Mostrar mensagens com a etiqueta Leiria. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Leiria. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, fevereiro 15, 2024

Rui Patrício - 36 anos

 
Rui Pedro dos Santos Patrício (Leiria, Marrazes, 15 de fevereiro de 1988) é um futebolista português que atua como guarda-redes. Atualmente joga no Roma e foi titular da Seleção Portuguesa, sendo agora suplente.

Até 2018, antes se transferir para o Wolverhampton, havia passado toda a sua carreira no Sporting: fez a sua estreia aos 18 anos de idade e disputou mais de 464 partidas oficiais pelos leões, sendo o segundo jogador na história do clube que mais vestiu a camisola em jogos oficiais de futebol. Em 2021 transferiu-se para o Roma.

Fez a sua estreia pela Seleção em 2010, onde desde então tem sido titular até à ascensão de Diogo Costa que atualmente é o detentor da titularidade. Representou Portugal no Europeu de Futebol de 2012, no Mundial de 2014, no Euro 2016, na Taça das Confederações de 2017, na Taça do Mundo de 2018 e na Liga das Nações de 2018–19.

  
   

quarta-feira, janeiro 31, 2024

Ernesto Korrodi nasceu há 154 anos...


 

Ernesto Korrodi, nascido Ernst Korrodi (Zurique, 31 de janeiro de 1870 - Leiria, 3 de fevereiro de 1944), foi um arquiteto de origem suíça que desenvolveu a sua atividade em Portugal.

Foi o mais bem sucedido dos arquitetos da sua época sediados fora de Lisboa.

Os seus projetos seguiram uma linha persistentemente eclética, de base revivalista romântico-historicista, a que foi incorporando elementos das novas correntes da arquitetura - Arte Nova e Artes Decorativas - até ao advento do Modernismo Internacional, na fase mais tardia da sua carreira e já em parceria com o filho, Camilo Korrodi

    

(...)

 

Korrodi veio para Portugal, com dezanove anos, através de um concurso lançado na Embaixada de Portugal em Berna, em que se procuravam professores de desenho para as escolas portuguesas. Em 1889 começou a exercer funções na Escola Industrial e Comercial de Braga, onde ficaria até 1894. Nesse ano foi transferido para a Escola Industrial e Comercial de Leiria, lecionando Desenho Ornamental e Modelagem.

Após completar os cursos de escultor decorador e de professor de desenho, no "Winterthur - Technikum" (Escola de Arte Industrial do cantão de Zurique), Korrodi viria a concorrer a um cargo para professor de Desenho, anunciado no consulado de Portugal, em Berna, e, em 1889, foi colocado na Escola Industrial de Braga, onde permaneceu cinco anos. Em Braga, para além do ensino dedicou-se ao estudo de monumentos, igrejas, e palácios, sendo transferido, em 1894, para a Escola Industrial de Leiria, onde, de imediato, se dedicou, nas suas horas vagas, ao minucioso levantamento do que restava das ruínas do Castelo de Leiria.

Em 1897 Korrodi publica um pequeno estudo sobre São Fructuoso de Montélius, intitulado “Um monumento Bizantino-Latino em Portugal”, no Boletim de Arquitetura da Associação dos Arquitectos Civis e Arqueólogos Portugueses.

Em 1898, publica os “Estudos de Reconstrução sobre o Castelo de Leiria”, edição de 200 exemplares, subsidiada pelo Governo Português e impressa no Instituto Poligráfico de Zurique. Ainda nesse ano é homenageado com a Comenda do Mérito Industrial.

Em 1901, casa em Leiria com Quitéria Maia, professora do Ensino Primário. Tiveram uma filha (Maria Teresa 1903-2002) e um filho (Camilo Korrodi 1905-1985, também arquiteto).

Em 1902, é agraciado com a Ordem de S. Thiago do Mérito Científico, Literário e Artístico, pelo projeto de reconstituição dos Paços do Duque de Bragança, em Barcelos.

Em 1905, foi nomeado diretor da Escola Industrial de Leiria.

O seu empenho em defesa do Castelo de Leiria conduziu à sua classificação como Monumento Nacional em 1910, e em 1915 cria a Liga dos Amigos do Castelo que, com a ajuda do Estado, deu início às primeiras obras de consolidação.

Após a derrocada parcial de um dos muros no Castelo de Leiria, foi nomeado diretor das obras, em 1921, à frente de uma comissão sujeita à Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), em caráter de urgência. O seu trabalho desenvolveu-se até 1934, quando se desligou. As obras, porém, prosseguiram na década de 30, mas não corresponderam por completo aos seus estudos. 

Para além do ensino e do estudo de monumentos históricos, desde cedo se dedicou à arquitetura, como autodidata, e em 1899 já era sócio da Real Associação dos Arquitectos e Arqueólogos, bem como da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses.

Os seus projetos de arquitetura estendem-se por todo o país, desde Chaves até Vila Real de Santo António, e em Lisboa foi agraciado com dois Prémios Valmor, em 1910 e em 1917.

Criou em Leiria uma pequena escola de cantaria artística, a expensas suas, e esta viria a transformar-se numa grande oficina de verdadeiros artistas cujo trabalho, na sua maior parte, era passado à pedra sob modelação sua. Esses trabalhos de cantaria enriqueceram não só as obras por si projetadas, como as de outros arquitetos por todo o país.

Em 1919 projetou o Santuário de Nossa Senhora da Assunção, em Monte de Córdova, Santo Tirso, mas muitos outros projetos marcantes se poderiam referir.

Em 1926, foi-lhe concedido, pelo Governo Português, o título de Arquiteto (na mesma data que a Raul Lino).

Desde cedo se envolveu em diversos movimentos de modernização, chegando a realizar trabalhos e conferências por todo o país sobre o Ensino em Portugal, pelo que foi agraciado, em 1909, com a Comenda da Instrução Pública.

Em 1911, viria a liderar um movimento de âmbito nacional a favor do descanso dominical, promovendo-o energicamente através de conferências e artigos na imprensa.

Fez parte da Maçonaria, tendo sido iniciado em 1908 na Loja Trindade Leitão, em Alcobaça, pertença do Grande Oriente Lusitano Unido, com o nome de "Helvétius".

Em 1997, foi publicada em livro a tese de Mestrado de 1984 "Ernesto Korrodi – Arquitectura, Ensino, e Restauro do Património" de Lucília Verdelho da Costa, contribuindo de uma forma decisiva para dar a conhecer a dimensão da sua obra.

Ao longo dos anos, várias teses de Mestrado têm sido apresentadas sobre a sua obra.

O Arquivo Distrital de Aveiro publicou o livro "Ernesto Korrodi - uma marca na cidade".

Em 2023 foi publicado em edição bilingue português/inglês "Ernesto Korrodi - Vi(n)da e Obra / Ernst Korrodi – Life and Work” " de José Manuel Teixeira.

Faleceu em Leiria em 1944.

 

in Wikipédia

 

(imagem daqui)

 

(imagens pessoais daqui)

sexta-feira, janeiro 26, 2024

Afonso Lopes Vieira nasceu há 146 anos

 

(imagem daqui)
   
Afonso Lopes Vieira (Leiria, 26 de janeiro de 1878 - Lisboa, 25 de janeiro de 1946) foi um poeta português.
Natural de Leiria, bacharelou-se em Direito, pela Universidade de Coimbra, em 1900. Depois de exercer a advocacia junto do seu pai, Afonso Xavier Lopes Vieira, radicou-se em Lisboa, onde veio a exercer o ofício de redator na Câmara dos Deputados, até 1916. No último desses anos deixou o cargo para se dedicar exclusivamente à atividade literária. Na capital, residiu no Palácio da Rosa, junto ao bairro da Mouraria, que fora dos marqueses de Castelo Melhor, e foi propriedade do poeta entre 1927 e 1942. Em frente do palácio, no Largo da Rosa, foi colocado um busto seu.
Ainda jovem, Afonso Lopes Vieira descobriu os clássicos da literatura, nomeadamente através da biblioteca do seu tio-avô, o poeta Rodrigues Cordeiro, e iniciou a sua colaboração em jornais manuscritos, de que são exemplos A Vespa e O Estudante. Com a publicação do livro Para Quê? (1897) faz a sua estreia poética, iniciando um período de intensa atividade literária - Ar Livre (1906), O Pão e as Rosas (1908), Canções do Vento e do Sol (1911), Poesias sobre as Cenas Infantis de Shumann (1915), Ilhas de Bruma (1917), País Lilás, Desterro Azul (1922) - encerrando a sua atividade poética, assim julgava, com a antologia Versos de Afonso Lopes Vieira (1927), mas que culminará com a obra inovadora e epigonal Onde a terra se acaba e o mar começa (1940).
O carácter ativo e multifacetado do escritor tem expressão na sua colaboração em A Campanha Vicentina, na multiplicação de conferências em nome dos valores artísticos e culturais nacionais, recolhidas nos volumes Em demanda do Graal (1922) e Nova demanda do Graal (1942). A sua acção não se encerra, porém, aqui, sendo de considerar a dedicação à causa infantil, iniciada com Animais Nossos Amigos (1911), o filme infantil O Afilhado de Santo António (1928), entre outros. Por fim, assinale-se a sua demarcação face ao despontar do Salazarismo, expressa no texto Éclogas de Agora (1935), sob a égide e em defesa do Integralismo Lusitano.
Teve ainda colaboração em publicações periódicas, de que são exemplo as revistas Ave Azul (1899-1900), Serões (1915-1920), Arte & vida (1904-1906), A republica portugueza (1910-1911), Alma Nova (1914-1930), Atlantida (1915-1920), Contemporânea (1915-1926), Ordem Nova (1926-1927) e Lusitânia (1924-1927).
Cidadão do mundo, Afonso Lopes Vieira não esqueceu as suas origens, conservando as imagens de uma Leiria de paisagem bucólica e romântica, rodeada de maciços verdejantes plantados de vinhedos e rasgados pelo rio Lis, mas, sobretudo, de São Pedro de Moel, lugar da sua Casa-Nau e paisagem de eleição do escritor, enquanto inspiração e génese da sua obra. O Mar e o Pinhal são os principais motivos da sua poética.
Nestas paisagens o poeta confessa sentir-se «[…] mais em família com o chão e com a gente», evidenciando no seu tratamento uma apetência para motivos líricos populares e nacionais. Essencialmente panteísta, leu e fixou as gentes, as crenças, os costumes, e as paisagens de uma Estremadura que interpretou como «o coração de Portugal, onde o próprio chão, o das praias, da floresta, da planície ou das serras, exala o fluido evocador da história pátria; província heroica, povoada de mosteiros e castelos…» (Nova demanda do Graal, 1942: 65).
Atualmente a Biblioteca Municipal em Leiria tem o seu nome. A sua casa de São Pedro de Moel foi transformada em Museu. Lopes Vieira é considerado um eminente poeta, ligado à corrente da chamada Renascença Portuguesa e um dos primeiros representantes do neogarretismo.
   

  

Pinhal do Rei
 
 
Catedral verde e sussurrante, aonde
a luz se ameiga e se esconde
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar:
ditoso o "Lavrador" que a seu contento
por suas mãos semeou este jardim;
ditoso o Poeta que lançou ao vento
esta canção sem fim...

Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
rei D. Dinis, bom poeta e mau marido,
lá vem as velidas bailar e cantar.


Encantado jardim da minha infância,
aonde a minh'alma aprendeu;
a música do Longe e o ritmo da Distância
que a tua voz marítima lhe deu;
místico órgão cujo além se esfuma
no além do Oceano, e onde a maresia
ameiga e dissolve em bruma,
e em penumbra de nave, a luz do dia.
Por estes fundos claustros gemem
os ais do Velho do Restelo...
Mas tu debruças-te no mar e, ao vê-lo,
teus velhos troncos de saudades fremem...

Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
são as caravelas, teu corpo cortado,
é lo verde pino no mar a boiar.

Pinhal de heróicas árvores tão belas,
foi do teu corpo e da tua alma também
que nasceram as nossas caravelas
ansiosas de todo o Além;
foste tu que lhe deste a tua carne em flor
e sobre os mares andaste navegando,
rodeando a terra e olhando os novos astros,
ó gótico Pinhal navegador,
em naus, erguida, levando
tua alma em flor na ponta alta dos mastros!...

Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que grande saudade, que longo gemido
ondeia nos ramos, suspira no ar!

Na sussurrante e verde catedral
oiço rezar a alma de Portugal:
ela aí vem, dorida, e nos seus olhos
sonâmbulos de surda ansiedade,
no roxo da tardinha,
abre a flor da Saudade;
ela aí vem, sozinha,
dorida do naufrágio e dos escolhos,

viúva de seus bens
e pálida de amor,
arribada de todos os aléns
de este mundo de dor;
ela aí vem, sozinha,
e reza a ladainha
na sussurrante catedral aonde
toda se espalha e esconde,
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar.

  
  

in
Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa (1940) - Afonso Lopes Vieira

 

domingo, dezembro 17, 2023

Notícia interessante sobre património arqueológico português...

25 anos depois, o “Menino do Lapedo” vai ou não ser mostrado ao público?

     

Menino de Lapedo (conceito artístico)

 

Vinte e cinco anos depois da sua descoberta, o esqueleto do “Menino do Lapedo”, a criança neandertal portuguesa descoberta em 1998, permanece depositado no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa — e está por decidir se algum dia será exposto ao público.

No Lagar Velho, no vale do Lapedo, a cerca de 150 km de Lisboa, foi descoberto em 1998 o esqueleto conhecido como Menino do Lapedo - o esqueleto português que sugere que neandertais e humanos se cruzaram.

Com cerca de 4 anos, a criança foi enterrada neste local há cerca de 29 mil anos.

Na altura da descoberta, algo diferente no seu corpo chamou a atenção dos arqueólogos que começaram a escavar o sítio arqueológico.

“Havia algo estranho na anatomia da criança. Quando encontramos a mandíbula, sabíamos que seria um humano moderno, mas quando expusemos o esqueleto completo […] vimos que tinha as proporções corporais de um Neandertal”, explica João Zilhão, arqueólogo e líder da equipa que trabalhou na descoberta.

A única coisa que poderia explicar essa combinação de características é que a criança era, de facto, evidência de que os neandertais e os humanos modernos se cruzaram”.

Mas a teoria do cientista português provocou então uma revolução nos estudos evolutivos, e imortalizou o Menino de Lapedo — que está depositado, desde então, nas reservas do Museu Nacional de Arqueologia (MNA).

Agora, no âmbito das comemorações dos 25 anos da descoberta, o MNA organizou uma visita ao esqueleto.

O MNA está encerrado ao público há mais de um ano, para remodelação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas algumas das obras e coleções, como o esqueleto do “Menino do Lapedo”, e laboratórios estão depositados em oito contentores climatizados, numa área ao ar livre do edifício.

Na visita conduzida pelo diretor do MNA, António Carvalho, foi possível ver as caixas onde estão colocadas as dezenas de fragmentos e ossos da “Criança do Lapedo”, com cerca de 29.000 anos, classificados como tesouro nacional.

A descoberta marcou a paleoantropologia internacional, por se tratar do primeiro enterramento Paleolítico escavado na Península Ibérica e porque a criança apresenta traços de ‘Neandertal’ e de ‘homo sapiens‘.

Questionado pela Lusa, António Carvalho disse que ainda está a ser debatido, e não há uma decisão tomada, sobre o futuro deste achado arqueológico: se permanecerá nas reservas do museu nacional, se poderá integrar a exposição permanente quando reabrir, ou se regressará ao sítio arqueológico, classificado como monumento nacional.

“No quadro da intervenção do museu certamente que esta questão e outras vão ser debatidas, porque é normal. Um museu que depois se oferece com todas as condições de conservação e de alguma projeção das suas reservas que vá ser objeto de reflexão, se se vão juntar determinados bens arqueológicos”, disse.

“Até para respeitar um princípio legal que é a da não-dispersão dos bens arqueológicos. Vamos ver”, detalhou António Carvalho.

Presente na visita, a antropóloga Cidália Duarte, que em 1998 fez parte da equipa de escavações, e que atualmente ainda trabalha no projeto de conservação, falou na “enorme responsabilidade” em lidar com este tesouro nacional.

“É uma descoberta tão importante que é uma responsabilidade que recai em cima de nós se isto se deteriora por alguma ação que queiramos fazer. Já o imaginei exposto de várias maneiras, mas eu tenho receio, todos nós temos de tratar dessa memória para o futuro”, acrescentou a antropóloga.

A antropóloga recordou que o esqueleto só esteve uma vez exposto ao público, numa exposição temporária, na Alemanha, no âmbito da exposição de 2011 que assinalou os 150 anos da descoberta do Homem de Neandertal nesse país.

A visita realizada esta quinta-feira é uma das várias iniciativas que assinalam os 25 anos da descoberta do Menino do Lapedo — agora também conhecido como a “Criança do Lapedo”.

O programa prolongar-se-á até ao final de 2024 e “inclui conferências, conversas, mesas-redondas, exposições, residências artísticas, publicações, em vários formatos, percursos pedestres e atividades performativas e educativas, de distintas naturezas”, anunciou a Câmara de Leiria.

 

 

in ZAP

 

sábado, agosto 05, 2023

Pequeno sismo sentido na região de Leiria

 

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera informa que no dia 05.08.2023 pelas 02.37 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 2.7 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 12 km a Sul de Pombal.Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima III (escala de Mercalli modificada) no concelho de Leiria (Leiria). Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.A localização do epicentro de um sismo é um processo físico e matemático complexo que depende do conjunto de dados, dos algoritmos e dos modelos de propagação das ondas sísmicas. Agências diferentes podem produzir resultados ligeiramente diferentes. Do mesmo modo, as determinações preliminares são habitualmente corrigidas posteriormente, pela integração de mais informação. Em todos os casos acompanhe sempre as indicações dos serviços de proteção civil.

  

  

in IPMA 



Registo do Geofone de Manteigas 

 

ADENDA:  o IPMA agradece que a população da área afetada por este pequeno sismo responda ao seu inquérito - CLICAR AQUI

 

https://www.ipma.pt/pt/geofisica/informe/

quarta-feira, julho 26, 2023

Notícia sobre o menino do Lapedo e o neandertal que persiste dentro de nós...

Menino do Lapedo. O esqueleto português que sugere que neandertais e humanos se cruzaram

Reconstrução visual do menino do Lapedo

   

No Lagar Velho, no vale do Lapedo, a cerca de 150 km de Lisboa, foi descoberto em 1998 o esqueleto conhecido como menino do Lapedo. Com cerca de 4 anos, foi enterrado neste local em Portugal há cerca de 29 mil anos.

Algo diferente no seu corpo chamou a atenção dos arqueólogos que começaram a escavar o local.

“Havia algo estranho na anatomia da criança. Quando encontramos a mandíbula, sabíamos que seria um humano moderno, mas quando expusemos o esqueleto completo […] vimos que tinha as proporções corporais de um Neandertal”, explicou à BBC João Zilhão, arqueólogo e líder da equipa que trabalhou na descoberta.

“A única coisa que poderia explicar essa combinação de características é que a criança era, de facto, evidência de que os neandertais e os humanos modernos se cruzaram”.

Se voltarmos ao que se pensava sobre a evolução dos humanos no final dos anos 90 — quando se supunha que os neandertais e os humanos modernos eram espécies diferentes e, portanto, o cruzamento era impensável — não surpreende que a grande maioria dos especialistas tenha acreditado que a interpretação de Zilhão e sua equipa era um tanto exagerada.

Mas a sua teoria provocou uma revolução nos estudos evolutivos. A comunidade à qual o menino pertencia era de caçadores-coletores e de natureza nómada.

Conforme explicou à BBC Reel a arqueóloga Ana Cristina Araújo, quando o menino morreu, o grupo cavou um buraco no chão, queimou um galho de pinheiro e depositou o seu corpo envolto numa mortalha tingida de ocre sobre as cinzas.

“Não sabemos (com certeza) se era menino ou menina, mas há indícios de que era menino”.

Sobre a causa da morte, a arqueóloga diz que não há pistas que apontem para uma doença ou queda. Portanto, é possível imaginar uma diversidade de cenários. “O menino pode ter comido um cogumelo venenoso ou pode ter-se afogado”.

O seu corpo permaneceu enterrado por milénios até que, em 1998, foi descoberto por acaso e estava com o esqueleto quase intacto quando os donos do terreno começaram a escavar para construir uma série de estruturas em terraços.

Depois de transferido para o Museu Nacional de Lisboa, começaram a estudá-lo detalhadamente.

“Os ossos das pernas eram mais curtos do que o normal para uma criança da idade dele. Como é que as pernas poderiam parecer de um neandertal? Alguns dentes também pareciam de um neandertal, enquanto outros pareciam de um humano moderno. Como explicar isso?”, questionou Zilhão.

Os investigadores lidaram com duas hipóteses. Uma delas era que a criança era o resultado de um cruzamento entre um neandertal e um humano moderno.

Zilhão, porém, não se convenceu disso. Se esse foi um evento único, raro e esporádico, a possibilidade de encontrá-lo 30 mil anos depois era quase impossível.

A segunda hipótese sugeria que os neandertais e os sapiens mantinham relações sexuais regulares entre si.

“Sabíamos que na Península Ibérica o momento do contacto [entre os dois] foi […] há cerca de 37 mil anos. Se o esqueleto pertencesse a essa época, a primeira teoria poderia funcionar. Mas se o menino era de um período muito mais tardio, as implicações tinham que ser que estávamos a olhar para um processo em nível populacional, não um encontro casual entre dois indivíduos”, diz Zilhão.

A datação por radiocarbono resolveu a questão: a criança do Lapedo tinha 29 mil anos.

“Se tantos milénios após o tempo de contacto, as pessoas que vivem nesta parte do mundo ainda apresentam evidências anatómicas dessa população ancestral de neandertais, deve ser porque o cruzamento não aconteceu apenas uma vez, foi a norma”, apontou o arqueólogo.

A força das evidências encontradas pela equipa em Portugal fez com que outros especialistas tivessem que considerar seriamente essa hipótese.

Graças a esta descoberta, houve uma mudança na nossa compreensão dos neandertais como espécie.

A investigação dá a entender que os neandertais não são uma espécie diferente. “Nós sobreinterpretamos pequenas diferenças no esqueleto facial ou na robustez do esqueleto”, diz Zilhão.

Outras descobertas de fósseis feitas posteriormente com características semelhantes às do menino do Lapedo deram mais peso à teoria do cruzamento, que mais tarde foi reforçada quando os investigadores sequenciaram todo o genoma neandertal.

 

 

É assim que sabemos que é possível que europeus e asiáticos tenham até 4% de ADN neandertal.

“Isso não quer dizer que em cada um de nós 2% ou 4% seja [neandertal]. Na realidade, se juntar todas as partes do genoma neandertal que ainda persistem, isso é quase 50% ou 70% do que era especificamente neandertal. Portanto, o genoma neandertal persistiu quase na sua totalidade”, explica o investigador.

Esse conhecimento “enriquece a nossa compreensão da evolução humana”, diz Zilhão, em vez de “pensar que apenas descendemos de uma população muito pequena que viveu nalgum lugar de África há 250 mil anos e que todo o resto das pessoas que viveram nessa época simplesmente desapareceram”.

 

in ZAP

segunda-feira, maio 22, 2023

Porque hoje é preciso cantar a princesa do Lis, no seu dia...


 
Balada do Encantamento - Manuel Bernardino
Letra e música: D. José Pais de Almeida e Silva

Dentro de ti, ó Leiria,
Vive uma moira encantada,
Não sabes, é minha amada
E tem por nome Maria.


Leiria foste um ladrão
Leiria do rio Lis.
Roubaste-me o coração
E, vê lá tu, sou feliz!

quarta-feira, abril 05, 2023

Sismo fraco sentido na região de Leiria


O Instituto Português do Mar e da Atmosfera informa que no dia 05.04.2023 pelas 00.19 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 2.6 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 6 km a Norte-Nordeste de Leiria.

Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima III/IV (escala de Mercalli modificada) no concelho de Porto de Mós (Leiria).
Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Leiria e Nazaré (Leiria).


Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados. 

 

  
in IPMA

 


Registo no Geofone de Manteigas  (23.19 UTM)

sábado, março 18, 2023

quarta-feira, fevereiro 15, 2023

Rui Patrício faz hoje 35 anos...!

 
Rui Pedro dos Santos Patrício (Leiria, Marrazes, 15 de fevereiro de 1988) é um futebolista português que atua como guarda-redes. Atualmente joga no Roma e foi titular da Seleção Portuguesa, sendo agora suplente.

Até 2018, antes se transferir para o Wolverhampton, havia passado toda a sua carreira no Sporting: fez a sua estreia aos 18 anos de idade e disputou mais de 464 partidas oficiais pelos leões, sendo o segundo jogador na história do clube que mais vestiu a camisola em jogos oficiais de futebol. Em 2021 transferiu-se para o Roma.

Fez a sua estreia pela Seleção em 2010, onde desde então tem sido titular até à ascensão de Diogo Costa que atualmente é o detentor da titularidade. Representou Portugal no Europeu de Futebol de 2012, no Mundial de 2014, no Euro 2016, na Taça das Confederações de 2017, na Taça do Mundo de 2018 e na Liga das Nações de 2018–19.

  
   
 
(imagem daqui)

quinta-feira, janeiro 26, 2023

Afonso Lopes Vieira nasceu há 145 anos

  Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira (Leiria  - foto pessoal)
    
Afonso Lopes Vieira (Leiria, 26 de janeiro de 1878 - Lisboa, 25 de janeiro de 1946) foi um poeta português.
Natural de Leiria, bacharelou-se em Direito, pela Universidade de Coimbra, em 1900. Depois de exercer a advocacia junto do seu pai, Afonso Xavier Lopes Vieira, radicou-se em Lisboa, onde veio a exercer o ofício de redator na Câmara dos Deputados, até 1916. No último desses anos deixou o cargo para se dedicar exclusivamente à atividade literária. Na capital, residiu no Palácio da Rosa, junto ao bairro da Mouraria, que fora dos marqueses de Castelo Melhor, e foi propriedade do poeta entre 1927 e 1942. Em frente do palácio, no Largo da Rosa, foi colocado um busto seu.
Ainda jovem, Afonso Lopes Vieira descobriu os clássicos da literatura, nomeadamente através da biblioteca do seu tio-avô, o poeta Rodrigues Cordeiro, e iniciou a sua colaboração em jornais manuscritos, de que são exemplos A Vespa e O Estudante. Com a publicação do livro Para Quê? (1897) faz a sua estreia poética, iniciando um período de intensa atividade literária - Ar Livre (1906), O Pão e as Rosas (1908), Canções do Vento e do Sol (1911), Poesias sobre as Cenas Infantis de Shumann (1915), Ilhas de Bruma (1917), País Lilás, Desterro Azul (1922) - encerrando a sua atividade poética, assim julgava, com a antologia Versos de Afonso Lopes Vieira (1927), mas que culminará com a obra inovadora e epigonal Onde a terra se acaba e o mar começa (1940).
O carácter ativo e multifacetado do escritor tem expressão na sua colaboração em A Campanha Vicentina, na multiplicação de conferências em nome dos valores artísticos e culturais nacionais, recolhidas nos volumes Em demanda do Graal (1922) e Nova demanda do Graal (1942). A sua acção não se encerra, porém, aqui, sendo de considerar a dedicação à causa infantil, iniciada com Animais Nossos Amigos (1911), o filme infantil O Afilhado de Santo António (1928), entre outros. Por fim, assinale-se a sua demarcação face ao despontar do Salazarismo, expressa no texto Éclogas de Agora (1935), sob a égide e em defesa do Integralismo Lusitano.
Teve ainda colaboração em publicações periódicas, de que são exemplo as revistas Ave Azul (1899-1900), Serões (1915-1920), Arte & vida (1904-1906), A republica portugueza (1910-1911), Alma Nova (1914-1930), Atlantida (1915-1920), Contemporânea (1915-1926), Ordem Nova (1926-1927) e Lusitânia (1924-1927).
Cidadão do mundo, Afonso Lopes Vieira não esqueceu as suas origens, conservando as imagens de uma Leiria de paisagem bucólica e romântica, rodeada de maciços verdejantes plantados de vinhedos e rasgados pelo rio Lis, mas, sobretudo, de São Pedro de Moel, lugar da sua Casa-Nau e paisagem de eleição do escritor, enquanto inspiração e génese da sua obra. O Mar e o Pinhal são os principais motivos da sua poética.
Nestas paisagens o poeta confessa sentir-se «[…] mais em família com o chão e com a gente», evidenciando no seu tratamento uma apetência para motivos líricos populares e nacionais. Essencialmente panteísta, leu e fixou as gentes, as crenças, os costumes, e as paisagens de uma Estremadura que interpretou como «o coração de Portugal, onde o próprio chão, o das praias, da floresta, da planície ou das serras, exala o fluido evocador da história pátria; província heroica, povoada de mosteiros e castelos…» (Nova demanda do Graal, 1942: 65).
Atualmente a Biblioteca Municipal em Leiria tem o seu nome. A sua casa de São Pedro de Moel foi transformada em Museu. Lopes Vieira é considerado um eminente poeta, ligado à corrente da chamada Renascença Portuguesa e um dos primeiros representantes do neogarretismo.
   

  

Pinhal do Rei
 
 
Catedral verde e sussurrante, aonde
a luz se ameiga e se esconde
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar:
ditoso o "Lavrador" que a seu contento
por suas mãos semeou este jardim;
ditoso o Poeta que lançou ao vento
esta canção sem fim...

Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
rei D. Dinis, bom poeta e mau marido,
lá vem as velidas bailar e cantar.


Encantado jardim da minha infância,
aonde a minh'alma aprendeu;
a música do Longe e o ritmo da Distância
que a tua voz marítima lhe deu;
místico órgão cujo além se esfuma
no além do Oceano, e onde a maresia
ameiga e dissolve em bruma,
e em penumbra de nave, a luz do dia.
Por estes fundos claustros gemem
os ais do Velho do Restelo...
Mas tu debruças-te no mar e, ao vê-lo,
teus velhos troncos de saudades fremem...

Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
são as caravelas, teu corpo cortado,
é lo verde pino no mar a boiar.

Pinhal de heróicas árvores tão belas,
foi do teu corpo e da tua alma também
que nasceram as nossas caravelas
ansiosas de todo o Além;
foste tu que lhe deste a tua carne em flor
e sobre os mares andaste navegando,
rodeando a terra e olhando os novos astros,
ó gótico Pinhal navegador,
em naus, erguida, levando
tua alma em flor na ponta alta dos mastros!...

Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que grande saudade, que longo gemido
ondeia nos ramos, suspira no ar!

Na sussurrante e verde catedral
oiço rezar a alma de Portugal:
ela aí vem, dorida, e nos seus olhos
sonâmbulos de surda ansiedade,
no roxo da tardinha,
abre a flor da Saudade;
ela aí vem, sozinha,
dorida do naufrágio e dos escolhos,

viúva de seus bens
e pálida de amor,
arribada de todos os aléns
de este mundo de dor;
ela aí vem, sozinha,
e reza a ladainha
na sussurrante catedral aonde
toda se espalha e esconde,
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar.

  
  

in
Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa (1940) - Afonso Lopes Vieira

domingo, maio 22, 2022

E viva Leiria, no seu feriado municipal - desta vez com um cheirinho a Coimbra...

 

Balada do Encantamento - Manuel Bernardino
Letra e música: D. José Pais de Almeida e Silva

Dentro de ti, ó Leiria,
Vive uma moira encantada,
Não sabes, é minha amada
E tem por nome Maria.


Leiria foste um ladrão
Leiria do rio Lis.
Roubaste-me o coração
E, vê lá tu, sou feliz!

 

terça-feira, fevereiro 15, 2022

O (São) Patrício dos Marrazes faz hoje 34 anos...

 
Rui Pedro dos Santos Patrício (Leiria, Marrazes, 15 de fevereiro de 1988) é um futebolista português que atua como guarda-redes. Atualmente joga no Roma e é o titular da Seleção Portuguesa.

Até 2018, antes se transferir para o Wolverhampton, havia passado toda a sua carreira no Sporting: fez a sua estreia aos 18 anos de idade e disputou mais de 464 partidas oficiais pelos leões, sendo o segundo jogador na história do clube que mais vestiu a camisola em jogos oficiais de futebol. Em 2021 transferiu-se para o Roma.

Fez a sua estreia pela Seleção em 2010, onde desde então tem sido titular. Representou Portugal no Euro 2012, no Campeonato do Mundo de 2014, no Euro 2016, na Taça das Confederações de 2017, na Campeonato do Mundo de 2018 e na Liga das Nações de 2018–19.

  

   
 
(imagem daqui)

quarta-feira, janeiro 26, 2022

O poeta Afonso Lopes Vieira nasceu há 144 anos

  Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira (Leiria  - foto FM)
    
Afonso Lopes Vieira (Leiria, 26 de janeiro de 1878 - Lisboa, 25 de janeiro de 1946) foi um poeta português.
Natural de Leiria, bacharelou-se em Direito, pela Universidade de Coimbra, em 1900. Depois de exercer a advocacia junto do seu pai, Afonso Xavier Lopes Vieira, radicou-se em Lisboa, onde veio a exercer o ofício de redator na Câmara dos Deputados, até 1916. No último desses anos deixou o cargo para se dedicar exclusivamente à atividade literária. Na capital, residiu no Palácio da Rosa, junto ao bairro da Mouraria, que fora dos marqueses de Castelo Melhor, e foi propriedade do poeta entre 1927 e 1942. Em frente do palácio, no Largo da Rosa, foi colocado um busto seu.
Ainda jovem, Afonso Lopes Vieira descobriu os clássicos da literatura, nomeadamente através da biblioteca do seu tio-avô, o poeta Rodrigues Cordeiro, e iniciou a sua colaboração em jornais manuscritos, de que são exemplos A Vespa e O Estudante. Com a publicação do livro Para Quê? (1897) faz a sua estreia poética, iniciando um período de intensa actividade literária - Ar Livre (1906), O Pão e as Rosas (1908), Canções do Vento e do Sol (1911), Poesias sobre as Cenas Infantis de Shumann (1915), Ilhas de Bruma (1917), País Lilás, Desterro Azul (1922) - encerrando a sua actividade poética, assim julgava, com a antologia Versos de Afonso Lopes Vieira (1927), mas que culminará com a obra inovadora e epigonal Onde a terra se acaba e o mar começa (1940).
O carácter ativo e multifacetado do escritor tem expressão na sua colaboração em A Campanha Vicentina, na multiplicação de conferências em nome dos valores artísticos e culturais nacionais, recolhidas nos volumes Em demanda do Graal (1922) e Nova demanda do Graal (1942). A sua acção não se encerra, porém, aqui, sendo de considerar a dedicação à causa infantil, iniciada com Animais Nossos Amigos (1911), o filme infantil O Afilhado de Santo António (1928), entre outros. Por fim, assinale-se a sua demarcação face ao despontar do Salazarismo, expressa no texto Éclogas de Agora (1935), sob a égide e em defesa do Integralismo Lusitano.
Teve ainda colaboração em publicações periódicas, de que são exemplo as revistas Ave Azul (1899-1900), Serões (1915-1920), Arte & vida (1904-1906), A republica portugueza (1910-1911), Alma Nova (1914-1930), Atlantida (1915-1920), Contemporânea (1915-1926), Ordem Nova (1926-1927) e Lusitânia (1924-1927).
Cidadão do mundo, Afonso Lopes Vieira não esqueceu as suas origens, conservando as imagens de uma Leiria de paisagem bucólica e romântica, rodeada de maciços verdejantes plantados de vinhedos e rasgados pelo rio Lis, mas, sobretudo, de São Pedro de Moel, lugar da sua Casa-Nau e paisagem de eleição do escritor, enquanto inspiração e génese da sua obra. O Mar e o Pinhal são os principais motivos da sua poética.
Nestas paisagens o poeta confessa sentir-se «[…] mais em família com o chão e com a gente», evidenciando no seu tratamento uma apetência para motivos líricos populares e nacionais. Essencialmente panteísta, leu e fixou as gentes, as crenças, os costumes, e as paisagens de uma Estremadura que interpretou como «o coração de Portugal, onde o próprio chão, o das praias, da floresta, da planície ou das serras, exala o fluido evocador da história pátria; província heróica, povoada de mosteiros e castelos…» (Nova demanda do Graal, 1942: 65).
Actualmente a Biblioteca Municipal em Leiria tem o seu nome. A sua casa de São Pedro de Moel foi transformada em Museu. Lopes Vieira é considerado um eminente poeta, ligado à corrente da chamada Renascença Portuguesa e um dos primeiros representantes do neogarretismo.
   

  

Pinhal do Rei
 
 
Catedral verde e sussurrante, aonde
a luz se ameiga e se esconde
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar:
ditoso o "Lavrador" que a seu contento
por suas mãos semeou este jardim;
ditoso o Poeta que lançou ao vento
esta canção sem fim...

Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
rei D. Dinis, bom poeta e mau marido,
lá vem as velidas bailar e cantar.


Encantado jardim da minha infância,
aonde a minh'alma aprendeu;
a música do Longe e o ritmo da Distância
que a tua voz marítima lhe deu;
místico órgão cujo além se esfuma
no além do Oceano, e onde a maresia
ameiga e dissolve em bruma,
e em penumbra de nave, a luz do dia.
Por estes fundos claustros gemem
os ais do Velho do Restelo...
Mas tu debruças-te no mar e, ao vê-lo,
teus velhos troncos de saudades fremem...

Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado,
são as caravelas, teu corpo cortado,
é lo verde pino no mar a boiar.

Pinhal de heróicas árvores tão belas,
foi do teu corpo e da tua alma também
que nasceram as nossas caravelas
ansiosas de todo o Além;
foste tu que lhe deste a tua carne em flor
e sobre os mares andaste navegando,
rodeando a terra e olhando os novos astros,
ó gótico Pinhal navegador,
em naus, erguida, levando
tua alma em flor na ponta alta dos mastros!...

Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
que grande saudade, que longo gemido
ondeia nos ramos, suspira no ar!

Na sussurrante e verde catedral
oiço rezar a alma de Portugal:
ela aí vem, dorida, e nos seus olhos
sonâmbulos de surda ansiedade,
no roxo da tardinha,
abre a flor da Saudade;
ela aí vem, sozinha,
dorida do naufrágio e dos escolhos,

viúva de seus bens
e pálida de amor,
arribada de todos os aléns
de este mundo de dor;
ela aí vem, sozinha,
e reza a ladainha
na sussurrante catedral aonde
toda se espalha e esconde,
e aonde, ecoando a cantar,
se alonga e se prolonga a longa voz do mar.

  
  

in
Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa (1940) - Afonso Lopes Vieira

sábado, maio 22, 2021

E viva Leiria - hoje é o seu dia...!

 

Balada do Encantamento - Manuel Bernardino
Letra e música: D. José Pais de Almeida e Silva

Dentro de ti, ó Leiria,
Vive uma moira encantada,
Não sabes, é minha amada
E tem por nome Maria.


Leiria foste um ladrão
Leiria do rio Lis.
Roubaste-me o coração
E, vê lá tu, sou feliz!

domingo, março 21, 2021

Sismo sentido em Leiria

 

Mapa do epicentro do Sismo - que teve magnitude 3,0 e o hipocentro a 3km de profundidade...

 

Registo das ondas sísmicas no Geofone de Manteigas - 01.36

 

Zona atingida pelo sismo - IPMA

 

Citando o Professor Doutor Pedro Proença e Cunha, catedrático da Universidade de Coimbra e de quem tive o prazer e  a honra de ter sido aluno:

 

Hoje (2021-03-21), pelas 01.36 (AM), ocorreu sismo com magnitude 3,1 e foco aos 2 km de profundidade (dados IPMA; 3,4 M e 2 km de profundidade segundo IGME), localizado imediatamente a NW de Leiria (círculo vermelho no mapa do IPMA). Em minha opinião, este sismo ocorreu na falha SSE-NNW que se prolonga para NW da falha Pombal-Leiria, passando por Monte Real e W-Cabo Mondego. Mais um evento tectónico em Portugal continental, onde frequentemente têm ocorrido sismos com relevante magnitude. Esta actividade tectónica está registada pela minha equipa de investigação, por desnivelar terraços fluviais e marinhos que estamos a datar por OSL e ESR. A Margarida P. Gouveia, uma das minhas doutoranda em Geologia (DCT-FCTUC) e investigadora do MARE, já em Dezembro de 2020 submeteu a sua Tese sobre esta temática. Estando Portugal numa zona de tão elevado risco sísmico seria desejável que a Fundação para a Ciência e a Tecnologia desse significativo apoio a esta temática de tão grande relevância para a Sociedade. 

domingo, março 14, 2021

Tristeza...

 

(imagem daqui)

 

Queria dedicar o seguinte poema, de um conhecido, aos senhores do Intermarché das Olhalvas, junto à minha casa em Leiria, que decidiram abater as mais bonitas árvores que tinham no seu parque de estacionamento...


Árvore

Antes que tua mão para mim se levante
pensa bem.


Fui eu quem te deu o berço
onde tua mãe te embalou...


Foi no meu corpo que gravaste (disseste ao Mundo) o teu amor
e escondi na minha sombra os teus primeiros beijos...


Fui eu que te dei teu leito,
onde tua mãe te gerou e te pariu...


Fui eu que te aqueci nas longas noites de Inverno
e te alimentei quando tinhas fome...


Foi em mim que fizeste o teu filho,
em noite mágica de amor…


E é em mim que descansas
das agruras desta vida e te recolhes, rendido ao cansaço.


E, quando partires,
minhas tábuas serão tua cama final...


Pensa bem,
antes que tua mão me abata.

   
   
Pedro Luna

segunda-feira, fevereiro 15, 2021

O outro (São) Patrício faz hoje 33 anos...

 
Rui Pedro dos Santos Patrício (Leiria, Marrazes, 15 de fevereiro de 1988) é um futebolista português que atua como guarda-redes. Atualmente joga no Wolverhampton e é titular da Seleção Portuguesa.

Até 2018, antes se transferir para o Wolverhampton, havia passado toda a sua carreira no Sporting: fez a sua estreia aos 18 anos de idade e disputou mais de 464 partidas oficiais pelos leões, sendo o segundo jogador na história do clube que mais vestiu a camisola em jogos oficiais de futebol.

Fez a sua estreia pela Seleção em 2010, onde desde então tem sido titular. Representou Portugal no Euro 2012, no Campeonato do Mundo de 2014, no Euro 2016, na Taça das Confederações de 2017, na Campeonato do Mundo de 2018 e na Liga das Nações de 2018–19.

  

   
 
(imagem daqui)