Mostrar mensagens com a etiqueta exobiologia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta exobiologia. Mostrar todas as mensagens

sábado, novembro 09, 2013

Carl Sagan nasceu há 79 anos

Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 - Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista, astrobiólogo, astrónomo, astrofísico, cosmólogo, escritor e divulgador científico norte-americano. Sagan é autor de mais de 600 publicações científicas, e também autor de mais de 20 livros de ciência e ficção científica. Foi durante a vida um grande defensor do ceticismo e do uso do método científico, promoveu a busca por inteligência extraterrestre através do projeto SETI e instituiu o envio de mensagens a bordo de sondas espaciais, destinados a informar possíveis civilizações extraterrestres sobre a existência humana. Mediante as suas observações da atmosfera de Vénus, foi um dos primeiros cientistas a estudar o efeito de estufa à escala planetária. Também fundou a organização não-governamental Sociedade Planetária e foi pioneiro no ramo da ciência chamada de exobiologia.
Sagan passou grande parte da carreira como professor da Universidade Cornell, onde foi diretor do laboratório de estudos planetários. Em 1960 obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago.
Sagan é conhecido por seus livros de divulgação científica e pela premiada série televisiva de 1980 Cosmos: Uma Viagem Pessoal, que ele mesmo narrou e co-escreveu. O livro Cosmos foi publicado para complementar a série. Sagan escreveu o romance Contacto, que serviu de base para um filme homónimo de 1997. Em 1978, ganhou o prémio Pulitzer de literatura geral de não-ficção pelo seu livro Os dragões do Éden. Morreu aos 62 anos, de pneumonia, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).
Ao longo de sua vida, Sagan recebeu numerosos prémios e condecorações pelo seu trabalho de divulgação científica. Sagan é considerado um dos divulgadores científicos mais carismáticos e influentes da história, graças a sua capacidade de transmitir as ideias científicas e os aspectos culturais ao público não especializado.

quinta-feira, dezembro 20, 2012

Carl Sagan morreu há 16 anos

Sagan e o modelo da sonda Viking enviada a Marte

Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 - Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista e astrónomo dos Estados Unidos.
Em 1960, obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago. Dedicou-se à pesquisa e à divulgação da astronomia, como também ao estudo da chamada exobiologia. Morreu aos 62 anos, de cancro, no Centro de Pesquisas do Cancro Fred Hutchinson, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).

Obra
Com sua formação multidisciplinar, Sagan foi o autor de obras como Cosmos (que foi transformada em uma premiada série de televisão), Os Dragões do Éden (pelo qual recebeu o prémio Pulitzer de Literatura), O Romance da Ciência, Pálido Ponto Azul e Um Mundo Infestado de Demónios.
Escreveu ainda o romance de ficção científica Contato, que foi levado para as telas de cinema, posteriormente a sua morte. A sua última obra, Biliões e Biliões, foi publicada postumamente por sua esposa e colaboradora, Ann Druyan, e consiste, fundamentalmente, numa compilação de artigos inéditos escritos por Sagan, tendo um capítulo sido escrito por ele enquanto se encontrava no hospital. Recentemente foi publicado no Brasil mais um livro sobre Sagan, Variedades da experiência científica: Uma visão pessoal da busca por Deus, que é uma coletânea de suas palestras sobre teologia natural.
Isaac Asimov descreveu Sagan como uma das duas pessoas que ele encontrou cujo intelecto ultrapassava o dele próprio. O outro, disse ele, foi o cientista de computadores e perito em inteligência artificial Marvin Minsky.
Foi professor de astronomia e ciências espaciais na Cornell University e professor visitante no Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Criou a Sociedade Planetária e promoveu o SETI.

Trabalho científico
Carl Sagan teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início. Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 1950, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes de suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar que permitiram obter importantes informações sobre Vénus e Marte. Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito estufa em Vénus e o descobrimento das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno. Ele também foi um dos maiores divulgadores da ciência de todos os tempos ao apresentar a série Cosmos em 1980.

Prémios
Recebeu diversos prémios e homenagens de diversos centros de pesquisas e entidades ligadas à astronomia, inclusive o maior prémio científico das Américas, o prémio da Academia Nacional de Ciências (no caso, o Public Welfare Medal). Recebeu também 22 títulos honoris causa de universidades americanas, medalhas da NASA por Excepcionais Feitos Científicos, por Feitos no Programa Apollo e duas vezes a Distinção por Serviços Públicos. O Prémio de Astronáutica John F.Kennedy da Sociedade Astronáutica Norte-Americana. O Prémio de Beneficência Pública por “distintas contribuições para o bem estar da humanidade”. Medalha Tsiolkovsky da Federação Cosmonáutica Soviética. O Prémio Masursky da Sociedade Astronómica Norte-Americana. O prémio Pulitzer de literatura, em 1978, por seu livro Os Dragões do Éden e o prémio Emmy, por sua série Cosmos. Em homenagem, o asteróide 2709 Sagan leva hoje seu nome.

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Nova sonda enviada esta semana vai procurar vida em Marte

NASA lança nova missão esta tarde
Se houve vida em Marte, o robô Curiosity vai querer saber
26.11.2011

Um laser capaz de perfurar rochas é uma das novidades do Curiosity (NASA/REUTERS)

Marte nunca viu nada como o Curiosity, o robô cientista que a NASA lançou às 15.02 horas, numa viagem de 570 milhões de quilómetros. É o aparelho mais sofisticado alguma vez enviado para o planeta vermelho, com a missão de descobrir se alguma vez houve condições para a vida no vizinho da Terra.

“É verdadeiramente um robô excepcional, cuja capacidade ultrapassa largamento tudo já enviámos para outro planeta do sistema solar”, garantiu Colleen Hartman, directora adjunta das missões científicas da NASA. Agosto de 2012 é a data prevista para a sua chegada e será o primeiro aparelho de investigação enviado para Marte com uma missão relacionada com a busca de vida desde o programa Viking, nos anos 1970 – que teve resultados inconclusivos.

Mas, apesar disso, não vai procurar vida directamente. “Tudo o que sabemos sobre a vida e o que torna um ambiente habitável é específico da Terra”, disse a astrobióloga Pamela Conrad, do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, responsável por esta missão da NASA. “As coisas em Marte terão sido uma função dos ingredientes iniciais que o planeta teve quando se formou, mas também dos processos que o afectaram.”

Por isso, o robô-cientista mais sofisticado que já alguma vez chegou à superfície do planeta de Marte vai procurar indícios indirectos de vida – sinais de que poderão ter existido condições para se desenvolverem seres vivos no quarto planeta a contar do Sol.

As experiências de SAM
Aparentemente, o Curiosity é igual ao Spirit e ao Opportunity, os robôs gémeos que chegaram ao planeta vermelho em 2004 - com uma missão de três meses que setransformou em sete anos de trabalho. Mas no Curiosity, que custou 2500 milhões de dólares (cerca de 1860 milhões de euros) e é a mais cara missão enviada a Marte, tudo é maior e mais ambicioso. Pesa 900 quilos e é do tamanho de um utilitário desportivo - aquilo a que os norte-americanos chamam um SUV.

Usa uma tecnologia superior à dos exploradores anteriores: por exemplo, as duas câmaras montadas no mastro que se ergue acima do corpo do “rover” funcionam como os seus olhos. Obterão imagens stereo de alta resolução e a cores, e sequências vídeo.

Este é o primeiro aparelho enviado para Marte que terá capacidade para perfurar - até cinco centímetros de profundidade - e recolher para análise amostras de pedras e solo. E consegue fazer algo que parece saído de um filme de ficção científica: dispara um laser até sete metros de distância e que é capaz de vaporizar rochas, para para determinar quais as moléculas de que são compostas.

As experiências feitas por um grupo de instrumentos conhecidos pela sigla SAM (a sigla em inglês de Análise de Amostras em Marte), que incluem um cromatógrafo de gás, um espectrómetro de massa e espectrómetro de laser, serão usados para tentar identificar compostos orgânicos - ou seja, moléculas com carbono. Esta será uma parte importante da sua missão.

"Não são sinais directos de vida", disse John Grotzinger, líder da missão. Afinal, encontram-se moléculas orgânicas no espaço interestelar. "Podem existir sem haver vida, mas a vida tal como a conhecemos não pode existir sem elas, por isso a sua presença seria um importante factor para determinar a habitabilidade de Marte", diz um comunicado de imprensa da NASA.

O Curiosity vai por isso procurar moléculas orgânicas e tentar perceber se serão de origem biológica ou não - podem vir em meteoritos, por exemplo -, medindo a relação entre diferentes isótopos de alguns elementos químicos. Isótopos são variantes com diferentes pesos atómicos de um elemento, como o carbono 12 e o carbono 13. Medir estes isótopos pode ajudar a esclarecer o mistério do metano em Marte.

Foram detectadas bolsas de metano em torno do equador, e este gás tem uma vida curta na atmosfera (cerca de um ano). Para ter uma presença duradoura, precisa de se ir renovando - e a sua origem é um mistério, embora a quantidade na atmosfera seja reduzida (10 partes por mil milhões, muito pouco se compararmos com as 1800 partes por mil milhões da Terra).

Vulcões activos não se conhecem. Fontes biológicas - vacas com aerofagia em Marte, bactérias que expelem metano? - também não. Mas as possibilidades, sejam elas geológicas ou biológicas, excitam os cientistas. Uma forma de começar a resolver o mistério será estudar a proporção de carbono 12 e carbono 13 em Marte, pois pelo menos na Terra os organismos que metabolizam metano preferem a forma mais leve de carbono. O Curiosity vai equipado para o estudar.

segunda-feira, março 07, 2011

Notícia sobre exobiologia e possíveis fósseis em meteoritos

Cientista garante ter encontrado sinais de vida microscópica em três meteoritos

Esta descoberta controversa sugere que a vida na Terra pode ter vindo de outros pontos do sistema solar

Um cientista da NASA (agência espacial norte-americana) revela ter encontrado minúsculas bactérias fossilizadas em três meteoritos e garante que estas microscópicas formas de vida não são originárias da Terra.

A confirmar-se, esta descoberta pode sugerir que há vida espalhada no universo e que a vida na Terra pode ter vindo de outros pontos do sistema solar através de cometas, por exemplo.

O estudo, publicado sexta-feira na revista “The Journal of Cosmology”, é considerado tão controverso que é acompanhado por uma declaração do editor da revista que procura comentários científicos ao artigo, para serem publicados a partir de hoje.

No artigo, o astrobiólogo Richard Hoover defende que existem provas de microfósseis semelhantes a cianobactérias na superfície de três meteoritos. Estas estruturas microscópicas continham grandes quantidades de carbono, sinal de vida na Terra, e quase nenhum nitrogénio, explicou ontem Hoover à agência Reuters. O nitrogénio também pode ser um sinal de vida mas a sua ausência pode apenas significar que o nitrogénio que possa ter existido naquelas estruturas se decompôs numa forma gasosa há muito tempo, defendeu o investigador.

“Há muito que sabemos da existência de bio-indicadores muito interessantes em meteoritos e que a detecção de estruturas que são muito semelhantes... às cianobactérias conhecidas na Terra é interessante na medida em que indica que a vida não se restringe ao planeta Terra”, comentou Hoover.

Hoover, que trabalha no Centro de Voos Espaciais Marshall da NASA, em Alabama, especializou-se no estudo de microscópicas formas de vida que sobrevivem em ambientes extremos, como os glaciares, permafrost (solo permanentemente gelado) e nascentes termais. Não é o primeiro a defender a vida microscópica em outros mundos. Em 1996, cientistas da NASA apresentaram estudos que indicavam provas de vida fossilizada vinda de Marte num meteorito encontrado na Antárctida. Desde então, esta descoberta tem sido refutada e as provas mostraram-se ilusivas e difíceis de compreender.

A descoberta de Hoover pode conhecer o mesmo destino. Numa declaração publicada na revista, o seu editor, Rudy Schild, afirma que Hoover é um “cientista respeitado e um astrobiólogo com carreira credível na NASA”. Mas, “dada a natureza controversa da sua descoberta, convidámos cem especialistas e emitimos um convite geral a mais de cinco mil cientistas para analisar o artigo e apresentarem a sua análise crítica”.

NOTA: para além além da asneira de dizer nitrogénio em português de Portugal (cá dizemos azoto...) há que ter muito cuidado com estas notícias...

quinta-feira, dezembro 02, 2010

E a montanha (NASA) pariu um rato...

Bactérias que comem arsénio podem levar a NASA a descobrir vida noutros planetas

As bactérias foram encontradas num lago salgado na Califórnia

A janela com que procuramos vida no Universo acabou de aumentar depois de uma equipa de cientistas encontrar pela primeira vez uma bactéria que se alimenta de arsénio. A descoberta é publicada hoje na edição online da revista Science e amanhã na edição impressa, e é o mistério que a NASA revela na sua conferência de imprensa.

Toda a vida que se conhece é construída com base em seis elementos: o carbono, o oxigénio, o hidrogénio, o azoto, o enxofre e o fósforo. São estes átomos que fazem as moléculas de ADN, as proteínas, as gorduras que compõem as células dos animais, das plantas, dos fungos e das bactérias.

Quando se olha para fora do planeta Terra para encontrar vida, os cientistas têm o hábito de procurar por ambientes que podem disponibilizar estes elementos. “A vida como a conhecemos necessita de alguns elementos e exclui outros”, disse Arial Anbar, um dos autores do artigo, da NASA. “Mas serão estas as únicas opções? Quão diferente é que a vida pode ser?”, questionou o cientista, citado num comunicado de imprensa.

A descoberta feita por Felisa Wolfe-Simon, primeira autora do artigo, que trabalha no Instituto de Astrobiologia da NASA, responde esta pergunta. O artigo começa por explicar que existem seres vivos que conseguem substituir átomos específicos de moléculas raras por outros que têm propriedades semelhantes. Como por exemplo, alguns artrópodes que têm cobre em vez de ferro no seu sangue.

A cientista tentou verificar esta possibilidade com um dos seis elementos principais – o fósforo. Este átomo, que compõe a estrutura do ADN e é importantíssimo para a composição de proteínas e gorduras, poderia ser substituído pelo arsénio, um átomo maior, altamente venenoso, mas que está exactamente abaixo do fósforo na coluna da Tabela Periódica, o que indica que tem muitas propriedades semelhantes.

“Nós pusemos não só a hipótese que sistemas bioquímicos análogos aos que conhecemos hoje poderiam utilizar arsénio com a função biológica equivalente ao fosfato”, explicou em comunicado Wolfe-Simon, “mas também que estes organismo tivessem evoluído no início da Terra e pudessem persistir até hoje em ambientes invulgares.”

Para isso, a astrobióloga foi até ao lago Mono na Califórnia, rico em arsénio, para retirar amostras de sedimentos com populações de bactérias. No laboratório, colocou estas amostras numa cultura rica em arsénio e sem nenhum fósforo. Ao final de algum tempo verificou que tinha bactérias a crescer.

A estirpe que cresceu chama-se GFAJ-1 e pertence à família das bactérias Halomonadaceae. Apesar de crescer melhor em ambientes com fósforo, a equipa fez vários testes e encontrou provas que o arsénio foi incorporado no ADN e nas proteínas.

“Este organismo tem uma capacidade dupla. Pode crescer tanto com fósforo como com arsénio. Isso torna-o muito peculiar; no entanto [esta bactéria] está longe de ser uma verdadeira forma de vida alienígena que deriva de uma árvore diferente da vida”, explicou Paul Davies, um dos autores do artigo e físico teórico, grande interessado em astrobiologia, director do BEYOND Centro para os Conceitos Fundamentais de Ciência, da Universidade do Arizona, acrescentando que esta descoberta pode ser a ponta de um iceberg de diferentes tipos de vida que até agora a comunidade científica não prestou atenção.

Segundo Felisa Wolfe-Simon, o mais importante é que estes resultados voltam a lembrar a flexibilidade da vida. “Esta história não é sobre o arsénio ou sobre o lago Mono”, explicou. “Se existem seres aqui na Terra que podem fazer algo tão surpreendente, o que é que a vida ainda pode mostrar que nós não vimos?”

A NASA e os ET's

Conferência marcada para esta tarde
NASA faz subir expectativas sobre descoberta de vida extraterrestre

A conferência da NASA será dedicada à astrobiologia

A NASA, agência espacial norte-americana, promete revelar esta tarde em conferência de imprensa em Washington uma descoberta que, diz, “terá impacto da procura de provas de vida extraterrestre”.

De acordo com um comunicado da agência espacial, a conferência – realizada às 14h00 locais (19h00 em Lisboa) - será dedicada à astrobiologia, ou seja, o estudo da origem, evolução, distribuição e futuro da vida no universo.

Participarão na conferência Mary Voytek, director do Programa de Astrobiologia, Felisa Wolfe-Simon, investigadora da NASA em astrobiologia, Pamela Conrad, astrobióloga no Centro de Voos Espaciais Goddard, Steven Benner, da Fundação para a Evolução Molecular Aplicada (Gainesville) e James Elser, da Universidade estatal do Arizona.

Perante o anúncio da NASA, os amantes do espaço e de extraterrestres já inundaram a blogosfera com especulações sobre o alcance das revelações. Uma das possibilidades avançadas na Internet seria o anúncio da descoberta de vida numa das luas de Saturno. Mas a NASA recusou-se a dar mais detalhes sobre o que vai revelar.


sexta-feira, setembro 11, 2009

Palestras em Lisboa

O NUCLIO - Núcleo Interactivo de Astronomia, em parceria com o Planetário Calouste de Gulbenkian e o Instituto Geográfico do Exército (IGeoE), promove um ciclo de palestras sobre temas que vão de encontro à celebração em 2009 do "Ano Internacional da Astronomia" e dos 150 anos da publicação da "Origem das Espécies" por Darwin. Estas palestras inserem-se no programa de Verão da Ciência Viva.

As sessões têm início às 21.30 horas e decorrem nos auditórios do IGeoE e do Planetário Calouste Gulbenkian. Indicações sobre a localização e como chegar aos locais podem ser encontradas nas seguintes páginas da Internet: IGeoE e Planetário.

Aqui ficam as duas últimas palestras, que se realizam hoje e amanhã:


11 de Setembro(IGeoE)

"Viagem - oportunidade"

Paulo Gama Mota

Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, Dep. Antropologia

Faculdade de Ciências e Tecnologia Universidade de Coimbra

O Beagle ia fazer uma viagem importante para definir distâncias geográficas e para completar e pormenorizar a cartografia da costa da América do Sul. Era importante para os ingleses. Queriam ainda confirmar uns quantos pontos e resolver alguma incerteza de registos com valores diferentes. A cartografia era o elemento essencial da viagem.

Darwin participa como naturalista para fazer companhia ao comandante e para se aproveitar a viagem para recolher exemplares de fauna e flora de locais inexplorados.

E de repente temos uma revolução científica.



12 de Setembro (Planetário)

" Vida no universo: uma inevitabilidade cósmica?"


Francisco Carrapiço


Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, Departamento de Biologia Vegetal, Centro de Biologia Ambiental


Estamos sós no universo? A busca insistente duma resposta para esta pergunta tem inquietado o homem desde os primórdios da humanidade. Ao contemplar o firmamento numa noite sem nuvens, o homem inevitavelmente sentiu que estava perante algo que o transcendia e que obrigatoriamente tinha uma componente divina. O nosso conhecimento e mentalidade evoluíram, mas o fascínio pelo desconhecido continua bem vivo quando continuamos a olhar para o céu numa noite estrelada. Onde anteriormente víamos deuses e deusas, hoje vemos galáxias, estrelas e planetas, mas continuamos sem uma resposta coerente para a ancestral questão da existência ou não de vida no universo. Será, de facto, a Terra o único corpo celeste a conter organismos vivos no universo? A visão antropocêntrica da vida no cosmos tem sido expressa em numerosos ritos sociais e religiosos que estabelecem a ligação estreita entre o Homem e o seu eventual criador divino. Todos os livros sagrados das principais religiões que existiram e existem, defenderam ou defendem esse primado. O homem e a mulher, bem como todos os outros organismos vivos do nosso planeta seriam os únicos seres que habitariam o cosmos. Mas será de facto assim? A resposta pode ser encontrada através da investigação efectuada e em curso no domínio da Astrobiologia. Estes estudos deverão ser considerados como elementos reguladores da nossa própria dimensão no universo, com as inevitáveis consequências na maneira como o Homem se posiciona no complexo sistema cosmológico de que faz parte e naturalmente na relação que estabelece com o nosso planeta.