domingo, agosto 22, 2010

A conquista de Ceuta foi há 595 anos


A Conquista de Ceuta, cidade islâmica no Norte d'África, por tropas portuguesas sob o comando de João I de Portugal, deu-se a 22 de Agosto de 1415.

sábado, agosto 21, 2010

O desastre da Praia de Maria Luísa foi há um ano

(imagem daqui)

Conforme nós aqui referimos no blog, a tragédia da Praia de Maria Luísa, com 5 mortos e 3 feridos, foi há exactamente um ano.

Hoje fala-se novamente do assunto, mas tudo permanece igual: pouca fiscalização, ausência de geólogos nas Câmaras e centros de decisão e as mesmas pessoas debaixo dos mesmos pedregulhos, à espera da desgraça...

Grutas e Nascentes de Porto de Mós - dois filmes




Grutas e Nascentes de Porto de Mós - algumas fotos

Participei há dias na actividade da Geologia no Verão 2010 intitulada Grutas e Nascentes de Porto de Mós, conforme nós antes tínhamos aqui referido (1 e 2), organizada pela Sociedade Portuguesa de Espeleologia (SPE).

Como a malta da SPE nunca mais nos pede as fotos, aqui ficam algumas (e quem estiver interessado nelas é favor mandar um e-mail para fernando.oliveira.martins-arroba-gmail.com):

Na Ecoteca de Porto de Mós

Na Ecoteca de Porto de Mós II

Início do percurso - escarpa de falha

Início do percurso - placa oficial

A Fórnea

O caminho das pedras...

Fórnea

Cascalheira - deslizamento actual

Escarpa de falha, a meia encosta, vista da Fórnea

O vale da Fórnea, visto a meia encosta

Fotografando...

Aspectos interessantes do topo da Fórnea

Assombrosa Fórnea...

Fotografando a entrada da Cova da Velha

Explicando Geologia in situ

Grafittis (arte rupestre...) na entrada da Cova da Velha

Grupo à entrada da Cova da Velha

Quatro apoios...!

Água no último sifão

Morcego (fotografado sem flash...)

Rostrum de Belemnite na rocha da gruta

Almoço à saída da Gruta

A biquinha na base da Fórnea

Amonite (molde externo)

Amonites (fósseis e modelo)

Belemnites (fósseis e modelo)

Gruta da Mouração - à entrada

Gruta da Mouração - estalagmite e morcego

Saindo da Gruta da Mouração

Nascente do Lena - exsurgência permanente

NOTA - clicar para aumentar...

sexta-feira, agosto 20, 2010

Sobre os reflexos das aldrabices socrático-mariadelurdianos no processo de ensino-aprendizagem - a FRAUDE Novas Oportunidades



Toda a gente sabe que o negócio dos trabalhos académicos existe e prospera: sabem os professores, que não podem deixar de se confrontar com ele; sabem-no os alunos, pois a informação corre; sabem os jornalistas, que de vez em quando voltam ao assunto; sabem os investigadores que lhe têm dado atenção; devem saber as famílias, que pagam a factura; também não me parece que as instituições de ensino superior o desconheçam, nem as suas mais altas instâncias.

Algumas empresas e pessoas particulares fazem publicidade na internet, outras têm um contacto mais discreto. Há “produtos” de toda a espécie e feitio, prontos ou por encomenda. Uns são mais caros – as dissertações de final de licenciatura, mestrado e doutoramento -, outros mais baratos – relatórios e tarefas avulsas para as unidades curriculares.

Os estudantes que quiserem e tiverem como pagar, escusam, pois, de perder o seu precioso tempo em consultas bibliográficas aborrecidas, em pesquisas de campo fastidiosas, na redacção de um texto que teima em não sair inteligível à primeira…

Ora, se o negócio tem dado tão bons resultados neste nível de ensino, porque não estendê-lo a outros níveis, onde a procura é tão grande ou maior? Afinal, os negócios têm de estar abertos a novas oportunidades…


E... foi exactamente nas Novas Oportunidades, que muitos viram... novas oportunidades! Mais: viram isso logo que elas surgiram.

Sem sequer procurar, soube logo na altura que tinha emergido uma nova profissão: os Fazedores de Portfólios Reflexivos de Aprendizagem. Sim, eu sei, também há os amigos que "apoiam" a composição deste "instrumento-acima-de-qualquer-suspeita", sem cobrarem nada, apenas para ajudar a obter um diplomazinho… coisa de nada…

Esta conversa vem a propósito duma notícia publicada no jornal i, de hoje. Apurou a jornalista Filipa Matins que se desembolsam 400 euros (que antes eram 500, mas a crise...) e o certificado do 12.º ano é garantido.

Eu diria que é um preço razoável! Até porque é reembolsável: a seguir vende-se a outra pessoa que precise dele. Com um bocado de sorte, vende-se a mais do que uma… Havendo tantas centenas de Centros Novas Oportunidades, um fica aqui, outro ali… e ninguém detecta!

Mas, o mais interessante na notícia do jornal são as declarações do presidente da Agência Nacional para a Qualificação, Luís Capucha, que confirma... "a situação". Diz o referido senhor (os sublinhados são meus):

"É natural que haja parte desses portefólios - que têm centenas de páginas - que seja transcrita da internet." "Porém", adianta, "as pessoas devem ser encorajadas a trabalhar essa informação em vez de a transcreverem", acrescentando que "não compete à ANQ fazer qualquer avaliação do trabalho dos centros". "Uma avaliação implica um juízo, ora o que encontra nos documentos são orientações técnicas", conclui.

Porém, o universo é suficientemente vasto para ter justificado o envio da nota de orientação aos Centros Novas Oportunidades. Nesta é manifestada a necessidade de "reforçar que a inclusão de textos retirados da internet não configura, de forma alguma, uma prática regular, que seja demonstrativa de competências que os candidatos detêm". "Quando muito", lê-se ainda, "esta prática evidencia a capacidade do candidato pesquisar informação".
Filipa Martins, Jornal i de 19 de Agosto de 2010
in De Rerum Natura - post de Helena Damião

Ninguém pode parar o movimento nacional-saloiista

SUNGA
(imagem daqui)


Há objectos que são investidos de poderes mágicos que tudo resolvem por si. Basta convocá-los, derramá-los, que as massas pasmadas, mal crendo no maná portentoso que lhes cai nas cabeças, se prostrarão agradecidas. O raciocínio é simples de gente simples destinando-se aos que imaginam como igualmente simples: para distrair em festival demagógico, para anestesiar do abate de 701 escolas e da deslocação forçada de milhares de crianças, a dias do começo do ano lectivo, vamos lá atirar-lhes com a boa nova dos 250 000 portáteis ultra-leves! É assim que a gente de Sócrates vê o público: como uma chusma de débeis mentais - atira-se-lhes com a proclamação de uns portáteis e eles vão roendo a generosa novidade, entretidos. Enquanto roem não rosnam. Nem mordem.
As crianças: mega-agrupadas num atulhamento cego e acéfalo, mas reconhecidas. A caminho da socialização de aviário, empatadas nas horas de ponta - maravilha desconhecida da sua escola infra-21 das berças -, mas risonhas em série. Nas próximas semanas, receberão a visita do e-primeiro-ministro que, sorridente do abuso, olhará impressionado-pràs-câmaras os corredores do "novo centro escolar", percorrerá satisfeito as manjedouras da magalhanada e tocará ao de leve a cabeça de uma criancinha manipulável e se debruçará, interessado e comovido-pràs-câmaras, sobre um teclado para deditos a info-atrofiar "socraticamente". Dirá até algumas palavras inesquecíveis de prosápia saloia - qualquer coisa como: 'esta é a Escola que queremos para as nossas crianças, uma Escola fora do isolamento, uma Escola aberta ao sucesso, com todos os equipamentos da sociedade da informação, uma Escola do futuro! [ou 'da modernidade!'] Há os que só sabem dizer mal e nada constroem, mas esses sabem ler e escrever e já têm computador!' O homem é assim, mede o ponto de vista dos outros pela sua própria e confrangedora bitola. (Talvez haja nele alguma leve consciência disso - o que explicaria aquela pulsão da farronca que ele solta para cima de toda a divergência com que depara: esse chinfrim de valentão esganiçado procurará, umas vezes, compensar, disfarçar o seu vazio de pensamento, a sua ausência de projecto não-imediato, ou, noutras vezes, distrair os outros do avolumar das suspeitas sobre a veracidade das suas proclamações, como se a gritaria emprestasse alguma convicção de verdade àquilo que, tantas vezes, não passa de fabulação enganosa.)

Trata-se de gente que não pensa - nem a Escola em particular, nem, provavelmente, nada em geral. Funcionam por arrancos, sempre desconfiados do saudável e indispensável escrutínio. Este não lhes cabe no seu curto horizonte e revela para lá do que lhes é suportável o carácter inconsistente das suas medidas. Têm a consciência ansiosa da sua mediocridade, vivem na antecipação nervosa da descoberta dos logros que vão lançando - por isso reagem sempre tão mal a qualquer dúvida, crítica, divergência, oposição. Estas são sempre despedidas com arrogância e reduzidas a "ataques pessoais" ou "maledicência". Sócrates e Ca. têm uma visão (e uma prática) da política como uma actividade de entretenimento circense - chegam a deixar-se deslumbrar pelo seu próprio espectáculo/missão e perdem o pé, o contacto com a realidade. É esta que tem de se lhes adaptar e não o contrário. Detestam que lhes estraguem o foguetório. Por outro lado, o primeiro-ministro faz como que um investimento "egocêntrico" nas opções que toma e, por isso, encara como uma afronta pessoal qualquer apreciação mais independente que se faça ouvir. Como se isso não bastasse, tolera e incentiva os tiranetes que vão despontando ao redor - deixa-os medrar. (Para além dessa gente, não tem mais ninguém...) Ele mesmo tem pulsões de tiranete caprichoso. Com estas características, é um homem que nem deveria ter chegado a primeiro-ministro. O José Sócrates que há diz muito sobre nós.
in Blog O Cachimbo de Magritte - post de Carlos Botelho

Hugo Pratt morreu há 15 anos

Hugo Eugenio Pratt (Rímini, 15 de Junho de 1927Grandvaux, Suíça, 20 de Agosto de 1995) foi um autor de banda desenhada italiano, criador da personagem Corto Maltese.




Hugo Pratt, Corto Maltese - Fábula de Veneza


NOTA: este senhor, com quem partilho a data de nascimento (mas separada por quatro decénios...) é bastante apreciado por alguns nossos leitores - é para eles a nossa lembrança.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Mais uma canção para a minha menina...

O desplante



A ministra da educação está, neste momento, em directo nas televisões e não posso crer no que ouço: ela está associando o abate de um só golpe de setecentas e uma escolas básicas à comemoração da I República! Pobres republicanos de então, agora às voltas no túmulo: a República, a Coroa liberal antes e o Estado Novo, depois dela, praticaram, precisamente, a política oposta.


NOTA: e faz ela muito bem em associar a morte das Escolas (e respectivas localidades...) com a comemoração da Imposição da República - é por estas e por outras que eu não entendo a ética republica e sou monárquico...

O medalhável

albino almeida jose socratesdia do pai


E não há uma medalha de bom comportamento "socrático" para este homem?!...

O governo tem podido e pode contar sempre com aquele cidadão-exemplo. Estai descansados Portugueses, que vamos sempre a tempo de "corrigir situações irregulares". Qualquer incêndio/disparate/azelhice do governo da Pátria poderá sempre contar com a intervenção pronta e perfilada do bombeiro.

A boa-vontade prazenteira do homem é inigualável: notem como as "condições" que ele "põe" ("melhores escolas", "transporte" e "condições de aprendizagem") são puramente retóricas e podem, assim, ser retoricamente preenchidas por qualquer discurso do governo: basta mostrar "determinação", "vontade", etc - convenientemente enriquecido com sorrisos esbugalhados de Isabel Vilar ou com o esbracejar pleno de "determinação" de José Sócrates.

Isto também não é argumento, porque há, certamente, não poucas Câmaras que aplaudirão a medida "civilizadora" do governo, não por razões "sociais" ou "pedagógicas", mas apenas por, assim, diminuirem os seus encargos com as escolas agora abatidas.

Novas Fraudes

Imagem do i de hoje.

O programa Novas Oportunidades é a imagem aperfeiçoada do sistema de Educação que o governante da imagem "tinha em mente" como objectivo: tipo licenciatura domingueira por correspondência. Uma fraude corresponde a outra, com o aplauso generalizado dos apaniguados que mesmo sendo professores de cátedra, batem palmas ao facilitismo e à fraude previsível.

Não querem ver porque o panorama lhes estraga o tacho e os réditos.
 
in Blog portadaloja - post de José

Música nova para geopedrados


"Adiós ríos, adiós fontes" - Amancio Prada canta Rosalía de Castro (via Blog O Cachimbo de Magritte)

Notícia sobre Paleontologia no Público

Fósseis encontrados na Austrália antecipam registo de vida animal


Modelo virtual da esponja

O frio tomava conta do planeta há 650 milhões de anos, mas a vida animal já era suficientemente abundante para ficar registada nas rochas. Por sorte, uma equipa de geólogos investigava o clima desta época em rochas no Sul da Austrália, quando tropeçou em formas gravadas que poderão ter sido feitas pelas mais antigas esponjas.

“Reparámos em formas repetidas que encontrávamos [nas rochas] – formas em v, anéis, canais perfurados", explicou Adam Maloof em comunicado, da Universidade de Princeton, em New Jersey, nos Estados Unidos. Segundo o investigador, a equipa pensou inicialmente que eram apenas fenómenos geológicos. "Durante o segundo ano, apercebemo-nos que tínhamos tropeçado nalgum tipo de organismo, e decidimos analisar os fósseis.” Os resultados foram publicados agora na revista científica Nature Geoscience.

Há 650 milhões de anos a Terra vivia um dos períodos mais frios da sua história. Segundo muitos autores, o clima glaciar fez com que todo o planeta ficasse coberto por gelo pelo menos duas vezes, em alturas diferentes. Há 635 milhões de anos as condições começaram a melhorar, mas durante muito tempo a vida animal continuou a ser muito escassa.

Só cerca de cem milhões de anos depois é que apareceu a maioria dos grupos animais que hoje se conhecem, um fenómeno que os cientistas chamam de explosão do Câmbrico. O fóssil de animal mais antigo que já se encontrou tem cerca de 555 milhões de anos e é anterior a esta explosão. Pensa-se que pertencia a um ser de corpo mole e os cientistas englobaram-no nos moluscos, o grupo onde estão animais como as amêijoas ou os polvos.

Até agora, a esponja mais antiga de que há registo tinha apenas 520 milhões de anos. Estes seres marítimos são filtradores de água e estão na sua forma adulta completamente imóveis. Externamente têm uma parede com espículas para protecção e internamente têm uma camada de células que retira o alimento da água. São os animais menos complexos que se conhece e através do relógio molecular tinha-se estimado que o aparecimento deste grupo seria anterior ao registo fóssil que existia.

A descoberta da equipa de Princeton vai de encontro a esta estimativa. Os cientistas não associaram imediatamente as marcas às esponjas. Primeiro, utilizaram tecnologias digitais para reconstruir a forma do animal. O modelo tridimensional que resultou é parecido com as esponjas. O tamanho destes antigos seres marinhos variava entre milímetros e centímetros e tinha pequenos canais que poderiam servir para a água passar.

Uma canção para a minha menina...

Para o meu amor, que hoje faz anos...


quarta-feira, agosto 18, 2010

A Lista da Vergonha - versão portuguesa



Um país que destrói o futuro das suas pequenas localidades é um país sem futuro. Um governo que condena ao desaparecimento milhares de pequenas localidades não é um governo, é uma aberração da natureza que merece aquilo a que condenou os seus cidadãos: a extinção...

Com os nossos cumprimentos e agradecimentos, os links para as notícias do Correio da Manhã, que conseguiu furar o vergonhoso silêncio do Governo e do Ministério da Educação:



Sismo no Continente

Aviso de Sismo no Continente 18-08-2010

O Instituto de Meteorologia informa que no dia 18-08-2010 pelas 08:57 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 2.8 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 12 km a Este-Sudeste de Cadaval.

Até à elaboração deste comunicado não foi recebida nenhuma informação confirmando que este sismo tenha sido sentido.

Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.

Sugere-se o acompanhamento da evolução da situação através da página do IM na Internet (www.meteo.pt) e a obtenção de eventuais recomendações junto da Autoridade Nacional de Protecção Civil (www.prociv.pt).

A Ama (quase) Seca


Augusto Cid, SOL, 13/08/2010
in Blog Educação SA - post de Reitor

A versão comercial da pílula faz 50 anos


terça-feira, agosto 17, 2010

Um poema de Botto em fado

Botto nasceu há 113 anos

António Tomás Botto (Concavada, Abrantes, 17 de Agosto de 1897Rio de Janeiro, 16 de Março de 1959) foi um poeta português.
A sua obra mais conhecida, e também a mais polémica, é o livro de poesia Canções que, pelo seu carácter abertamente homossexual, causou grande agitação nos meios religiosamente conservadores da época. Foi amigo pessoal de Fernando Pessoa que traduziu em 1930 as suas Canções para inglês, e com quem colaborou numa Antologia de Poemas Portugueses Modernos. Homossexual assumido (apesar de ser casado com Carminda Silva), a sua obra reflecte muito da sua orientação sexual e no seu conjunto será, provavelmente, o mais distinto conjunto de poesia homoerótica de língua portuguesa. Morreu atropelado em 1959 no Brasil, para onde se tinha exilado para fugir às perseguições homófobas de que foi vítima, na mais dolorosa miséria. Os seus restos mortais foram trasladados para o cemitério do Alto de São João, em Lisboa, em 1966.


Ouve, Meu Anjo

Ouve, meu anjo:
Se eu beijasse a tua pele?
Se eu beijasse a tua boca
Onde a saliva é um mel?...

Quis afastar-se mostrando
Um sorriso desdenhoso;
Mas ai!
- A carne do assassino
É como a do virtuoso.

N'uma atitude elegante,
Misteriosa, gentil,
Deu-me o seu corpo doirado
Que eu beijei quase febril.

Na vidraça da janela,
A chuva, leve, tinia...

Ele apertou-me, cerrando
Os olhos para sonhar...
E eu, lentamente, morria
Como um perfume no ar!

António Botto, in 'Canções'