Prece
Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância —
Do mar ou outra, mas que seja nossa!
in Mensagem - Fernando Pessoa
terça-feira, dezembro 01, 2009
Viva Portugal! Viva a Restauração!
Postado por Pedro Luna às 13:15 0 bocas
Marcadores: Dia da Restauração, Fernando Pessoa, Mensagem, poesia, Prece
Dia da Restauração!
O Desejado
Onde quer que, entre sombras e dizeres,
Jazas, remoto, sente-te sonhado,
E ergue-te do fundo de não-seres
Para teu novo fado!
Vem, Galaaz com pátria, erguer de novo,
Mas já no auge da suprema prova,
A alma penitente do teu povo
À Eucaristia Nova.
Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido,
Excalibur do Fim, em jeito tal
Que sua Luz ao mundo dividido
Revele o Santo Graal!
in Mensagem, Fernando Pessoa
Postado por Fernando Martins às 13:00 0 bocas
Marcadores: D. João IV, Dia da Restauração, Fernando Pessoa, O Desejado, poesia
4 anos d'A Educação do meu Umbigo - parabéns Paulo Guinote!
Pela frontalidade, respeito pelos outros e defesa da minha classe, mereceu-me há muito uma leitura diária, pelo que há que recordar convenientemente o momento, desta vez com base num pequeno filme feito por admiradores desse Blog:
Parabéns Paulo Guinote!
Postado por Fernando Martins às 12:32 0 bocas
Marcadores: A Educação do meu Umbigo, Blog, Paulo Guinote, professores
segunda-feira, novembro 30, 2009
Álvaro de Campos - Se te queres matar
Postado por Fernando Martins às 23:45 0 bocas
Marcadores: Álvaro de Campos, Fernando Pessoa, Miguel Torga, Paulo Autran, poesia, Se te queres matar
O Mar de Fernando Pessoa
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
in Mensagem, Fernando Pessoa
Postado por Adelaide Martins às 21:30 0 bocas
Marcadores: Fernando Pessoa, Mar Português, música, poesia
Hoje é dia da poesia
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Postado por Pedro Luna às 19:19 0 bocas
Marcadores: Autopsicografia, Fernando Pessoa, João Villaret, poesia
Fernando Pessoa morreu há 74 anos
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, juntamente com Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. Por ter vivido a maior parte de sua adolescência na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma. Teve uma vida discreta, em que actuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterónimos. A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre as suas vida e obra, além do fato de ser o centro irradiador da heteronímia, auto-denominando o autor um "drama em gente".
Morreu de cólica hepática aos 47 anos na mesma cidade onde nasceu, tendo a sua última frase sido escrita na língua inglesa: "I know not what tomorrow will bring... " ("Não sei o que o amanhã trará").
in Wikipédia
Postado por Fernando Martins às 00:20 0 bocas
Marcadores: Fernando Pessoa, João Villaret, O Menino de sua Mãe, poesia
domingo, novembro 29, 2009
Texto do Doutor Galopim de Carvalho
Candidatura incompleta
Esta candidatura integra onze jazidas, três em Portugal e oito em Espanha, escolhidas em função da sua importância e representatividade a fim de potenciar a relevância das muitas jazidas existentes na Península Ibérica. Designadamente, as jazidas propostas por Portugal são Pedreira do Galinha, no limite dos concelhos de Ourém e Torres Novas), Vale de Meios, no concelho de Santarém, e Pedra da Mua, no Cabo Espichel, no concelho de Sesimbra.
Os avaliadores foram acompanhados por representantes dos Ministérios do Ambiente, de Portugal, e da Cultura, de Espanha, directores-gerais de Cultura e Património das Comunidades Autónomas espanholas participantes na candidatura, presidentes das Autarquias portuguesas envolvidas geólogos e paleontólogos.
Como resultado desta visita, os avaliadores vão elaborar um relatório técnico com as suas recomendações a fornecer ao Comité de Património Mundial da UNESCO. Será este Comité, que integra 21 Estados, quem finalmente decidirá, na sua próxima sessão de Julho de 2010, em Brasília, acerca da inclusão dos Icnitos de Dinossáurios da Península Ibérica na lista do Património Mundial.
Não tendo sido chamado a integrar a parte portuguesa que participou na preparação desta candidatura, fui surpreendido pela não inclusão da grande jazida de Pego Longo, em Carenque, concelho de Sintra. Esta importante património, classificado como Monumento Natural (Dec. 19/97, de 5 de Maio) e deixado ao mais completo abandono pela instituição que o classificou e a quem incumbe a responsabilidade de zelar pela sua conservação, exibe um trilho de mais de 130 metros de comprimento, atribuído a um corpulento dinossáurio bípede (talvez um ornitópode), e um outro, mais pequeno, deixado por um carnívoro (terópode) de média estatura. Representa a mais moderna das jazidas, pois foi atribuída ao Cretácico superior (Cenomaniano, com 92 a 96 milhões de anos). A jazida de Carenque, cujo projecto de musealização foi aprovado em 2001 pela Câmara Municipal de Sintra, espera e desespera pela respectiva construção. Com bons acessos, este Monumento Natural encontra-se numa região de forte atracção turística, na imediata vizinhança de Lisboa e Sintra. Convém lembrar que a sua preservação forçou a abertura dos dois túneis da CREL que lhe passam por baixo, com um custo de oito milhões de euros, que correm o sério rico de serem desaproveitados.
Não custa admitir que a inclusão da jazida de Carenque (convenientemente limpa como, aliás, as outras o foram) na lista concorrente à referida candidatura, teria sido um grande passo sentido da concretização deste projecto.
Postado por Fernando Martins às 21:02 0 bocas
Marcadores: Dinossáurios, Galopim de Carvalho, icnitos, pegadas, Sopas de Pedra
Adeus George...
Hare Krishna, George...
Postado por Adelaide Martins às 20:00 0 bocas
Marcadores: anos 70, George Harrison, música, My Sweet Lord, The Beatles
Jantar-convívio de final de ano - 25 anos dos Amigos dos Açores
Caro(a)s Associado(a)s,
No próximo dia 12 de Dezembro decorrerá o passeio pedestre mensal de Dezembro, que terá uma pequena alteração em relação ao previsto: o trajecto a efectuar será Vista do Rei - Sete Cidades - Túnel - Mosteiros e não Mosteiros - Pico de Mafra tal como inicialmente previsto. As informações para inscrição nesta actividade serão enviadas a meados desta semana.Nesse mesmo dia realizar-se-á o jantar-convívio de final de ano pelas 20.00 horas no Restaurante Mandarina, na zona industrial dos Portões Vermelhos, no Cabouco (Lagoa). A ementa e preçário estão na seguinte figura.
Neste convívio para além de ser apresentada a lista de passeios para 2010 e decidida a data da visita de estudo à ilha da Madeira, a realizar no próximo ano em intercâmbio com a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal, serão assinalados os 25 anos dos Amigos dos Açores.
Convidam-se todo(a)s associado(a)s a estarem presentes.
Agradecem-se as Vossas inscrições para a nossa funcionária Carla Oliveira pelo telefone 296498004 ou para o email carlaoliveira@amigosdosacores.pt
Com os nossos cumprimentos,
Diogo Caetano
Av. Da Paz, 14, 9600-053 Pico da Pedra
São Miguel, Açores (Portugal)
Tel/Fax (+351) 296 498 004
www.amigosdosacores.pt
Postado por Fernando Martins às 15:26 0 bocas
Marcadores: Açores, Amigos dos Açores, percursos pedestres, S. Miguel
George Harrison - 8 anos de saudade
Postado por Pedro Luna às 13:42 1 bocas
Marcadores: anos 80, George Harrison, música, The Beatles
Here comes the Sun
Postado por Fernando Martins às 01:16 1 bocas
Marcadores: anos 60, George Harrison, música, The Beatles
sábado, novembro 28, 2009
Tertúlia da SCT 2009 - final
(Lisboa, 24.11.1906 - Lisboa, 17.02.1997)
Filho de um funcionário dos correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906 na lisboeta freguesia da Sé. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta da rua do Arco do Limoeiro (hoje rua Augusto Rosa), no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva para a sua vida.
Criança precoce, aos 5 anos escreve os primeiros poemas e aos 10 decide completar "Os Lusíadas" de Camões. No entanto, a par desta inclinação flagrante para as letras, quando, ao entrar para o liceu Gil Vicente, toma pela primeira vez contacto com as ciências, desperta nele um novo interesse, que se vai intensificando com o passar dos anos e se torna predominante no seu último ano de liceu.
Este factor será decisivo para a escolha do caminho a tomar no ano seguinte, aquando da entrada na Universidade, pois, embora a literatura o tenha acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem, além de procurar estabilidade, era extremamente pragmático e se sentia atraído pelas ciências justamente pelo seu lado experimental. Desta forma, a escolha da área das ciências, apesar de não ter sido fácil, dá-se.
E assim, enquanto Rómulo de Carvalho estuda Ciências Físico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, as palavras ficam guardadas para quando, mais tarde, surgir alguém que dará pelo nome de António Gedeão.
Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, forma-se em ciências pedagógicas na faculdade de letras da cidade invicta, prenunciando assim qual será a sua actividade principal daí para a frente e durante 40 anos - professor e pedagogo.
Começando por estagiar no Liceu Pedro Nunes e ensinar durante 14 anos no Liceu Camões, Rómulo de Carvalho é, depois, convidado a ir leccionar para o liceu D. João III, em Coimbra, permanecendo aí até, passados oito anos, regressar a Lisboa, convidado para professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do Liceu Pedro Nunes.
Exigente, comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Tal como afirmava sem hesitar, ser Professor tem de ser uma paixão - pode ser uma paixão fria mas tem de ser uma paixão. Uma dedicação. E assim, além da colaboração como co-director da "Gazeta de Física" a partir de 1946, concentra, durante muitos anos, os seus esforços no ensino, dedicando-se, inclusive, à elaboração de compêndios escolares, inovadores pelo grafismo e forma de abordar matérias tão complexas como a física e a química. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica a um nível mais amplo através da colecção Ciência Para Gente Nova e muitos outros títulos, entre os quais Física para o Povo, cujas edições acompanham os leigos interessados pela ciência até meados da década de 1970. A divulgação científica surge como puro prazer - agrada-lhe comunicar, por escrito e com um carácter mais amplo, aquilo que, enquanto professor, comunicava pela palavra.
A dedicação à ciência e à sua divulgação e história não fica por aqui, sendo uma constante durante toda a sua a vida. De facto, Rómulo de Carvalho não parou de trabalhar até ao fim dos seus dias, deixando, inclusive trabalhos concluídos, mas por publicar, que por certo vêm engrandecer, ainda mais, a sua extensa obra científica.
Apesar da intensa actividade científica, Rómulo de Carvalho não esquece a arte das palavras e continua, sempre, a escrever poesia. Porém, não a considerando de qualidade e pensando que nunca será útil a ninguém, nunca tenta publicá-la, preferindo destruí-la.
Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publica, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. No entanto, o livro surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no anonimato a que se votou.
O livro é bem recebido pela crítica e António Gedeão continua a publicar poesia, aventurando-se, anos mais tarde, no teatro e,depois, no ensaio e na ficção.
A obra de Gedeão é um enigma para os críticos, pois além de surgir, estranhamente, só quando o seu autor tem 50 anos de idade, não se enquadra claramente em qualquer movimento literário. Contudo o seu enquadramento geracional leva-o a preocupar-se com os problemas comuns da sociedade portuguesa, da época.
Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia, a vida e o sonho, a lucidez e a esperança. Aí reside a sua originalidade, difícil de catalogar, originada por uma vida em que sempre coexistiram dois interesses totalmente distintos, mas que, para Rómulo de Carvalho e para o seu "amigo" Gedeão, provinham da mesma fonte e completavam-se mutuamente.
A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.E, mais tarde, em 1972, José Nisa compõe doze músicas com base em poemas de Gedeão e produz o álbum "Fala do Homem Nascido".
O professor Rómulo de Carvalho, entretanto, após 40 anos de ensino,em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de Abril tomou conta do ensino em Portugal, decide reformar-se. Exigente e rigoroso, não se conforma com a situação. Nessa altura é convidado para leccionar na Universidade mas declina o convite.
Incapaz de ficar parado, nos anos seguintes dedica-se por inteiro à investigação publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência. Gedeão também continua a sonhar, mas o fim aproxima-se e o desejo da morrer determina, em 1984, a publicação de Poemas Póstumos.
Em 1990, já com 83 anos, Rómulo de Carvalho assume a direcção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, sete anos depois de se ter tornado sócio correspondente da Academia de Ciências, função que desempenhará até ao fim dos seus dias.
Quando completa 90 anos de idade, a sua vida é alvo de uma homenagem a nível nacional. O professor, investigador, pedagogo e historiador da ciência, bem como o poeta, é reconhecido publicamente por personalidades da política, da ciência, das letras e da música.
Infelizmente, a 19 de Fevereiro de 1997 a morte leva-nos Rómulo de Carvalho. Gedeão, esse já tinha morrido alguns anos antes, aquando da publicação de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos.
Avesso a mostrar-se, recolhido, discreto, muito calmo, mas ao mesmo tempo algo distante, homem de saberes múltiplos e de humor subtil, Rómulo de Carvalho que nunca teve pressa, mas em vida tanto fez, deixa, em morte, uma saudade imensa da parte de todos quantos o conheceram e à sua obra.
Postado por Fernando Martins às 11:51 0 bocas
Marcadores: António Gedeão, Desenhos do Rui, Rómulo de Carvalho, Semana da Ciência e da Tecnologia
sexta-feira, novembro 27, 2009
Tertúlia da SCT 2009 - VI
Pedra filosofal
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral
pináculo de catedral
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo de Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Columbina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
in Movimento Perpétuo, António Gedeão (1956)
Postado por Fernando Martins às 23:30 1 bocas
Marcadores: António Gedeão, Manuel Freire, música, Pedra Filosofal, poesia, Semana da Ciência e da Tecnologia
quinta-feira, novembro 26, 2009
O cantautor Fausto nasceu há 61 anos
Fausto Bordalo Dias, de seu nome completo Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias, também conhecido simplesmente por Fausto (Vila Franca das Naves, 26 de Novembro de 1948) é um compositor e cantor português.Álbuns de Originais
BiografiaEm Angola formou o primeiro grupo chamado Os Rebeldes.
Em 1968 começa em Lisboa os seus estudos universitários. Grava o seu primeiro disco em 1970.
Com 12 discos gravados entre 1970 e 2005 (dez de originais, uma colectânea regravada e um disco ao vivo), Fausto é presentemente um dos mais importantes nomes da música em geral e da música popular portuguesa em particular.
A sua obra tem sido revisitada por nomes como Mafalda Arnauth, Né Ladeiras, Teresa Salgueiro ou Cristina Branco.
Discografia
- Fausto
- Pró que der e vier (1974)
- Beco com saída (1975)
- Madrugada dos trapeiros (1977)
- Histórias de viajeiros (1979)
- Por este rio acima (1982)
- O Despertar dos alquimistas (1985)
- Para além das cordilheiras (1987)
- A preto e branco (1988)
- Crónicas da terra ardente (1994)
- A Ópera mágica do cantor maldito (2003)
Colectâneas
- O Melhor dos melhores (1994)
- Atrás dos tempos vêm tempos (1996)
- Grande grande é a viagem (ao vivo) (1999)
- 18 Canções de Amor e Mais Uma de Ressentido Protesto (2007)
in Wikipédia
Postado por Fernando Martins às 23:30 0 bocas
Marcadores: aniversário, Fausto, música, O cantor maldito
Feira de Minerais 2009 de Coimbra
Nos dias 27, 28 e 29 de Novembro de 2009, realiza-se a XV Feira de Minerais de Coimbra, no Museu Mineralógico e Geológico, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Largo Marquês de Pombal (mais propriamente em frente ao Laboratório Chimico, actual Museu da Ciência).Das 10.00 às 20.00 horasENTRADA LIVREDe ano para ano a feira tem-se tornado mais fraquinha, talvez pela falta de divulgação! Mas vale a pena visitar esta feira ímpar em Coimbra, nela poderão encontrar Gemas, Fósseis, Pedra Preciosas e Semi-Preciosas, Artigos de Decoração e Bijutarias (feitos a partir destes materiais), Âmbar, kits didácticos e artigos para coleccionismo.Há anos que frequento esta feira e aconselho! Só tenho pena de ver os expositores a diminuírem de ano para ano bem como o número de visitantes e que a divulgação seja pouco notória e pouco atempada.in Blog Vê Lá Se Gostas
Postado por Fernando Martins às 15:19 3 bocas
Marcadores: Coimbra, Feira de Minerais, Universidade de Coimbra
Tertúlia SCT 2009 - V
Poema da malta das naus
Lancei ao mar um madeiro,
espetei-lhe um pau e um lençol.
Com palpite marinheiro
medi a altura do Sol.
Deu-me o vento de feição,
levou-me ao cabo do mundo.
pelote de vagabundo,
rebotalho de gibão.
Dormi no dorso das vagas,
pasmei na orla das prais
arreneguei, roguei pragas,
mordi peloiros e zagaias.
Chamusquei o pêlo hirsuto,
tive o corpo em chagas vivas,
estalaram-me a gengivas,
apodreci de escorbuto.
Com a mão esquerda benzi-me,
com a direita esganei.
Mil vezes no chão, bati-me,
outras mil me levantei.
Meu riso de dentes podres
ecoou nas sete partidas.
Fundei cidades e vidas,
rompi as arcas e os odres.
Tremi no escuro da selva,
alambique de suores.
Estendi na areia e na relva
mulheres de todas as cores.
Moldei as chaves do mundo
a que outros chamaram seu,
mas quem mergulhou no fundo
do sonho, esse, fui eu.
O meu sabor é diferente.
Provo-me e saibo-me a sal.
Não se nasce impunemente
nas praias de Portugal.
in Teatro do Mundo - António Gedeão (1958)
Postado por Fernando Martins às 13:36 0 bocas
Marcadores: António Gedeão, Manuel Freire, música, Pedra d'Hera, Poema da malta das naus, poesia, Samuel, Semana da Ciência e da Tecnologia
Música de um aniversariante
Porque não me vês
Meu amor adeus
Tem cuidado
Se a dor é um espinho
Que espeta sozinho
Do outro lado
Meu bem desvairado
Tão aflito
Se a dor é um dó
Que desfaz o nó
E desata um grito
Um mau olhado
Um mal pecado
E a saudade é uma espera
É uma aflição
Se é Primavera
É um fim de Outono
Um tempo morno
É quase Verão
Em pleno Inverno
É um abandono
Porque não me vês
Maresia
Se a dor é um ciúme
Que espalha um perfume
Que me agonia
Vem me ver amor
De mansinho
Se a dor é um mar
Louco a transbordar
Noutro caminho
Quase a espraiar
Quase a afundar
E a saudade é uma espera
É uma aflição
Se é Primavera
É um fim de Outono
Um tempo morno
É quase Verão
Em pleno Inverno
É um abandono
Postado por Fernando Martins às 00:43 2 bocas
Marcadores: Fausto, música, Porque não me vês
quarta-feira, novembro 25, 2009
Tertúlia SCT - IV
Fala do Homem nascido
Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci
Trago boca para comer
e olhos para desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr
Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham
Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu
Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar
Postado por Fernando Martins às 19:21 0 bocas
Marcadores: Adriano Correia de Oliveira, anos 70, António Gedeão, Fala do Homem nascido, música, poesia, Semana da Ciência e da Tecnologia
Música de 2008 para geopedrados
Wild Beasts - Brave Bulging Buoyant Clairvoyants
C’mon we’re young, we’re young
Yet we’ll be dead as soon
C’mon we came, we came
From our mother’s womb to swoon
Brave Bulging Buoyant Clairvoyants
Adopting this young spirit of sin
To make the most, before we turn to ghost
Before, old friend, life’s just a means to an end
To make the most, before we turn to ghost
Swig the bottle, bottle
Slap the face of Aristotle
Race me, Race me, Race me, Race me
In yer fourth hand jalopy
Brave Bulging Buoyant Clairvoyants
Adopting this young spirit of sin
To make the most, before we turn to ghost
Before, old friend, life’s just a means to an end
To make the most, before we turn to ghost
My mother, she said, “you don’t delve in taboo”.
But mother, my moribund will come
When I’m through with taboo
Brave Bulging Buoyant Clairvoyants
Adopting this young spirit of sin
To make the most, before we turn to ghost
Before, old friend, life’s just a means to an end
To make the most, before we turn to ghost
That sink and pull in the guts
That’s this foolhardy flux
Postado por Fernando Martins às 16:15 0 bocas
Marcadores: 2008, Brave Bulging Buoyant Clairvoyants, música, Wild Beasts