quinta-feira, junho 10, 2010

Curso de Especialização em Geologia Médica

Aqui ficam alguns dados relativos ao 1º Curso de Especialização em Geologia Médica, a realizar em Lisboa, entre 5 e 10 de Julho de 2010. O custo de inscrição é de 250 € (mais IVA) e inclui textos de apoio, os almoços, os coffee breaks e a visita de estudo às Termas de Cabeço de Vide no dia 10 de Julho.

Temas a abordar:
  • Exposição humana à radioactividade nas explorações mineiras abandonadas de jazigos uraníferos.
  • Efeitos na saúde derivados da presença de radão no ar e na água.
  • Ocorrência de flúor nas águas.
  • Ocorrência de arsénio nas águas subterrâneas e seus efeitos adversos para a saúde.
  • Origem das águas termais e seus efeitos terapêuticos.
  • Benefícios para a saúde de minerais e rochas.
  • Efeitos para a saúde da inalação de poeiras geogénicas.
  • Investigação aplicada à saúde ambiental.
Para mais informações, recomenda-se o download dos seguintes documentos:

Mota Amaral e a mulher do bispo de Worcester

Publicamos, com a devida vénia, o seguinte post, roubado ao Blog De Rerum Natura:


Para quem não leu o texto do professor de Física José Dias Urbano no "Público" do passado dia 24 de Maio, aqui fica o essencial:

"O despacho do dr. Mota Amaral que proíbe a Comissão de Inquéritos a que preside de usar os documentos que lhe foram enviados por autoridades judiciais competentes é, à primeira vista, incompreensível e insensato. De facto, numa só penada o dr. Mota Amaral contribuiu para desprestigiar não só o sistema judiciário, mas também a Assembleia da República.

Desprestigiou o sistema judiciário porque transmitiu ao país a ideia de que há juízes e procuradores que não se coíbem de praticar actos ilegais que ferem direitos fundamentais dos cidadãos, consignados na Constituição da República. Desprestigiou a Assembleia da República porque a impede de usar meios que são considerados por quem os enviou como essenciais para se chegar à verdade, transformando desse modo a Comissão de Inquérito em mais um espectáculo mediático sem outras consequências que não sejam a de mostrar aos cidadãos que os deputados gostam de perder tempo em tarefas inúteis.

Mas, pensando melhor, pode ter acontecido que, perante a gravidade da situação que se criaria se a Comissão de Inquérito chegasse à conclusão de que o primeiro-ministro tinha mentido - repare-se que isso já levou à destituição do homem mais poderoso do mundo -, o dr. Mota Amaral tenha optado por seguir a sábia atitude de prudência demonstrada pela mulher do bispo de Worcester, num dos mais célebres debates de que há memória em reuniões científicas. (...)

Tanto ele (o bispo de Worcester) como muitas outras autoridades religiosas da época (30 de Junho de 1860) achavam que o «princípio da selecção natural é absolutamente incompatível com a palavra de Deus».

Mais pragmática que os clérigos, a mulher do bispo de Worcester limitou-se a comentar: «Descender de macacos! Essa agora! Esperemos que não seja verdade! Mas se for, rezemos para que não se fique sabendo!».

Perante a gravidade da situação que se criaria se se provasse que o primeiro-ministro tinha mentido ao Parlamento, o dr. Mota Amaral deve ter-se sentido obrigado a tomar a mesma sábia atitude de prudência revelada pela mulher do bispo de Worcester:

«Termos um primeiro-ministro mentiroso?! Era o que mais faltava! Mas, se for verdade, ao menos que não se saiba». "

José Dias Urbano - in Público de 24/5/2010

Mais música dos anos 80 para celebrar a data

Poema de Gedeão para Camões


Soneto

Ao Luís Vaz, recordando o convívio da nossa mocidade.



Não pode Amor por mais que as falas mude
exprimir quanto pesa ou quanto mede.
Se acaso a comoção concede
é tão mesquinho o tom que o desilude.

Busca no rosto a cor que mais o ajude,
magoado parecer os olhos pede,
pois quando a fala a tudo o mais excede
não pode ser Amor com tal virtude.

Também eu das palavras me arredeio,
também sofro do mal sem saber onde
busque a expressão maior do meu anseio.

E acaso perde, o Amor que a fala esconde,
em verdade, em beleza, em doce enleio?
Olha bem os meus olhos, e responde.


in Colóquio Letras, nº55, Maio de 1980

Alguns contributos para a celebração de feriado


Música adequada à data

Hoje é dia de lusofonia...

... e, por causa dos 195 anos que ontem passaram do Congresso de Viena, hoje há que recordar Olivença. Assim aqui fica uma música portuguesa, dos Acetre, grupo que conseguiu resgatar algum folclore português dessa localidade:




NOTA: tive o prazer de visitar a vila em final dos anos 90 e de falar em português com alguns resistentes desse território. Hoje as coisas estão muito mais fáceis e há até uma associação legal (Além Guadiana) que pode fazer actividades e divulgar a nossa língua - ver site e blog. Qualquer dia ainda os deixam voltar aos antigos apelidos ou vão pedir perdão por 170 anos de guerra contra os oliventinos...

Kátia Guerreiro cantando Camões


Perdigão perdeu a pena

Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.

Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.

Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.

Luís de Camões

Poema brasileiro para celebrar a data


mudancasnalinguaportuguesa

Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O génio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo Bilac

Cantar Camões

Um belo poema cantado por uma bela voz - às vezes esquecemo-nos quão bons somos quando somos nós mesmos...!




Pois meus olhos não cansam de chorar


Pois meus olhos não cansam de chorar
tristezas, que não cansam de cansar-me;
pois não abranda o fogo, em que abrasar-me
pôde quem eu jamais pude abrandar;

não canse o cego Amor de me guiar
a parte donde não saiba tornar-me;
nem deixe o mundo todo de escutar-me,
enquanto me a voz fraca não deixar.

E se em montes, rios, ou em vales,
piedade mora, ou dentro mora Amor
em feras, aves, prantas, pedras, águas,

ouçam a longa história de meus males
e curem sua dor com minha dor;
que grandes mágoas podem curar mágoas.

Luís de Camões

quarta-feira, junho 09, 2010

Uma Noite com Morcegos na Biblioteca Joanina de Coimbra

Informação recebida do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, via Blog De Rerum Natura:

"Noite dos Morcegos" no Paço da Escolas
12 de Junho | 21.00-24.00 horas
Entrada livre
Com o objectivo de quebrar as barreiras entre seres humanos e morcegos para promover a conservação das populações de morcegos, o Museu da Ciência associa-se à Noite Europeia dos Morcegos, organizada ao abrigo do Acordo sobre a Conservação das Populações de Morcegos Europeus (EUROBATS).

Em Portugal existem 26 espécies de morcegos e 9 encontram-se em perigo. Na Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra existe uma colónia de morcegos que tem um papel activo no controlo das traças do papel.

Venha participar na Noite dos Morcegos no Sábado, 12 de Junho de 2010, no Paço das Escolas, onde vamos receber dois cientistas que nos vão contar tudo sobre os morcegos.

PROGRAMA:

21.00
A FADA PALAVRINHA E O GIGANTE DAS BIBLIOTECAS
CONTO / CAMALEÃO
Biblioteca Joanina
Público-alvo: crianças

21.00 – 22.00
À PROCURA DE MORCEGOS
DETECÇÃO DE MORCEGOS COM DETECTORES DE ULTRA-SONS
Paço da Escolas

22.00
CONVERSAS COM CIENTISTAS
A VIDA (ÍNTIMA) DOS MORCEGOS
Luísa Rodrigues (ICNB) e Hugo Rebelo (CIBIO)
Biblioteca Joanina

23.00
MORCEGOS E VAMPIROS
CONTO / CAMALEÃO
Paço da Escolas
Público-alvo: jovens e adultos

21.00 às 24.00
EXPOSIÇÃO
MORCEGOS E ILUSTRAÇÕES HISTÓRICAS DAS COLECÇÕES DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Biblioteca Joanina

ACTIVIDADES SOBRE MORCEGOS
Paço das Escolas

- QUEM COME MAIS? A ALIMENTAÇÃO DOS MORCEGOS
- ULTRA-SONS. COMO COMUNICAM OS MORCEGOS
- VER COM O ECO. EXPERIÊNCIAS DE ECOLOCAÇÃO
- ASAS E BRAÇOS. COMO VOAM OS MORCEGOS
- ABRIGOS. ONDE VIVEM OS MORCEGOS E CONSTRUÇÃO DE UM ABRIGO
- ARTE COM MORCEGOS. PINTURAS FACIAIS E ARTES PLÁSTICAS

OLHAR O CÉU. OBSERVAÇÕES ASTRONÓMICAS
Paço das Escolas


Organização: Museu da Ciência da Universidade de Coimbra

Colaboração: Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra; Universidade de Coimbra; Camaleão (contadores: Helena Faria, José Geraldo, Marco Paulete, Pedro Correia); e Alpha Centauri

Agradecimentos: FAPAS - Fundo para a protecção dos animais selvagens.

O Congresso de Viena terminou há 195 anos



Nove dias antes da derrota definitiva do Imperador Napoleão I, em Waterloo, a Europa redefiniu-se num Congresso em Viena. Neste, por exemplo, Portugal consignou com Espanha a devolução do território de Olivença, facto que ainda não aconteceu.

Tendo nós agora um Primeiro Ministro que, antes de ir para o poleiro, falava muito de novas fronteiras, é a altura ideal para o senhor em causa ir pedir a Madrid, no seu portunhol ou inglês técnico tão característicos, que se cumpra o que se estipulou em tratado...

Não roubarás...!?!

Caso dos gravadores: DIAP pediu levantamento da imunidade parlamentar de Ricardo Rodrigues
Ricardo Rodrigues nunca apresentou um pedido de desculpas nem devolveu os gravadores

O pedido de levantamento da imunidade parlamentar de Ricardo Rodrigues já deu entrada no Parlamento. O deputado do PS está disponível para depor no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa no âmbito do caso dos gravadores. Francisco Assis não quer “revalorizar questões episódicas”.


Esta manhã, a comissão de Ética foi informada da entrada do pedido de levantamento de imunidade parlamentar, mas a discussão sobre o assunto foi adiada para a próxima semana. Hoje, os deputados limitaram-se a distribuir o relatório, que será feito por um parlamentar socialista.

O pedido para Ricardo Rodrigues ser ouvido no DIAP, na sequência da queixa-crime apresentada pela revista Sábado (por furto de dois gravadores e atentado contra a liberdade de informação e de imprensa) foi também confirmado pelo líder da bancada do PS, Francisco Assis. Que afirmou ainda que Rodrigues, vice-presidente do grupo socialista, já lhe manifestou a intenção de depor.

Apesar de classificar o acto do socialista como um “acontecimento lamentável”, Assis considera que “não é bom revalorizarmos questões episódicas”. Questionado pelo PÚBLICO sobre se considera o furto um “episódio”, o líder parlamentar afirmou não querer discutir se tratou ou não de um furto e respondeu, em tom indignado: “Interprete as minhas palavras como entender.”

Minutos antes, Assis tinha apontado que, apesar de Rodrigues ter cometido um acto “irreflectido”, é necessário “enquadrá-lo e compreendê-lo”. “Não corresponde a um padrão do comportamento do deputado, não houve premeditação e não corresponde à relação que os grupos parlamentares têm com os jornalistas”, argumentou.

As declarações de Assis foram feitas após uma reunião com membros do Conselho Deontológico (CD) do Sindicato de Jornalistas, na qual esteve também presente a deputada Inês de Medeiros. “Aproveitando este incidente, queremos sensibilizar os partidos para os atentados à liberdade de expressão e informação. Continuamos a deplorar o que aconteceu. Foi um acto completamente condenável”, afirmou Orlando César, presidente do CD, que, na passada sexta-feira, foi recebido pelo grupo parlamentar do CDS.

Esta tarde, o CD reúne ainda com o Bloco de Esquerda. No dia 15, está marcado um encontro com o PSD e resta ainda agendar reuniões com o PCP e com “Os Verdes”.

Na passada semana, refira-se, o CD entregou ao Provedor de Justiça uma queixa contra Rodrigues.

Recorde-se que os dois gravadores ainda não foram devolvidos à sua proprietária, a jornalista Maria Henriques Espada. Quatro dias depois do furto, Ricardo Rodrigues apensou os dois equipamentos a uma providência cautelar interposta contra à Sábado. A providência foi entretanto distribuída para uma das varas cíveis de Lisboa. Mais de um mês depois do incidente, a revista ainda não foi notificada, desconhecendo por isso a localização dos gravadores.

A ética republicana no reino do socialismo

O período de nojo e a ética da inalação


O jornal i noticia hoje que Manuel Frasquilho, apontado como presidente da administração do Porto de Lisboa, entre 2005 e 2009, assinou nessa qualidade a prorrogação do contrato de concessão do terminal de contentores de Alcântara com a Liscont, uma empresa do grupo Mota-Engil. Tal contrato foi agora (quarta-feira passada) revogado por decisão da A.R.

Conta o jornal i que o mesmo Manuel Frasquilho, no início de Março e portanto depois de ter saído do Porto de Lisboa, "prestou serviço de consultadoria para a Mota-Engil e para a ETE, através de uma empresa do genro, a Globalvia - Consultores de Engenharia, S.A.".

Manuel Frasquilho não vê qualquer incompatibilidade ética ou legal, porque "não fui contactado por nenhum desses grupos, Mota-Engil ou ETE, e se eventualmente houvesse algum contacto, teria uma recusa. Considero muito importante o chamado período de nojo".

Portanto, não trabalhou para a Mota Engil porque trabalhou para a empresa do genro. E a empresa do genro, trabalhava para a Mota-Engil. Mas como Manuel Frasquilho não trabalhou directamente para esta, não quebrou o nojo nem a ética e os "princípios morais".

Não fumou directamente o charuto com os decisores da Mota-Engil. Inalou apenas os vapores que o genro lhe deu a cheirar.

in portadaloja - post de José

Como desertificar o interior de Portugal

Pegue-se num pseudo-engenheiro de ideias variáveis, numas centenas de Escolas que eram a última presença efectiva do estado em muitas terras do Portugal Profundo e encerre-se tudo (fique-se com menos Escolas do que as havia no tempo de El-Rei D. Carlos, para celebrar a República). Depois diga-se que era crime não encerrar as Escolas pequenas, para que a mentira pegue de estaca.

O resultado é este - o estado português deixa praticamente de existir em 90% do seu território - passa-se a ter nessa vasta área soberania virtual, coisa de que o nosso PM tanto gosta...

A título de exemplo, a Escola de 1º Ciclo que, Microsoft dixit, foi considerada a melhor do país (e uma das 30 melhores do Mundo...) vai ser encerrada, depois de um brutal investimento.

Para memória futura, um vídeo do tempo das vacas gordas e outro do abandono dessa mesma Escola:




PS - espero que a Apple ou outras empresas de topo mundiais não ponham Escolas portuguesas em tabelas deste tipo - tais distinções são perigosas, pois quem tem pseudo-licenciaturas da Universidade da Farinha Amparo não gosta de rankings...

terça-feira, junho 08, 2010

Pedido de ajuda aos nossos leitores

Com devem saber, a maluqueira que impera no Ministério da Educação vai levar ao fecho de imensas Escolas de 1º Ciclo (vulgo Escolas Primárias - algumas, curiosamente, arranjadas nos últimos anos...) e à fusão de muitas Escolas - como referi em posts anteriores vão surgir monstruosidades a que chamamos de Mega Agrupamentos...

Para perceberem o que quero dizer, imaginem o conjunto formado por uma Escola de 2º e 3º Ciclo, mais 20 ou 30 Escolas de 1º Ciclo e ainda 10 ou 12 Jardins de Infância, tudo sobre as ordem de um único Director, que mandará em mais 3.000 alunos, 300 professores e 100 funcionários (agora, em eduquês, são Assistentes Operacionais...), em territórios com centenas de quilómetros quadrados.

Uma das Escolas que teve direito a este presente foi aquela onde fiz o 9º Ano - o Agrupamento de Escolas de Vila Franca das Naves. Como natural desta localidade acho uma tristeza que se destrua a Escola que teve, o passado ano escolar, as melhores notas nos exames de 9º Ano no distrito da Guarda.

No caso que aqui apresento, as Escolas de concelho de Trancoso ficarão agrupadas, tendo como Escola Sede a Escola Secundária de Trancoso, havendo gradualmente a ida de todos os alunos deste gigantesco concelho para um único pólo na localidade sede desta autarquia.

Para perceberem melhor o que se passa, recomendo que leiam, no Blog Vila Franca das Naves, os seguintes posts:

Assim, porque não podemos aceitar esta incompreensível imposição, foi lançada a Petição Vamos Defender o Agrupamento de Escolas de Vila Franca das Naves, para a qual peço a vossa atenção e leitura e, caso concordem, sugiro que também sejam subscritores. O Agrupamento de Escolas de Vila Franca das Naves e a minha vila local merecem a vossa ajuda...


Sobre a nova estapafúrdia ideia de passar os cábulas do 8º para o 10º Ano


O "estudo"

A ministra da Educação, Isabel Alçada, está na SIC-Notícias a explicar a medida fantástica que é a de permitir a passagem, administrativa ( mas com exames que isto não é só facilidades no M.E...), de alunos que tenham mais de 15 anos e ainda repitam o 8º ano, recalcitrando na cabulice ou na incapacidade.

Disse agora mesmo que "o esforço é essencial. O estudo."

Esta ideia de "estudo" já foi apresentada pelo próprio primeiro-ministro, um estudioso de Domingo e é uma ideia que se contrapõe a "saber". Saber não é preciso. O que importa é o "estudo".

E Isabel Alçada uma improvável ministra da Educação acabou por dizer, depois disto que " Isto não é qualquer facilitismo". E comprova-o: haverá exames. Difíceis, pela certa e nada para cábulas ou incapazes.

Facilitismo no M.E.? Olha que coisa! Quem se lembraria de tal ...

in portadaloja - post de José

Umas pequenas dúvidas legais sobre o post anterior...

Mais uma dúvida chata a juntar ao par do vizinho


O Paulo Guinote deixou duas dúvidas mas, como diz o ditado, não há duas sem três:

Será que o Governo vai ouvir o Conselho das Escolas sobre o encerramento das 500 escolas primárias e sobre os mega-agrupamentos?

É que o nº3 do art.º 2.º do Decreto-lei nº 32/2007 a isso obriga.
3—O CE deve ainda ser obrigatoriamente ouvido sobre tudo quanto diga respeito à reestruturação da rede pública de estabelecimentos de educação, sendo chamado a pronunciar-se, designadamente, sobre a sua criação, integração, modificação e extinção.
Aguardo ansiosamente o parecer do Conselho das Escolas (deve ser como as actas do acordo sindical... está a ser negociado).

Já agora, o CE havia de mostrar a todas as escolas e ao país os outros 2.500 pareceres que deu sobre o encerramento das 2.500 escolas de que tanto se gabam os nossos medíocres governantes.

in Educação SA - post de Reitor

Ministério da Anarquia

Governo não esperou pelo parecer do Conselho de Escolas sobre a reorganização da rede escolar

O Governo não esperou pelo parecer do Conselho de Escolas para aprovar a resolução sobre a reorganização da rede escolar. O diploma foi votado na semana passada, quando já se sabia que a reunião do CE, um órgão consultivo do Ministério da Educação constituído por 60 directores de estabelecimentos escolares, estava convocada para ontem. A reunião acabou por ser desconvocada no domingo.


"O que tínhamos hoje [ontem] para analisar já foi aprovado pelo Conselho de Ministros", confirmou ao PÚBLICO o presidente do Conselho de Escolas, Álvaro dos Santos, que se escusou a comentar o facto. O parecer foi pedido pelo secretário de Estado da Educação, João Trocado da Mata, que enviou para o efeito o projecto de resolução com "a definição de um conjunto de princípios e de orientações para a reorganização da rede escolar", nomeadamente no que respeita ao encerramento de todas as escolas com menos de 21 alunos e à extinção dos agrupamentos constituídos apenas por escolas do mesmo nível.

Dando seguimento ao pedido do governante, Álvaro dos Santos convocou, no dia 31 de Maio, uma reunião de urgência para 7 de Junho para o CE se pronunciar. Foi esta a reunião que ficou sem efeito. Em vez de dar parecer sobre os fundamentos e os princípios da reorganização, o Conselho de Escolas irá agora pronunciar-se sobre o projecto de portaria regulamentadora que os irá pôr em prática, confirmou. Num e-mail enviado domingo à noite aos outros directores, indicou que, por isso, e ditado "por razões de economia de esforço", a reunião voltará a ser convocada apenas quando o secretário de Estado enviar o projecto de portaria. O presidente do CE não sabe quando é que tal acontecerá.

Segundo Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores, vários directores comunicaram à Fenprof que em reuniões distritais, realizadas na semana passada para preparar a reunião do CE agendada para ontem, muitos responsáveis opuseram-se ao projecto que entretanto acabou por ser aprovado pelo Governo. Álvaro dos Santos escusou-se a avançar indicações sobre esta matéria antes do CE adoptar uma posição.

"Agravar erro"

A Fenprof deu entretanto conta de outro e-mail que seguiu no domingo à noite para os directores das escolas, mas este enviado pelo Ministério da Educação. Por esta via foram informados de um despacho que, segundo os sindicatos, dá 24 horas às escolas para avaliarem os professores através do recurso à plataforma informática que lhes foi disponibilizada o ano passado.

Vários estabelecimentos não utilizaram este meio por se tratar de um instrumento "impreciso" que "arredondava as classificações", transformando Bons em Muito Bons e Muito Bons em Excelentes. A Fenprof acrescenta ainda que, com este despacho, o que o ME fez foi dar "um dia às escolas para agravarem erro na avaliação", apesar das recomendações em contrário da Assembleia da República, da Provedoria de Justiça e do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja. O ministério recusou-se a comentar.

Sobre a parvoeira do exame para levar alguns alunos do 8º para o 10º Ano


O Despacho que permite a alunos que frequentem o 8.º ano transitarem para o 10.º, desde que tenham mais de 15 anos e que passem em exames (de âmbito nacional e de escola), viola duplamente a nossa Constituição, pois põe em causa não um, mas dois princípios da mesma: o da igualdade e o da obrigatoriedade do ensino básico para todos. A opinião é de Bacelar Gouveia e de Guilherme da Fonseca, especialistas em Direito Constitucional.

O primeiro aponta uma dúvida crucial do nosso sistema educativo: "a escolaridade obrigatória é apenas em termos de aprovação dos exames ou é-o também de presença nas aulas?"

O segundo aponta um problema que se levantou no De Rerum Natura: "um bom aluno do 8º ano, ao transitar para o 9º, vê-se discriminado porque tem que frequentar o ano lectivo, ao contrário daqueles que se submeterem a exames."

Vale a pena ler aqui ou ouvir aqui.

in Blog De Rerum Natura - ler post