Josef Vissarionovitch Stalin (Gori, 18 de dezembro de 1879 - Moscovo, 5 de março de 1953), nascido Iossif Vissarionovitch Djugashvili, foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comité Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo assim o líder soberano da União Soviética.
Sob a liderança de Estaline, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e passou a atingir o estatuto de superpotência,
após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo
soviético, durante esse período, o país também expandiu seu território
para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo.
Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, o sucessor de Estaline, Nikita Khrushchov, apresentou seu Discurso secreto oficialmente chamado "Do culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual iniciou-se um processo de "desestalinização" da União Soviética. Ainda hoje existem diversas perspectivas ao redor de Estaline e seu governo, alguns o vendo como ditador tirano e outros como líder habilidoso.
(...)
Vítimas
Em 1991, com o colapso da União Soviética, parte dos arquivos soviéticos finalmente foi disponibilizada. Os relatórios do governo continham os seguintes registos:
Entre 1921–53 o número de condenações políticas foi de 4.060.306, divididas da seguinte maneira:
Quantidade de pessoas | Tipo de condenação |
---|---|
799.473 | Pena de morte |
2.634.397 | Trabalhos forçados |
413.512 | Exílio |
215.942 | Outras |
Entretanto, esses números devem ser maiores, pois os arquivos
soviéticos são omissos em vários aspectos: por exemplo, eles não
abrangem as várias Transferências populacionais na União Soviética. Esta é uma omissão relevante, pois, de acordo com Eric D. Weitz, a taxa mortalidade das mais de 600.000 pessoas deportadas do Cáucaso entre 1943 e 1944 chegava a 25%, o que acrescentaria mais 150.000 vítimas mortas.
Outros dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Outros dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Além disso, as estatísticas oficiais de mortalidade nos Gulags
excluem as mortes ocorridas logo após a libertação dos prisioneiros,
mas cuja morte estava ligada ao tratamento recebido naqueles campos de
trabalho forçado.
A ideia de que os arquivos guardados pelas autoridades soviéticas são
incompletos e não refletem a totalidades das vítimas é apoiada por
diversos historiadores, a exemplo de Robert Gellately e Simon Sebag Montefiore.
Segundo eles, além dos registos não serem abrangentes, é altamente
provável, por exemplo, que suspeitos presos e torturados até a morte
durante investigações não sejam contabilizados como execução (não são
contados como vítimas de pena de morte).
Após a extinção do regime comunista na União Soviética, historiadores passaram a estimar que, excluindo os que morreram por fome, entre 4-10 milhões de pessoas morreram sob o regime de Estaline. O escritor russo Vadim Erlikman, por exemplo, faz as seguintes estimativas:
Quantidade de pessoas | Razão da morte |
---|---|
1,5 milhão | Execução |
5 milhões | Gulags |
1,7 milhão | Deportados¹ |
1 milhão | Países ocupados² |
² Diz respeito aos mortos civis durante a ocupação russa.
Este total estimado de 9 milhões, para alguns pesquisadores, deve ainda ser somado a 6-8 milhões dos mortos na fome soviética de 1932-1933, episódios também conhecidos como Holodomor.
Existe controvérsia entre historiadores a respeito desta fome ter sido
ou não provocada deliberadamente por Estaline para suprimir opositores de
seu regime. Muitos argumentam que a fome ocorreu por questões circunstanciais não desejadas por Estaline ou que foi uma consequência acidental de uma tentativa de forçar a coletivização naquelas áreas afetadas pela fome.
Todavia, também existem argumentos no sentido contrário, de que a fome
foi sim provocada por Estaline. Para a última corrente, uma prova de que a
fome foi provocada seria o fato de que a exportação de grãos da União Soviética para a Alemanha Nazi aumentou consideravelmente no ano de 1933, o que provaria que havia alimento disponível. Esta versão da história é retratada pelo documentário The Soviet Story.
Sendo assim, se o número de vítimas da fome for incluído, chega-se a
um número mínimo de 10 milhões de mortes (mínimo de 4 milhões de mortos
por fome e mínimo de 6 milhões de mortos pelas demais causas expostas).
No entanto, Steven Rosefielde tem como mais provável o número de 20
milhões de mortos, Simon Sebag Montefiores sugere número um pouco acima de 20 milhões, no que é acompanhado por Dmitri Volkogonov (autor de Stalin: Triunfo e Tragédia), Alexander Nikolaevich Yakovlev, Stéphane Courtois e Norman Naimark. O pesquisador Robert Conquest recentemente reviu sua estimativa original de 30 milhões de vítimas para cerca de 20 milhões, afirmando ainda ser muitíssimo pouco provável qualquer número abaixo de 15 milhões de vidas ceifadas pelo regime de Estaline.
(...)
Morte
Em 5 de março de 1953, Estaline morreu de hemorragia cerebral (derrame) em circunstâncias ainda hoje pouco esclarecidas. Avtorkhanov desenvolveu uma detalhada teoria, publicada inicialmente em 1976, apontando Beria
como o principal suspeito de tê-lo envenenado. Todavia, outros
historiadores ainda consideram que Estaline morreu de causas naturais. Nikita Khrushchov escreveu em suas memórias que, imediatamente após a morte de Estaline, Lavrenty Beria
teria começado a "vomitar seu ódio (contra Estaline) e a zombá-lo", e que
quando Estaline demonstrou sinais de consciência, Beria teria se colocado
de joelhos e beijado as mãos de Estaline. No entanto, assim que Estaline
ficou novamente inconsciente, Beria imediatamente teria se levantado e
cuspido com nojo.
Em 2003, um grupo de historiadores russos e americanos anunciaram sua conclusão de que Estaline ingeriu varfarina, um poderoso veneno de rato que inibe a coagulação sanguínea e predispõe a vítima à hemorragia cerebral
(derrame). Como a varfarina é insípida ela provavelmente teria sido o
veneno utilizado. No entanto, os fatos exatos envolvendo a morte de Estaline provavelmente nunca serão conhecidos.
O período imediatamente anterior ao seu falecimento, nos meses de fevereiro-março de 1953,
foi marcado por uma atividade febril de Estaline nos preparativos de uma
nova onda de perseguições e campanhas repressivas, exceção até para os
padrões da era estalinista. Tratava-se do conhecido complot dos médicos: em 3 de janeiro de 1953, foi anunciado que nove catedráticos de medicina, quase todos judeus e que tratavam dos membros da liderança soviética, tinham sido "desmascarados" como agentes da espionagem americana e britânica, membros de uma organização judaica internacional, e assassinos de importantes líderes soviéticos.
Tratava-se da preparação de um novo julgamento-espetáculo, desta vez com claros traços de anti-semitismo, que certamente levaria a um pogrom nacional, e que implicaria, segundo Isaac Deutscher,
na auto-destruição das próprias raízes ideológicas do regime, razão
pela qual a morte de Estaline pareceu a muitos ter sido provocada pelos
seus seguidores imediatos, claramente alarmados diante da iminente fascistização
promovida por Estaline. O fato de que Beria estivesse alheio à preparação
deste novo expurgo fez com que ele fosse apresentado como possível
autor intelectual do suposto assassinato de Estaline; o facto é, no
entanto, que Estaline era idoso e que sua saúde, desde o final da Segunda Guerra Mundial,
era precária; aqueles que tiveram contacto pessoal com ele nos seus
últimos anos lembram-se do contraste entre sua imagem pública de ente
semi-divino e sua aparência real, devastada pela idade. Simon Sebag Montefiore considera que, apesar de Estaline haver recebido assistência atrasada para o derrame que o vitimaria, a tecnologia médica da época nada poderia fazer por ele em termos terapêuticos.
in Wikipédia
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