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sexta-feira, dezembro 18, 2020

Richard Owen morreu há 128 anos

  
Richard Owen (Lancaster, 20 de julho de 1804 - Londres, 18 de dezembro de 1892) foi um biólogo,  especialista em anatomia comparada e paleontólogo britânico. É considerado (depois de Charles Darwin) o segundo mais significativo naturalista da era vitoriana.
  
Sir Richard Owen ao lado do esqueleto de um Dinornis robustus (Moa)
    
Introduziu na Inglaterra a anatomia comparada, desenvolvida na França e Alemanha. Foi laureado com a Medalha Wollaston em 1838, com a Medalha Real em 1846, com a Medalha Copley em 1851 e com a Medalha Linneana em 1888. Owen foi o primeiro a sugerir o termo dinossauro (lagarto terrível) para indicar os repteis de ossos gigantes que encontrara no sul da Inglaterra.
   
    

segunda-feira, julho 20, 2020

Richard Owen nasceu há 216 anos

   
Richard Owen (Lancaster, 20 de julho de 1804 - Londres, 18 de dezembro de 1892) foi um biólogo,  especialista em anatomia comparada e paleontólogo britânico. É considerado (depois de Charles Darwin) o segundo mais significativo naturalista da era vitoriana.
   
Sir Richard Owen ao lado do esqueleto de um Dinornis robustus (Moa)
   
Introduziu na Inglaterra a anatomia comparada, desenvolvida na França e Alemanha. Foi laureado com a Medalha Wollaston em 1838, com a Medalha Real em 1846, com a Medalha Copley em 1851 e com a Medalha Linneana em 1888. Owen foi o primeiro a sugerir o termo dinossauro (lagarto terrível) para indicar os repteis de ossos gigantes que encontrara no sul da Inglaterra.
   
   

segunda-feira, dezembro 18, 2017

Richard Owen morreu há 125 anos

Richard Owen (Lancaster, 20 de julho de 1804 - Londres, 18 de dezembro de 1892) foi um biólogo,  especialista em anatomia comparada e paleontólogo britânico. É considerado (depois de Charles Darwin) o segundo mais significativo naturalista da era vitoriana.

Sir Richard Owen ao lado do esqueleto de um Dinornis robustus (Moa)

Introduziu na Inglaterra a anatomia comparada, desenvolvida na França e Alemanha. Foi laureado com a Medalha Wollaston em 1838, com a Medalha Real em 1846, com a Medalha Copley em 1851 e com a Medalha Linneana em 1888. Owen foi o primeiro a sugerir o termo dinossauro (lagarto terrível) para indicar os repteis de ossos gigantes que encontrara no sul da Inglaterra.


sábado, dezembro 10, 2016

Notícia sobre paleontologia

Descoberta prova surpreendente de que os dinossauros tinham penas 

A cauda de dinossauro preservada em âmbar

Durante uma visita a um mercado de Myitkyina, em Mianmar, o cientista Lida Xing descobriu a cauda de um dinossauro preservada em âmbar que contém ossos, penas e sangue do animal.
O vendedor local pensava que o objeto, vendido para se tornar parte de uma joia ou ornamento, era uma simples planta fossilizada.
“Estudo paleontologia há mais de 10 anos e estou interessado em dinossauros há mais de 30 anos, mas nunca esperei que pudéssemos encontrar um dinossauro em âmbar”, afirmou Lida Xing, investigador da Universidade de Geociências da China.
Segundo o estudo, divulgado na revista Current Biology, a cauda tinha uma coloração castanha e pertenceu a um dinossauro que viveu há mais de 99 milhões de anos.
“Esta é a primeira vez que encontramos material de dinossauro preservado em âmbar”, disse o co-autor do estudo Ryan McKellar, do Royal Saskatchewan Museum no Canadá, à BBC.
Análises feitas em laboratório indicam que a cauda pertenceu a um animal do grupo dos Coelurosauria, um dinossauro carnívoro com formato semelhante ao de uma galinha, mas de comportamento predatório e com até 3 metros de comprimento.
Inicialmente, os cientistas não tinham a certeza se a cauda pertencia mesmo a um dinossauro, ou a um pássaro que viveu durante o período do Cetáceo. No entanto, o exame da anatomia da cauda mostrou que pertencia definitivamente a um dinossauro emplumado.
“A certeza de que se trata de um dinossauro, e não um pássaro pré-histórico, é que as vértebras não estão fundidas. Em vez disso, a cauda é longa e flexível, com penas a descer pelos dois lados”, explicou o investigador.
As análises sugerem que o animal ficou preso na resina enquanto ainda estava vivo e morreu dentro do âmbar – esta teoria é sustentada pelo facto de terem sido encontrados fluidos corporais no interior do fóssil.

A plumagem na base da cauda do dinossauro

Os investigadores esperam encontrar mais peças como esta no futuro, visto que “as peças de âmbar preservam detalhes microscópicos e tecidos que são difíceis de estudar em outros ambientes”.
De acordo com McKellar, “esta é uma nova fonte de informação que vale a pena analisar com intensidade e proteger como um recurso fóssil”.
O âmbar é uma resina fossilizada de árvores que costuma preservar alguns artefactos. No filme “Jurassic Park“, de 1993, os cientistas conseguiram clonar e reproduzir dinossauros em laboratório através do fóssil de um mosquito preservado em âmbar.
“Infelizmente, a resposta do “Jurassic Park” ainda é um não! Mantém-se firmemente no reino da ficção científica”, adiantou Ryan McKellar.
Apesar de os cientistas garantirem que criar dinossauros a partir de um fóssil em âmbar é uma coisa da ficção, esta nova descoberta pode ser importante para a recolha de novas informações acerca da existência desses animais pré-históricos.

terça-feira, novembro 29, 2016

Notícia sobre achado palentológico

Descoberta nova espécie de dinossauro do tamanho de um pastor alemão

Ilustração de como seria o novo dinossauro paquicefalossaurídeo descoberto nos EUA

A descoberta de dois novos dinossauros com a cabeça em forma de cúpula está a dar pistas sobre a evolução destes gigantes do período Cretáceo.
Estes dois novos espécimes, que pertencerão a um novo género e a uma nova espécie da família dos paquicefalossaurídeos, foram encontrados nos Estados Unidos, mais especificamente em Kaiparowits, no Utah, e em Kirtland, no Novo México.
Os crânios fossilizados dos dois dinossauros datam de há 76,5 milhões de anos e 73,5 milhões de anos, respectivamente, de acordo com o Live Science.
São dois espécimes pequenos, do tamanho de um pastor alemão, que revelam protuberâncias salientes únicas na parte de trás do crânio, “muito diferentes” do que o investigador que liderou o estudo, David Evans, diz já ter visto antes, cita o mesmo site.
O professor do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Toronto, no Canadá, assume assim estarmos perante dois novos géneros e novas espécies.
As referidas protuberâncias teriam apenas funções ornamentais, servindo para as diferentes espécies se distinguirem e também para atrair companheiros, afiança Evans.
“Os dois novos espécimes destacam-se em termos de integridade e isto permite-nos ter um conhecimento muito melhor da sua anatomia e relações”, considera ainda Evans.

As cabras-montês do Cretáceo
Os dois crânios foram encontrados na parte sul da antiga Laramidia, a parte ocidental da América do Norte, o que só por si é já motivo de estupefacção, uma vez que a maioria dos fósseis de paquicefalossaurídeos têm sido encontrados a norte, em zonas onde se situam actualmente a cidade canadiana de Alberta e o estado norte-americano de Montana.
Evans constata que a localização dos dois crânios dá indicações de que “os paquicefalossaurídeos podem ter-se diversificado no sul antes de se mudarem para o norte e darem origem ao paquicefalossaurídeo conhecido como Stegoceras“.
Evidenciando que este é um facto “inesperado”, o investigador sublinha que a descoberta “conta uma história interessante sobre a evolução deste grupo que ainda não conhecíamos”.
No período Cretáceo, as partes ocidental e oriental da América do Norte estavam divididas por uma via marítima. Os investigadores acreditam que esta potencial migração dos paquicefalossaurídeos de um lado para o outro indicia que essa divisão de água ter-se-á extinguido a dado momento.
Os paquicefalossaurídeos, conhecidos como “lagartos de cabeça grossa” ou “lagartos de cabeça dura”, eram dinossauros bípedes e herbívoros, que podiam atingir até cerca de quatro metros de comprimento. São considerados uma espécie de cabra-montês do período Cretáceo, uma vez que viviam nas montanhas e em pequenos grupos.

sábado, outubro 29, 2016

O famoso paleontólogo Othniel Charles Marsh nasceu há 116 anos

Othniel Charles Marsh (Lockport, 29 de outubro de 1831 - New Haven, 18 de março de 1899) foi um paleontólogo dos Estados Unidos da América, pioneiro da aplicação da teoria da evolução à interpretação de espécies fósseis.
Marsh nasceu no estado de Nova Iorque, no seio de uma família abastada. Estudou em vários colégios e instituições privadas até 1860, quando se licenciou em Geologia e Mineralogia na Universidade de Yale. Nos anos seguintes prosseguiu os estudos na Alemanha, onde aprofundou os seus conhecimentos em paleontologia e anatomia na Universidade de Berlim, Universidade de Breslau e Universidade de Heidelberg. Regressando aos Estados Unidos em 1866, tornou-se professor de Paleontologia de Vertebrados em Yale. É por volta desta altura que convence o seu tio, George Peabody, a financiar o Museu Peabody de História Natural, ainda hoje existente em Yale.
O principal trabalho da carreira científica de Marsh como paleontólogo foi o estudo de diversas espécies basais de equídeos. As suas interpretações foram pioneiras no estabelecimento de uma linha evolutiva, desde as formas primitivas do grupo até aos representantes modernos do género Equus, e ajudaram a credibilizar a teoria da evolução de Charles Darwin.
Os equídeos não foram, no entanto, o único foco da sua carreira científica. Marsh estudou muitos outros grupos e, em 1871, foi o primeiro paleontólogo a identificar exemplares de pterossauros na América. Outras descobertas fundamentais da sua autoria foram diversas espécies de aves cretácicas, como o Ichthyornis e o Hesperornis, e dinossauros como o Apatosaurus e o Allosaurus.
À medida que as descobertas de fósseis se desenvolviam e novas espécies eram descritas, a paleontologia popularizou-se, em particular devido a exemplares espectaculares de carnívoros de grandes dimensões como o tiranossauro. O interesse do público incentivou a criação de museus de história natural, que competiam entre si pelas exibições mais atractivas. Em consequência, a procura de fósseis acelerou, bem como a competição entre paleontólogos por novas descobertas. Marsh protagonizou com Edward Drinker Cope uma rivalidade paleontológica que mereceu a designação de “guerra dos ossos” nos media de então. Estimulados pela concorrência do adversário, Marsh e Cope descreveram cerca de 120 novas espécies de dinossauro entre si, nos finais do século XIX.
Marsh morreu em 1899 e está sepultado em New Haven, no Connecticut.
O apatossauro (Apatosaurus, do latim "lagarto falso") um dinossáurio do Jurássico

quinta-feira, agosto 11, 2016

Galopim de Carvalho, o famoso avô dos dinossauros, faz hoje 85 anos!

(imagem daqui)


António Marcos Galopim de Carvalho (Évora, 11 de agosto de 1931), conhecido em Portugal como "o avô dos dinossáurios", é licenciado em Ciências Geológicas pela Universidade de Lisboa (1959) e doutorado em Geologia pela mesma Universidade (1969). Já fez um pouco de tudo: foi carpinteiro, aprendiz de sapateiro, caixeiro de mercearia, ferrou cavalos, alimentou leões no circo, vendeu material de escritório e foi delegado de informação médica.
Responsável pelo carinho do público pelos dinossáurios, fez “lobby” da questão das esquecidas pegadas da Pedreira de Carenque, Sesimbra - Espichel, um dos trilhos mais longos do Cretácico e conseguiu salvar as pegadas. É um símbolo nacional da defesa e preservação do património cultural e científico, nomeadamente de sinais marcantes da riquíssima evolução da história natural.
Dirigiu inúmeros projectos de investigação, de que são exemplo a "Paleontologia dos vertebrados fósseis do Jurássico superior da Lourinhã e Pombal" e "Icnofósseis de dinossáurios do Jurássico e do Cretácico Português". Dirige e integra diversos organismos nacionais e internacionais, nomeadamente a comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO. Foi colaborador dos Serviços Geológicos de Portugal e trabalhou no Centro de Estudos Geográficos, do Instituto de Geografia da Faculdade de Letras de Lisboa e no Centro de Estudos Ambientais.
Foi consultor científico da RTP para as séries televisivas de divulgação científica na área das Ciências da Terra. Participou e dirigiu várias exposições. Contudo, devido ao enorme impacto causado, sobressai a famosa "Dinossáurios regressam a Lisboa", que contou com 347 mil visitantes em apenas 11 semanas.
Em 1993, foi agraciado com o grau de Grande Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada e foi distinguido pela Casa da Imprensa com o prémio "Bordalo" para a Ciência, em 1994.
Publicou diversos trabalhos e artigos científicos em revistas nacionais e internacionais das diversas especialidades em que desenvolveu investigação.
É responsável por livros didácticos e de divulgação, como "Morfogénese e Sedimentogénese" (1996), "Petrogénese e Orogénese" (1997) e "Introdução à Cristalografia e Mineralogia" (1997). Publicou também alguns livros na área da literatura de ficção: "O Cheiro da Madeira" (1994), "O Preço da Borrega" (1995) e "Os Homens não tapam as orelhas" (1997). Foi Director do Museu Nacional de História Natural durante vários anos.
É Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Passou recentemente a ser patrono da Escola EB1/JI do Bacelo, em Évora, que ficou com o nome de Escola Básica Galopim de Carvalho.

in Wikipédia

Imagem daqui

sábado, janeiro 16, 2016

Notícia no Público sobre icnofósseis

Os dinossauros também se cortejavam em danças nupciais
 
Investigadores ao lado de duas grandes marcas de raspagem no chão deixadas por dinossauros no Colorado


Recriação de dinossauros terópodes a raspar o chão em rituais de acasalamento

A descoberta de um certo tipo de marcas de patas de dinossauros permitiu perceber que estes animais se terão exibido em rituais de acasalamento, como fazem actualmente algumas aves.

Plumagens coloridas, danças, canções, cheiros e outros rituais de exibição são algumas das formas usadas pelos animais para atrair o sexo oposto. As primeiras provas de que os dinossauros também tinham comportamentos em que se cortejavam foram agora reveladas. Nos Estados Unidos, descobriram-se marcas de raspagem no chão feitas há cerca de 100 milhões de anos por dinossauros terópodes – grupo de bípedes carnívoros que incluí o famoso Tyrannosaurus rex –, cujas características indicam que esgaravatavam durante os rituais de exibição para cortejar o sexo oposto.

“Estes são os primeiros locais alguma vez descobertos com provas de que os dinossauros exibiam rituais de acasalamento, constituindo as primeiras provas físicas do comportamento de cortejar”, diz Martin Lockley, da Universidade do Colorado e coordenador da equipa internacional que fez a descoberta. “Estas arranhadelas enormes preenchem uma lacuna na nossa compreensão do comportamento de dinossauros”, continua o paleontólogo, citado num comunicado da Universidade do Colorado.

Como as aves descendem de uma linhagem de dinossauros que sobreviveu à colisão de um grande meteorito com a Terra há cerca de 65 milhões de anos, exterminando então muitas formas de vida, especulava-se até agora se os dinossauros não teriam rituais de acasalamento como as aves.

Podemos imaginá-los em rituais idênticos aos de aves, mas em ponto grande: animais de várias toneladas exibindo-se em arenas próprias para esses comportamentos, emitindo sons, dançando, abanando o corpo, a cauda, mexendo as pequenas patas dianteiras e raspando o chão com as fortes patas posteriores e tudo a tremer. Um espectáculo terrífico para nós, mas certamente muito atraente para os seus parceiros sexuais.

A equipa descobriu cerca de 80 vestígios fósseis de patas de terópodes esgaravatadas em quatro locais distintos do estado do Colorado. Estes vestígios misturam a pegada com as marcas das arranhadelas das garras, chegando algumas aos dois metros de comprimento — a dimensão de uma banheira. Como no mesmo local se encontram marcas de tamanhos e profundidades diferentes, isso indica que várias espécies de terópodes terão sido os seus autores.

Todas as marcas foram encontradas numa formação geológica de rochas sedimentares do período Cretácico, que tem entre 103 e 97 milhões de anos. No maior dos quatro locais – uma área de cerca de 750 metros quadrados, numa rocha exposta de aproximadamente 50 metros por 15 metros –, encontraram-se 60 marcas de arranhadelas.

“Apesar da abundância de pegadas nesta região, estas marcas de exibição são uma nova categoria de vestígios fósseis de vertebrados nunca antes reconhecida”, lê-se no artigo publicado na revista Scientific Reports. Os investigadores baptizaram este novo tipo de atividade biológica fossilizada (um icnofóssíl) como Ostendichnus bilobatus.

Para estudar as marcas, os investigadores mapearam-nas detalhadamente e analisaram-nas por fotogrametria – uma técnica que permite extrair de fotografias informação sobre a forma, as dimensões e a posição de objectos. Foram também feitas réplicas das marcas em látex e fibra de vidro, que se encontram depositadas no Museu da Natureza e da Ciência de Denver.

Para interpretar estes novos vestígios, os cientistas analisaram a possibilidade de representarem um de vários comportamentos que impliquem escavar: fazer ninhos, procurar água, comida ou abrigo, marcar o território e a exibição nupcial. Porém, apenas o comportamento de exibição durante a corte era consistente com todas as características apresentadas por estas marcas (abundância, espaçamento e densidade).

Resultado: a equipa considerou que as marcas foram feitas durante os rituais de acasalamento em locais específicos, tal como acontece com algumas espécies de aves, como o papagaio-do-mar. No entanto, os investigadores salientam que, embora este comportamento ritualizado de corte esteja descrito de forma pormenorizada para muitas aves, as marcas em si estão pouco descritas na literatura científica.

Estas primeiras pistas sobre o comportamento de corte em dinossauros abrem agora o debate sobre o seu significado. Timothy Isles, paleontólogo da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, pensa que as marcas podem ter outra justificação e considera que o facto de apenas se observar este comportamento nalgumas aves actuais torna pouco provável que tivesse sido comum nos seus antepassados, afirma o investigador numa notícia no site da revista Science.

Por outro lado, o paleontólogo Darren Naish, da Universidade de Southampton, também no Reino Unido, comenta que, se estas marcas foram feitas durante a corte, então corroboram fortemente a ideia de que a maioria dos comportamentos das aves, ou mesmo todos, tiveram origem nos dinossauros não-avianos (que se extinguiram).

Seja como for, o debate científico foi agora alimentado com a descrição de um comportamento novo para os dinossauros: talvez nos próximos filmes de animação com dinossauros vejamos o T-rex a raspar o chão, como uma galinha gigante e, sem dúvida, um tanto assustadora.

in Público - ler notícia

sexta-feira, outubro 02, 2015

Complica-se a teoria sobre as causas da extinção do KTB

Um meteorito e muitos vulcões, combinação mortal para os dinossauros

Representação artística de um impacto na Terra capaz de causar uma extinção em massa

As camadas de lava do Planalto do Decão, na Índia

O debate sobre a causa da extinção em massa da vida na Terra, há 66 milhões de anos, dura há décadas. Agora, novos resultados podem permitir reconciliar as duas explicações rivais.

Hoje em dia, o cenário mais geralmente aceite para explicar o desaparecimento dos dinossauros, há 66 milhões de anos, é que um asteróide – ou um cometa –, embateu no nosso planeta, criando a enorme cratera de Chicxulub, no Iucatão (México) e mergulhando a Terra numa densa nuvem de poeiras – um “inverno” global que exterminou árvores, plantas, animais.
Porém, há também quem proponha um outro cenário, argumentando que terá sido a actividade vulcânica intensa, também patente naquele período, a responsável pelo cataclismo ecológico. Para os defensores desta explicação alternativa, os materiais e os gases expelidos pelos vulcões terão sido, por si só, suficientes para bloquear a luz do sol à escala planetária durante muito tempo.
O debate dura há 35 anos, mas agora, uma equipa internacional que inclui especialistas dos EUA e da Índia apresentou novos dados que sugerem que, na realidade, foi o conjunto desses dois eventos globais que esteve na origem da extinção de pelo menos 75% das espécies terrestres e marinhas que existiam na altura. Os seus resultados foram publicados esta quinta-feira na revista Science.
Os cientistas, liderados por Paul Renne, da Universidade da Califórnia (EUA), realizaram novas datações das camadas de lava solidificada de uma das maiores regiões vulcânicas do mundo: o Planalto do Decão, a leste de Bombaim, na Índia. Já se sabia que esses fluxos de lava se formaram há cerca de 66 milhões de anos, mas os novos resultados, os mais precisos de sempre segundo os autores, permitem concluir que essas estruturas se formaram, à escala geológica, quase logo a seguir ao impacto do bólide que caiu em Chicxulub.
“Com base na nossa datação das lavas, podemos afirmar com bastante certeza que o vulcanismo [se intensificou] num intervalo de 50.000 anos após o impacto”, explica Renne em comunicado da sua universidade. “Portanto, torna-se um pouco artificial separá-los enquanto mecanismos mortíferos: os dois fenómenos estiveram claramente em acção em simultâneo.” Portanto, para este especialista, “uma vez que ambos ocorreram ao mesmo tempo, vai ser essencialmente impossível atribuir os efeitos atmosféricos que se seguiram a um desses eventos isoladamente.”
Uma das hipóteses que os autores propõem consiste em dizer que o impacto provocou uma mudança no “sistema de canalização” dos vulcões do Planalto do Decão, induzindo mudanças radicais no seu padrão eruptivo. Antes do impacto, os “vulcões andavam alegremente a cuspir em contínuo, com calma e relativa lentidão”, diz Renne. Mas a seguir, esse regime mudou, passando a haver erupções mais episódicas mas cuja velocidade de ejecção mais do que duplicou. Para o cientista, isto pode ser explicado pelo surto de actividade sísmica que o impacto terá gerado em todo o planeta e que fez aumentar o tamanho das câmaras magmáticas. Daí que elas tenham passado a demorar mais a encher-se e a explodir, mas que, ao explodirem, tenham cuspido quantidades de lava muito maiores e a maior velocidade.
Uma outra peça que parece bater certo com as observações, explica ainda Renne, é que esse “vulcanismo acelerado” durou cerca de 500.000 anos – ou seja, precisamente o tempo que “a biodiversidade e a química dos oceanos demoraram a recuperar realmente” da extinção.
“Na altura da extinção [que corresponde a uma camada identificável nos sedimentos geológicos], vemos mudanças radicais naquele sistema vulcânico, tanto em termos do ritmo das erupções como da sua dimensão, do volume das ejecções e em certa medida da composição química do material expelido”, explica ainda Renne. “Os nossos dados não provam conclusivamente que foi o impacto [do meteorito] que provocou estas mudanças, mas a ligação entre os dois fenómenos parece cada vez mais clara.”  
O co-autor Mark Richards, da mesma universidade – e o cientista que inicialmente propôs a ideia de o vulcanismo do Planalto do Decão ter sido “reacendido” pelo impacto de um asteróide ou cometa –, não tem elementos para afirmar qual dos dois eventos terá constituído a verdadeira sentença de morte para grande parte da vida na Terra. Mas “se as nossas datações de alta precisão continuarem a aproximar cada vez mais os três acontecimentos – o impacto, a extinção e o grande pico de vulcanismo –, as pessoas vão ter de aceitar a possibilidade de estarem ligados”, salienta. Seja como for, conclui, “o cenário que estamos a propor – que o impacto desencadeou o vulcanismo – reconcilia de facto o que até agora parecia ser uma inimaginável coincidência”.

in Público - ler notícia

quarta-feira, março 18, 2015

O famoso paleontólogo Othniel Charles Marsh morreu há 116 anos

Othniel Charles Marsh (Lockport, 29 de outubro de 1831 - New Haven, 18 de março de 1899) foi um paleontólogo dos Estados Unidos da América, pioneiro da aplicação da teoria da evolução à interpretação de espécies fósseis.
Marsh nasceu no estado de Nova Iorque, no seio de uma família abastada. Estudou em vários colégios e instituições privadas até 1860, quando se licenciou em Geologia e Mineralogia na Universidade de Yale. Nos anos seguintes prosseguiu os estudos na Alemanha, onde aprofundou os seus conhecimentos em paleontologia e anatomia na Universidade de Berlim, Universidade de Breslau e Universidade de Heidelberg. Regressando aos Estados Unidos em 1866, tornou-se professor de Paleontologia de Vertebrados em Yale. É por volta desta altura que convence o seu tio, George Peabody, a financiar o Museu Peabody de História Natural, ainda hoje existente em Yale.
O principal trabalho da carreira científica de Marsh como paleontólogo foi o estudo de diversas espécies basais de equídeos. As suas interpretações foram pioneiras no estabelecimento de uma linha evolutiva, desde as formas primitivas do grupo até aos representantes modernos do género Equus, e ajudaram a credibilizar a teoria da evolução de Charles Darwin.
Os equídeos não foram, no entanto, o único foco da sua carreira científica. Marsh estudou muitos outros grupos e, em 1871, foi o primeiro paleontólogo a identificar exemplares de pterossauros na América. Outras descobertas fundamentais da sua autoria foram diversas espécies de aves cretácicas, como o Ichthyornis e o Hesperornis, e dinossauros como o Apatosaurus e o Allosaurus.
À medida que as descobertas de fósseis se desenvolviam e novas espécies eram descritas, a paleontologia popularizou-se, em particular devido a exemplares espectaculares de carnívoros de grandes dimensões como o tiranossauro. O interesse do público incentivou a criação de museus de história natural, que competiam entre si pelas exibições mais atractivas. Em consequência, a procura de fósseis acelerou, bem como a competição entre paleontólogos por novas descobertas. Marsh protagonizou com Edward Drinker Cope uma rivalidade paleontológica que mereceu a designação de “guerra dos ossos” nos media de então. Estimulados pela concorrência do adversário, Marsh e Cope descreveram cerca de 120 novas espécies de dinossauro entre si, nos finais do século XIX.
Marsh morreu em 1899 e está sepultado em New Haven, no Connecticut.

O apatossauro (Apatosaurus, do latim "lagarto falso"), também chamado de brontossauro, foi uma espécie de dinossauro herbívoro e quadrúpede que viveu durante o período Jurássico

quarta-feira, janeiro 08, 2014

Notícia sobre paleontologia na península arábica

Dinossauros da Península Arábica identificados pela primeira vez

Um esqueleto de um titanossauro (fonte Wikipédia)

Um esqueleto de abelissauro, uma família de ceratossauros terópodes (fonte Wikipédia)

Investigadores indicaram esta terça-feira que uma equipa internacional de paleontólogos identificou pela primeira vez duas espécies de dinossauros que viveram na actual Península Arábica.

Estes investigadores encontraram ossadas de cerca de 72 milhões de anos no noroeste da Arábia Saudita, na costa do Mar Vermelho, informou a Universidade de Uppsala, em comunicado.

Essa região, actualmente desértica, era localizada na época na costa de África, e possuía um clima equatorial, enquanto que «a massa terrestre da Arábia estava principalmente sob a água».

Os ossos são das vértebras caudais do titanossauro, um herbívoro da família dos saurópodes que media «aproximadamente mais de 20 metros de comprimento», e dentes de Abelisauridae, um bípede carnívoro da família de terópodes de cerca de seis metros.

«Estes são os primeiros dinossauros de taxonomia reconhecível a serem relatados na Península Arábica», explicou o paleobiólogo australiano da Universidade de Uppsala, Benjamin Kear, no comunicado.

«Os fósseis de dinossauros são excepcionalmente raros na Península Arábica, com apenas um punhado de ossos altamente fragmentados na literatura até ao momento», acrescentou.

Isto é devido à escassez de rochas sedimentares transportadas pelos rios nesta região na era dos dinossauros.

«Dinossauros semelhantes foram encontrados no norte de África, em Madagáscar e tão distante como na América do Sul», lembrou a universidade.

A descoberta, feita por peritos suecos, australianos e da Arábia Saudita durante escavações realizadas sob os auspícios das autoridades sauditas, é descrita numa edição da revista PLOS ONE, lançada no final de dezembro.


NOTA: É pena que a notícia seja ilustrada com um não dinossáurio - um réptil aquático, um plesiossáurio... Os jornalistas continuam a escrever sem terem em atenção que os pormenores, mesmo os científicos, contam. E até o meu filho, com menos de seis anos, percebia um bocadinho mais de dinossáurios para não deixar de se rir da ilustração da notícia, que nos recusamos a publicar.

domingo, janeiro 05, 2014

Notícia no Público sobre dinossáurios

Afinal, os dinossauros bico-de-pato também tinham cristas como os galos

Ilustração científica do Edmontosaurus regalis, com o seu bico de pato e a crista de galo

O fóssil de Edmontosaurus regalis em que ficaram preservadas a crista (o alto arredondado) e as escamas do pescoço


Possuía um focinho semelhante a um bico de pato, uma característica comum deste grupo de dinossauros. Já da crista de tecido mole – agora encontrada – ainda não havia nenhum registo.

O registo fóssil dos Edmontosaurus, um dos dinossauros bico-de-pato, é bastante rico, compondo-se não só de ossos, mas também de conteúdos estomacais e impressões de pele. Foram as impressões das escamas, mas sobretudo as marcas deixadas por uma crista não óssea que tornaram um exemplar de Edmontosaurus regalis encontrado na Formação Wapiti, em Alberta (Canadá), tão surpreendente. A descoberta foi publicada na última edição da revista Current Biology.

“A pele e os músculos estão entre os primeiros materiais a decomporem-se depois de um animal morrer, portanto é raro fossilizarem”, esclarece ao PÚBLICO um dos autores do estudo, Phil Bell, da Universidade da Nova Inglaterra, na Austrália. Justifica-se assim por que é que os investigadores deram destaque à descoberta do primeiro exemplar de Edmontosaurus regalis com uma crista composta exclusivamente de tecidos moles (que se decomporia facilmente).

Acontece, por vezes, que certos materiais de rápida decomposição ficam preservados, como nas múmias naturais ou mesmo nos fósseis, mas em ambos os casos requerem-se condições muito especiais que só se verificam esporadicamente. “[Neste caso] achamos que pode ter havido uma bactéria responsável pela preservação da pele nos primeiros momentos depois do material ter ficado enterrado. Poderá ser uma bactéria que facilite a deposição de elementos como ferro e cálcio na pele, ajudando a que seja criada uma réplica [molde] perfeita da pele e das escamas”, diz o investigador.

As condições particulares a que foram sujeitos os organismos para se transformarem em fósseis na jazida canadiana ainda não são conhecidas, mas Phil Bell especula: “Devem ter sido únicas e ideais para a preservação de tecidos moles, porque há uma elevada percentagem de hadrossauros [família a que pertencem os Edmontosaurus] que deixaram impressões de pele na Formação Wapiti.”

No grupo dos hadrossauros – ou dinossauros bico-de-pato – existem algumas espécies com cristas ósseas ocas, que parecem estar relacionadas com a produção e amplificação de sons, função também atribuída à estrutura existente na cabeça do casuar (uma ave corredora moderna da Oceania). Já no caso da crista de tecido mole, ela poderá ter uma função mais semelhante à crista dos galos, tendo um papel nas relações sociais e na selecção sexual. O uso como defesa ou na acumulação de gordura não parecem adequar-se à estrutura encontrada.

Enquanto alguns cientistas defendem que os hadrossauros terão perdido as suas cristas ao longo do tempo, a recente descoberta vem mostrar que as cristas ósseas (com ou sem tecidos moles) poderão ter sido sucedidas por cristas exclusivamente de tecidos moles (sem estrutura óssea).

Centenas de dentes amontoados
A crista do Edmontosaurus regalis encontrada pela equipa multinacional – com investigadores da Universidade da Nova Inglaterra, Universidade de Bolonha (Itália) e Universidade de Alberta – estava nitidamente agarrada ao crânio, sem, contudo, ter nenhum suporte ósseo associado. Media 33 centímetros de comprimento (num crânio de um metro), tinha praticamente a largura do crânio e a sua altura chegava aos 20 centímetros. Estava revestida por escamas poligonais homogéneas de três a quatro milímetros, que também ficaram preservadas.

Para os autores do estudo, a presença destas cristas pode não ser exclusiva do Edmontosaurus regalis, pode até nem estar restrita ao grupo dos hadrossauros. “Não há nenhuma razão para que outras estruturas carnudas estranhas não pudessem existir numa série de outros dinossauros, incluindo T-rex e Triceratops”, diz Phil Bell, no comunicado de imprensa.

Os Edmontosaurus – que significa "lagartos de Edmonton", uma localidade em Alberta – foram dos dinossauros mais comuns da América do Norte no Cretácico Superior, há 65 a 75 milhões de anos. Estes dinossauros, que podiam chegar aos 13 metros de comprimento, deslocavam-se em grandes manadas de herbívoros, com milhares de indivíduos, cujo papel no ecossistema seria equivalente ao que os veados, por exemplo, desempenham hoje em dia. Tinham centenas de dentes amontoados na parte de trás das mandíbulas, perfeitamente adaptados para moer as plantas de que se alimentavam, incluindo as folhas rígidas das coníferas.

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domingo, novembro 24, 2013

Notícia sobre dinossáurios e paleontologia

Descoberto um dos maiores dinossauros predadores da América do Norte

Ilustração científica do Siats meekerorum, o segundo maior dinossauro predador da América do Norte

O Siats meekerorum, numa ilustração científica, enquanto se alimenta de outro dinossauro e afugenta dois tiranossaurídeos



Nova espécie é o segundo maior carnívoro a seguir ao T-rex.

O Tyrannosaurus rex é um dos mais populares dinossauros que caminharam sobre o planeta Terra. É também o maior dinossauro predador da América do Norte. Viveu no final do período Cretácico e até agora desconhecia-se quem lhe teria antecedido neste lugar de poder. Uma descoberta recente, publicada esta sexta-feira na revista Nature Communications, dá vida a uma nova espécie: o Siats meekerorum.
Os primeiros vestígios de T-rex foram descobertos em 1874, e nos anos seguintes muitos outros fósseis desta espécie foram encontrados. O registo fóssil, que incluía dentes muito grandes, mostrava que o animal seria enorme – durante muito tempo o maior conhecido –, o que lhe valeu o nome de “rei dos lagartos tiranos”.
Só nos anos de 1940 se encontrou um rival em tamanho, o Acrocanthosaurus atokensis, com 12 metros de comprimento como o T-rex, e que podia chegar às seis toneladas. Este dinossauro, cujas vértebras tinham longas projecções na face dorsal, viveu na fase final do Cretácico inferior, entre 125 milhões a 100 milhões de anos. Mas entre o momento em que o Acrocanthosaurus viveu e o aparecimento do T-rex (há cerca de 70 milhões de anos) havia uma lacuna de informação. Será que não tinha existido nenhum predador de topo nesta fase?
O Siats meekerorum, encontrado em 2008 na Formação Montanhosa de Cedar, no Utah (nos Estados Unidos), e agora descrito pelos investigadores Lindsay Zanno e Peter Makovicky, do Museu Field de História Natural, em Chicago (nos Estados Unidos), vem preencher este hiato. Este dinossauro juvenil de dez metros e quatro toneladas, um alossaurídeo como o Acrocanthosaurus, surgiu há cerca de 100 milhões de anos. Em adulto, o Siats teria dimensões idênticas ao Acrocanthosaurus, só que ambos teriam apenas metade do peso de um T-rex.
   
"Fiquem atentos: há mais criaturas incríveis"
Enquanto dominou o Cretácico médio, o Siats impediu que os indivíduos da família dos tiranossauros (tiranossaurídeos) tivessem mais do que um porte mediano, conforme revelam os dentes deste grupo encontrados no mesmo local. “As grandes diferenças no tamanho sugerem que os tiranossauros [tiranossaurídeos] eram mantidos sob controlo pelos carcarodontossauros [da família dos alossaurídeos], e que só evoluíram para enormes predadores de topo depois dos carcarodontossauros terem desaparecido”, afirma, no comunicado do museu, Peter Makovicky.
“A permanência dos téropodes [dinossauros carnívoros] carcarodontossauros no Cretácico superior foi recentemente usada como justificação para a ascensão tardia dos tiranossaurídeos, como predadores de topo, nos ecossistemas asiáticos”, lê-se no artigo.
Pertencendo a uma família de carnívoros gigantes, o Siats deve o seu nome a um monstro canibal, de uma lenda da tribo índia ute (do Estado do Utah), e à família Meeker (meekerorum), pelo apoio aos jovens paleontólogos do Museu Field, incluindo Lindsay Zanno, como se lê no comunicado.
Com apenas uma parte da pélvis, uma parte da perna e algumas vértebras, foi possível descrever o Siats meekerorum e desvendar alguns segredos do reinado dos grandes téropodes. A jazida contém também muitos outros registos fósseis e duas novas espécies de dinossauros que serão divulgadas em breve. “Fiquem atentos. Há muitas mais criaturas incríveis de onde retirámos o Siats”, revela Lindsay Zanno.

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terça-feira, outubro 29, 2013

Othniel Charles Marsh nasceu há 182 anos

Othniel Charles Marsh (Lockport, 29 de outubro de 1831 - New Haven, 18 de março de 1899) foi um paleontólogo dos Estados Unidos da América, pioneiro da aplicação da teoria da evolução à interpretação de espécies fósseis.
Marsh nasceu no estado de Nova Iorque, no seio de uma família abastada. Estudou em vários colégios e instituições privadas até 1860, quando se formou em Geologia e Mineralogia na Universidade de Yale. Nos anos seguintes prosseguiu os estudos na Alemanha, onde aprofundou os seus conhecimentos em paleontologia e anatomia na Universidade de Berlim, Universidade de Breslau e Universidade de Heidelberg. Regressando aos Estados Unidos em 1866, tornando-se professor de Paleontologia de Vertebrados em Yale. É por volta desta altura que convence o seu tio, George Peabody, a financiar o Museu Peabody de História Natural, ainda hoje existente em Yale.
O principal trabalho da carreira científica de Marsh como paleontólogo foi o estudo de diversas espécies basais de equídeos. As suas interpretações foram pioneiras no estabelecimento de uma linha evolutiva, desde as formas primitivas do grupo até aos representantes modernos do género Equus, e ajudaram a credibilizar a teoria da evolução de Charles Darwin.
Os equídeos não foram, no entanto, o único foco da sua carreira científica. Marsh estudou muitos outros grupos e, em 1871, foi o primeiro paleontólogo a identificar exemplares de pterossauros na América. Outras descobertas fundamentais da sua autoria foram diversas espécies de aves cretácicas, como o Ichthyornis e o Hesperornis, e dinossauros como o Apatosaurus e o Allosaurus.
À medida que as descobertas de fósseis se desenvolviam e novas espécies eram descritas, a paleontologia popularizou-se, em particular devido a exemplares espectaculares de carnívoros de grandes dimensões como o tiranossauro. O interesse do público incentivou a criação de museus de história natural, que competiam entre si pelas exibições mais atractivas. Em consequência, a procura de fósseis acelerou, bem como a competição entre paleontólogos por novas descobertas. Marsh protagonizou com Edward Drinker Cope uma rivalidade paleontológica que mereceu a designação de “guerra dos ossos” nos media de então. Estimulados pela concorrência do adversário, Marsh e Cope descreveram cerca de 120 novas espécies de dinossauro entre si, nos finais do século XIX.
Marsh morreu em 1899 e está sepultado em New Haven, no Connecticut.

sábado, setembro 07, 2013

quarta-feira, setembro 04, 2013

Mais um dinossáurio descoberto na Lourinhã

Descoberto dinossauro carnívoro na Lourinhã
Teresa Firmino
03.09.2013

Análise preliminar indica que fóssil pertenceria a um grupo de dinossauros de pequeno porte e que teria à volta de dois metros de comprimento.

Fóssil do novo dinossauro ainda agarrado a parte da rocha

O Museu da Lourinhã anunciou esta terça-feira a descoberta do fóssil de um dinossauro carnívoro, acompanhado de uma mão-cheia de achados de dinossauros encontrados durante a campanha de escavações deste ano nos afloramentos do Jurássico Superior daquela região, com cerca de 150 milhões de anos.
“Este ano, os resultados incluíram pegadas e ossos, com destaque para um dinossauro carnívoro de pequeno porte, com menos de dois metros de comprimento. Este esqueleto de dinossauro não está completo, mas está muito bem conservado e articulado (com os ossos na posição anatómica, tal como em vida), o que é muito raro”, refere o comunicado do museu. “A análise preliminar indica que poderá tratar-se de um representante de um grupo de dinossauros carnívoros raros em Portugal, os celurossauros.”
Na campanha, coordenada pelo paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, foram ainda recolhidas pegadas de dinossauros saurópodes, ornitópodes e de pterossauros. “Uma das pegadas de saurópode, com 120 centímetros de comprimento, é uma das maiores que se conhecem”, frisa o comunicado. “Também se descobriram pequenos fósseis, destacando-se a mandíbula de um mamífero, o que é igualmente raro.”
Todo este material recolhido está agora no laboratório de paleontologia do Museu da Lourinhã, onde terá de ser preparado para poder ser estudado. Só com esses estudos se poderá perceber exactamente as espécies de dinossauros a que pertencem os fósseis recolhidos e a sua importância.
O Museu da Lourinhã ficou mundialmente conhecido em 1997, quando foi revelada a descoberta de os ovos com embriões de dinossauros carnívoros bípedes, com 150 milhões de anos. Tinham sido encontrados em 1993. Já em 2013, voltaram a descobrir-se na zona da Lourinhã centenas de fragmentos de cascas de ovos, com ossos de embriões e dentes com 150 milhões de anos. Estes dois achados são os ovos de dinossauros carnívoros mais antigos do mundo. Ovos ainda mais antigos, só os de dois dinossauros herbívoros, encontrados na África do Sul e na China, ambos com cerca de 190 milhões de anos.

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segunda-feira, julho 22, 2013

Mais um estranho dinossáurio descoberto na América do Norte...

Era uma vez dinossauro narigudo e cornudo numa ilha chamada Laramídia
Teresa Firmino - 18.07.2013


Não é um boi com um bico à papagaio, embora pareça. É a mais recente coqueluche dos paleontólogos que estudam dinossauros.

Ilustração científica do dinossauro Nasutoceratops

Há mais de 70 milhões de anos, no Cretácico Superior, o nível do mar tinha subido significativamente e muitas terras estavam submersas – a América do Norte não era excepção e o resultado foi o aparecimento de um mar interior de águas pouco profundas, estendendo-se desde o oceano Árctico até ao golfo do México e que dividiu o continente em duas massas de terra. Uma era a ilha Laramídia, onde habitava um “extraordinário dinossauro”, como refere o título do artigo científico que o descreve, por ter um nariz particularmente grande e uns cornos que mais pareciam os de um boi.
O lado invulgar do bicho está expresso no nome científico escolhido pela equipa de Scott Sampson, então conservador do Museu de História Natural do Utah e agora vice-presidente das colecções e investigação do Museu de Ciência e Natureza de Denver, nos Estados Unidos: Nasutoceratops quer dizer em latim “cara cornuda com nariz grande”. O nome completo, Nasutoceratops titusi, é ainda uma homenagem a Alan Titus, paleontólogo do Monumento Nacional Grand Staircase-Escalante, uma enorme zona desértica no estado do Utah onde o dinossauro foi encontrado.
O primeiro exemplar foi descoberto em 2006, por um estudante da Universidade do Utah, seguindo-se outros fósseis deste dinossauro, todos guardados no Museu de História Natural do Utah, em Salt Lake City, e que serviram de base ao artigo que descreve a nova espécie na revista britânica Proceedings of the Royal Society B.
Ela é a mais recente aquisição do grupo de dinossauros com cornos, ou ceratopsídeos, de que o Triceratops, com nove metros de comprimento e mais de cinco toneladas, é o representante mais famoso. Eram corpulentos, quadrúpedes, herbívoros e tinham um focinho em forma de bico de papagaio. A maioria das espécies tinha um grande crânio com um único corno no nariz e outros dois por cima dos olhos e um escudo ósseo na parte de trás da cabeça.
Em relação aos outros ceratopsídeos, o Nasutoceratops, além das particularidades do nariz e dos cornos longos e curvados para a frente, apresentava diferenças no escudo ósseo, menos ornamentado com espinhos. Tinha cinco metros de comprimento e atingia 2,5 toneladas.

Olfacto apurado?
Para que serviam os cornos e os escudos é uma questão para a qual a comunidade científica não tem resposta segura. Hipóteses não faltam, indo desde a defesa de predadores e do controlo da temperatura do corpo até ao reconhecimento de indivíduos da mesma espécie e à competição sexual. Esta última hipótese, a mais aceite pela comunidade científica, considera que os escudos e cornos tinham a função de intimidar os indivíduos do mesmo sexo e atrair os do sexo oposto, como acontece por exemplo com as caudas dos pavões e as antenas dos veados.
“É muito provável que os cornos extraordinários do Nasutoceratops fossem usados como sinais visuais de domínio e, quando isso não chegava, como armas para combater os rivais”, considera um dos cientistas da equipa, Mark Loewen, em comunicado da universidade do Utah.
“Provavelmente, o nariz de Jumbo de Nasutoceratops não tinha nada a ver com um cheiro apurado – uma vez que os receptores do olfacto estão mais para trás na cabeça, junto ao cérebro – e a função desta bizarra característica permanece incerta”, esclarece, por sua vez, Scott Sampson.
Voltemos à Laramídia: o Utah ocupa agora a parte sul dessa ilha de outrora, que era quase do tamanho da Austrália e onde o protagonista desta história vivia há 76 milhões de anos num ambiente pantanoso e quente, a cerca de 100 quilómetros da costa do Mar Interior Ocidental, que dividia o continente em duas massas de terra. A Laramídia, muito rica em fósseis de dinossauros, estava do lado oeste e a Apalachia a leste.
A equipa quer agora perceber o que levava umas espécies de dinossauros a habitar o Norte da Laramídia (Alberta, no Canadá, e Montana, nos Estados Unidos), enquanto outras se ficavam pelo Sul (nos estados norte-americanos do Novo México e do Texas, além do Utah). E como é que nessa ilha conviviam cerca de duas dezenas de espécies de dinossauros de tamanho considerável, enquanto actualmente em toda a África só existem cinco espécies de mamíferos gigantes, do tamanho de elefantes e rinocerontes, sublinha o comunicado.
“O Nasutoceratops”, conclui Eric Lund, outro investigador da equipa, “é um maravilhoso exemplo do quanto ainda temos para aprender sobre o mundo dos dinossauros”.

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Nota: para quem quem perceber o que era a Laramídia e a Apalachia, aqui fica um mapa da altura em que existiam, no final do Cretácico:

(imagem daqui)

domingo, junho 02, 2013

Mais um ninho de dinossáurios descoberto na Lourinhã...!

E na Lourinhã voltaram a encontrar-se os ovos de dinossauros carnívoros mais antigos do mundo
Teresa Firmino
30/05/2013

Um megalossaurídeo, como o que pôs ovos na Lourinhã, junto ao seu ninho - Vladimir Bondar/GEAL/CIID/Museu da Lourinhã

Na praia de Porto das Barcas, descobriram-se cerca de 500 fragmentos de cascas de ovos, com ossos de embriões e dentes com 150 milhões de anos.

Oito cientistas, cinco deles portugueses, anunciaram esta quinta-feira que descobriram na Lourinhã os ovos com embriões de dinossauros carnívoros mais antigos do mundo, com cerca de 150 milhões de anos, noticiou a agência Lusa. É a descoberta da década em Portugal em termos de paleontologia de dinossauros, considera a equipa.
Foi na praia de Porto das Barcas, na localidade de Atalaia, concelho da Lourinhã, que o holandês Aart Walen, voluntário do museu daquela vila, descobriu em 2005 os ovos com os embriões. O achado, segundo relata a equipa num artigo científico publicado hoje na revista Scientific Reports, é composto por cerca de 500 fragmentos de cascas de ovos, formando um conjunto com 65 centímetros de diâmetro, que continha ossos e dentes de embriões.
As cascas dos ovos e os embriões encontravam-se num estado de preservação “verdadeiramente excepcional”, segundo a equipa, que os estudou entre 2005 e 2009 utilizando diversas tecnologias de ponta.
Ricardo Araújo, um dos investigadores, sublinhou à Lusa a raridade dos achados. “Estes ovos têm 150 milhões de anos, por isso são de longe os mais antigos de dinossauros carnívoros”, explicou o paleontólogo português, que pertence ao Museu da Lourinhã e à Universidade Medodista do Sul, em Dallas, nos Estados Unidos.
Com 150 milhões de anos, existiam até agora os ovos com embriões de dinossauro encontrados na praia de Paimogo, também na Lourinhã, em 1993. A menos de dez quilómetros de distância do nosso achado, esses ovos pertencem também a dinossauro carnívoros bípedes (terópodes): a equipa que os tem estudado considera que são do Lourinhanosaurus antunesi. Revelados ao mundo em 1997, os ovos de Paimogo estavam num ninho enorme, onde um grupo de fêmeas tinha posto mais de uma centena de ovos, e colocaram desde então a Lourinhã no mapa-múndi da paleontologia.
“Em conjunto com os ovos de Paimogo, [o novo achado] representa os embriões de dinossauros carnívoros mais antigos, sendo ambos do Jurássico Superior, com aproximadamente 150 milhões de anos”, acrescenta por sua vez ao PÚBLICO o paleontólogo Rui Castanhinha, do Instituto Gulbenkian de Ciências, em Oeiras, e do Museu da Lourinhã. “Nos últimos dez anos não se descobriu nada em Portugal em paleontologia de dinossauros tão importante como isto. Tem uma importância profunda na biologia, na reprodução, na embriologia de dinossauros. É a descoberta da década”, resume Rui Castanhinha. “Ovos com embriões é raríssimo.”
Ovos ainda antigos do que os da Lourinhã só os de dois dinossauros herbívoros, encontrados na África do Sul (do Massospondylus) e na China (Lufengosaurus), ambos com cerca de 190 milhões de anos.
“O registo fóssil tem apenas sete ou oito registos de ovos de dinossauro em todo o mundo e ainda são mais raros os casos de ovos com embriões”, referiu Ricardo Araújo, o primeiro autor do artigo, assinado ainda, além de Rui Castanhinha, por Rui Martins, Octávio Mateus, Luís Alves e pelo belga Christophe Hendricks, todos ligados ao Museu da Lourinhã, e pelos alemães Felix Beckman e Norbert Schell.
A equipa determinou que os achados pertencem a um torvosauro, um dinossauro carnívoro e bípede que tinha os dentes afiados e atingia dez metros de comprimento e duas toneladas. Pertencia a um grupo primitivo de terópodes, os megalossaurídeos, e é aqui que reside sobretudo a importância deste achado, ao preencher uma lacuna no conhecimento sobre as relações entre grupos distantes de dinossauros.
Em termos evolutivos, o torvosauro de Porto das Barcas encontra-se entre os dinossauros que puseram os ovos na África do Sul e na China, mais “primitivos”, e o de Paimogo, mais “evoluído” ou “derivado”. “Este novo achado vem preencher uma lacuna entre os dinossauros muito derivados de Paimogo e os outros muito afastados da África do Sul e da China”, sublinha Rui Castanhinha. “Isto permite melhorar os conhecimentos sobre as origens dos dinossauros, em particular dos carnívoros, e de como eles chegaram à diversidade que vemos hoje – porque as aves são dinossauros.”