sábado, outubro 09, 2010

Recordar El-Rei D. Dinis

Sobre uma mentira repetidamente colocada nos media

(clicar aumentar)

Um monumento de ignomínia

(imagem daqui)
A Primeira República portuguesa foi um monumento de ignomínia. As comemorações em curso não podem escamotear esse facto e deveriam proporcionar aos portugueses uma visão altamente crítica desse período da nossa história. Historiadores como Vasco Pulido Valente e Rui Ramos já o têm feito e bem. Mas nunca será demais insistir.

Tem sido frequentemente observado que, na monarquia constitucional, o liberalismo foi abrindo a porta a uma dimensão republicana. De facto assim foi. A partir da estabilização ocorrida em meados do século XIX, viveu-se em Portugal uma era "republicana" de tolerância e de fruição das liberdades que só havia de extinguir-se pela força em 1910. Isto, apesar de todos os problemas que o constitucionalismo português foi tendo, da fragilidade do Estado e das suas instituições a uma catadupa de situações escandalosas e insustentáveis, passando por políticas erráticas, incompetentes e contraditórias, crises políticas e sociais, buracos financeiros insolúveis, corrupção, tráfico de influências, caciquismo, analfabetismo, atraso crónico e generalizado face à Europa e outras maleitas graves.

A monarquia constitucional acabou por cair de podre. Afundou-se no fracasso geral das instituições e no desprestígio mais completo dos partidos. Perdeu o pé no entrechocar das rivalidades, despeitos, ajustes de contas e interesses inconfessáveis dos grandes figurões de um regime em que os republicanos já se encontravam instalados por "osmose" pacífica havia muito, enquanto a tropa, quando não conspirava, ia assobiando para o lado. Tudo isso foi assim. Mas nunca a monarquia constitucional em seis décadas cometeu crimes comparáveis aos que a República praticou em meia dúzia de anos.

As comemorações do centenário da República têm de falar desses crimes. Eles foram cometidos sob a batuta de uma das figuras mais sinistras da nossa história. Graças a Afonso Costa e aos seus apaniguados organizados em milícias de malfeitores, a Primeira República, activamente respaldada pela Carbonária (e, mais tarde, por uma confraria de assassinos chamada Formiga Branca), nunca recuou ante a violência, a tortura, o derramamento de sangue e o homicídio puro e simples. Instaurou friamente entre nós o pragmatismo do crime. Institucionalizou a fraude, a manipulação e a batota generalizadas em todos os planos da vida portuguesa. Manipulou e restringiu o sufrágio, excluindo dele os analfabetos, as mulheres e os padres. Perpetrou fraudes eleitorais sempre que pôde. Perseguiu da maneira mais radical e intolerante o clero católico, por vezes até ao espancamento e à morte. Levantou toda a espécie de obstáculos ao culto religioso e à liberdade de consciência. Cometeu as mais incríveis violências contra as pessoas. Apropriou-se do Estado, transformando-o em coutada pessoal do Partido Republicano Português…

Em 1915, Portugal deve ter sido um dos pioneiros na defesa do genocídio moderno. Na campanha militar que se desenrolava no Sul de Angola, as atrocidades são de pôr os cabelos em pé. Nas Actas das Sessões Secretas da Câmara dos Deputados e do Senado da República sobre a participação de Portugal na I Grande Guerra (ed. coordenada por Ana Mira, Lisboa, AR e Afrontamento, 2002), encontra-se o depoimento de um militar, segundo o qual "temos ordem para matar todo o gentio desde dez anos para cima" (p. 151). E os outros depoimentos testemunhais, ali reunidos de pp. 148 a 153, ilustram macabramente essa afirmação. Confrontado com esta situação no Parlamento, Afonso Costa foi peremptório: "Não nos deixemos mover por idealismos nem esqueçamos o conceito e impressão dos pretos perante respeitos humanitários que ele [orador] considera como fraqueza ou pusilanimidade" (op. cit., p. 115), ao que Brito Camacho respondeu que "civilizar com a navalha e a carabina não é humanitário nem científico. As chamadas raças inferiores são apenas raças atrasadas; não é possível civilizá-las, exterminando-as" (ibid., p. 117).

No momento em que escrevo, antevéspera da famigerada efeméride, não sei ainda o que é que o jacobinismo irresponsável de uns, a complacência timorata de outros e a versatilidade diplomática de muitos virão a dizer nas cerimónias oficiais. Mas como se corre o risco de estas coisas não serem publicamente referidas, aqui fica mais uma síntese muito incompleta delas, para que conste. Cumpro desta maneira a minha obrigação de republicano.

Notícia sobre novas fontes hidrotermais açorianas

Novas fontes hidrotermais ao largo dos Açores
08.10.2010 - Teresa Firmino

Acaba de ser detectado um campo de fontes hidrotermais ao largo dos Açores, por uma equipa internacional de 30 cientistas, incluindo duas biólogas do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores.

Ao largo dos Açores, estas emanações de água quente vindas do interior da Terra, repletas de enxofre, metais pesados, dióxido de carbono ou metano foram descobertas pela primeira vez em 1992, por uma equipa norte-americana - o famoso Campo Lucky Strike, a 180 milhas náuticas a sudoeste do Faial, portanto ainda dentro das 200 milhas da zona económica exclusiva (ZEE) portuguesa. Desde então, descobriram-se vários campos na ZEE ou já em águas internacionais.

O novo campo está na ZEE, pois fica a cinco quilómetros de um outro campo bem conhecido, o Menez Gwen, a 140 milhas a sudoeste do Faial.

Foi possível detectá-lo numa missão levada a cabo, no navio alemão Meteor, desde 6 de Setembro, por investigadores do Centro para as Ciências Ambientais Marinhas, ou Marum, e do Instituto para a Microbiologia Marinha Max Planck, ambos em Bremen, Alemanha. Precisamente porque o Menez Gwen tem sido esquadrinhado há anos por cientistas de todo o mundo, inclusivamente nesta missão, a equipa diz que a descoberta é "extraordinária", numa nota do Max Planck.

A equipa, que inclui ainda franceses e as biólogas portuguesas Sílvia Lino e, numa primeira parte, Ana Colaço, usou um sondador de múltiplos feixes de som de última geração, que permitiu ver a coluna de água por cima do chão marinho com grande precisão. Os cientistas depararam-se então com uma pluma de bolhas de gás, o que indiciava a presença das fontes lá em baixo, e foram à sua procura com um robô submarino não tripulado.

Encontraram fontes cujas chaminés (que se formam pela acumulação dos materiais trazidos pela água) têm um metro de altura e fauna característica destes ambientes, como mexilhões. A água atinge os 300 graus Celsius.

Entre as várias questões para que se procuram resposta, a chefe da missão, Nicole Dubilier, destacou: "A equipa gostaria de responder por que as fontes desta área emitem tanto metano, um gás de estufa muito potente."

Bater no fundo - a credibilidade de um PM

Imagem daqui

«Ryder Cup exige assinatura de Passos Coelho» - Organização da prova pediu o empenhamento do líder da Oposição na candidatura de Portugal à Ryder-Cup 2018, não se dando por satisfeita com assinatura do Primeiro-ministro.


E o Brasil ficou com o melhor...

Isto a propósito da eleição de um palhaço analfabeto para Deputado Federal:


in Público - retirado daqui

Adiós Che Guevara

che-guevara-AlbertoKorda-1950
Foto ícone de Che Guevara feita por Alberto Korda

Ernesto Guevara de la Serna, mais conhecido por Che Guevara ou El Che (Rosário, 14 de Junho de 1928La Higuera, 9 de Outubro de 1967) foi um dos mais famosos revolucionários comunistas da história. Foi considerado pela revista norte-americana Time Magazine uma das cem personalidades mais importantes do século XX.

in Wikipédia



El-Rei D. Dinis nasceu há 749 anos

 (imagem daqui)
D. Dinis I de Portugal (Lisboa [?], 9 de Outubro de 1261Santarém, 7 de Janeiro de 1325) foi o sexto rei de Portugal. Filho de D. Afonso III e da infanta Beatriz de Castela, neto de Afonso X de Castela, foi aclamado em Lisboa em 1279.

Foi cognominado O Lavrador ou O Rei-Agricultor, pelo impulso que deu no reino àquela actividade, e ainda O Rei-Poeta ou O Rei-Trovador, pelas Cantigas de Amigo e de Amor que compôs, e pelo desenvolvimento da poesia trovadoresca a que se assistiu no seu reinado.

sexta-feira, outubro 08, 2010

O Google Doodle de hoje é um filme...!

Stand by me


NOTA - o Google Doodle, para memória futura, fica aqui:

Faz amanhã 70 anos que John Lennon nasceu


John Winston Ono Lennon, MBE (batizado John Winston Lennon; Liverpool, 9 de Outubro de 1940Nova Iorque, 8 de Dezembro de 1980), foi um músico, compositor, escritor e activista em favor da paz britânico. É considerado um dos maiores ícones do século XX.

John Lennon ganhou notoriedade mundial como um dos integrantes do grupo de rock britânico The Beatles. Na época da existência dos Beatles, John Lennon formou com Paul McCartney o que seria uma das mais famosas duplas de compositores de todos os tempos, a dupla Lennon/McCartney. Em 1968, John Lennon apaixonou-se pela artista plástica Yoko Ono e depois disto ela se tornou a pessoa mais importante na vida e carreira do músico inglês. Em 1970, os Beatles chegaram ao fim e a partir de então John dedicou-se a carreira solo.

Afastado da música desde 1975, por se dedicar mais a família desde o nascimento de seu filho com Yoko Ono, Sean Lennon, John voltou aos estúdios em 1980 para gravar um novo álbum. Era como um recomeço. Porém em 8 de Dezembro do mesmo ano, John foi assassinado em Nova York por Mark David Chapman quando voltava do estúdio de gravação com a mulher.

quinta-feira, outubro 07, 2010

Notícia sobre Espeleologia

Sociedade Portuguesa de Espeleologia alerta para os efeitos da poluição no monumento
Especialista defende criação de zona de protecção da gruta de Mira de Aire
 Espeleólogos e mergulhadores estiveram a explorar a gruta
O presidente da Sociedade Portuguesa de Espeleologia (SPE), José António Crispim, defende a criação de uma zona de protecção da gruta de Mira de Aire. O geólogo, que há cerca de 40 anos faz trabalhos de exploração naquele local, diz que tem notado “alterações graves” na gruta, consequência da contaminação das águas e da construção à superfície.
Segundo o especialista, que nos últimos dias liderou uma equipa que esteve a explorar a gruta, os efeitos já se fazem sentir na parte turística, onde existem “zonas com fungos, crescimento acelerado de algas e cheiros”. Sinais que, de acordo com o docente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, resultam das águas contaminadas que entram na gruta, nomeadamente vindas das estradas, e da falta de saneamento básico naquela zona. “Por vezes, as fossas sépticas são um pró-forma e o seu mau funcionamento acaba também por afectar a gruta”, acrescenta o geólogo.
“Não basta empenharmo-nos em concursos, que são importantes, mas que não resolvem tudo. É necessária uma actuação estratégica para proteger aquele local”, defende José António Crispim, numa alusão à eleição recente da gruta de Mira de Aire como uma das sete maravilhas naturais de Portugal.
O especialista frisa que os trabalhos de prospecção feitos nos últimos anos, sobretudo pela SPE, indiciam que “há boas probabilidades” de serem encontradas novas zonas visitáveis, inclusive nos concelhos de Batalha e de Alcanena, para onde se estende a gruta. “A confirmar-se isso, era conveniente que essas áreas estivessem minimamente protegidas”, diz.
Nos últimos dias, perto de 30 elementos, na sua maioria ligados à SPE, participaram em trabalhos de exploração da gruta na zona designada por rio negro. Segundo José António Crispim, foram percorridos cerca de 200 metros, tendo sido necessário recorrer a mergulhadores em algumas zonas. Os espeleólogos estiveram em seis galerias, três desconhecidas e três referenciadas há cerca de 20 anos.
A chuva que caiu no domingo acabou por prejudicar os trabalhos, uma vez que, a zona de acesso a uma galeria onde estavam quatro elementos da equipa encheu, deixando-os isolados durante várias horas. O coordenador explica que foi accionado um sistema de prevenção com a chamada de outra equipa de mergulhadores e o pedido de uma segunda bomba para retirar água. No entanto, esses meios acabaram por não ser utilizados.
   

quarta-feira, outubro 06, 2010

terça-feira, outubro 05, 2010

Vídeos para celebrar a imposição da república - VI

Uma notícia no Dia do Professor e das Inaugurações

Cada lixeira recebe um tipo de material/Divulgação
(imagem daqui)


Requalificação
Escolas têm de ir às 'sobras' buscar mobiliário

Desperdício de algumas escolas fornece material para outras. Parque Escolar acusada de deitar fora equipamento novo.


Enquanto o Governo inaugura hoje cem escolas por todo o País, e centenas estão receber obras de requalificação, outras têm de recorrer a mobiliário mandado fora para equipar as suas instalações. Em muitos casos, acusam pais, autarcas e sindicatos, os responsáveis pelas obras estão a desperdiçar milhares de euros gas- tos no últimos ano em equipamentos e móveis que estão a ser deitados para o lixo sem qualquer aproveitamento.

Em Viseu, a Escola Secundária Alves Martins, uma das que vai ser inaugurada, está a sofrer uma profunda remodelação, que inclui novas salas de aulas e equipamentos. A obra segue-se a uma outra, feita em 2003, através da qual a escola foi dotada de novos equipamentos e de um auditório. Portas, tectos, mobiliário, iluminação e informática foi tudo devorado pelas novas obras. Material "que envolveu um gasto superior aos cem mil euros, foi arrancado e enviado para o lixo", contou fonte da direcção da escola. Um desperdício que "chocou a direcção da escola, que procurou encaminhar algum deste material, quase novo e em bom estado, para outras escolas".

A menos de 500 metros, o desperdício da requalificação foi aproveitado pela Escola Infante D. Henrique, também em Viseu, que passou a dispor de um auditório que "de outro modo seria desperdiçado", precisou a fonte. Mas este é um dos poucos casos de aproveitamento existentes. Na mesma escola, "iluminação, equipamentos e mobiliários: foi tudo para o lixo", denuncia o delegado em Viseu do Sindicato dos Professores da Região Centro. Francisco Almeida adianta que "não há cuidado em aproveitar o que pode servir a outras escolas envoltas em tanta carência. Parece que somos um País rico, em que o desperdício é normal".

Mas não é só nas escolas de Viseu que há desperdícios. Depois de dois pedidos à Direcção Regional de Educação de Lisboa para substituir o material escolar, parte dele com vinte anos, os responsáveis da Escola EB 2/3 Prof. João Fernandes Pratas, em Samora Correia, acabaram por recorrer às sobras da renovada escola de Salvaterra de Magos para renovar o parque escolar (ver texto).

"Há vários exemplos em que escolas vizinhas aproveitam cadeiras, frigoríficos e até máquinas de cozinha que estavam destinados ao lixo", denuncia António José Ganhão, vice-presidente da Associação de Municípios, responsável pela educação.

in DN - ler notícia

Hoje é o Dia Mundial do Professor


(imagem daqui)

Hoje, 5 de Outubro, as Nações Unidas celebram o Dia Mundial do Professor, cujo tema de 2010 é "A Recuperação Começa com Professores".

Segundo a Rádio ONU, o objectivo da acção é homenagear docentes que actuam em áreas de desastres naturais, conflitos e outras crises. De acordo com a agência, os professores têm um papel vital na reconstrução social, económica e intelectual.

Para a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, os professores são "construtores da paz", pois podem preparar o caminho para uma sociedade harmónica ao promoverem o respeito, a tolerância e a solidariedade.

Um dado importante e preocupante deve ser observado pela comunidade internacional. Em muitos países pobres e em desenvolvimento, faltam professores nas escolas. Segundo dados da UNESCO, pelo menos mais 9 milhões de professores terão de ser contratados até 2015, em alguns países do mundo, para que se alcance a Meta do Milénio que estabelece a promoção de educação para todos.

Fernando Pessoa nas comemorações


(imagem daqui)

Comemorações do centenário da República
Pessoa: Uma escolha poética pouco republicana

No espectáculo “Os bigodes da res publica”, que abriu as cerimónias oficiais do 5 de Outubro, na Praça do Município, em Lisboa, foram declamados poemas de Fernando Pessoa, autor que depreciava o regime.

Poemas de “O eu profundo e os outros eus”, de Fernando Pessoa, foram declamados por uma actriz da companhia O Bando, responsável pelo espectáculo “Os bigodes da res publica”, realizado na praça e protagonizado por cerca de 400 figurantes.

Refira-se que foi Pessoa quem escreveu, em “Da República” (Ática), o seguinte sobre o regime implantado a 5 de Outubro de 1910: 

"(...) E o regimen está, na verdade, expresso naquele ignóbil trapo que, imposto por uma reduzidíssima minoria de esfarrapados mentais, nos serve de bandeira nacional - trapo contrário à heráldica e à estética, porque duas cores se justapõem sem intervenção de um metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali contudo a alma do republicanismo português - o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, o verde da erva de que, por direito natural, devem alimentar-se."

Parabéns aos Homens da Luta

Poema para triste dia

Meu País Desgraçado


Meu país desgraçado!...
E no entanto há Sol a cada canto
e não há Mar tão lindo noutro lado.
Nem há Céu mais alegre do que o nosso,
nem pássaros, nem águas ...


Meu país desgraçado!...
Por que fatal engano?
Que malévolos crimes
teus direitos de berço violaram?


Meu Povo
de cabeça pendida, mãos caídas,
de olhos sem fé
— busca, dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da miséria se te esconde.


E em nome dos direitos
que te deram a terra, o Sol, o Mar,
fere-a sem dó
com o lume do teu antigo olhar.


Alevanta-te, Povo!
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres,
a calada censura
que te reclama filhos mais robustos!


Povo anémico e triste,
meu Pedro Sem sem forças, sem haveres!
— olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
e o direito de amar e fecundar
as que só por Amor te não desprezam!


Sebastião da Gama

NOTA: via blog Geocrusoe...