sexta-feira, fevereiro 16, 2018

Octave Mirbeau nasceu há 170 anos

Octave Henri Marie Mirbeau (Trévières, Calvados, 16 de fevereiro de 1848 - Paris, 16 de fevereiro de 1917) foi um escritor, crítico de arte, jornalista e entusiasta do anarquismo francês. Autor de diversos romances e peças teatrais, é considerado uma das personalidades mais originais da literatura francesa da chamada "Belle Époque". Tolstoi certa vez definiu-o como "o maior escritor francês contemporâneo e aquele que melhor representava o génio secular da França".

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Octave Mirbeau nasceu em Trévières, na Normandia em 16 de fevereiro de 1848, filho de uma família de posses, sendo o seu pai médico de profissão. Passou a infância em Rémalard, no Perche, vindo a estudar no colégio jesuíta de Vannes. Após os conflitos de 1870 Mirbeau acompanha os martírios aos quais são submetidos os communards pela Terceira República Francesa, e diante do ocorrido passa a contestar tanto o estado como a elite da qual fazia parte.
A sua estreia como jornalista dá-se ao serviço dos bonapartistas e na sua iniciação literária (L'Écuyère, 1882, La Belle Madame Le Vassart, 1884) intitula-se como "negro", nome que adotaria como pseudónimo logo após as grandes mudanças de 1884-1885. Nessa época coloca a sua escrita ao serviço de seus próprios valores éticos e estéticos, combinando literatura e política. As suas obras caracterizam-se pelo seu anticlericalismo e o seu antimilitarismo. Foi uma personagem comprometida com todas as lutas do seu tempo em busca de justiça social.
Crítico de arte e de literatura, conviveu com grandes nomes da sua época: foi defensor de Auguste Rodin, Claude Monet, Camille Pissarro, Paul Cézanne, Félix Vallotton e Pierre Bonnard, "descobriu" Vincent Van Gogh, Camille Claudel, Aristide Maillol , Maurice Maeterlinck, Marguerite Audoux e Maurice Utrillo.
Entusiasta do anarquismo e ardente dreyfusista, encarna o protótipo de intelectual comprometido com os assuntos públicos da sua época, assumindo como dever primordial desmistificar as instituições que alienam e oprimem. Nesta tarefa buscou constituir uma estética da revelação que levasse à lucidez, capaz de obrigar os voluntariamente cegos a encararem a realidade das injustiças do mundo. Combateu a sociedade burguesa e a economia capitalista, fazendo frente a formas literárias e estéticas tradicionais que contribuíam para anestesiar consciências, rejeitou o naturalismo, o academicismo e o simbolismo, buscando o seu caminho entre o impressionismo e expressionismo.
  

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