Descoberta prova surpreendente de que os dinossauros tinham penas
A cauda de dinossauro preservada em âmbar
Durante uma visita a um mercado de Myitkyina, em Mianmar, o cientista Lida Xing descobriu a cauda de um dinossauro preservada em âmbar que contém ossos, penas e sangue do animal.
O vendedor local pensava que o objeto, vendido para se tornar parte de uma joia ou ornamento, era uma simples planta fossilizada.
“Estudo paleontologia há mais de 10 anos e estou interessado em dinossauros há mais de 30 anos, mas nunca esperei que pudéssemos encontrar um dinossauro em âmbar”, afirmou Lida Xing, investigador da Universidade de Geociências da China.
Segundo o estudo, divulgado na revista Current Biology, a cauda tinha uma coloração castanha e pertenceu a um dinossauro que viveu há mais de 99 milhões de anos.
“Esta é a primeira vez que encontramos material de dinossauro preservado em âmbar”, disse o co-autor do estudo Ryan McKellar, do Royal Saskatchewan Museum no Canadá, à BBC.
Análises feitas em laboratório indicam que a cauda pertenceu a um animal do grupo dos Coelurosauria, um dinossauro carnívoro com formato semelhante ao de uma galinha, mas de comportamento predatório e com até 3 metros de comprimento.
Inicialmente, os cientistas não tinham a certeza se a cauda pertencia mesmo a um dinossauro, ou a um pássaro que viveu durante o período do Cetáceo. No entanto, o exame da anatomia da cauda mostrou que pertencia definitivamente a um dinossauro emplumado.
“A certeza de que se trata de um dinossauro, e não um pássaro pré-histórico, é que as vértebras não estão fundidas. Em vez disso, a cauda é longa e flexível, com penas a descer pelos dois lados”, explicou o investigador.
As análises sugerem que o animal ficou preso na resina enquanto ainda estava vivo e morreu dentro do âmbar – esta teoria é sustentada pelo facto de terem sido encontrados fluidos corporais no interior do fóssil.
A plumagem na base da cauda do dinossauro
Os investigadores esperam encontrar mais peças como esta no futuro, visto que “as peças de âmbar preservam detalhes microscópicos e tecidos que são difíceis de estudar em outros ambientes”.
De acordo com McKellar, “esta é uma nova fonte de informação que vale a pena analisar com intensidade e proteger como um recurso fóssil”.
O âmbar é uma resina fossilizada de árvores que costuma preservar alguns artefactos. No filme “Jurassic Park“, de 1993, os cientistas conseguiram clonar e reproduzir dinossauros em laboratório através do fóssil de um mosquito preservado em âmbar.
“Infelizmente, a resposta do “Jurassic Park” ainda é um não! Mantém-se firmemente no reino da ficção científica”, adiantou Ryan McKellar.
Apesar de os cientistas garantirem que criar dinossauros a partir de um fóssil em âmbar é uma coisa da ficção, esta nova descoberta pode ser importante para a recolha de novas informações acerca da existência desses animais pré-históricos.
in ZAP Notícias
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