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quinta-feira, junho 27, 2013

Guilhermina Suggia nasceu há 128 anos

Guilhermina Augusta Xavier de Medin Suggia (Porto, São Nicolau, 27 de junho de 1885 - Porto, 30 de julho de 1950) foi uma violoncelista portuguesa.

Filha de Augusto Jorge de Medin Suggia (Lisboa, 11 de março de 1851 - 29 de março de 1932), de ascendência italiana e espanhola, e de sua mulher Elisa Augusta Xavier (Lisboa, 26 de novembro de 1850 - 29 de outubro de 1932).
O pai foi violoncelista no Real Teatro de São Carlos e professor no Conservatório de Música de Lisboa. No seio deste ambiente familiar Guilhermina terá começado a estudar música aos 5 anos, tendo o seu pai como primeiro professor. A sua primeira aparição pública verificou-se quando tinha sete anos de idade, em Matosinhos.
Guilhermina ao violoncelo e a sua irmã Virgínia (3 anos mais velha) ao piano, eram convidadas para actuar no seio cultural portuense. Com apenas 13 anos, Guilhermina era violoncelista principal da Orquestra da Cidade do Porto, tocando também com o quarteto de cordas Bernardo Moreira de Sá. Em 1898, o pai consegue que ela tenha umas aulas com o famoso violoncelista catalão Pablo Casals, que nesse Verão actuava no casino de Espinho. Durante várias semanas Guilhermina e seu pai fazem os 16 quilómetros de comboio que separam a cidade do Porto da de Espinho, transportando o violoncelo e as partituras.
Em março de 1901 as duas irmãs atuaram no Palácio Real de Lisboa. Com 15 anos apenas, Guilhermina respondeu a uma interpelação da Rainha Dona Amélia sobre qual seria o sonho da sua vida, dizendo que gostaria de aperfeiçoar os seus conhecimentos musicais no estrangeiro.

Uns meses depois a coroa portuguesa concedeu-lhe uma bolsa para estudar no local da sua eleição, o que possibilitou a ida, acompanhada pelo pai, para o conservatório de Leipzig, Alemanha, onde iria aprender com Julius Klengel, violoncelista da famosa Gewandhaus Orquestra dirigida por Arthur Nikisch, em Novembro de 1901. A vida de pai e filha em Leipzig era extremamente difícil pois a bolsa cobria os custos com as aulas e a estadia de Guilhermina mas não de seu pai nem das despesas acessórias que iam sendo necessárias.
Família de poucos recursos, rapidamente a situação financeira se foi degradando, com a irmã mais velha, pianista até então já conhecida, a sacrificar a sua carreira futura para sustentar irmã e pais, dando aulas particulares de piano a um grupo de alunos. Com 20 anos, Virgínia providenciava o sustento da família sendo a única que trazia proventos e que financiava todo aquele investimento na irmã. Apesar da agudização da situação financeira, o regresso de Guilhermina foi adiado sucessivamente até à sua apresentação histórica no concerto comemorativo do aniversário da Orquestra Gewandhaus em 26 de fevereiro de 1903. Tinha apenas 17 anos. Nunca um intérprete tão jovem havia actuado com a orquestra, muito menos como solista e menos ainda do sexo feminino. O êxito foi total e, face aos pedidos do público, o maestro pediu-lhe que repetisse toda a actuação. Começava aqui o seu sucesso internacional.

Em março de 1903 regressa à sua terra natal, conquistando o público portuense num concerto em que actuou acompanhada pela sua irmã Virgínia.
A vida de Guilhermina transforma-se completamente e a partir dessa altura é acolhida nas salas de concerto pela Europa fora, na Suíça, Haia, Bremen, Amesterdão, Paris, Mogúncia, Bayreuth, Praga, Viena, Berlim, Rússia, Roménia onde o sucesso foi tão grande que o público lhe chamava “Paganina!” (referindo-se ao eterno Paganini).

Em 1906 Suggia está em Paris e toca para Casals, que havia conhecido oito anos antes em Espinho, e com quem se tinha reencontrado em Leipzig, durante as visitas do catalão ao professor Julius Klengel. Nesse mesmo ano começa a partilhar com ele a mesma casa, a Villa Molitor, sendo famosos os convívios do casal com pintores, músicos, filósofos e escritores. O romance com Pau Casals, músico famoso, encheu as páginas dos jornais. O compositor húngaro Emánuel Moór dedicou-lhes o "Concerto para dois violoncelos".
Todavia em 1913 o casal separa-se de uma forma abrupta, possivelmente por motivos passionais. Guilhermina muda-se para Londres no ano seguinte e Casals casa-se com uma cantora norte-americana.

Guilhermina vai viver para Londres tornando-se este o centro da sua actividade musical.
Durante a sua estadia em Londres tocou com a Royal Philharmonic Society, a State Simphony Orchestra, a BBC Symphony Orchestra, a London Symphony Orchestra. Os seus recitais no Royal Albert Hall ou no Wigmore Hall motivam as melhores críticas da imprensa da época.
As entradas em palco eram descritas como imponentes e a interpretação como revelando um domínio absoluto do instrumento e a compreensão total da obra tocada. As críticas da altura referem que os aplausos são estrondosos, ressoando nas salas com assistências enfeitiçadas. Suggia é, acima de tudo, aclamada.

Apesar de se manter ligada à capital inglesa, adquire em 1924 habitação no Porto, cidade onde se vem a casar, a 27 de agosto de 1927, com o médico José Casimiro Carteado Mena (10 de fevereiro de 1876 - 20 de março de 1949), de quem não teve descendência. Nos anos 30 regressa de vez à sua terra natal reforçando os laços musicais com compositores e intérpretes portugueses, tocando no Porto, em Lisboa, Aveiro, Viana do Castelo, Braga e pela mão de António Madeira, em Viseu.
No final dos anos 40 promove com Maria Adelaide de Freitas Gonçalves, directora do Conservatório de Música do Porto, a criação da Orquestra Sinfónica do Conservatório, integrando alunos finalistas dessa escola, tendo Guilhermina sido solista no concerto de apresentação da Orquestra, a 21 de junho de 1948, no Teatro Rivoli.
Em 1949, Guilhermina, com sinais da doença fatal que a afectava, cria o Trio do Porto, constituído por ela, pelo violinista Henri Mouton e pelo violetista François Broos.
Em 31 de maio de 1950 toca pela última vez em público, num recital no Teatro Aveirense, para os sócios do Círculo de Cultura Musical de Aveiro, acompanhada ao piano por Maria Adelaide de Freitas Gonçalves.
Em junho foi sujeita a uma cirurgia numa clínica em Londres mas foi detectado um cancro inoperável. Na altura é acarinhada pelos amigos e fica especialmente sensibilizada pelo bilhete e flores que recebe da Rainha de Inglaterra. Aceitando o seu destino, regressou ao Porto onde veio a falecer em casa na noite de 30 de julho de 1950.
Guilhermina Suggia tinha vários violoncelos. Entre eles destacam-se os famosos Stradivarius (Cremona, 1717) e Montagna (Cremona, 1700 - dúvidas no 3º algarismo mas supõe-se ser um zero). Por desejo testamentário foram ambos vendidos e com o fruto da sua venda foram instituídos prémios anuais aos melhores alunos de violoncelo da Royal Academy of Music de Londres, do Arts Council da Grã-Bretanha e do Conservatório de Música do Porto.
A 5 de outubro de 1937 foi agraciada com o grau de Comendadora da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, uma honra raras vezes concedida a senhoras, e a 2 de fevereiro de 1944 com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo. Em 1938 foi-lhe concedida a Medalha de Ouro da cidade do Porto.

quinta-feira, junho 20, 2013

Jacques Offenbach nasceu há 194 anos

Jacques Offenbach (Colónia, Alemanha, 20 de junho de 1819 - Paris, França, 5 de outubro de 1880), compositor e violoncelista francês de origem alemã da era romântica, foi um paladino da opereta e um precursor do teatro musical moderno.

Jacob Ebert, mais conhecido como Jacques Offenbach nasceu em Colónia, em 1819 e aprendeu as primeiros noções de música com o seu pai, Isaac, chazan (cantor) da sinagoga da cidade. Aos doze anos, Jacob era um exímio violoncelista, e a família decidiu enviá-lo para Paris, onde iria receber uma melhor educação musical. Após um ano de estudos o jovem músico passou a atuar na orquestra do Théâtre National de l'Opéra-Comique, quando desenvolveu uma parceria musical e grande amizade com o pianista e compositor Friedrich von Flotow. O compositor adotou uma nova identidade, e trocou o seu sobrenome por Offenbach, numa homenagem à cidade natal de seu pai, Offenbach am Main.
Considerado pela crítica como o "Liszt do violoncelo", ele não só se dedicou a compor várias obras para esse instrumento, bem como participou de uma série de concertos nas principais capitais europeias. Na corte londrina, apresentou-se para a Rainha Vitória I e o príncipe Alberto.
Em 1858, Paris começou a viver o período de frivolidade e decadência do Segundo Império. A cidade, administrada pelo Barão Georges-Eugène Haussmann, passava por um moderno processo de urbanização, caracterizado pela abertura de novas e amplas avenidas, chamadas boulevards. Os espetáculos teatrais começaram a explorar com humor, o espírito, a inteligência e o divertimento, característicos da vida parisiense.
Foi nesta época que estreou a primeira opereta de Offenbach, Orfeu no Inferno, onde um de seus temas musicais, o Can-Can, adquiriu notoriedade internacional. A fama e a popularidade de Offenbach subiram às alturas. Num espaço de dez anos ele escreveu noventa operetas, a maioria de grande sucesso, como La Belle Hélène, La Vie Parisienne, La Grande-duchesse de Gérolstein e La Princesse de Trébizonde. Segundo Carpeaux, Offenbach regeu o 'can-can' que as plateias dançavam, sendo um participante embriagado e espectador cínico da orgia.
A derrota dos franceses na guerra franco-prussiana de 1870 e os incêndios da comuna de Paris colocaram um final na temporada de danças, risos e champanhe. Offenbach, apesar de suas raízes alemãs, considerava-se um genuíno parisiense, e entrou em profunda depressão após a humilhante derrota sofrida pela França, ante as tropas prussianas de Otto von Bismarck.
Depois de um malogrado 'tour' pelos Estados Unidos e com a sua fortuna delapidada, Offenbach passou a demonstrar um amargo arrependimento por ter desperdiçado o seu talento, compondo músicas populares e de gosto duvidoso. Atraído pelas histórias fantásticas do escritor e compositor alemão Ernst Theodor Amadeus Wilhelm Hoffmann, ele lançou-se febrilmente na tarefa de compor uma ópera séria que ficasse para a posteridade.
Com 60 anos e muito doente, ele trabalhou com afinco para concluir Os contos de Hoffmann. O criador de operetas, não conseguiu realizar o grande sonho de assistir à montagem de sua primeira grande ópera de sucesso. Ele morreu em Paris, no dia cinco de outubro de 1880 e a estreia de sua jóia musical só iria ocorrer cinco meses depois. A ópera foi considerada o maior evento da temporada, atingindo um recorde de 101 apresentações.


quarta-feira, março 27, 2013

Rostropovich nasceu 86 anos


Mstislav Leopoldovitch Rostropovich (27 de março de 1927, Baku - 27 de abril de 2007, Moscovo) foi um violoncelista e maestro russo (tendo-se mais tarde naturalizado americano), unanimemente apontado como o maior violoncelista do século XX.
Nasceu no Azerbaijão, parte então da União Soviética. Ainda quanto era muito pequeno, a sua família mudou-se para Moscovo. Estudou no conservatório da capital (do qual mais tarde seria docente) tendo como professores, entre outros, Dmitri Shostakovitch e Serguei Prokofiev.
Estreou diversas obras para violoncelo dos principais compositores contemporâneos, como a 'Sinfonia concertante em mi menor, opus 125' de Serguei Prokofiev, os dois concertos para violoncelo de Dmitri Shostakovich e as Sinfonia para violoncelo e Sonata para violoncelo e piano de Benjamin Britten.
Rostropovich lutou por uma arte sem fronteiras, pela liberdade de expressão e pelos valores democráticos, resultando disso repressão sobre a sua atividade por parte do regime soviético comunista. Em 1974, Rostropovich fugiu da então URSS devido à sua defesa intransigente dos direitos humanos e ao seu apoio a figuras dissidentes, como o escritor Aleksandr Solzhenitsyn. Em 1978 acabaria por ver a sua cidadania da União Soviética revogada devido à sua oposição ao regime. Conseguiu regressar ao país apenas 16 anos depois, quando Mikhail Gorbachov era o líder da União Soviética, então uma entidade política agonizante.


sábado, dezembro 29, 2012

Pau Casals nasceu há 136 anos

Pau Carles Salvador Casals i Defilló, ou, simplesmente, Pau Casals i Defilló (Vendrell, 29 de dezembro de 1876 - San Juan de Porto Rico, 22 de outubro de 1973) foi um virtuoso violoncelista e maestro espanhol catalão.

Ironicamente, Pau Casals tornou-se conhecido internacionalmente pelo seu nome em castelhano, Pablo, com a curiosidade de ser um grande incentivador da luta contra a ditadura de Francisco Franco e o domínio nazi. Por fim, o nome imposto pelo regime franquista, ficou gravado e é por ele que é mais conhecido.
Casals demonstrou talento desde pequeno, obtendo fama internacional ainda jovem. Centralizando as suas atividades de músico em Paris, percorreu a Europa e os Estados Unidos da América promovendo concertos e recitais.
Ao mesmo tempo, formou uma orquestra em Barcelona, atuando também como maestro. Contudo, ela desenvolveu-se na turbulência da revolta e guerra civil conduzida pelo general Franco. Por ser um ardente patriota e republicano, recusou-se a viver sob a ditadura e exilou-se na França. Contudo, o amor pela pátria levou-o a morar em Prades, uma pequena cidade no sul da França no sopé dos Pirenéus, não muito longe da sua terra natal.
Logo depois eclodiu a Segunda Guerra Mundial e Casals continuou a sua resoluta oposição contra o governo de Franco, combatendo também os fascistas alemães e italianos que o apoiavam. Os nazis ameaçaram-no, tentando suborná-lo, mas ele manteve-se firme nas suas convicções e ajudou os refugiados da Espanha fascista.
Quando a guerra terminou e a paz voltou a reinar na França, muitos músicos foram a Prades estudar com Casals.
Em junho de 1950, ele organizou um festival de música para incentivar os jovens artistas. Foi o início do Festival de Prades, que mais tarde tornou-se conhecido em todo o mundo.
Casals foi convidado para dar um concerto, no dia 24 de outubro de 1958, para festejar o dia das Nações Unidas, na sua sede, em Nova York. Nessa oportunidade Casals propôs a união da humanidade em busca da paz, através da Hino à Alegria, de Beethoven.
Citações
"Não sou político, sou simplesmente um artista. Mas a questão é definir a arte como um passatempo fora do contexto da vida diária dos homens, ou como um meio para preservar o significado original da existência humana. A política não é tarefa dos artistas, mas, na minha opinião, temos a obrigação de tomar uma clara posição, qualquer que seja o sacrifício que isso acarrete, se a dignidade do homem estiver em jogo."

"A música - maravilhosa linguagem universal que todos compreendem - deve contribuir de tal forma a aproximar os seres humanos. Por isso, faço um apelo a todos os músicos, especialmente aos meus companheiros, para pedir-lhes que ponham a pureza de sua arte a serviço da humanidade para criar relações fraternas e iluminadas entre os homens do mundo inteiro. O Hino à Alegria de Beethoven, da Nona Sinfonia, tornou-se símbolo do amor à humanidade. Proponho, portanto, que todas as cidades que tenham uma orquestra e um coral participem da execução do Hino à Alegria num mesmo dia, transmitindo esse evento para todos os recantos do mundo pela rádio e televisão até às mais pequenas comunidades como uma oração pela paz que tanto almejamos."


O vos omnes - Pau Casals (1932)

O vos omnes qui transitis per viam, attendite et videte:
Si est dolor similis sicut dolor meus.
Attendite, universi populi, et videte dolorem meum.
Si est dolor similis sicut dolor meus.


quarta-feira, junho 20, 2012

Offenbach nasceu há 193 anos

Jacques Offenbach (Colónia, Alemanha, 20 de junho de 1819 - Paris, França, 5 de outubro de 1880), compositor e violoncelista francês de origem alemã da Era Romântica, foi um paladino da opereta e um percursor do teatro musical moderno.

Jacob Ebert, mais conhecido como Jacques Offenbach nasceu em Colónia, em 1819 e aprendeu as primeiros noções de música com seu pai, Isaac, chazan (cantor) da sinagoga da cidade. Aos doze anos, Jacob era um exímio violoncelista, e a família decidiu enviá-lo a Paris, onde iria receber uma melhor educação musical. Após um ano de estudos o jovem músico passou a atuar na orquestra do Théâtre national de l'Opéra-Comique, quando desenvolveu parceria musical e uma grande amizade com o pianista e compositor Friedrich von Flotow. O compositor adotou uma nova identidade, e trocou seu sobrenome para Offenbach, numa homenagem à cidade natal de seu pai, Offenbach am Main.
Considerado pela crítica como o "Liszt do violoncelo", ele não só se dedicou a compor várias obras para esse instrumento, bem como participou de uma série de concertos nas principais capitais europeias. Na corte londrina, apresentou-se para a Rainha Vitoria I e o príncipe Alberto.
Em 1858, Paris começou a viver o período de frivolidade e decadência do Segundo Império. A cidade, administrada pelo Barão Georges-Eugène Haussmann, passava por um moderno processo de urbanização, caracterizado pela abertura de novas e amplas avenidas, chamadas boulevards. Os espetáculos teatrais começaram a explorar com humor, o espírito, a inteligência e o divertimento, característicos da vida parisiense.
Foi nesta época que estreou a primeira opereta de Offenbach, Orfeu no Inferno, onde um de seus temas musicais, o Can-Can, adquiriu notoriedade internacional. A fama e a popularidade de Offenbach subiram às alturas. Num espaço de dez anos ele escreveu noventa operetas, a maioria de grande sucesso, como La Belle Hélène, La Vie Parisienne, La Grande-duchesse de Gérolstein e La Princesse de Trébizonde. Segundo Carpeaux, Offenbach regeu o can-can que as plateias dançavam, sendo um participante embriagado e espectador cínico da orgia.
A derrota dos franceses na guerra franco-prussiana de 1870 e os incêndios da comuna de Paris colocaram um final na temporada de danças, alegria e champanhe. Offenbach, apesar de suas raízes alemãs, considerava-se um genuíno parisiense, e entrou em profunda depressão após a humilhante derrota sofrida pela França, ante as tropas prussianas de Otto von Bismarck.
Depois de um malogrado tour pelos Estados Unidos e com sua fortuna delapidada, Offenbach passou a demonstrar um amargo arrependimento por ter desperdiçado o seu talento, compondo músicas populares e de gosto duvidoso. Atraído pelas histórias fantásticas do escritor e compositor alemão Ernst Theodor Amadeus Wilhelm Hoffmann, ele se lançou febrilmente na tarefa de compor uma ópera séria que ficasse para a posteridade.
Com 60 anos e muito doente, ele trabalhou com afinco para concluir Os contos de Hoffmann. O criador de operetas, não conseguiu realizar o grande sonho de assistir a montagem de sua primeira grande ópera de sucesso. Ele morreu em Paris, no dia cinco de outubro de 1880 e a estreia de sua jóia musical só iria ocorrer cinco meses depois. A ópera foi considerada o maior evento da temporada, atingindo um recorde de 101 apresentações.


sexta-feira, abril 27, 2012

Rostropovich morreu há 5 anos

Mstislav Leopoldovitch Rostropovich (27 de março de 1927, Baku - 27 de abril de 2007, Moscovo) foi um violoncelista e maestro russo (tendo-se mais tarde naturalizado americano), unanimemente apontado como o maior violoncelista do século XX.
Nasceu no Azerbaijão, parte então da União Soviética. Ainda quanto era muito pequeno, a sua família muda-se para Moscovo. Estudou no conservatório da capital (do qual mais tarde seria docente) tendo como professores, entre outros, Dmitri Shostakovitch e Serguei Prokofiev.
Estreou diversas obras para violoncelo dos principais compositores contemporâneos, como a 'Sinfonia concertante em mi menor, opus 125' de Serguei Prokofiev, os dois concertos para violoncelo de Dmitri Shostakovich e as Sinfonia para violoncelo e Sonata para violoncelo e piano de Benjamin Britten.
Rostropovich lutou por uma arte sem fronteiras, pela liberdade de expressão e pelos valores democráticos, resultando em reprimendas por parte do regime soviético comunista. Em 1974, Rostropovich fugiu da então URSS devido à sua defesa intransigente dos direitos humanos e ao seu apoio a figuras dissidentes, como o escritor Aleksandr Solzhenitsyn. Em 1978 acabaria por ver a sua cidadania na União Soviética revogada devido à sua oposição ao regime. Conseguiu regressar ao país apenas 16 anos depois, quando Mikhail Gorbachov era o líder da União.


terça-feira, março 27, 2012

Rostropovich nasceu há 85 anos

Mstislav Leopoldovitch Rostropovich (27 de março de 1927, Baku - 27 de abril de 2007, Moscovo) foi um violoncelista e maestro russo (tendo-se mais tarde naturalizado americano), unanimemente apontado como o maior violoncelista do século XX.
Nasceu no Azerbaijão, parte então da União Soviética. Ainda quanto era muito pequeno, a sua família muda-se para Moscovo. Estudou no conservatório da capital (do qual mais tarde seria docente) tendo como professores, entre outros, Dmitri Shostakovitch e Serguei Prokofiev.
Estreou diversas obras para violoncelo dos principais compositores contemporâneos, como a 'Sinfonia concertante em mi menor, opus 125' de Serguei Prokofiev, os dois concertos para violoncelo de Dmitri Shostakovich e as Sinfonia para violoncelo e Sonata para violoncelo e piano de Benjamin Britten.
Rostropovich lutou por uma arte sem fronteiras, pela liberdade de expressão e pelos valores democráticos, o que resultou em repressão por parte do regime soviético comunista. Em 1974, Rostropovich fugiu da então URSS devido à sua defesa intransigente dos direitos humanos e ao seu apoio a figuras dissidentes, como o escritor Aleksandr Solzhenitsyn. Em 1978 acabaria por ver a sua cidadania na União Soviética revogada devido à sua oposição ao regime. Conseguiu regressar ao país apenas 16 anos depois, quando Mikhail Gorbachov era o líder da União Soviética.


segunda-feira, janeiro 16, 2012

O grande maestro Toscanini morreu há 55 anos

Arturo Toscanini (Parma, 25 de Março de 1867 - Nova Iorque, 16 de janeiro de 1957) foi um maestro italiano. Um dos mais aclamados músicos do século XIX e XX, ele foi renomeado pela sua brilhante intensidade, seu inquieto perfecionismo, seu fenomenal ouvido para detalhes e sonoridade da orquestra e sua memória fotográfica. Ele é especialmente considerado um brilhante intérprete das obras de Giuseppe Verdi, Ludwig van Beethoven, Johannes Brahms e Richard Wagner.

Biografia
Toscanin nasceu em Parma, e conquistou uma bolsa para o conservatório musical local, onde estudou violoncelo. Ele ingressou na orquestra de uma companhia de ópera, com qual fez tournée para a América do Sul em 1886. Enquanto apresentava Aida, na sua tournée pelo Rio de Janeiro em 1886, Leopoldo Miguez, o condutor local, atingiu o ápice de uma escalada de conflito com os músicos, devido ao seu trabalho bastante pobre, a tal ponto em que os cantores entraram em greve, forçara o empresário da companhia a procurar um maestro substituto. O maestro Aristide Venturi foi chamado, mas não foi aceito pelo público, então, de última hora, os músicos sugeriram que Toscanini conduzisse a ópera, assim, às 21.15 horas ele tomou a batuta e conduziu duas horas e meia de ópera apenas de memória. O público foi tomado de surpresa, num primeiro momento pela juventude deste desconhecido maestro, e em seguida, pela sua sólida mestria. O resultado foi numa aclamação surpreendente. Ele conduziu dezoito óperas até o fim da tournée, começando assim, a sua carreira como maestro, aos dezanove anos de idade.
Ao voltar para a Itália, Toscanini continuou a tocar violoncelo e participou como violoncelista na estreia mundial de Otello (Verdi) no La Scala no ano de 1887, sob a supervisão do compositor. Verdi ficou impressionado com Toscanini, principalmente quando ele foi consultar Verdi sobre uma pontuação na partitura. Gradualmente a reputação do jovem músico como um maestro começou a se firmar. Na década seguinte ele consolidou sua carreira na Itália, nas estreias mundiais de La Bohème (Giacomo Puccini) e Pagliacci (Ruggiero Leoncavallo). Em 1896 Toscanini conduziu seu primeiro concerto sinfónico (em Turim, com obras de Schubert, Brahms, Tchaikovsky e Wagner). Em 1898 ele foi o maestro residente no La Scala, permanecendo lá até 1908, voltando para este posto na década de 1920. Ele levou a Orquestra do La Scala para os Estados Unidos em uma tournée em 1920/21, onde fez a sua primeira gravação.

Reconhecimento internacional
Fora da Europa, ele conduziu no Metropolitan Opera em Nova Iorque (1908 - 1915) bem como a Orquestra Filarmónica de Nova Iorque (1926 - 1936). Toscanini percorreu a Europa com a Filarmónica de Nova Iorque em 1930, ele e os músicos foram aclamados pela crítica e público. Toscanini foi também o primeiro maestro não alemão a aparecer em Bayreuth (1930 - 1931) e a Orquestra Filarmónica de Nova Iorque foi a primeira orquestra não alemã a tocar ali. Na década de 1930 ele se apresentou no Festival de Salzburgo (1934 - 1937) e em 1936 ele conduziu o concerto inaugural da Orquestra Sinfónica da Palestina (que passou a ser Orquestra Filarmónica de Israel) em Tel Aviv, se apresentando com ela em Jerusalém , Haifa, Cairo e Alexandria.

Oposição ao Governo  Fascista Italiano
Em 1919, Toscanini concorreu, sem êxito, ao lugar de parlamentar pelo partido fascista em Milão. Ele foi apelidado de O melhor maestro do mundo pelo líder fascista Benito Mussolini. No entanto, ele tornou-se desiludido com o fascismo e repetidamente desafiou o ditador italiano, após sua subida ao poder, em 1922. Ele recusou-se a mostrar a fotografia de Mussolini ou a conduzir o hino fascista no La Scala. Ele falou para um amigo "Se eu fosse capaz de matar um homem, eu mataria Mussolini".
No concerto em memória do compositor italiano Giuseppe Martucci, no dia 14 de maio de 1931, no Teatro Comunale em Bologna, foi ordenado que ele começasse a tocar Giovinezza, mas ele recusou pois o ministro dos negócios exteriores fascista estava presente. Mussolini tinha posto sob escuta  o telefone de Toscanini, mantendo-o sob constante vigilância e retirando-lhe o seu passaporte. O passaporte foi devolvido somente após o clamor mundial para o tratamento de Toscanini. Ele ficou fora da Itália até 1938.

Orquestra Sinfónica da NBC
Toscanini voltou para os Estados Unidos, onde em 1937 tinha sido criada a Orquestra Sinfónica NBC. Ele conduziu o seu primeiro concerto com a orquestra dia 25 de dezembro de 1937, no estúdio 8-H da NBC, no Centro Rockefeller de Nova Iorque. A acústica do estúdio era muito seca; algumas remodelações em 1939, onde foi acrescentado um pouco mais de reverberação.
Toscanini foi criticado muitas vezes por não conduzir músicas norteamericanas, no entanto, em 5 de novembro de 1938 ele conduziu a estreia mundial de dois trabalhos orquestrais de Samuel Barber. Em 1945 ele conduziu a orquestra em gravações no Carnegie Hall. Nesse período ele gravou obras de John Philip Sousa, Howard Hanson, Bernard Wagenaar, Abram Chasins, Aaron Copland, Samuel Barber e George Gershwin.
Em 1940 Toscanini fez uma tournée com a orquestra pela América do Sul. Mais tarde naquele ano, ele teve desentendimentos com a gestão da NBC. Então no dia 10 de Março ele escreveu uma carta aos gestores, alegando que queria "retirar-se da cena de uma arte militante" e assim recusou a assinar um novo contrato. Então Leopold Stokowski assinou um contrato de 3 anos com a orquestra. Toscanini sofreu uma mudança e acabou voltando a orquestra, tomando o controle total em 1944.
Uma das transmissões mais notáveis aconteceu em Julho de 1942, quando Toscanini conduziu a estreia norteamericana da Sinfonia Nº7 de Shostakovich. Em 1950 Toscanini conduziu a orquestra em uma extensa turnê transcontinental.
No dia 4 de Abril de 1954, no Carnegie Hall, Toscanini sofreu de um lapso de memória, alegadamente causados por um ataque isquémico transitório. Depois disso ele nunca mais realizou concertos em público. Toscanini tinha 87 anos quando se aposentou. Após sua aposentadoria a Orquestra Sinfónica NBC foi reorganizada como a Orquestra Sinfónica do Ar, até que foi dissolvida em 1963.

Anos finais e família
Com a ajuda do seu filho Walter, Toscanini passou seus últimos anos editando fitas e transcrições de seus desempenhos com a Sinfónica NBC.
Toscanini morreu com 89 anos de idade, graças a um acidente vascular cerebral em sua casa, em Riverdale na Cidade de Nova Iorque no dia 16 de janeiro de 1957. Seu corpo retornou a Itália e foi enterrado no Cemitério Monumentale em Milão. Em seu testamento, ele deixou sua batuta para a sua protegida, a soprano Herva Nelli. Toscanini foi postumamente premiado com o Grammy Lifetime Achievement Award em 1987.
Toscanini casou com Carla de Martini em 21 de junho de 1897, quando ela ainda não tinha completado vinte anos de idade. O seu primeiro filho, Walter, nasceu dia 19 de março de 1898. Uma filha, Wally, nasceu dia 6 de janeiro de 1900. Carla também deu à luz um menino, Giorgio, em setembro de 1901, mas ele acabou morrendo de difteria dia 10 de junho de 1906. Então, naquele mesmo ano, Carla deu à luz sua segunda filha, Wanda.
Apesar das infidelidades de Toscanini, comprovadas em cartas, ele permaneceu casado com Carla até a morte dela, no dia 23 de junho de 1951.

Estreias
Toscanini conduziu estreias mundiais de muitas óperas (incluindo Pagliacci, La Bohème, La Fanciulla del West e Turandot). Todas as suas estreias foram:
  • Pagliacci (Ruggiero Leoncavallo) - Milão, 21 de maio, 1892
  • Guglielmo Swarten (Gnaga) - Roma, 15 de november, 1892
  • Savitri (Natale Canti) - Bolonha, 1 de decembro, 1894
  • Emma Liona (Antonio Lozzi) - Veneza, 24 de Maio, 1895
  • La Bohème (Giacomo Pucci)ni - Turim, 1 de febreiro, 1896
  • Forza d'Amore (Arturo Buzzi-Peccia) - Turim, 6 de março, 1897
  • La Camargo (Enrico de Leva) - Turim, 2 de março, 1898
  • Anton (Cesare Galeotii) - Milão, 17 de dezembro, 1900
  • Zaza (Leoncavallo) - Milão, 10 de novembro, 1900
  • Le Maschere (Pietro Mascagni) - Milão, 17 de janeiro, 1901
  • Mosè (Don Lorenzo Perosi) - Milão, 16 de novembro, 1901
  • Germania (Alberto Franchetti) - Milão, 11 de março, 1902
  • Oceana (Antonio Smareglia) - Milão, 22 de janeiro, 1903
  • Cassandra (Vittorio Gnecchi) - Bolonha, 5 de dezembro, 1905
  • Gloria (Francesco Cilea) - Milão, 15 de abril, 1907
  • La Fanciulla del West (Puccini) - Nova Iorque, 10 de dezembro, 1910
  • Madame Sans-Gène (Umberto Giordano - Nova Iorque, 25 de janeiro, 1915
  • Debora e Jaele by Ildebrando Pizzetti) - Milão, 16 de dezembro, 1922
  • Nerone (Arrigo Boito - acabada por Toscanini e Vincenzo Tommasini) - Milão, 1 de maio, 1924
  • La Cena delle Beffe (Giordano) - Milão, 20 de december, 1924
  • I Cavalieri di Ekebu (Riccardo Zandonai) - Milão, 7 de março, 1925
  • Turandot (Puccini) - Milão, 25 de abril, 1926
  • Fra Gherado (Pizzetti) - Milão, 16 de maio, 1928
  • Il Re (Giordano) - Milão, 12 de janeiro, 1929
  • Adagio for Strings and First Essay for Orchestra (Samuel Barber) - Orquestra Sinfónica da NBC, Nova Iorque, 5 de novembro, 1938
  • Western Suite (Elie Siegmeister) - Orquestra Sinfónica da NBC, Nova Iorque, novembro de 1945.

quinta-feira, dezembro 29, 2011

Pablo Casals tocando Bach


Em Agosto de 1954, com a bonita idade de 77 anos, Pablo Casals (1876-1973) toca o Solo em G-Major para Violoncelo (BWV 1007 - Suite para violoncelo solo n.º 1 em Sol maior), de Bach, na Abadia "Saint-Michel-de-Cuxa", um mosteiro católico localizado a sul da pequena cidade de Prades, na França (perto da sua Catalunha natal).

Pau Casals nasceu há 135 anos

Pau Casals o Pau Carles Salvador Casals i Defilló (Vendrell, 29 de diciembre de 1876 - San Juan de Puerto Rico, 22 de octubre de 1973), más conocido como Pau Casals, y también como Pablo Casals en Latinoamérica y el mundo anglosajón, es uno de los músicos españoles más destacados del siglo XX. De padre español y madre puertorriqueña, Casals es considerado uno de los mejores violonchelistas de todos los tiempos.
Una de sus composiciones más célebres es el "Himno de las Naciones Unidas", conocido como el "Himno de la Paz", compuesto mientras residía en su segunda patria, Puerto Rico (donde había nacido y se había criado con su madre), y donde residían otros españoles renombrados internacionalmente, como Juan Ramón Jiménez y Francisco Ayala. Magnífico director de orquesta y notabilísimo compositor, Casals fue siempre un artista completísimo, de férrea disciplina y gran dedicación.
Además de destacar como intérprete, Pau Casals también fue reconocido por su activismo en la defensa de la paz, la democracia, la libertad y los derechos humanos, que le valieron prestigiosas condecoraciones como la Medalla de la Paz de la ONU y ser nominado al Premio Nobel de la Paz. Casals también manifestó públicamente su oposición al régimen franquista y su deseo de ver una Cataluña no necesariamente independiente pero con un grado alto de autonomía (vide cap. V de sus memorias, dictadas originariamente en francés a Albert E. Kahn y traducidas al catalán como Joia i Tristor).
Pau Casals murió el 22 de octubre de 1973, a la edad de 96 años, en San Juan de Puerto Rico, a consecuencia de un ataque al corazón. Fue enterrado en el Cementerio Conmemorativo de San Juan de Puerto Rico. En esa localidad se organiza el actual Festival Casals de Puerto Rico y está ubicado el Museo Pablo Casals.
El 9 de noviembre de 1979, restablecida la democracia en España, sus restos fueron trasladados al cementerio de Vendrell, su población natal, donde actualmente descansan.
En el centro de Vendrell se ubica la Casa-Museo de Pau Casals, y en el barrio de San Salvador de la misma población, la sede de la Fundación Pau Casals, con otra casa-museo frente a un auditorio bautizado con su nombre, y con un busto realizado por el escultor Josep María Subirachs.

Entre las contribuciones más importantes de Pau Casals destaca haber cambiado la técnica de la interpretación de violonchelo, buscando movimientos más naturales alejados de la técnica rígida del siglo XIX y pegando el arco a las cuerdas siempre. Rescató del olvido las estupendas suites para violonchelo de Johann Sebastian Bach, son legendarias las grabaciones que de ellas hizo entre 1936 y 1939, aunque las grabó repetidamente.
Casals mostró ya desde su infancia una gran sensibilidad por la música. Su padre, Carles Casals i Ribes, también músico, le transmitió los primeros conocimientos musicales, que Pau Casals amplió con estudios en Barcelona y Madrid. En esta ciudad compartió estudios con el otro grande del violonchelo español del siglo XX, Juan Ruiz Casaux, siendo ambos discípulos del catedrático de la Escuela Nacional de Música, Víctor Mirecki, iniciador de la escuela violonchelística española moderna, y de Jesús de Monasterio en la cátedra de perfeccionamiento de música de cámara. Con tan solo 23 años, inició su trayectoria profesional y actuó como intérprete en los mejores auditorios del mundo.
En calidad de intérprete, aportó cambios innovadores a la ejecución del violonchelo e introdujo nuevas posibilidades técnicas y expresivas. Como director, buscaba igualmente la profundidad expresiva, la esencia musical que sabía alcanzar con el violonchelo. Son especialmente conocidas las versiones que dirigió en el Festival de Malborough: Los Conciertos de Brandemburgo de J.S. Bach, su músico predilecto, Sinfonías de W. A. Mozart, etc.
Pau Casals ejerció también como profesor en el Real Conservatorio de Madrid. Además de violonchelista, también desarrolló su carrera como compositor, dejando un legado de obras, entre las que se incluyen el oratorio El Pessebre, que presentó en diversos países. Popularizó la antigua canción catalana "El cant dels ocells" tocándola en la sede de la ONU; ésta melodía ha acabado erigiéndose en un verdadero canto a la paz. En 1973, muere en San Juan de Puerto Rico: el gobierno del país declara tres días de luto nacional, se reciben las condolencias de todos los jefes importantes de estado, los grandes músicos y el pueblo en general. En la Ciudad de México, desde el teatro principal, El Palacio de las Bellas Artes, se presenta el poema sinfónico El Pessebre con renombrados solistas, dos orquestas y coro, dirigidos por Enrique Gimeno que fue retransmitido por satélite internacionalmente.





El cant dels ocells

Al veure despuntar el major lluminar en la nit més ditxosa,
els ocellets cantant a festejar-lo van amb sa veu melindrosa.

L'àliga imperial pels aires va voltant, cantant amb melodia,
dient: 'Jesús és nat per treure'ns de pecat i dar-nos l'Alegria'.

Respon-li lo pardal: 'Esta nit és Nadal, és nit de gran contento'.
El verdum i el lluer diuen, cantant també: 'Oh, que alegria sento!'

Cantava el passerell: 'Oh, que formós i que bell és l'Infant de Maria!'.
I lo alegre tord: 'Vençuda n'és la mort, ja neix la Vida mia'.

Cantava el rossinyol: 'Hermós és com un sol, brillant com una estrella'.
La cotxa i lo bitxac festegen el manyac i sa Mare donzella.

La garsa, griva i gaig diuen: 'Ja ve lo maig'. Respon la cadernera:
'Tot arbre reverdeix, tota planta floreix, com si tot fos primavera'.





El canto de los pájaros

Al ver despuntar el mayor resplandor en la noche más dichosa
los pajaritos van a cantarle con su melosa voz

El águila imperial va por los aires, cantando con melodía,
diciendo: Jesús ha nacido para librarnos del pecado y darnos la Alegría

Le responde el gorrión: Esta noche es Navidad, es noche de gran contento.
El verderón y el lúngano dicen, cantando también: ¡Oh, qué alegría siento!

Cantaba el pardillo: ¡Oh, qué hermoso y qué bello es el Hijo de María!
Y el tordo alegre: Vencida ha sido la muerte, ya nace mi Vida

Cantaba el ruiseñor: Es hermoso como un sol, brillante como una estrella.
El colirrojo y la tarabilla celebran la criatura y su Madre doncella

La graza, el zorzal y el arrendajo dicen: Ya viene el mayo. Responde el jilguero:
Todo árbol reverdece, toda planta florece, como si todo fuese primavera

sexta-feira, outubro 07, 2011

Yo-Yo Ma - 56 anos

Yo-Yo Ma (Paris, 7 de outubro de 1955) é um músico norte-americano nascido na França, de origem chinesa, considerado um dos melhores violoncelistas da história.

Infância
Yo-Yo Ma nasceu na França numa família de origem chinesa com forte influência musical. Sua mãe, Marina Lu, era cantora, e seu pai, Hiao-Tsiun Ma, era maestro e compositor. Ma começou estudando violino e depois viola, antes de se interessar pelo violoncelo, instrumento que começou a manipular aos quatro anos de idade, com seu pai. Depois de um primeiro concerto em Paris, aos seis anos de idade, a família de Ma se muda para Nova York.
Ma era uma criança prodígio, tendo aparecido na televisão norte-americana com oito anos de idade, em um concerto conduzido por Leonard Bernstein. Ele entrou para a Juilliard School (na qual tinha aulas com Leonard Rose), e passou um semestre estudando na Universidade de Columbia antes de se matricular na Universidade de Harvard, mas se questionava sobre se valeria a pena continuar a estudar até que, nos anos 70, o estilo de Pablo Casals o inspirou.
Retorna à França para tocar com a Orquestra Nacional da França e com a Orquestra de Paris, sob a direção de Myung-Whun Chung.
Já desde sua infância e adolescência, Ma possuía uma fama bastante estável e havia tocado com algumas das melhores orquestras do mundo. Suas gravações e interpretações das Suites para violoncelo solo de Johann Sebastian Bach são particularmente aclamadas.

Vida adulta e carreira
Em 1978, Ma se casou com a violinista Jill Hornor. Eles tem dois filhos, Nicholas e Emily. Sua irmã mais velha, Yeou-Cheng Ma, também nascida em Paris, é violinista e junto com Yo-Yo coordena um projeto chamado Children's Orchestra Society (COS) em Long Island, nos EUA.
Atualmente, Ma toca com o Silk Road Project, que visa juntar músicos de vários lugares do mundo de países pelos quais passava a histórica Rota da Seda.
Conforme anúncio do secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, em janeiro de 2006, Ma se uniu à lista dos embaixadores da paz da ONU, a exemplo de vários outros músicos, como o tenor Luciano Pavarotti e o jazzista Wynton Marsalis, entre outros.


segunda-feira, junho 27, 2011

Hoje é dia de recordar Guilhermina Suggia

(imagem daqui)

Guilhermina Suggia (Porto, 27 de Junho de 1885 - Porto, 30 de Julho de 1950) foi uma violoncelista portuguesa.

Guilhermina Augusta Xavier de Medin Suggia nasceu a 27 de junho de 1885 no Porto, filha de Elisa Augusta Xavier e Augusto Jorge de Medin Suggia (de ascendência italiana e espanhola).
O pai foi violoncelista no Real Teatro de São Carlos e professor no Conservatório de Música de Lisboa. No seio deste ambiente familiar Guilhermina terá começado a estudar música aos 5 anos, tendo seu pai como primeiro professor. A sua primeira aparição pública verificou-se quando tinha sete anos de idade, em Matosinhos.
Guilhermina ao violoncelo e a sua irmã Virgínia (3 anos mais velha) ao piano, eram convidadas para actuar no seio cultural portuense. Com apenas 13 anos, Guilhermina era violoncelista principal da Orquestra da Cidade do Porto, tocando também com o quarteto de cordas Bernardo Moreira de Sá. Em 1898, o pai consegue que ela tenha umas aulas com o famoso violoncelista Catalão Pablo Casals, que nesse Verão actuava no casino de Espinho. Durante várias semanas Guilhermina e seu pai fazem os 16 quilómetros de comboio que separam a cidade do Porto da de Espinho, transportando o violoncelo e as partituras.
Em Março de 1901 as duas irmãs actuaram no Palácio Real de Lisboa. Com 15 anos apenas, Guilhermina respondeu a uma interpelação da rainha Dona Amélia sobre qual seria o sonho da sua vida, dizendo que gostaria de aperfeiçoar os seus conhecimentos musicais no estrangeiro.

Uns meses depois a coroa portuguesa concedeu-lhe uma bolsa para estudar no local da sua eleição, o que possibilitou a ida, acompanhada pelo pai, para o conservatório de Leipzig, Alemanha, onde iria aprender com Julius Klengel, violoncelista da famosa Gewandhaus Orquestra dirigida por Arthur Nikisch, em Novembro de 1901. A vida de pai e filha em Leipzig era extremamente difícil pois a bolsa cobria os custos com as aulas e a estadia de Guilhermina mas não de seu pai nem das despesas acessórias que iam sendo necessárias.

Família de poucos recursos, rapidamente a situação financeira se foi degradando, com a irmã mais velha, pianista até então já conhecida, a sacrificar a sua carreira futura para sustentar irmã e pais, dando aulas particulares de piano a um grupo de alunos. Com 20 anos, Virgínia providenciava o sustento da família sendo a única que trazia proventos e que financiava todo aquele investimento na irmã. Apesar da agudização da situação financeira, o regresso de Guilhermina foi adiado sucessivamente até à sua apresentação histórica no concerto comemorativo do aniversário da orquestra Gewandhaus em 26 de Fevereiro de 1903. Tinha apenas 17 anos. Nunca um intérprete tão jovem havia actuado com a orquestra, muito menos como solista e menos ainda do sexo feminino. O êxito foi total e, face aos pedidos do público, o maestro pediu-lhe que repetisse toda a actuação. Começava aqui o seu sucesso internacional.

Em Março de 1903 regressa à sua terra natal conquistando o público portuense num concerto em que actuou acompanhada pela sua irmã Virgínia.
A vida de Guilhermina transforma-se completamente e a partir dessa altura é acolhida nas salas de concerto pela Europa fora, na Suíça, Haia, Bremen, Amesterdão, Paris, Mainz, Bayreuth, Praga, Viena, Berlim, Rússia, Roménia onde o sucesso foi tão grande que o público lhe chamava “Paganina!” (referindo-se ao eterno Paganini).

Em 1906 Suggia está em Paris e toca para Casals, que havia conhecido oito anos antes em Espinho, e com quem se tinha reencontrado em Leipzig, durante as visitas do catalão ao professor Julius Klengel. Nesse mesmo ano começa a partilhar com ele a mesma casa, a Villa Molitor, sendo famosos os convívios do casal com pintores, músicos, filósofos e escritores. O romance com Pau Casals, músico famoso, encheu as páginas dos jornais. O compositor húngaro Emánuel Moór dedicou-lhes o "Concerto para dois violoncelos".
Todavia em 1913 o casal separa-se de uma forma abrupta, possivelmente por motivos passionais. Guilhermina muda-se para Londres no ano seguinte e Casals casa-se com uma cantora norte-americana.


Guilhermina vai viver para Londres tornando-se este o centro da sua actividade musical.
Durante a sua estadia em Londres tocou com a Royal Philharmonic Society, a State Simphony Orchestra, a BBC Symphony Orchestra, a London Symphony Orchestra.Os seus recitais no Royal Albert Hall ou no Wigmore Hall motivam as melhores críticas da imprensa da época. As entradas em palco eram descritas como imponentes e a interpretação como revelando um domínio absoluto do instrumento e a compreensão total da obra tocada. As críticas da altura referem que os aplausos são estrondosos, ressoando nas salas com assistências enfeitiçadas. Suggia é, acima de tudo, aclamada.

Apesar de se manter ligada à capital inglesa, adquire em 1924 casa no Porto ver casa, cidade onde se vem a casar em 1927 com o médico José Casimiro Carteado Mena. Nos anos 30 regressa de vez à sua terra natal reforçando os laços musicais com compositores e intérpretes portugueses, tocando no Porto, em Lisboa, Aveiro, Viana do Castelo, Braga e pela mão de António Madeira em Viseu.

No final dos anos 40 promove com Maria Adelaide de Freitas Gonçalves, directora do Conservatório de Música do Porto, a criação da Orquestra Sinfónica do Conservatório, integrando alunos finalistas dessa escola, tendo Guilhermina sido solista no concerto de apresentação da Orquestra, a 21 de Junho de 1948, no Teatro Rivoli.
Em 1949, Guilhermina, com sinais da doença fatal que a afectava, cria o Trio do Porto, constituído por ela, pelo violinista Henri Mouton e pelo violetista François Broos.
Em 31 de Maio de 1950 toca pela última vez em público, num recital no Teatro Aveirense, para os sócios do Círculo de Cultura Musical de Aveiro, acompanhada ao piano por Maria Adelaide de Freitas Gonçalves.

Em Junho foi sujeita a uma cirurgia numa clínica em Londres mas foi detectado um cancro inoperável. Na altura é acarinhada pelos amigos e fica especialmente sensibilizada pelo bilhete e flores que recebe da Rainha de Inglaterra. Aceitando o seu destino, regressou ao Porto onde veio a falecer em casa na noite de 30 de Julho de 1950.
Guilhermina Suggia tinha vários violoncelos. Entre eles destacam-se os famosos Stradivarius (Cremona, 1717) e Montagna (Cremona, 1700 - dúvidas no 3º algarismo mas supõe-se ser um zero). Por desejo testamentário foram ambos vendidos e com o fruto da sua venda foram instituídos prémios anuais aos melhores alunos de violoncelo da Royal Academy of Music de Londres, do Arts Council da Grã-Bretanha e do Conservatório de Música do Porto.
Em 1923 o Governo de Portugal agraciou-a com a insígnia de oficial da Ordem de Santiago da Espada, uma honra raras vezes concedida a senhoras, e em 1937 foi promovida a comendador da mesma Ordem. Em 1938 foi-lhe concedida a Medalha de Ouro da cidade do Porto.

Guilhermina revolucionou o instrumento em técnica, posição e sonoridade.
Abriu as portas profissionais do violoncelo às mulheres, até então quase fechadas. De facto, o considerável gasto de energia exigido para manejar a envergadura do violoncelo, acrescido do facto de as boas maneiras da época obrigarem a colocar o instrumento de um ou outro lado do corpo obrigando a uma significativa contorção do dorso, tornavam o instrumento ainda mais inacessível às executantes femininas.(Note-se que ainda em 1930 o violoncelo era tido como um instrumento indecoroso para as mulheres, sendo então proibida a contratação de violoncelistas mulheres pela própria orquestra da BBC).

Para Suggia, o violoncelo é o mais extraordinário de todos os instrumentos, considerando-o ela o único que tem a possibilidade de suster um baixo por um longo período e a possibilidade de cantar uma melodia praticamente em qualquer registo. Porém, para que se revele a substância musical do violoncelo, é preciso que a técnica não seja estudada apenas como destreza, mas que tenda sempre para a música. "A técnica é necessária como veículo de expressão e quanto mais perfeita a técnica, mais livre fica a mente para interpretar as ideias que animaram o compositor". Guilhermina Suggia, "The Violoncello" in Music and Letters, nº 2, vol. I, Londres, Abril de 1920, 106.
Em 1923 o pintor galês Augustus John haveria de deixar na tela para a posteridade um pouco da fibra e da atitude interpretativa de Guilhermina Suggia durante as suas actuações. Conforme o próprio relatou, durante as sessões no seu atelier, Suggia tocava Bach. É divino o momento que capta o pintor. Coloca-lhe, por isso, um fantástico vestido vermelho.
Suggia tocava todos os importantes concertos da época para violoncelo e orquestra – os concertos de Haydn, Elgar, Saint-Saëns, Schumann, Eugen d'Albert, Dvořák.

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