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sexta-feira, março 05, 2021

O Massacre de Katyn foi autorizado há 81 anos por Estaline

 Memorial ao Massacre de Katyn

O Massacre de Katyn (em polaco zbrodnia katyńska) foi uma execução em massa de cidadãos da Polónia ordenada por autoridades da União Soviética em 1940. Estima-se que mais de 22 mil pessoas tenham sido mortas.
Os prisioneiros polacos foram assassinados numa floresta nos arredores da vila de Katyn, em prisões e em diversos outros lugares. Cerca de oito mil vítimas eram militares polacos que  tinham sido aprisionados na invasão soviética da Polónia em 1939, sendo os restante cidadãos polacos presos sob alegações de pertencerem a corpos de serviços de inteligência, espionagem, sabotagem, e também proprietários rurais, advogados, padres etc.

Após a invasão da Polónia, que teve início em 1 de setembro de 1939, a União Soviética declarou, em 17 de setembro de 1939, que o governo polaco não estava mais no controle do seu país. Isto fez com que qualquer acordo diplomático em vigor com o estado polaco fosse cancelado.
Na mesma data (17/09/1939), o Exército Vermelho ocupou o leste da Polónia, conforme previsto no Pacto Molotov-Ribbentrop. A ação foi apontada como afronta pelos governos da Inglaterra e França, que afirmaram responder a ação do exército alemão conforme o Pacto Britânico-Polaco de Defesa e a Aliança Militar Franco-Polaco. Este episódio ficou conhecido como a "traição ocidental".
O Exército Soviético rapidamente avançou ao território polaco e encontrou pouca resistência por parte dos militares locais. Entre 250.000 e 454.700 soldados e policiais polacos foram presos. Após isso, cerca de 250 mil foram libertados e 125 mil foram encaminhados ao Comissariado do Povo de Assuntos Internos soviética, o NKVD. O órgão, em um segundo momento, libertou 42.400 soldados de etnia ucraniana e bielorussa que estavam a serviço do Exército Polaco. Já os 43 mil soldados detidos que residiam no oeste da Polónia foram entregues à Alemanha.
Em Novembro de 1939, o NKVD tinha cerca de 40 mil polacos presos, sendo cerca de 8.500 oficiais e subtenentes, 6.500 policiais e 25 mil soldados e sargentos. Estes foram interrogados através de determinação do Comissário do Povo para Assuntos Internos da URSS, Lavrentiy Beria, que criou um órgão de gestão dos prisioneiros de guerra dentro do NKVD.
O NKVD organizou uma rede de campos de trabalho e pontos de transição de presos polacos através de linhas ferroviárias para o Oeste da União Soviética. Os maiores campos estavam localizados em Kozelsk, Ostashkov e Starobelsk. Prisioneiros também foram encaminhados para Jukhnovo, Yuzhe, Tyotkino, Kozelshchyna, Oranki, Vologda e Gryazovets.
Kozelsk e Starobelsk foram utilizados principalmente para os oficiais militares, enquanto Ostashkov foi utilizado principalmente para guardas, policiais e agentes penitenciários. Também foram detidos intelectuais polacos.
De outubro de 1939 a fevereiro de 1940, os prisioneiros polacos foram submetidos a interrogatórios. O processo de entrevistas determinou quais seriam libertados ou condenados. Em 5 de março de 1940, Estaline e mais três membros do Politburo assinaram a ordem para executar 27.500 polacos, sob acusação de serem contra-revolucionários.
  
Uma das valas comuns em Katyn

domingo, abril 12, 2020

A União Soviética reconheceu a autoria do Massacre de Katyn há trinta anos

   
O Massacre de Katyn, também conhecido como Massacre da Floresta de Katyn, foi uma execução em massa ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial contra oficiais polacos prisioneiros de guerra, polícias e cidadãos comuns acusados de espionagem e subversão pelo Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD), a polícia secreta soviética, comandada por Lavrentiy Beria, entre abril e maio de 1940, após a rendição da Polónia à Alemanha Nazi. Através de um pedido oficial de Beria, datado de 5 de março de 1940, o líder soviético Estaline e quatro membros do Politburo aprovaram o genocídio. O número de vítimas é calculado em cerca de 22.000, sendo 21.768 o número mínimo identificado.
  
(...)
  
Memorando de Lavrentiy Beria a Estaline, propondo a execução dos oficiais polacos
     
A União Soviética alegou que o genocídio havia sido praticado pelos nazis e continuou a negar responsabilidade sobre os massacres até 13 de abril de 1990, quando o governo de Mikhail Gorbachev reconheceu oficialmente o massacre e condenou os crimes levados a cabo pela NKVD em 1940, assim como o seu subsequente encobrimento. No ano seguinte, Boris Yeltsin trouxe a público os documentos, datados de meio século antes, que autorizavam o genocídio.
  
(...)
  
Em 13 de abril de 1990, no 47º aniversário da descoberta das covas coletivas em Katyn, a União Soviética formalmente expressou o seu "profundo pesar" e admitiu a responsabilidade da polícia secreta soviética pelos crimes. O dia 13 de abril foi declarado mundialmente como o Dia da Memória de Katyn.
  

sexta-feira, abril 10, 2020

O Presidente da Polónia morreu num acidente aéreo há dez anos

  
Em 10 de abril de 2010 um Tupolev Tu-154M do 36.º Regimento Especial de Aviação da Força Aérea Polaca, que transportava o presidente da Polónia, Lech Kaczyński, juntamente com membros do governo polaco e da Assembleia Nacional da Polónia, comandantes militares bem como outros dignitários do país, caiu próximo da Base Aérea de Smolensk, nos arredores da cidade de Smolensk, na Rússia, matando todos os que estavam a bordo. Os passageiros estavam a deslocar-se para um evento em memória do 70º aniversário do massacre de Katyn.
  
O acidente
Às 10.56 horas locais, (06.56 UTC), o Tupolev Tu-154, que levava o presidente polaco Lech Kaczynski e muitas figuras de estado caiu perto de Smolensk, na Rússia. O presidente Kaczynski e comitiva dirigiam-se para a cerimónia de comemoração do 70.º aniversário do massacre de Katyn. O avião transportava 85 passageiros, mais a tripulação.
O acidente aconteceu a 1,5 quilómetros do aeroporto, devido a condições de nebulosidade na zona. O governador do Óblast de Smolensk, Sergei Antufiev, confirmou à cadeia noticiosa Rossiya 24 que não havia sobreviventes do acidente. O avião atingiu as copas de árvores, bateu no solo e caiu em múltiplos pedaços. A bordo também se encontrava o governador do Banco Nacional da Polónia, Sławomir Skrzypek, o chefe do exército polaco Franciszek Gągor e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Andrzej Kremer.
  
Causas
O relatório das autoridades polacas sobre a queda do avião aponta culpas aos pilotos polacos e também os controladores aéreos russos.
O acidente aéreo deveu-se a uma mistura de ordens erradas do controlador de tráfego aéreo russo e a falta de preparação da tripulação. O piloto teria demorado bastante tempo a abortar uma primeira tentativa de aterragem de emergência. A escassa visibilidade no aeroporto de Smolensk também contribuiu para a tragédia.
 

sexta-feira, abril 13, 2018

Há 75 anos os nazis divulgaram o Massacre de Katyn

O Massacre de Katyn (em polaco: Zbrodnia katyńska; em russo: Катынский расстрел), também conhecido como Massacre da Floresta de Katyn, foi uma execução em massa ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial contra oficiais polacos prisioneiros de guerra, polícias e cidadãos comuns acusados de espionagem e subversão pelo Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD), a polícia secreta soviética, comandada por Lavrentiy Beria, entre abril e maio de 1940, após a rendição da Polónia à Alemanha Nazi. Através de um pedido oficial de Beria, datado de 5 de março de 1940, o líder soviético Estaline e quatro membros do Politburo aprovaram o genocídio. O número de vítimas é calculado em cerca de 22.000, sendo 21.768 o número mínimo identificado. As vítimas foram executadas na floresta de Katyn, na Rússia, em prisões em Kalinin e Kharkov e noutros lugares próximos. Do total de mortos, cerca de 8 mil eram militares prisioneiros de guerra, outros 6 mil eram polícias e o restante está dividido entre civis integrantes da intelectualidade polaca - professores, artistas, pesquisadores, historiadores, etc - presos sob a acusação de serem sabotadores, espiões, latifundiários, donos de fábricas, advogados, funcionários públicos perigosos e padres.
 
(...)
 
O destino dos prisioneiros polacos foi debatido logo após a invasão da União Soviética, em junho de 1941. O governo polaco no exílio e o governo soviético assinaram o Tratado Sikorski-Mayski, que anunciou a disposição de ambos para lutar juntos contra a Alemanha nazi e pela criação de um exército polaco a ser formado no território soviético. O general polaco Władysław Anders começou a organizar este exército e logo pediu informações ao governo soviético sobre os oficiais que haviam sido aprisionados e estavam desaparecidos. Durante um encontro pessoal, Estaline assegurou-lhe e ao primeiro-ministro exilado Władysław Sikorski que todos haviam sido libertados e que nem todos poderiam ser contabilizados porque o governo havia "perdido o rasto" deles na Manchúria.
Em 1942, trabalhadores de ferrovias polacos na região ouviram habitantes locais referir-se a sepulturas coletivas de Kozielsk, perto de Katyn, tendo sido descoberta uma delas e reportado o caso à resistência polaca. A princípio, não foi dada importância à notícia, já que ninguém pensava que pudesse haver muitos corpos ali. No começo de 1943, Rudolf von Gersdorff, um oficial alemão servindo como elemento de ligação entre o Grupo de Exércitos Centro da Wehrmacht e a Abwehr, teve conhecimento da existência de valas coletivas de oficiais polacos. A informação indicava que essas sepulturas encontravam-se na floresta de Katyn. A notícia foi passada a seus superiores - fontes divergem de quando exatamente os alemães tiveram conhecimento do facto, entre o fim de 1942 e janeiro/fevereiro de 1943, e de quando os líderes em Berlim receberam essas informações, entre 1 de março a 4 de abril).
Joseph Goebbels viu na descoberta uma excelente ferramenta para criar uma divisão entre os polacos, os aliados ocidentais e a União Soviética, e para reforçar a propaganda nazi contra os horrores do bolchevismo e a submissão dos americanos e britânicos a ele. Após intensa preparação, em 13 de abril de 1943, a Rádio Berlim transmitiu para o mundo a notícia de que forças alemães haviam descoberto na floresta de Katyn, perto de Smolensk, "... uma vala com 28 metros de comprimento por dezasseis de largura, dentro da qual estavam enterrados e empilhados em doze camadas o corpo de 3 mil oficiais polacos...". A transmissão então começou a acusar os soviéticos de terem cometido o massacre em 1940.
Os alemães levaram a Katyn um grupo de doze especialistas forenses da Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Itália, Suécia, Suíça, Finlândia, Croácia, Romênia, Hungria, França, Eslováquia e Países Baixos para analisar a descoberta. Eles estavam tão ansiosos para provar a culpa dos soviéticos que chegaram a levar até ao local prisioneiros de guerra aliados. Este grupo, liderado pelo suíço Naville, e do qual também fazia parte o italiano Vincenzo Mario Palmieri, professor de Medicina Legal e Seguro na Universidade de Nápoles, chegou a um veredito unânime. Com base no exame de cadáveres, roupas de inverno e em documentos encontrados, todos mostrando serem anteriores a março de 1940, e na dendrocronologia de árvores florestais, revelando uma idade inferior a três anos mas superior a dois, a responsabilidade do massacre foi atribuída aos soviéticos. Depois da guerra, dois destes técnicos forenses, o búlgaro Marko Markov e o checoslovaco Frantisek Hajek, com seus países ocupados pela URSS, foram obrigados a desmentir as evidências que tinham encontrado nas análises feitas em 1943.
A descoberta do massacre foi benéfica para a propaganda nazi, que o usou para desacreditar os soviéticos. Goebbels escreveu em seu diário, em 14 de abril de 1943: "Nós agora estamos a usar a descoberta de 12 mil soldados polacos mortos pela polícia secreta soviética para propaganda anti-bolchevista em grande estilo. Enviamos jornalistas de países neutros e intelectuais polacos ao local onde foram encontrados. Os seus relatos, que nos chegam agora da frente, são horríveis. O Führer também deu permissão para passar estas notícias drásticas à imprensa alemã. Eu dei instruções para que seja feita a utilização mais ampla possível do material de propaganda. Seremos capazes de viver disso por algumas semanas." Os alemães tiveram uma grande vitória de propaganda, retratando o comunismo como um perigo para a civilização ocidental.

terça-feira, abril 10, 2018

Há oito anos um acidente aéreo matou o Presidente da Polónia

Em 10 de abril de 2010 um Tupolev Tu-154M do 36.º Regimento Especial de Aviação da Força Aérea Polaca, que transportava o presidente da Polónia, Lech Kaczyński, juntamente com membros do governo polaco e da Assembleia Nacional da Polónia, comandantes militares bem como outros dignitários do país, caiu próximo da Base Aérea de Smolensk, nos arredores da cidade de Smolensk, na Rússia, matando todos os que estavam a bordo. Os passageiros estavam a deslocar-se para um evento em memória do 70º aniversário do massacre de Katyn.
  
O acidente
Às 10.56 horas locais, (06.56 UTC), o Tupolev Tu-154, que levava o presidente polaco Lech Kaczynski e muitas figuras de estado caiu perto de Smolensk, na Rússia. O presidente Kaczynski e comitiva dirigiam-se para a cerimónia de comemoração do 70.º aniversário do massacre de Katyn. O avião transportava 85 passageiros, mais a tripulação.
O acidente aconteceu a 1,5 quilómetros do aeroporto, devido a condições de nebulosidade na zona. O governador do Óblast de Smolensk, Sergei Antufiev, confirmou à cadeia noticiosa Rossiya 24 que não havia sobreviventes do acidente. O avião atingiu as copas de árvores, bateu no solo e caiu em múltiplos pedaços. A bordo também se encontrava o governador do Banco Nacional da Polónia, Sławomir Skrzypek, o chefe do exército polaco Franciszek Gągor e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Andrzej Kremer.

Causas
O relatório das autoridades polacas sobre a queda do avião aponta culpas aos pilotos polacos e também os controladores aéreos russos.
O acidente aéreo deveu-se a uma mistura de ordens erradas do controlador de tráfego aéreo russo e a falta de preparação da tripulação. O piloto teria demorado bastante tempo a abortar uma primeira tentativa de aterragem de emergência. A escassa visibilidade no aeroporto de Smolensk também contribuiu para a tragédia.

segunda-feira, março 05, 2018

O maior assassino do século XX morreu há 65 anos

Josef Vissarionovitch Stalin (Gori, 18 de dezembro de 1879 - Moscovo, 5 de março de 1953), nascido Iossif Vissarionovitch Djugashvili, foi o secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comité Central a partir de 1922 até à sua morte, em 1953, sendo assim o líder absoluto da União Soviética.
Sob a liderança de Estaline, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e atingiu o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo soviético, durante esse período. O país também expandiu o seu território para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo.
Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, o sucessor de Estaline, Nikita Khrushchov, apresentou o seu discurso secreto, oficialmente chamado "Do culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual se iniciou um processo de "desestalinização" da União Soviética. Ainda hoje existem diversas perspectivas ao redor de Estaline e do seu governo, alguns o vendo como ditador tirano e outros como líder habilidoso.
 
(...)
 
Vítimas
Em 1991, com o colapso da União Soviética, parte dos arquivos soviéticos finalmente foi disponibilizada. Os relatórios do governo continham os seguintes registos:
Entre 1921–53 o número de condenações políticas foi de 4.060.306, divididas da seguinte maneira:
 
Quantidade de pessoas Tipo de condenação
799.473 Pena de morte
2.634.397 Trabalhos forçados
413.512 Exílio
215.942 Outras
Já quanto a condenações não-políticas, entre 1937–52, foram executadas 34.228 pessoas.
 
Entretanto, esses números devem ser maiores, pois os arquivos soviéticos são omissos em vários aspectos: por exemplo, eles não abrangem as várias transferências populacionais na União Soviética. Esta é uma omissão relevante, pois, de acordo com Eric D. Weitz, a taxa mortalidade das mais de 600.000 pessoas deportadas do Cáucaso entre 1943 e 1944 chegou a 25%, o que acrescentaria mais 150.000 vítimas mortas.
Outros dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Além disso, as estatísticas oficiais de mortalidade nos Gulags excluem as mortes ocorridas logo após a libertação dos prisioneiros, mas cuja morte estava ligada ao tratamento recebido naqueles campos de trabalho forçado.
A ideia de que os arquivos guardados pelas autoridades soviéticas são incompletos e não refletem a totalidades das vítimas é apoiada por diversos historiadores, por exemplo Robert Gellately e Simon Sebag Montefiore. Segundo eles, além dos registos não serem abrangentes, é altamente provável, por exemplo, que suspeitos presos e torturados até a morte durante investigações não sejam contabilizados como execução (não são contados como vítimas de pena de morte).
Após a extinção do regime comunista na União Soviética, historiadores passaram a estimar que, excluindo os que morreram por fome, entre 4-10 milhões de pessoas morreram sob o regime de Estaline. O escritor russo Vadim Erlikman, por exemplo, faz as seguintes estimativas:
 
Nº de pessoas Razão da morte
1,5 milhão Execução
5 milhões Gulags
1,7 milhão Deportados¹
1 milhão Países ocupados²
¹ Erlikman estima um total de 7,5 milhões de deportados.
² Diz respeito aos mortos civis durante a ocupação russa.

Este total estimado de 9 milhões, para alguns pesquisadores, deve ainda ser somado a 6-8 milhões dos mortos na fome soviética de 1932-1933, episódios também conhecidos como Holodomor. Existe controvérsia entre historiadores a respeito desta fome ter sido ou não provocada deliberadamente por Estaline para suprimir opositores de seu regime. Muitos argumentam que a fome ocorreu por questões circunstanciais não desejadas por Estaline ou que foi uma consequência acidental de uma tentativa de forçar a coletivização naquelas áreas afetadas pela fome. Todavia, também existem argumentos no sentido contrário, de que a fome foi provocada por Estaline. Para a última corrente, uma prova de que a fome foi provocada seria o facto de que a exportação de cereais da União Soviética para a Alemanha Nazi aumentou consideravelmente no ano de 1933, o que provaria que havia alimento disponível. Esta versão da história é retratada pelo documentário The Soviet Story.
Sendo assim, se o número de vítimas da fome for incluído, chega-se a um número mínimo de 10 milhões de mortes (mínimo de 4 milhões de mortos por fome e mínimo de 6 milhões de mortos pelas demais causas expostas). No entanto, Steven Rosefielde tem como mais provável o número de 20 milhões de mortos, Simon Sebag Montefiores sugere número um pouco acima de 20 milhões, no que é acompanhado por Dmitri Volkogonov (autor de Stalin: Triunfo e Tragédia), Alexander Nikolaevich Yakovlev, Stéphane Courtois e Norman Naimark. O pesquisador Robert Conquest recentemente reviu sua estimativa original de 30 milhões de vítimas para cerca de 20 milhões, afirmando ainda ser muitíssimo pouco provável qualquer número abaixo de 15 milhões de vidas ceifadas pelo regime de Estaline.
 
(...)
 
Morte
Em 5 de março de 1953, Estaline morreu de hemorragia cerebral (derrame) em circunstâncias ainda hoje pouco esclarecidas. Avtorkhanov desenvolveu uma detalhada teoria, publicada inicialmente em 1976, apontando Beria como o principal suspeito de tê-lo envenenado. Todavia, outros historiadores ainda consideram que Estaline morreu de causas naturais. Nikita Khrushchov escreveu nas suas memórias que, imediatamente após a morte de Estaline, Lavrenty Beria teria começado a "vomitar o seu ódio (contra Estaline) e a zombar dele", e que, quando Estaline demonstrou sinais de consciência, Beria teria se colocado de joelhos e beijado as mãos de Estaline. No entanto, assim que Estaline ficou novamente inconsciente, Beria imediatamente teria se levantado e cuspido com nojo.
Em 2003, um grupo de historiadores russos e americanos anunciaram a sua conclusão de que Estaline ingeriu varfarina, um poderoso veneno de rato que inibe a coagulação sanguínea e predispõe a vítima à hemorragia cerebral (derrame). Como a varfarina é insípida ela provavelmente teria sido o veneno utilizado. No entanto, os factos exatos envolvendo a morte de Estaline provavelmente nunca serão conhecidos.
O período imediatamente anterior ao seu falecimento, nos meses de fevereiro-março de 1953, foi marcado por uma atividade febril de Estaline nos preparativos de uma nova onda de perseguições e campanhas repressivas, exceção até para os padrões da era estalinista. Tratava-se do conhecido complot dos médicos: em 3 de janeiro de 1953, foi anunciado que nove catedráticos de medicina, quase todos judeus e que tratavam os membros da liderança soviética, tinham sido "desmascarados" como agentes da espionagem americana e britânica, membros de uma organização judaica internacional, e assassinos de importantes líderes soviéticos.
Tratava-se da preparação de um novo julgamento-espetáculo, desta vez com claros traços de anti-semitismo, que certamente levaria a um pogrom nacional, e que implicaria, segundo Isaac Deutscher, na auto-destruição das próprias raízes ideológicas do regime, razão pela qual a morte de Estaline pareceu a muitos ter sido provocada pelos seus seguidores imediatos, claramente alarmados diante da iminente fascistização promovida por Estaline. O facto de que Beria estivesse alheio à preparação deste nova purga fez com que fosse apresentado como possível autor intelectual do suposto assassinato de Estaline; o facto é, no entanto, que Estaline era idoso e que a sua saúde, desde o final da Segunda Guerra Mundial, era precária; aqueles que tiveram contacto pessoal com ele nos seus últimos anos lembram-se do contraste entre a sua imagem pública de ente semi-divino e a sua aparência real, devastado pela idade. Simon Sebag Montefiore considera que, apesar de Estaline haver recebido assistência atrasada para o derrame que o vitimaria, a tecnologia médica da época nada poderia fazer por ele em termos terapêuticos.
  

segunda-feira, abril 10, 2017

Um acidente aéreo na Rússia, há sete anos, pôs a Polónia de luto

Em 10 de abril de 2010 um Tupolev Tu-154M do 36.º Regimento Especial de Aviação da Força Aérea Polaca, que transportava o presidente da Polónia, Lech Kaczyński, juntamente com membros do governo polaco e da Assembleia Nacional da Polónia, comandantes militares bem como outros dignitários do país, caiu próximo da Base Aérea de Smolensk, nos arredores da cidade de Smolensk, na Rússia, matando todos os que estavam a bordo. Os passageiros estavam a deslocar-se para um evento em memória do 70º aniversário do massacre de Katyn.
  
O acidente
Às 10.56 horas locais, (06.56 UTC), o Tupolev Tu-154, que levava o presidente polaco Lech Kaczynski e muitas figuras de estado caiu perto de Smolensk, na Rússia. O presidente Kaczynski e comitiva dirigiam-se para a cerimónia de comemoração do 70.º aniversário do massacre de Katyn. O avião transportava 85 passageiros, mais a tripulação.
O acidente aconteceu a 1,5 quilómetros do aeroporto, devido a condições de nebulosidade na zona. O governador do Óblast de Smolensk, Sergei Antufiev, confirmou à cadeia noticiosa Rossiya 24 que não havia sobreviventes do acidente. O avião atingiu as copas de árvores, bateu no solo e caiu em múltiplos pedaços. A bordo também se encontrava o governador do Banco Nacional da Polónia, Sławomir Skrzypek, o chefe do exército polaco Franciszek Gągor e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Andrzej Kremer.

Causas
O relatório das autoridades polacas sobre a queda do avião aponta culpas aos pilotos polacos e também os controladores aéreos russos.
O acidente aéreo deveu-se a uma mistura de ordens erradas do controlador de tráfego aéreo russo e a falta de preparação da tripulação. O piloto teria demorado bastante tempo a abortar uma primeira tentativa de aterragem de emergência. A escassa visibilidade no aeroporto de Smolensk também contribuiu para a tragédia.

segunda-feira, abril 13, 2015

Há 25 anos a União Soviética reconheceu que era a autora do Massacre de Katyn

Massacre de Katyn, também conhecido como Massacre da Floresta de Katyn, foi uma execução em massa ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial contra oficiais polacos prisioneiros de guerra, polícias e cidadãos comuns acusados de espionagem e subversão pelo Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD), a polícia secreta soviética, comandada por Lavrentiy Beria, entre abril e maio de 1940, após a rendição da Polónia à Alemanha Nazi. Através de um pedido oficial de Beria, datado de 5 de março de 1940, o líder soviético Estaline e quatro membros do Politburo aprovaram o genocídio. O número de vítimas é calculado em cerca de 22.000, sendo 21.768 o número mínimo identificado.

(...)

Memorando de Lavrentiy Beria a Estaline, propondo a execução dos oficiais polacos

A União Soviética alegou que o genocídio havia sido praticado pelos nazis e continuou a negar responsabilidade sobre os massacres até 13 de abril de 1990, quando o governo de Mikhail Gorbachev reconheceu oficialmente o massacre e condenou os crimes levados a cabo pela NKVD em 1940, assim como o seu subsequente encobrimento. No ano seguinte, Boris Yeltsin trouxe a público os documentos datados de meio século antes que autorizavam o genocídio.

(...)

Em 13 de abril de 1990, no 47º aniversário da descoberta das covas coletivas em Katyn, a União Soviética formalmente expressou o seu "profundo pesar" e admitiu a responsabilidade da polícia secreta soviética pelos crimes. O dia 13 de abril foi declarado mundialmente como o Dia da Memória de Katyn.

sexta-feira, abril 10, 2015

Há cinco anos o Presidente da Polónia morreu num acidente aéreo na Rússia

Em 10 de abril de 2010 um Tupolev Tu-154M do 36.º Regimento Especial de Aviação da Força Aérea Polaca, que transportava o presidente da Polónia, Lech Kaczyński, juntamente com membros do governo polaco e da Assembleia Nacional da Polónia, comandantes militares bem como outros dignitários do país, caiu próximo da Base Aérea de Smolensk, nos arredores da cidade de Smolensk, na Rússia, matando todos os que estavam a bordo. Os passageiros estavam a deslocar-se para um evento em memória do 70º aniversário do massacre de Katyn.
  
O acidente
Às 10.56 horas locais, (06.56 UTC), o Tupolev Tu-154, que levava o presidente polaco Lech Kaczynski e muitas figuras de estado caiu perto de Smolensk, na Rússia. O presidente Kaczynski e comitiva dirigiam-se para a cerimónia de comemoração do 70.º aniversário do massacre de Katyn. O avião transportava 85 passageiros, mais a tripulação.
O acidente aconteceu a 1,5 quilómetros do aeroporto, devido a condições de nebulosidade na zona. O governador do Óblast de Smolensk, Sergei Antufiev, confirmou à cadeia noticiosa Rossiya 24 que não havia sobreviventes do acidente. O avião atingiu as copas de árvores, bateu no solo e caiu em múltiplos pedaços. A bordo também se encontrava o governador do Banco Nacional da Polónia, Sławomir Skrzypek, o chefe do exército polaco Franciszek Gągor e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Andrzej Kremer.

Causas
O relatório das autoridades polacas sobre a queda do avião aponta culpas aos pilotos polacos e também os controladores aéreos russos.
O acidente aéreo deveu-se a uma mistura de ordens erradas do controlador de tráfego aéreo russo e a falta de preparação da tripulação. O piloto teria demorado bastante tempo a abortar uma primeira tentativa de aterragem de emergência. A escassa visibilidade no aeroporto de Smolensk também contribuiu para a tragédia.

terça-feira, março 05, 2013

O maior assassino do século XX morreu há 60 anos

Josef Vissarionovitch Stalin (Gori, 18 de dezembro de 1879 - Moscovo, 5 de março de 1953), nascido Iossif Vissarionovitch Djugashvili, foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comité Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo assim o líder soberano da União Soviética.
Sob a liderança de Estaline, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e passou a atingir o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo soviético, durante esse período, o país também expandiu seu território para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo.
Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, o sucessor de Estaline, Nikita Khrushchov, apresentou seu Discurso secreto oficialmente chamado "Do culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual iniciou-se um processo de "desestalinização" da União Soviética. Ainda hoje existem diversas perspectivas ao redor de Estaline e seu governo, alguns o vendo como ditador tirano e outros como líder habilidoso.

(...)

Vítimas
Em 1991, com o colapso da União Soviética, parte dos arquivos soviéticos finalmente foi disponibilizada. Os relatórios do governo continham os seguintes registos:
Entre 1921–53 o número de condenações políticas foi de 4.060.306, divididas da seguinte maneira:

Quantidade de pessoas Tipo de condenação
799.473 Pena de morte
2.634.397 Trabalhos forçados
413.512 Exílio
215.942 Outras
Já quanto as condenações não-políticas, entre 1937–52, 34.228 pessoas foram executadas.

Entretanto, esses números devem ser maiores, pois os arquivos soviéticos são omissos em vários aspectos: por exemplo, eles não abrangem as várias Transferências populacionais na União Soviética. Esta é uma omissão relevante, pois, de acordo com Eric D. Weitz, a taxa mortalidade das mais de 600.000 pessoas deportadas do Cáucaso entre 1943 e 1944 chegava a 25%, o que acrescentaria mais 150.000 vítimas mortas.
Outros dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Outros dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Além disso, as estatísticas oficiais de mortalidade nos Gulags excluem as mortes ocorridas logo após a libertação dos prisioneiros, mas cuja morte estava ligada ao tratamento recebido naqueles campos de trabalho forçado.
A ideia de que os arquivos guardados pelas autoridades soviéticas são incompletos e não refletem a totalidades das vítimas é apoiada por diversos historiadores, a exemplo de Robert Gellately e Simon Sebag Montefiore. Segundo eles, além dos registos não serem abrangentes, é altamente provável, por exemplo, que suspeitos presos e torturados até a morte durante investigações não sejam contabilizados como execução (não são contados como vítimas de pena de morte).
Após a extinção do regime comunista na União Soviética, historiadores passaram a estimar que, excluindo os que morreram por fome, entre 4-10 milhões de pessoas morreram sob o regime de Estaline. O escritor russo Vadim Erlikman, por exemplo, faz as seguintes estimativas:

Quantidade de pessoas Razão da morte
1,5 milhão Execução
5 milhões Gulags
1,7 milhão Deportados¹
1 milhão Países ocupados²
¹ Erlikman estima um total de 7,5 milhões de deportados.
² Diz respeito aos mortos civis durante a ocupação russa.

Este total estimado de 9 milhões, para alguns pesquisadores, deve ainda ser somado a 6-8 milhões dos mortos na fome soviética de 1932-1933, episódios também conhecidos como Holodomor. Existe controvérsia entre historiadores a respeito desta fome ter sido ou não provocada deliberadamente por Estaline para suprimir opositores de seu regime. Muitos argumentam que a fome ocorreu por questões circunstanciais não desejadas por Estaline ou que foi uma consequência acidental de uma tentativa de forçar a coletivização naquelas áreas afetadas pela fome. Todavia, também existem argumentos no sentido contrário, de que a fome foi sim provocada por Estaline. Para a última corrente, uma prova de que a fome foi provocada seria o fato de que a exportação de grãos da União Soviética para a Alemanha Nazi aumentou consideravelmente no ano de 1933, o que provaria que havia alimento disponível. Esta versão da história é retratada pelo documentário The Soviet Story.
Sendo assim, se o número de vítimas da fome for incluído, chega-se a um número mínimo de 10 milhões de mortes (mínimo de 4 milhões de mortos por fome e mínimo de 6 milhões de mortos pelas demais causas expostas). No entanto, Steven Rosefielde tem como mais provável o número de 20 milhões de mortos, Simon Sebag Montefiores sugere número um pouco acima de 20 milhões, no que é acompanhado por Dmitri Volkogonov (autor de Stalin: Triunfo e Tragédia), Alexander Nikolaevich Yakovlev, Stéphane Courtois e Norman Naimark. O pesquisador Robert Conquest recentemente reviu sua estimativa original de 30 milhões de vítimas para cerca de 20 milhões, afirmando ainda ser muitíssimo pouco provável qualquer número abaixo de 15 milhões de vidas ceifadas pelo regime de Estaline.

(...)

Morte
Em 5 de março de 1953, Estaline morreu de hemorragia cerebral (derrame) em circunstâncias ainda hoje pouco esclarecidas. Avtorkhanov desenvolveu uma detalhada teoria, publicada inicialmente em 1976, apontando Beria como o principal suspeito de tê-lo envenenado. Todavia, outros historiadores ainda consideram que Estaline morreu de causas naturais. Nikita Khrushchov escreveu em suas memórias que, imediatamente após a morte de Estaline, Lavrenty Beria teria começado a "vomitar seu ódio (contra Estaline) e a zombá-lo", e que quando Estaline demonstrou sinais de consciência, Beria teria se colocado de joelhos e beijado as mãos de Estaline. No entanto, assim que Estaline ficou novamente inconsciente, Beria imediatamente teria se levantado e cuspido com nojo.
Em 2003, um grupo de historiadores russos e americanos anunciaram sua conclusão de que Estaline ingeriu varfarina, um poderoso veneno de rato que inibe a coagulação sanguínea e predispõe a vítima à hemorragia cerebral (derrame). Como a varfarina é insípida ela provavelmente teria sido o veneno utilizado. No entanto, os fatos exatos envolvendo a morte de Estaline provavelmente nunca serão conhecidos.
O período imediatamente anterior ao seu falecimento, nos meses de fevereiro-março de 1953, foi marcado por uma atividade febril de Estaline nos preparativos de uma nova onda de perseguições e campanhas repressivas, exceção até para os padrões da era estalinista. Tratava-se do conhecido complot dos médicos: em 3 de janeiro de 1953, foi anunciado que nove catedráticos de medicina, quase todos judeus e que tratavam dos membros da liderança soviética, tinham sido "desmascarados" como agentes da espionagem americana e britânica, membros de uma organização judaica internacional, e assassinos de importantes líderes soviéticos.
Tratava-se da preparação de um novo julgamento-espetáculo, desta vez com claros traços de anti-semitismo, que certamente levaria a um pogrom nacional, e que implicaria, segundo Isaac Deutscher, na auto-destruição das próprias raízes ideológicas do regime, razão pela qual a morte de Estaline pareceu a muitos ter sido provocada pelos seus seguidores imediatos, claramente alarmados diante da iminente fascistização promovida por Estaline. O fato de que Beria estivesse alheio à preparação deste novo expurgo fez com que ele fosse apresentado como possível autor intelectual do suposto assassinato de Estaline; o facto é, no entanto, que Estaline era idoso e que sua saúde, desde o final da Segunda Guerra Mundial, era precária; aqueles que tiveram contacto pessoal com ele nos seus últimos anos lembram-se do contraste entre sua imagem pública de ente semi-divino e sua aparência real, devastada pela idade. Simon Sebag Montefiore considera que, apesar de Estaline haver recebido assistência atrasada para o derrame que o vitimaria, a tecnologia médica da época nada poderia fazer por ele em termos terapêuticos.

segunda-feira, setembro 17, 2012

Estaline acabou os restos da Polónia, como previsto no Pacto Molotov-Ribbentrop, há 73 anos

(imagem daqui)

Estaline atacou a Polónia no dia 17 de setembro de 1939. De 1939 até 1941, os soviéticos deportaram 500.000 polacos (os funcionários públicos, a nobreza polaca, os padres e os camponeses mais ricos) para a Sibéria. Também mataram 30.000 soldados polacos em Katyn, Ostaszkowo e Charkow. Em 1941 a Alemanha atacou os territórios soviéticos.

terça-feira, abril 10, 2012

Há dois anos a maldição de Katyn tornou a atingir a Polónia

Em 10 de abril de 2010 um Tupolev Tu-154M do 36.º Regimento Especial de Aviação da Força Aérea Polaca que transportava o presidente da Polónia, Lech Kaczyński, juntamente com membros do governo polaco e da sua Assembleia Nacional, comandantes militares bem como outros dignitários do país, caiu próximo da Base Aérea de Smolensk, nos arredores da cidade de Smolensk, na Rússia, matando todos a bordo. Os passageiros estavam a dirigir-se para um evento em memória do 70º aniversário do massacre de Katyn.

Às 10.56 horas (hora de Moscovo, 06.56 UTC), o Tupolev Tu-154, que levava o presidente polaco Lech Kaczynski e muitas figuras de estado caiu perto de Smolensk, na Rússia. O presidente Kaczynski e comitiva dirigiam-se para a cerimónia em memória do 70.º aniversário do massacre de Katyn. A aeronave transportava 85 passageiros, mais 11 elementos de tripulação.
O acidente aconteceu a 1,5 quilómetro do aeroporto devido a condições de nebulosidade na zona. O governador do Óblast de Smolensk, Sergei Antufiev, confirmou para a cadeia noticiosa Rossiya 24 que não havia sobreviventes do acidente. O avião atingiu as copas de árvores, bateu no solo e caiu em múltiplos pedaços. A bordo também se encontrava o governador do Banco Nacional da Polónia, Sławomir Skrzypek, o chefe do exército polaco Franciszek Gągor e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Andrzej Kremer.

O relatório das autoridades polacas sobre a queda do avião aponta culpas aos pilotos polacos e também os controladores aéreos russos.
O acidente aéreo deveu-se a uma mistura de ordens erradas do controlador de tráfego aéreo russo e a falta de preparação da tripulação. O piloto teria demorado bastante tempo a abortar uma primeira tentativa de aterragem de emergência. A escassa visibilidade no aeroporto de Smolensk também contribuiu para a tragédia.

segunda-feira, março 05, 2012

O Massacre de Katyn foi autorizado há 72 anos por Estaline

 Memorial ao Massacre de Katyn

O Massacre de Katyn (em polaco zbrodnia katyńska) foi uma execução em massa de cidadãos da Polónia ordenada por autoridades da União Soviética em 1940. Estima-se que mais de 22 mil pessoas tenham sido mortas.
Os prisioneiros polacos foram assassinados numa floresta nos arredores da vila de Katyn, em prisões e em diversos outros lugares. Cerca de oito mil vítimas eram militares polacos que  tinham sido aprisionados na invasão soviética da Polónia em 1939, sendo os restante cidadãos polacos presos sob alegações de pertencerem a corpos de serviços de inteligência, espionagem, sabotagem, e também proprietários rurais, advogados, padres etc.

Após a invasão da Polônia, que teve início em 1 de setembro de 1939, a União Soviética declarou, em 17 de setembro de 1939, que o governo polaco não estava mais no controle de seu país. Isto fez com que qualquer acordo diplomático em vigor com o Estado Polaco fosse cancelado.
Na mesma data (17/09/1939), o Exército Vermelho ocupou o leste da Polónia, conforme previsto no Pacto Molotov-Ribbentrop. A ação foi apontada como afronta pelos governos da Inglaterra e França, que afirmaram responder a ação do exército alemão conforme o Pacto Britânico-Polaco de Defesa e a Aliança Militar Franco-Polaco. Este episódio ficou conhecido como a "traição ocidental".
O Exército Soviético rapidamente avançou ao território polaco e encontrou pouca resistência por parte dos militares locais. Entre 250.000 e 454.700 soldados e policiais polacos foram presos. Após isso, cerca de 250 mil foram libertados e 125 mil foram encaminhados ao Comissariado do Povo de Assuntos Internos soviética, o NKVD. O órgão, em um segundo momento, libertou 42.400 soldados de etnia ucraniana e bielorussa que estavam a serviço do Exército Polaco. Já os 43 mil soldados detidos que residiam no oeste da Polónia foram entregues à Alemanha.
Em Novembro de 1939, o NKVD tinha cerca de 40 mil polacos presos, sendo cerca de 8.500 oficiais e subtenentes, 6.500 policiais e 25 mil soldados e sargentos. Estes foram interrogados através de determinação do Comissário do Povo para Assuntos Internos da URSS, Lavrentiy Beria, que criou um órgão de gestão dos prisioneiros de guerra dentro do NKVD.
O NKVD organizou uma rede de campos de trabalho e pontos de transição de presos polacos através de linhas ferroviárias para o Oeste da União Soviética. Os maiores campos estavam localizados em Kozelsk, Ostashkov e Starobelsk. Prisioneiros também foram encaminhados para Jukhnovo, Yuzhe, Tyotkino, Kozelshchyna, Oranki, Vologda e Gryazovets.
Kozelsk e Starobelsk foram utilizados principalmente para os oficiais militares, enquanto Ostashkov foi utilizado principalmente para guardas, policiais e agentes penitenciários. Também foram detidos intelectuais polacos.
De outubro de 1939 a fevereiro de 1940, os prisioneiros polacos foram submetidos a interrogatórios. O processo de entrevistas determinou quais seriam libertados ou condenados. Em 5 de março de 1940, Joseph Stalin e mais três membros do Politburo assinaram a ordem para executar 27.500 polacos sob acusação de contra-revolucionários.
Uma das valas comuns em Katyn