quarta-feira, fevereiro 21, 2018

Nina Simone nasceu há 85 anos

Eunice Kathleen Waymon mais conhecida pelo seu nome artístico, Nina Simone (Tryon, 21 de fevereiro de 1933Carry-le-Rouet, 21 de abril de 2003) foi uma grande pianista, cantora e compositora americana. O nome artístico foi adotado aos 20 anos, para que pudesse cantar Blues, a "música do diabo", nos cabarés de Nova Iorque, Filadélfia e Atlantic City, escondida dos seus pais, que eram pastores metodistas. "Nina" veio de pequena ("little one") e "Simone" foi uma homenagem à grande atriz do cinema francês Simone Signoret, sua preferida.
Nina Simone, que quando jovem foi impedida de ingressar em um conservatório de música na Filadélfia, também se destacou e foi perseguida por abraçar publicamente todo tipo de combate ao racismo. O seu envolvimento era tal, que chegou a cantar no enterro do pacifista Martin Luther King. Casada com um polícia nova-iorquino, Nina também sofreu com a violência do marido, que a espancava. E tudo isso, dizia ela, que tinha acontecido, as portas tinham se fechado, por ser negra.
Depois de fracassar na tentativa de ser uma grande concertista clássica, Nina ficou algum tempo em Nova Yorque até ir para Atlantic City, e lá trabalhou como pianista num bar, onde foi obrigada a cantar para não perder o emprego, e tocar piano era o que ela fazia. Então ela tornou-se Nina Simone, como escolheu chamar-se naquela ocasião. Depois, cantou músicas hoje clássicas e imortalizou hits como "Aint Got No - I Got Life", "I Wish I Know How It Would Feel To Be Free", e "Here Comes The Sun", além de "My Baby Just Cares For Me" que gravou e apareceu num anúncio de um perfume francês.
Em um breve contacto com sua obra, aqueles que não conhecem percebem logo a diversidade de estilos pelos quais Nina Simone se aventurou, desde o gospel, passando pelo soul, blues, folk e jazz. Foi uma das primeiras artistas negras a ingressar na renomada Juilliard School of Music, em Nova Iorque. A sua canção “Mississippi Goddamn” tornou-se um hino dos ativistas dos direitos dos negros, e fala sobre o assassinato de quatro crianças negras numa igreja de Birmingham em 1963.
Nina esteve duas vezes no Brasil, gravou com Maria Bethania e o seu último show ocorreu, em 1997, no Metropolitan. Era uma intérprete visceral, compositora inspirada e tocava piano com energia e perfeição. Morreu, enquanto dormia, em Carry-le-Rouet, a 21 de abril de 2003.
 

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