Mostrar mensagens com a etiqueta abrantes. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta abrantes. Mostrar todas as mensagens
sexta-feira, junho 03, 2011
O cair do mito
(imagem daqui)
O robô e a máquina de propaganda
A máquina do Governo dispõe de uma redacção que ataca os artigos e os colunistas considerados hostis.
Muitas vezes fala-se da ‘máquina de propaganda’ do Governo socialista. Mas nunca houve uma tentativa séria de investigar como funciona, que métodos utiliza, quantas pessoas envolve, quem a dirige, etc.
Vou dizer o que sei.
Essa máquina desdobra-se por várias frentes. Tem uma espécie de redacção central, que funciona como a redacção de um jornal, cuja missão é fazer constantemente contra-propaganda. Dispõe de um blogue chamado Câmara Corporativa (http://corporacoes.blogspot.com) e está permanentemente atenta a tudo o que se publica, desmentindo as notícias consideradas negativas para o Governo.
Além disso, critica artigos de opinião publicados nos jornais, rebatendo os argumentos e, por vezes, ridicularizando ou desacreditando os seus autores.
Mobiliza pessoas para intervir nos fóruns tipo TSF que hoje existem em todas as estações de rádio e TV.
Selecciona na imprensa internacional notícias, artigos ou entrevistas favoráveis ao Governo português e põe-nos a circular entre jornalistas e colunistas ‘amigos’.
É por esta última razão que vemos às vezes opiniões publicadas em obscuros órgãos de comunicação estrangeiros citadas em Portugal por diversas pessoas como importantes argumentos.
Outra vertente são as relações com jornalistas. Há uma rede de jornalistas ‘amigos’ e a coisa funciona assim: um assessor fala com um jornalista amigo e dá-lhe determinada informação. Chama-se a isto ‘plantar uma notícia’ – e todos os Governos o fazem. Só que, uma vez a notícia publicada, às vezes com pouco destaque, os assessores telefonam a outros jornalistas e sopram-lhes: «Viste aquela notícia no sítio tal? Olha que é verdade! E é importante!». E assim a notícia é amplificada, conseguindo-se um efeito de confirmação.
Umas vezes as notícias plantadas são verdadeiras, outras vezes são falsas. O Expresso, por exemplo, chegou a publicar em semanas consecutivas uma coisa e o seu contrário. Significativamente, o que estava em causa era Teixeira dos Santos, que o PS queria queimar.
E constata-se que as notícias desagradáveis para a oposição têm mais eco do que outras. Veja-se a repercussão que teve uma carta de António Capucho publicada no SOL, que era um documento interessante mas não tinha a relevância que acabou por ter. A máquina de propaganda amplifica as notícias que interessam ao Governo.
Em seguida, os comentadores colocados pelo PS nos vários programas de debate que hoje enxameiam as televisões repetem os argumentos convenientes. José Lello, Sérgio Sousa Pinto, Emídio Rangel, Francisco Assis, etc., repetem à saciedade, às vezes como papagaios, as mesmas ideias. E mesmo António Costa, na Quadratura do Círculo, um programa de características diferentes, não foge à regra: nunca o vi fazer uma crítica directa a Sócrates. Mas vi-o fazer uma crítica brutal a Teixeira dos Santos, na tal altura em que começou a cair em desgraça.
As únicas situações em que as coisas fugiram do controlo da máquina socrática foram os casos Freeport e Face Oculta. Só que aí era impossível abafá-los. E para os combater foram lançadas contra-campanhas, como expliquei noutros artigos. E houve pessoas que pagaram por isso.
A par das relações com os jornalistas, que se processam diariamente, há outro aspecto decisivo que passa pelo controlo dos principais meios.
A tentativa de comprar a TVI falhou, mas José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes foram afastados e a orientação editorial da estação mudou. José Manuel Fernandes foi afastado do Público, e a orientação do jornal também mudou. Medina Carreira foi afastado da SIC. O SOL foi alvo de uma tentativa de asfixia. E estes são apenas os casos mais conhecidos.
Por outro lado, o Governo soube cultivar boas relações com os patrões dos grandes grupos de media – a Controlinvest, a Cofina e a Impresa –, também como consequência das crises financeiras em que estes se viram mergulhados.
Podemos assim constatar que, das três estações de TV generalistas, nenhuma hoje é hostil ao Governo. A RTP é do Estado, a TVI – que era muito crítica – foi apaziguada, a SIC tem--se vindo a aproximar do Executivo. Ora isto é anormal na Europa. Em quase todos os países há estações próximas da esquerda, há estações próximas da direita, há estações próximas do Governo, há estações próximas da oposição. Em Portugal é diferente.
Ainda no plano da contra-propaganda, já falei noutras alturas da técnica do boomerang. Como funciona? Quando alguém da oposição (regra geral, o líder do PSD) diz qualquer coisa passível de exploração negativa, toda a máquina se põe a mexer para usar essa ideia como arma de arremesso contra quem a proferiu.
Passos Coelho diz que quer mudar certas regras na Saúde – e logo Francisco Assis, Silva Pereira, Vieira da Silva, Jorge Lacão ou Santos Silva, os gendarmes de serviço, vêm gritar: «O PSD quer acabar com o Serviço Nacional de Saúde!». Passos Coelho diz qualquer coisa sobre as escolas públicas e as privadas – e lá vêm os mesmos dizer: «O PSD quer acabar com o ensino público gratuito!». Passos Coelho diz que quer certificar as ‘Novas Oportunidades’ – e os mesmos repetem: «O PSD ofendeu 500 mil portugueses!». E, no final, todos dizem em coro: «O PSD quer acabar com o Estado Social!».
Passos Coelho não soube lidar com isto de início. E, perante estes ataques, acabou muitas vezes por bater em retirada. Propôs uma revisão constitucional e recuou. Outras vezes explicou-se em demasia. E com isso deu uma ideia de impreparação e falta de convicção, que só recentemente conseguiu corrigir.
Mas a máquina não fica por aqui. Tem muitas outras frentes de combate. Os assessores do primeiro-ministro organizam dossiês para cada ministro, dizendo-lhes como devem reagir perante o que diariamente é publicado na imprensa. Assim, bem cedo pela manhã, um assessor telefona a um ministro, faz-lhe uma resenha da imprensa e diz-lhe o que ele deve responder a esta e àquela pergunta.
Claro que há ministros que não aceitam este paternalismo. Que querem ter liberdade para responder pela sua cabeça. Mas esses ficam logo marcados. Admito que Luís Amado não aceite recados, estou certo de que Campos e Cunha não os aceitou, Freitas do Amaral também não. Mas a maioria dos outros aceitou-os ou aceita-os, até para tranquilidade própria: assim têm a certeza de não cometer gaffes e não desagradar ao primeiro-ministro.
E já não falo nos boys colocados em todos os Ministérios e em todas as administrações das empresas públicas e que funcionam como correias de transmissão da opinião do Governo. Rui Pedro Soares é o caso mais conhecido. Mas obviamente não é o único. Eles estão por toda a parte. Muitas vezes nem têm posições de grande relevo. Mas o facto de se saber que são os porta-vozes do poder confere-lhes importância acrescida, porque as pessoas receiam-nos.
Como resultado de tudo isto, muita gente, mesmo dentro do PS, tem medo. Evita falar. No congresso socialista, que mais parecia um encontro da IURD, vimos pessoas respeitáveis participar alegremente na farsa sem um gesto de distanciação. Chegou a meter dó ver António Costa, António Vitorino, o próprio Almeida Santos, envolvidos naquela encenação patética.
Que foi produzida como uma super-produção, com sofisticados meios audiovisuais. Quando Sócrates começou a proferir a primeira das três últimas frases do seu último discurso, uma música ‘heróica’ começou a ouvir-se baixinho. E foi subindo, subindo de tom – e quando Sócrates acabou de falar a música estoirou, as luzes brilharam, não sei se houve fogo preso mas podia ter havido, choveram flores, foi a apoteose.
Quem dirigirá esta poderosa e bem oleada máquina de propaganda e contra-propaganda?
Haverá certamente um núcleo duro, ao qual não serão alheios aqueles que dão a cara nos momentos difíceis: Francisco Assis, Jorge Lacão e os três Silvas: Vieira da Silva, Augusto Santos Silva e Pedro Silva Pereira.
Há quem fale numa personagem misteriosa, sibilina, que não gosta dos holofotes e que dá pelo nome de Luís Bernardo. Actualmente é assessor de Sócrates, antes foi assessor de Carrilho na Cultura. Pedro Norton, actual número 2 da Impresa e seu amigo, diz que ele é «o homem mais inteligente que conhece».
Acontece que uma máquina política pode ser muito boa, pode estar muito bem oleada, pode funcionar na perfeição, mas tem sempre um ponto fraco: depende em última análise da performance de um homem.
Durante anos essa performance foi quase perfeita – por isso chamei a Sócrates um ‘robô político’. Ora esse robô, agora, começou a falhar. E a derrota televisiva perante Passos Coelho pode ter posto em causa toda a engrenagem. O robô engasgou-se, exaltou-se, esteve à beira de colapsar.
E quando isso acontece não há máquina de propaganda que valha.
Postado por Pedro Luna às 18:23 0 bocas
Marcadores: abrantes, aldrabões, bancarrota, central de contrainformação, José Sócrates, mentirosos
sábado, março 05, 2011
Manda quem pode - e a isabelinha só fala quando a assessora deixa
Educação: Ministra evita perguntas
Assessora cala Isabel Alçada
Alçada aceitou a interrupção da assessora e virou costas aos jornalistas
A assessora do ministro da Presidência interrompeu ontem a ministra da Educação no final da conferência de imprensa no Conselho de Ministros. Ana Margarida Valada justificou a interrupção com as três perguntas combinadas com os jornalistas presentes. Isabel Alçada abandonou a sala com um sorriso, evitando assim responder à comunicação social.
Em causa estava a reforma curricular do Ensino Básico, que para a oposição e sindicatos de professores está a ser feita à pressa e sem qualquer fundamento pedagógico. A proposta de PSD, BE e PCP, a requerer a cessação da vigência do decreto-lei que introduz alterações curriculares no Ensino Básico, é votada hoje no Parlamento. Para ser aprovada basta a abstenção do CDS-PP, que já anunciou a viabilização da proposta.
O Governo, por sua vez, diz que a intenção da oposição é inconstitucional. "Se estas medidas fossem suspensas, haveria em 2011 um acréscimo da despesa de cerca de 43 milhões de euros e de 120 milhões em 2012", afirmou Isabel Alçada, explicando: "Trata-se de uma proposta que vai contra o disposto na Constituição".
A revisão curricular reduz o número de professores de Educação Visual e Tecnológica de dois para um e limita o estudo acompanhado a alunos com mais dificuldades.
NOTA:eu sei que é Carnaval, mas os abrantes escusam de exagerar...
Postado por Fernando Martins às 19:13 0 bocas
Marcadores: abrantes, aldrabões, censura, Humor, isabelinha, mentirosos, porque no te callas, totós
terça-feira, março 01, 2011
A censura dos (só)cretinos e a blogosfera
Apenas dois casos, dos parvos que pensam (como o estúpido chefe, que processou um blogger e saiu do Tribunal com rabinho entre as pernas...) que podem calar ou parar as pessoas que não seguem as ideias dos Grande Líder (também conhecido como Engenheiro da Universidade da Farinha Amparo):
1. Blog Porta da Loja
No dia 10 de Fevereiro de 2011 alguém roubou ao José (blogger que é Magistrado do Ministério Público e não se coíbe de criticar o que está mal na Justiça ou Política) a password para aceder ao seu Blog, que esteve encerrado 18 dias... Como solução, ele decidiu criar um novo Blog - Conta na Loja - embora, depois de verificarem que não o conseguiam calar, o deixassem manter o blog anterior.
Hoje o José, que muitas vezes aqui citamos, tem dois locais que merecem visita, com grande pesar dos abrantes do costume...
2. Blog Educação S.A.
Um divertido blog sobre Educação, com posição política bem definida, muito humor e provocação mas inocente e passível de ser lido por uma criança de 10 anos, surgiu, de repente ,com um aviso do Blogger sobre a perigosidade do conteúdo...
Postado por Fernando Martins às 22:06 0 bocas
Marcadores: abrantes, blogosfera, censura, José Sócrates
Subscrever:
Mensagens (Atom)