Para pequenos países como Portugal e Espanha, pagar a dívida é uma ideia de criança. As dívidas dos Estados são por definição eternas. As dívidas gerem-se. Foi assim que eu estudei", afirmou o ex-primeiro ministro José Sócrates, em Paris, citado pelo "Correio da Manhã".

"É essencial para países como Portugal financiamento para desenvolver a sua economia. É assim que eu vejo as coisas", acrescentou.

José Sócrates falava numa palestra do pólo Universitário de Poitiers, em Paris, tendo recebido fortes aplausos.


segunda-feira, novembro 14, 2011

Contributo para a decisão dos docentes de (não) fazerem greve

Agarrem-Me Senão Eu Vou-Me A Ele


À luta a sério?!...
Ah...
Bem me parecia que até agora isto tinha sido uma brincadeira.
De muito mau gosto.
Então agora já não é atacado pela nostalgia de uma boa negociação?
Aborreceu-se dos acordos?
E dos entendimentos?
E dos memorandos?

in blog Trasgo - ler post

sábado, outubro 15, 2011

sábado, outubro 08, 2011

Aeroporto de Beja: 164 passageiros em 3 meses


aeroporto de beja

No aeroporto de Beja não há sorriso que se veja na chegada nem amante que se beija na despedia porque, simplesmente, não há passageiros.
Já agora, na notícia do Expresso, «em 2007, o aeroporto de Beja previa atingir, entre partidas e chegadas, uma média de 178 mil passageiros em 2009, que poderiam aumentar até 1,8 milhões em 2020, segundo as previsões da empresa EDAB, responsável pelo projeto». É oportuno lembrar um outro elefante branco prestes a ser construído e que também terá milhões de passageiros… no papel: o TGV.
As pessoas que tomaram conta do Estado e que gastam dinheiro desta forma têm nomes. Até quando vai ser possível continuar com esta impunidade? A punição eleitoral é manifestamente pequena quando decisões autistas, mas fundamentadas em imensos estudos convenientes, nos afectam durante décadas.

in Aventar - post de jorge fliscorno

NOTA: é por estas e por outras que José Sócrates precisa de ser julgado, pois é impossível não haver dolo nestas aldrabices que nos levaram, nuns míseros seis anos, quase à bancarrota.

ADENDA: se olharem com atenção, verão que os bichos não estão a aterrar - e há um que parece estar a levantar voo, para ir para Paris estudar (independentemente do que isso signifique).

terça-feira, setembro 06, 2011

Hoje faz anos um engenheiro-arquitecto-político-aldrabão

(imagem daqui)

Mania das Grandezas

Pois bem, confesso:
fui eu quem destruiu as Babilónias
e descobriu a pólvora...
Acredite, a estrela Sírius, de primeira grandeza,
(única no mercado)
deixou-me meu tio-avô em testamento.

No meu bolso esconde-se o segredo
das alquimias
e a metafísica das religiões
— tudo por inspiração!

Que querem?
Sou poeta
e tenho a mania das grandezas...

Talvez ainda venha a ser Presidente da República...


Joaquim Namorado

ADENDA: nem de propósito, hoje o Correio da Manhã tem uma interessante notícia sobre o aniversariante e a sua famiglia - 383 milhões em offshores.

quinta-feira, agosto 18, 2011

Corrupção e (in)Justiça à moda do PS


Jornal i:

O arrendamento do novo Campus da Justiça foi um dos negócios mais contestados durante o anterior governo. Alberto Costa, então ministro da Justiça, assinou o pesado compromisso de pagar mais de um milhão de euros por mês para albergar vários tribunais, o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) e algumas direcções-gerais da Justiça em prédios novilhos em folha.
Mas não se pode dizer que o senhorio do Ministério da Justiça é uma sombria entidade privada, porque é o próprio Estado que recebe a renda.
O dinheiro sai dos cofres do Estado, mais concretamente do ministério da Justiça, para voltar a entrar nos cofres do Estado mais precisamente no Fundo Imobiliário Fechado - Office Park Expo, cujos participantes são o Fundo de Pensões do Banco de Portugal, o Fundo de Pensões do Pessoal da Caixa Geral de Depósitos, o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social e uma única entidade privada dentro deste ''grupo dos quatro'': a Fundação Calouste Gulbenkian. Certo é que estes fundos fizeram um negócio ruinoso em tempos de crise imobiliária: compraram os terrenos, pagaram o projectos e a construção. Cinco anos depois, era preciso arranjar alguém que pagasse um investimento de perto de 180 milhões de euros. Alberto Costa protagonizou a operação a resgate e assinou o arrendamento dos edifícios por mais de um milhão de euros por mês.
O negócio deu os primeiros passos a 15 de Outubro de 2002. A primeira subscrição de capital foi de 20 milhões de euros divididos em quatro milhões de unidades de participação subscritas a cinco euros cada. Cada um dos subscritores tinha 25%. No mesmo ano, compraram o terreno tendo entregue ao proprietário inicial 12 milhões de euros. Face a uma conjuntura de crise era necessário desenhar um bom negócio para este investimento. Depois, foi preciso abrir um concurso para escolher os responsáveis pelo projecto. O valor total do sinal pago pelo terreno adicionado de custos em projectos foi de 13 milhões de euros.

Em notícia à parte desta, escreve-se que a consultora Deloitte fez um estudo em que assegurava ao ministério que haveria uma economia de 900 mil euros/ mês em custos energéticos.
Porém, afinal em vez de poupança verificou-se precisamente o contrário e em números astronómicos que seriam suficientes para descredibilizar qualquer firma de consultadoria que se prezasse: mais de um milhão de euros de sobrecusto.
A Deloitte é incompetente? Fez apenas o que cliente esperava? Ajustou números? Aldrabou factos? Averiguou como deve ser? Fez um estudo profissional e de rigor? Admite-se assim uma discrepância destas, "colossal" e a firma fica a assobiar para o lado? Averigue-se se o foi e como foi porque o negócio, neste como noutros casos, como se dizia dantes, "é números".
E estes números tresandam a tráficos de influências, a desmandos nas contas públicas e a gestão ruinosa do património que é de todos.
Alberto Costa e Conde Rodrigues deveriam ser obrigados a justificar ponto por ponto as opções políticas que fizeram e a serem confrontados em sede de inquérito criminal com estes factos, por suspeita de comportamento lesivo dos interesses do Estado.
Para já a suspeita apresentada claramente pelo jornal é esta: alguém se predispôs, em nome do Estado, a safar de um aperto financeiro um fundo que integra entidades do próprio Estado, mas não só. Se tal sucedeu, os responsáveis são-no também criminalmente e não apenas politicamente. É necessário sindicar as razões concretas e a pressa em se realizar um negócio daquele género, colocando serviços de justiça do Estado num local que é desadequado a esses serviços, o que era público, notório e até contestado por isso mesmo.
O jornal i nem hesita em escrever na última página, sobre este assunto que "o negócio do campus da justiça é bem o exemplo da forma como se salvam amigos com dinheiros públicos. " Esta frase é simplesmente uma denúncia de corrupção. E não apenas política.
Basta o que basta! Provavelmente ninguém vai querer saber disto, porque como este há outros negócios por aí provavelmente ainda mais escandalosos e ninguém se importa.
São os mesmos que depois aparecem a falar de corrupção em modo genérico e abstracto.

in portadaloja - post de José

quinta-feira, julho 21, 2011

Uma data e um concerto memorável num dia complicado para os PIIGS

21 de Julho entre Berlim (1990) e Bruxelas (2011)


Faz hoje 21 anos que aconteceu em Berlim o inesquecível concerto da Liberdade que celebrou a queda do muro e o fim do comunismo que tinham desabado oito meses antes.
Hoje, 21 de Julho reune-se o Conselho Europeu. O mecanismo de apoio aos países em situação de insolvência exige um processo de decisão por unanimidade que durará pelo menos até Janeiro de 2013, após a entrada em vigor de um Tratado de Lisboa revisto. Conseguirão os "PIIGS" fazer ouvir a sua voz no "muro" de Bruxelas? Espero bem que sim.
O neoliberalismo triunfante após a queda do muro, conseguiu sobreviver 21 anos até chegar a este estado comatoso - com a sua "branca mundial" a caminho de default, os seus Fundos "por um fio" ("edge funds"?), o seu modelo de globalização absurdo, mais os seus (des)regulamentos mundiais.
("There is no pain you are receding/A distant ship, smoke on the horizon./You are only coming through in waves./Your lips move but I can't hear what you're saying./When I was a child I had a fever/My hands felt just like two balloons./Now I've got that feeling once again/I can't explain you would not understand/This is not how I am...")


"I don't want to stay comfortably numb". E você?

in 31 da Armada - post de Luís Filipe Coimbra

terça-feira, julho 19, 2011

Se até um cego (e um criador de SCUT's...) vê...

(imagem daqui)


Cravinho
"Teimosia de Sócrates foi altamente lesiva para o País”

"O Governo do Partido Socialista podia ter tido uma atitude diferente. Não era preciso ser um génio para perceber, em Setembro de 2008, a seguir ao Lehman Brothers, que ia haver uma contracção de crédito brutal, que iria atingir não só as empresas como até a dívida soberana. Era, portanto, preciso reduzir esse endividamento absolutamente extraordinário. É claro que o ministro das Finanças percebeu, não tenho a menor dúvida, mas temos que ver que a teimosia do primeiro-ministro foi altamente lesiva para o país", afirma João Cravinho, em declarações à Renascença.

Aos microfones da rádio, João Cravinho defende ainda um Governo económico único para salvar o euro. "O euro só pode subsistir se tiver atrás de si uma fortíssima componente política, traduzida na existência de uma tesouraria comum, um Governo económico e financeiro.

E acrescenta: "Hoje, quem tem a cabeça no cepo não é Papandreou, não é Portugal, não é Irlanda, é toda a União Europeia, a senhora Merkel em primeiro lugar".

terça-feira, junho 07, 2011

Agora que acabou a Campanha Eleitoral, o Sócrates divulga a conta de seis anos de festa...


Aqui ficam algumas das medidas mais populares:
- qualquer aumento do salário mínimo só terá lugar se justificado pela evolução económica e do mercado de trabalho e após acordo no quadro da revisão do programa;
- rever e aumentar as taxas moderadoras do SNS;
- reduzir os custos com o transporte de doentes em 1/3;
- reduzir substancialmente (em dois terços no total) as deduções fiscais relativas a encargos com a saúde, incluindo seguros privados;
- salários e as pensões congelados até 2013;
- reduzir o grau de subsidiação nas empresas do Sector Empresarial do Estado [transportes];
- aumentar a taxa do IVA na electricidade e no gás (actualmente é de 6%);
- eliminação faseada das tarifas de electricidade reguladas.
- a lista dos bens e serviços sujeitos a taxas reduzidas de IVA será revista em 2011;
- o Imposto sobre Veículos (ISV) será aumentado;
- a partir de Janeiro de 2012, será introduzida uma tributação sobre a electricidade;
- definição de despedimentos: o Governo irá preparar até ao T4-2011 uma proposta de reforma com o objectivo de introduzir ajustamentos aos casos de despedimentos individuais com justa causa.

sábado, junho 04, 2011

A ética republicana e socialista - versão boys socialistas da CP e carrinhos de luxo

CP dá carros de luxo a gestores

Presidente da CP, José Benoliel, usa, segundo o relatório do Governo da firma, um Mercedes E220CDI Elegance

Mercedes usados em serviço pelos cinco administradores da empresa custaram, no ano passado, 55 720 euros em rendas.

Cada um dos cinco administradores da CP – Comboios de Portugal, empresa pública com um prejuízos superior a 195 milhões de euros e uma dívida histórica de 3,3 mil milhões de euros, tem um Mercedes da firma para utilização pessoal. Os carros de luxo foram, segundo o relatório do Governo da Sociedade da CP de 2010, adquiridos em regime de renting em 2008, altura em que o prejuízo desta firma do Estado já ultrapassava os 190 milhões de euros. Em 2010, a CP gastou 55 720 euros com as rendas destes cinco automóveis topo de gama.

José Benoliel, presidente do conselho de administração, Alfredo Vicente Pereira, vice-presidente, Nuno Moreira e Madalena Sousa, ambos vogais, contam cada um com um Mercedes E220CDI Elegance e Cristina Dias, que é também vogal, utiliza um Mercedes E 220CDI Avantgarde. Questionada pelo CM sobre a aquisição destes carros numa altura em que já registava elevados prejuízos, a CP limitou-se a dizer que "o conselho de administração em funções não procedeu à aquisição de nenhuma viatura para utilização pelos seus membros, estando a utilizar as viaturas que já se encontravam na empresa em regime de aluguer."

A CP não diz qual foi o conselho de administração que adquiriu os cinco Mercedes, mas, como a compra ocorreu em 2008, tudo indica que a aquisição terá sido efectuada pelo anterior conselho de administração. A actual equipa de gestão tomou posse em Junho de 2010, mas José Benoliel, actual presidente da CP, e Nuno Moreira, administrador, já integravam o anterior conselho de administração da CP. E este, que era liderado por Francisco Cardoso dos Reis, tomou posse em Janeiro de 2008.

Os relatórios do Governo da Sociedade dos últimos três anos não indicam o número de anos do contrato de renting, através do qual a CP alugou os automóveis de luxo e paga uma renda mensal pela sua utilização. E a CP, apesar de questionada sobre isso, não deu qualquer explicação.

FIRMA INFORMOU TUTELA DA COMPRA

A CP garantiu ao ‘CM’ que informou a tutela sobre a compra dos carros. "Relativamente ao cumprimento da obrigação de prestar informações, é sempre respeitado".

800 EMPREGOS ESTÃO EM RISCO

O presidente da CP, José Benoliel, disse em Maio que a empresa "precisa de despedir 800 pessoas". No ano passado, segundo afirmou o líder da empresa, saíram da CP 71 colaboradores.

OS CARROS/OS PERFIS

O estatuto remuneratório da CP atribui aos administradores o direito à utilização pessoal de viatura de serviço, com limite de renda mensal de mil euros para presidente e vice-presidente e de 900 euros para vogais, incluindo seguro e manutenção

(...)

A actual administração da CP foi nomeada pelo Governo de José Sócrates através da Resolução do Conselho de Ministros número 23/2010, de 17 de Junho de 2010. 

in CM - ler notícia

sexta-feira, junho 03, 2011

Quem vive aos pinchos morre aos saltos

Cartoon de Cid no Sol de hoje - via portadaloja

O cair do mito

 (imagem daqui)

O robô e a máquina de propaganda

A máquina do Governo dispõe de uma redacção que ataca os artigos e os colunistas considerados hostis.

Muitas vezes fala-se da ‘máquina de propaganda’ do Governo socialista. Mas nunca houve uma tentativa séria de investigar como funciona, que métodos utiliza, quantas pessoas envolve, quem a dirige, etc.

Vou dizer o que sei.

Essa máquina desdobra-se por várias frentes. Tem uma espécie de redacção central, que funciona como a redacção de um jornal, cuja missão é fazer constantemente contra-propaganda. Dispõe de um blogue chamado Câmara Corporativa (http://corporacoes.blogspot.com) e está permanentemente atenta a tudo o que se publica, desmentindo as notícias consideradas negativas para o Governo.

Além disso, critica artigos de opinião publicados nos jornais, rebatendo os argumentos e, por vezes, ridicularizando ou desacreditando os seus autores.

Mobiliza pessoas para intervir nos fóruns tipo TSF que hoje existem em todas as estações de rádio e TV.

Selecciona na imprensa internacional notícias, artigos ou entrevistas favoráveis ao Governo português e põe-nos a circular entre jornalistas e colunistas ‘amigos’.

É por esta última razão que vemos às vezes opiniões publicadas em obscuros órgãos de comunicação estrangeiros citadas em Portugal por diversas pessoas como importantes argumentos.

Outra vertente são as relações com jornalistas. Há uma rede de jornalistas ‘amigos’ e a coisa funciona assim: um assessor fala com um jornalista amigo e dá-lhe determinada informação. Chama-se a isto ‘plantar uma notícia’ – e todos os Governos o fazem. Só que, uma vez a notícia publicada, às vezes com pouco destaque, os assessores telefonam a outros jornalistas e sopram-lhes: «Viste aquela notícia no sítio tal? Olha que é verdade! E é importante!». E assim a notícia é amplificada, conseguindo-se um efeito de confirmação.

Umas vezes as notícias plantadas são verdadeiras, outras vezes são falsas. O Expresso, por exemplo, chegou a publicar em semanas consecutivas uma coisa e o seu contrário. Significativamente, o que estava em causa era Teixeira dos Santos, que o PS queria queimar.

E constata-se que as notícias desagradáveis para a oposição têm mais eco do que outras. Veja-se a repercussão que teve uma carta de António Capucho publicada no SOL, que era um documento interessante mas não tinha a relevância que acabou por ter. A máquina de propaganda amplifica as notícias que interessam ao Governo.

Em seguida, os comentadores colocados pelo PS nos vários programas de debate que hoje enxameiam as televisões repetem os argumentos convenientes. José Lello, Sérgio Sousa Pinto, Emídio Rangel, Francisco Assis, etc., repetem à saciedade, às vezes como papagaios, as mesmas ideias. E mesmo António Costa, na Quadratura do Círculo, um programa de características diferentes, não foge à regra: nunca o vi fazer uma crítica directa a Sócrates. Mas vi-o fazer uma crítica brutal a Teixeira dos Santos, na tal altura em que começou a cair em desgraça.

As únicas situações em que as coisas fugiram do controlo da máquina socrática foram os casos Freeport e Face Oculta. Só que aí era impossível abafá-los. E para os combater foram lançadas contra-campanhas, como expliquei noutros artigos. E houve pessoas que pagaram por isso.

A par das relações com os jornalistas, que se processam diariamente, há outro aspecto decisivo que passa pelo controlo dos principais meios.

A tentativa de comprar a TVI falhou, mas José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes foram afastados e a orientação editorial da estação mudou. José Manuel Fernandes foi afastado do Público, e a orientação do jornal também mudou. Medina Carreira foi afastado da SIC. O SOL foi alvo de uma tentativa de asfixia. E estes são apenas os casos mais conhecidos.

Por outro lado, o Governo soube cultivar boas relações com os patrões dos grandes grupos de media – a Controlinvest, a Cofina e a Impresa –, também como consequência das crises financeiras em que estes se viram mergulhados.

Podemos assim constatar que, das três estações de TV generalistas, nenhuma hoje é hostil ao Governo. A RTP é do Estado, a TVI – que era muito crítica – foi apaziguada, a SIC tem--se vindo a aproximar do Executivo. Ora isto é anormal na Europa. Em quase todos os países há estações próximas da esquerda, há estações próximas da direita, há estações próximas do Governo, há estações próximas da oposição. Em Portugal é diferente.

Ainda no plano da contra-propaganda, já falei noutras alturas da técnica do boomerang. Como funciona? Quando alguém da oposição (regra geral, o líder do PSD) diz qualquer coisa passível de exploração negativa, toda a máquina se põe a mexer para usar essa ideia como arma de arremesso contra quem a proferiu.

Passos Coelho diz que quer mudar certas regras na Saúde – e logo Francisco Assis, Silva Pereira, Vieira da Silva, Jorge Lacão ou Santos Silva, os gendarmes de serviço, vêm gritar: «O PSD quer acabar com o Serviço Nacional de Saúde!». Passos Coelho diz qualquer coisa sobre as escolas públicas e as privadas – e lá vêm os mesmos dizer: «O PSD quer acabar com o ensino público gratuito!». Passos Coelho diz que quer certificar as ‘Novas Oportunidades’ – e os mesmos repetem: «O PSD ofendeu 500 mil portugueses!». E, no final, todos dizem em coro: «O PSD quer acabar com o Estado Social!».

Passos Coelho não soube lidar com isto de início. E, perante estes ataques, acabou muitas vezes por bater em retirada. Propôs uma revisão constitucional e recuou. Outras vezes explicou-se em demasia. E com isso deu uma ideia de impreparação e falta de convicção, que só recentemente conseguiu corrigir.

Mas a máquina não fica por aqui. Tem muitas outras frentes de combate. Os assessores do primeiro-ministro organizam dossiês para cada ministro, dizendo-lhes como devem reagir perante o que diariamente é publicado na imprensa. Assim, bem cedo pela manhã, um assessor telefona a um ministro, faz-lhe uma resenha da imprensa e diz-lhe o que ele deve responder a esta e àquela pergunta.

Claro que há ministros que não aceitam este paternalismo. Que querem ter liberdade para responder pela sua cabeça. Mas esses ficam logo marcados. Admito que Luís Amado não aceite recados, estou certo de que Campos e Cunha não os aceitou, Freitas do Amaral também não. Mas a maioria dos outros aceitou-os ou aceita-os, até para tranquilidade própria: assim têm a certeza de não cometer gaffes e não desagradar ao primeiro-ministro.

E já não falo nos boys colocados em todos os Ministérios e em todas as administrações das empresas públicas e que funcionam como correias de transmissão da opinião do Governo. Rui Pedro Soares é o caso mais conhecido. Mas obviamente não é o único. Eles estão por toda a parte. Muitas vezes nem têm posições de grande relevo. Mas o facto de se saber que são os porta-vozes do poder confere-lhes importância acrescida, porque as pessoas receiam-nos.

Como resultado de tudo isto, muita gente, mesmo dentro do PS, tem medo. Evita falar. No congresso socialista, que mais parecia um encontro da IURD, vimos pessoas respeitáveis participar alegremente na farsa sem um gesto de distanciação. Chegou a meter dó ver António Costa, António Vitorino, o próprio Almeida Santos, envolvidos naquela encenação patética.

Que foi produzida como uma super-produção, com sofisticados meios audiovisuais. Quando Sócrates começou a proferir a primeira das três últimas frases do seu último discurso, uma música ‘heróica’ começou a ouvir-se baixinho. E foi subindo, subindo de tom – e quando Sócrates acabou de falar a música estoirou, as luzes brilharam, não sei se houve fogo preso mas podia ter havido, choveram flores, foi a apoteose.

Quem dirigirá esta poderosa e bem oleada máquina de propaganda e contra-propaganda?

Haverá certamente um núcleo duro, ao qual não serão alheios aqueles que dão a cara nos momentos difíceis: Francisco Assis, Jorge Lacão e os três Silvas: Vieira da Silva, Augusto Santos Silva e Pedro Silva Pereira.

Há quem fale numa personagem misteriosa, sibilina, que não gosta dos holofotes e que dá pelo nome de Luís Bernardo. Actualmente é assessor de Sócrates, antes foi assessor de Carrilho na Cultura. Pedro Norton, actual número 2 da Impresa e seu amigo, diz que ele é «o homem mais inteligente que conhece».

Acontece que uma máquina política pode ser muito boa, pode estar muito bem oleada, pode funcionar na perfeição, mas tem sempre um ponto fraco: depende em última análise da performance de um homem.

Durante anos essa performance foi quase perfeita – por isso chamei a Sócrates um ‘robô político’. Ora esse robô, agora, começou a falhar. E a derrota televisiva perante Passos Coelho pode ter posto em causa toda a engrenagem. O robô engasgou-se, exaltou-se, esteve à beira de colapsar.

E quando isso acontece não há máquina de propaganda que valha.

quinta-feira, junho 02, 2011

O estranho caso do mentiroso compulsivo

(imagem daqui)

 
José Sócrates podia ter dito, apresentando as mesmas justificações, que não concordava com a descida da TSU. Que a força das circunstâncias o tinha obrigado a aceitar uma medida com a qual não concordava. Que tinha insistido com os representantes do BCE, FMI e UE mas que tinha sido vencido. Que caso vencesse as legislativas iria tentar renegociar aquela medida. Mas caso falhasse teria de a aplicar nas condições que constam do MoU.

Não foi isto que se passou. Sócrates afirmou que o governo se limitaria a estudar futuramente a descida da TSU sem qualquer garantia que esta medida seria aplicada ou quando muito seria "moderada". Estranhamente, para quem dizia que ainda não tinha estudar o assunto apresentou todo o tipo de argumentos contra a esta. Que nada tinha ficado decidido nos acordos com a "troika".

Acontece, sabe-se agora, que o governo comprometeu-se com uma "descida significativa" da TSU apresentando como contrapartida cortes de despesa, subidas no IVA e noutros impostos.

Contrariamente ao que afirma José Sócrates existe efectivamente um caso em torno da TSU e é bem grave. O Primeiro-Ministro mentiu. E mesmo quando confrontado com factos incontestáveis continuar a insistir na mentira. Convinha também explicar se o faz por oportunismo político ou se não pensa cumprir o que acordou com a "troika".

in O Cachimbo de Magritte - post de Miguel Noronha

quarta-feira, junho 01, 2011

E para baixo todos os santos ajudam...

Os dias do fim (II)


Ó faz favor. Olha aqui para baixo.

in O Cachimbo de Magritte - post de Pedro Pestana Bastos

Desmistificar Sócrates

Os factos que devem condenar Sócrates
Henrique Raposo (www.expresso.pt)

Os factos são retirados deste livro

Não são opiniões ou divergências ideológicas. Não são fixações doentias. Não são estados de espírito. Não. São factos. Factos objectivos que revelam o desastre governativo do consulado Sócrates. 
- Estamos a viver a maior vaga de emigração desde os anos 60. Pelas contas de Álvaro Santos Pereira, estão a sair de Portugal cerca de 100 mil portugueses por ano (2007: 108.388; 2008: 101.595 - como é que o nosso primeiro justifica estes números que são relativos a anos anteriores à salvífica crise internacional?). Toda a gente em Portugal já foi tocada pelo drama da emigração. Toda a gente tem um primo ou amigo que foi forçado a emigrar. Quando é que começamos a falar a sério disto?
- A dívida pública portuguesa estava nos 60% em 1995. Em 2005, continuava na casa dos 60%. Com Sócrates, a dívida disparou de forma incrível (quase 100% em 2010), sobretudo a partir de 2008 e 2009. Então o nosso primeiro-ministro começou a pedir dinheiro emprestado no preciso momento em que estalou a tal crise internacional do crédito? Pois, era preciso vencer umas eleições através da falácia-mor de 2009: "ah, falar de endividamento é bota-abaixismo".
- Em 2005, a carga fiscal estava nos 34% do PIB. Com Sócrates, a pressão dos impostos aumentou para 37%. Obrigado, senhor engenheiro. Aumentar impostos é a forma mais fácil e perversa de gerir um país.
- Entre 2014 e 2026, nós, portugueses, iremos pagar todos os anos mais de 1.500 milhões de euros em PPP. 1500 milhões é o mínimo, porque a conta pode chegar aos 2500 milhões (entre 2014 e 2018). Até 2038, iremos pagar - no mínimo - 1000 milhões por ano. A conta das PPP só baixará dos 500 milhões por ano em 2040. Ou seja, os meus netos ainda vão ter de pagar a conta deixada por Sócrates. Como já afirmei, a questão não é a reestruturação da dívida (até porque isso nem depende só de nós; estamos numa moeda partilhada). A grande questão passa por reestruturar esta conta com os construtores e concessionárias.

Acho que por hoje já chega. Amanhã há mais. Mais factos. 


sábado, maio 28, 2011

Um brilhante contributo para ajudar a escolher em quem não votar em 5 de Junho

O VERDADEIRO LEGADO DESTE GOVERNO

Quando for votar no dia 5 de Junho, por favor não se esqueça do verdadeiro legado deste governo. Já aqui mencionei e interpretei estes dados. No entanto, e como a força de um gráfico vale mais do que mil palavras, vale a pena relembrar o que herdamos após 6 anos desta governação. As linhas a vermelho são os anos que correspondem aos anos em que este(s) governo(s) esteve em exercício:

1) PIB potencial da economia nacional a crescer 0% ao ano
Fonte: AMECO

2) Dívida pública recorde: no final de 2004, a dívida pública portuguesa rondava os 56% do PIB. No final de 2011, a nossa dívida pública vai ser cerca de 100% do PIB nacional.
Esta é a maior dívida pública desde os meados do século XIX e não inclui sequer 40 mil milhões de euros de dívidas das empresas pública e mais de 50 mil milhões de euros em parcerias público-privadas:
Fonte: Mata e Valério (1994), AMECO

4) A taxa de desemprego era 6,6% no final de 2004.  Hoje a taxa de desemprego já ultrapassou os 12,4%. Esta é a maior taxa de desemprego desde, pelo menos, os anos 30 do século passado
 Fonte:Mateus (1998), INE

6) A dívida externa total (bruta) da economia nacional era 167,9% do PIB no início de 2005. Hoje a nossa dívida externa bruta é cerca de 230% do PIB. Esta é a maior dívida externa desde 1892, quando entrámos em bancarrota.

Fonte: Banco de Portugal

7) A dívida externa líquida nacional era 64% do PIB no final de 2004. Hoje, a nossa dívida externa líquida é de 110% do PIB
Fonte: Banco de Portugal

7) O défice externo, medido pela balança corrente, tem ficado sistematicamente acima dos 8% do PIB. Todos os anos o país endivida-se ainda mais para financiar este défice externo.
Fonte: Banco de Portugal
 
8) Em 2007 e em 2008, mais de 100 mil portugueses emigraram do país à procura de oportunidades de emprego:
 
Fonte: Países de destino da emigração, Santos Pereira (2011)
 
9) O PIB português está na mesma posição relativa em relação à Europa Avançada que estava em 1990. Ou seja, perdemos 20 anos de esforço de convergência real com a Europa. A divergência da economia com a Europa é uma das marcas deste governo.
Fonte: The Conference Board

Como já aqui mencionei, estes são os factos do triste legado deste governo. Estes são, de longe, os piores indicadores económicos desde 1892, quando tivemos de declarar bancarrota. Os piores.

É importante ainda referir que a grande maioria destes indicadores já tinham atingido valores recordes antes da crise internacional que eclodiu em 2008. Por isso, o triste legado deste governo não se deve ao azar de termos apanhado uma crise internacional. Foi mesmo incompetência. Foi mesmo incúria. Foi mesmo irresponsabilidade. Foi mesmo irrealismo. Este é um legado de tal modo terrível que vai marcar inexoravelmente as nossas vidas e as vidas dos nossos filhos. É caso para dizer: ainda está para nascer um primeiro-ministro que tanto mal tenha feito a Portugal.

Por isso, não se esqueça destes factos no dia 5 de Junho.

in Desmitos - post de Álvaro Santos Pereira