Os factos que devem condenar Sócrates
Henrique Raposo (www.expresso.pt)
Os factos são retirados deste livro
Não são opiniões ou divergências ideológicas. Não são fixações doentias. Não são estados de espírito. Não. São factos. Factos objectivos que revelam o desastre governativo do consulado Sócrates.
- Estamos a viver a maior vaga de emigração desde os anos 60. Pelas contas de Álvaro Santos Pereira, estão a sair de Portugal cerca de 100 mil portugueses por ano (2007: 108.388; 2008: 101.595 - como é que o nosso primeiro justifica estes números que são relativos a anos anteriores à salvífica crise internacional?). Toda a gente em Portugal já foi tocada pelo drama da emigração. Toda a gente tem um primo ou amigo que foi forçado a emigrar. Quando é que começamos a falar a sério disto?
- A dívida pública portuguesa estava nos 60% em 1995. Em 2005, continuava na casa dos 60%. Com Sócrates, a dívida disparou de forma incrível (quase 100% em 2010), sobretudo a partir de 2008 e 2009. Então o nosso primeiro-ministro começou a pedir dinheiro emprestado no preciso momento em que estalou a tal crise internacional do crédito? Pois, era preciso vencer umas eleições através da falácia-mor de 2009: "ah, falar de endividamento é bota-abaixismo".
- Em 2005, a carga fiscal estava nos 34% do PIB. Com Sócrates, a pressão dos impostos aumentou para 37%. Obrigado, senhor engenheiro. Aumentar impostos é a forma mais fácil e perversa de gerir um país.
- Entre 2014 e 2026, nós, portugueses, iremos pagar todos os anos mais de 1.500 milhões de euros em PPP. 1500 milhões é o mínimo, porque a conta pode chegar aos 2500 milhões (entre 2014 e 2018). Até 2038, iremos pagar - no mínimo - 1000 milhões por ano. A conta das PPP só baixará dos 500 milhões por ano em 2040. Ou seja, os meus netos ainda vão ter de pagar a conta deixada por Sócrates. Como já afirmei, a questão não é a reestruturação da dívida (até porque isso nem depende só de nós; estamos numa moeda partilhada). A grande questão passa por reestruturar esta conta com os construtores e concessionárias.
Acho que por hoje já chega. Amanhã há mais. Mais factos.
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