sábado, junho 06, 2009

Eleições...

Amanhã é dia de pôr a cruzinha no papelinho e dar uma lição a quem nos tramou durante quatro anos.

Amanhã é dia de votar num partido qualquer, de preferência daqueles que elegem deputados, lembrando que há um que mentiu, humilhou, espoliou, enganou durante demasiado tempo, comandado por um chico-esperto qualquer.

Como geólogo e professor não posso esquecer o que uma certa corja fez durante uma legislatura à Escola Pública e à Geologia. Não posso esquecer o enxovalho do ICN(B), do INETI, do ex-IGM. Terei de recordar os insultos feitos aos professores, as mentiras sobre a nossa Escola, os maus tratos, os colegas mortos em serviço, os erros, o facilitismo.

Amanhã irei votar com um sorriso - sei que uma simples cruz irá derrotar as pseudo-sondagens, os jornalistas amordaçados, os capachos do costume e as nuvens negras que povoaram o nosso país demasiado tempo.

Faça sol ou faça chuva, digam o que disserem, lá estarei para a resposta por que ansiava há muito - ALDRABÕES NUNCA MAIS...!

NUNCA...!

Este é o tempo

Este é o tempo
Da selva mais obscura

Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura

Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura

Este é o tempo em que os homens renunciam.

in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, junho 05, 2009

Dia do Ambiente

Do Blog Profundezas... publicamos o seguinte post:



Como se pode comprar ou vender o firmamento, ou ainda o calor da terra? Tal ideia é-nos desconhecida. Se não somos donos da frescura do ar nem do fulgor das águas, como poderão vocês comprá-los?

Cada parcela desta terra é sagrada para o meu povo.
Cada brilhante mata de pinheiros, cada grão de areia nas praias, cada gota de orvalho nos escuros bosques, cada outeiro e até o zumbido de cada insecto é sagrado para a memória e para o Passado do meu povo. A seiva que circula nas veias das árvores leva consigo a memória dos Peles Vermelhas.

Os mortos do homem branco esquecem-se do seu país de origem quando empreendem as suas viagens no meio das estrelas; ao contrário os nossos mortos nunca podem esquecer-se desta bondosa terra, pois ela é a mãe dos Peles Vermelhas.

Somos parte da terra e do mesmo modo ela é parte de nós próprios.
As flores perfumadas são nossas irmãs, o veado, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos; as rochas escarpadas, os húmidos prados, o calor do corpo do cavalo e do homem, todos pertencemos à mesma família.
Por tudo isto, quando o Grande Chefe de Washington nos envia a mensagem de que quer comprar as nossas terras, está a pedir-nos demasiado. Também o Grande Chefe nos diz que nos reservará um lugar em que todos possamos viver confortavelmente uns com os outros. Ele se converterá, então, em nosso pai e nós em seus filhos. Por esta razão consideraremos a sua oferta de comprar as nossas terras. Isto não é fácil, já que esta terra é sagrada para nós.

A água cristalina que corre nos rios e ribeiros não é somente água: representa também o sangue dos nossos antepassados.
Se lhes vendermos a terra, deverão recordar-se que ela é sagrada e, ao mesmo tempo ensinar, aos vossos filhos que ela é sagrada e que cada reflexo nas claras águas dos lagos conta acontecimentos e memórias das vidas das nossas gentes.
O murmúrio da água é a voz do pai do meu pai.
Os rios são nossos irmãos e saciam a nossa sede; são sulcados pelas nossas canoas e alimentam os nossos filhos. Se lhes vendermos a nossa terra, deverão recordar-se e ensinar aos vossos filhos que os rios são vossos irmãos e também o são deles, e que, portanto, devem tratá-los com a mesma doçura com que se trata um irmão.

Sabemos que o Homem Branco não compreende o nosso modo de vida. Ele não sabe distinguir um pedaço de terra de outro, porque ele é um estranho que chega de noite e tira da terra o que necessita.

A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga e, uma vez conquistada, ele segue o seu caminho, deixando atrás de si a sepultura dos seus pais, sem se importar com isso!

Rouba a terra aos seus filhos: também não se importa! Tanto a sepultura dos seus pais como o património dos seus filhos são esquecidos. Trata a sua Mãe, a Terra, e o seu irmão, o Firmamento, como objectos que se compram, se exploram e se vendem como ovelhas ou contas coloridas. O seu apetite devorará a terra deixando atrás de si só o deserto.

Não sei mas a nossa maneira de viver é diferente da vossa. Só de ver as vossas cidades entristecem-se os olhos do Pele Vermelha. Mas talvez seja porque o Pele Vermelha é um selvagem e não compreende nada.

Não existe um lugar tranquilo nas cidades do Homem Branco, não há sítio onde escutar como desabrocham as folhas das árvores na Primavera ou como esvoaçam os insectos.

Mas talvez isto seja porque sou um selvagem que não compreende nada. Basta o ruído para insultar os nossos ouvidos.
Depois de tudo, para que serve a vida se o homem não puder escutar o grito solitário do noitibó nem as discussões nocturnas das rãs nas margens de um charco? Sou Pele Vermelha e nada entendo.

Nós preferimos o suave sussurrar do vento sobre a superfície dum charco, assim como o cheiro deste mesmo vento purificado pela chuva do meio-dia ou perfumado com o aroma dos pinheiros.
O ar tem um valor inestimável para o Pele Vermelha, uma vez que todos os seres partilham um mesmo alento - O animal, a árvore, o homem, todos respiramos o mesmo ar.

O Homem Branco não parece estar consciente do ar que respira; como um moribundo que agoniza durante muitos dias e é insensível ao mau cheiro. Mas se lhes vendermos as nossas terras, deverão recordar-se que o ar é, para nós, inestimável, que partilha o seu espírito com a vida que mantém. O vento, que deu aos nossos avós o primeiro sopro de vida, também recebe os seus últimos. E, se lhes vendermos as nossas terras, deverão conservá-las como coisa à parte e sagrada, como um lugar onde até o Homem Branco poderá saborear o vento perfumado pelas flores das pradarias.

Por tudo isso, consideraremos a vossa oferta de comprar as nossas terras. Se decidirmos aceitá-la, eu porei uma condição: o Homem
Branco deverá tratar os animais desta terra como seus irmãos.
Sou um selvagem e não compreendo outro modo de vida. Tenho visto milhares de bisontes apodrecendo nas pradarias, mortos a tiro pelo Homem Branco, da janela de um comboio em andamento.

Sou um selvagem e não compreendo como é que uma máquina fumegante pode ser mais importante que um bisonte que nós só matamos para sobreviver.

Que seria dos homens sem os animais? Se todos fossem exterminados, o homem também morreria de uma grande solidão espiritual. Porque o que suceder aos animais também sucederá aos homens. Tudo está ligado.

Devem ensinar aos vossos filhos que o solo que pisam, são as cinzas dos nossos avós. Ensinem aos vossos filhos que a terra está enriquecida com as vidas dos nossos semelhantes, para que saibam respeitá-la. Ensinem aos vossos filhos aquilo que nós temos ensinado aos nossos, que a terra é nossa Mãe. Tudo quanto acontecer à terra acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, cospem em si próprios.

Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos. Tudo está ligado. Tudo o que acontece à terra acontecerá aos filhos da terra. O homem não teceu a rede da vida, ele é só um dos seus fios. Aquilo que ele fizer à rede da vida ele o faz a si próprio.
Nem mesmo o Homem Branco, cujo Deus passeia e fala com ele de amigo para amigo, fica isento do destino comum. POR FIM TALVEZ SEJAMOS IRMÃOS.
Veremos isso. Sabemos uma coisa que talvez o Homem Branco descubra um dia: o nosso Deus é o mesmo Deus.
Vocês podem pensar nesta altura que Ele vos pertence, do mesmo modo como desejam que as nossas terras vos pertençam; Porém não é assim. Ele é o Deus dos homens e a sua compaixão reparte-se por igual entre o Pele Vermelha e o Homem Branco. Esta terra tem um valor inestimável para Ele, e, se a estragarmos, isso provocará a ira do Criador. Também os Brancos acabarão um dia, talvez antes das demais tribos. Contaminem os vossos leitos e uma noite morrerão afogados nos vossos próprios detritos.

Contudo caminharão para a vossa destruição cheios de glória, inspirados pela força do Deus que vos trouxe a esta terra e que, por algum desígnio especial, vos deu o domínio sobre ela e sobre os
Peles Vermelhas.

Esse destino é um mistério para nós, pois não percebemos porque se exterminam os bisontes, se domam os cavalos selvagens, se saturam os mais escondidos recantos dos bosques com a respiração de tantos homens e se mancha a paisagem das exuberantes colinas com os fios do telégrafo. Onde se encontra o matagal? Destruído! Onde está a águia? Desapareceu!”





Declaração do Chefe Índio Seattle
O texto que se segue foi divulgado pelas Nações Unidas em 1976, quando das comemorações do Dia Mundial do Ambiente. Em 1854, Washington fez uma oferta de compra de uma grande extensão de terras índias, prometendo criar uma "reserva" para o povo indígena. Eis a resposta do Chefe Seattle, aqui publicada na sua totalidade.

Notícia no Público sobre Paleontologia

O fóssil foi um caso de ciência pop
Era uma vez Ida, a maior descoberta de todos os tempos...
Nicolau Ferreira

Nem o Google escapou à histeria. Quinta-feira de manhã, o logótipo da empresa tinha-se transformado numa paisagem do Eocénico com o mais recente "elo perdido" da evolução humana estampado no centro.

Ida ou Darwinius masillae - para celebrar os 200 anos do nascimento de Charles Darwin -, o fóssil de uma primata com 47 milhões de anos, tinha sido dada a conhecer ao mundo no dia anterior, a 19 de Maio, e veio embrulhada num pacote irresistível, com o laçarote "a oitava maravilha do mundo" ou "a Mona Lisa" de Oslo, à escolha do freguês. Nessa quarta-feira o estudo foi publicado na revista científica online "Public Library of Science One" (PLoS One), ao mesmo tempo que em muitas redacções do mundo algum jornalista ou editor recebia um comunicado de imprensa intitulado The link.

Poucos órgãos de comunicação sabiam o que estava para acontecer. O comunicado da PLoS One explicava que aquela informação era "para publicação imediata, não há embargo associado a este artigo", por isso os jornais estavam livres para publicar a notícia quando quisessem. Resultado, a descoberta tem 763 ligações no Google Notícias UK e 62 no português. No mesmo dia o fóssil foi apresentado numa exposição em Nova Iorque pelo mayor da cidade. Foi também disponibilizado um site, lançado um livro e a BBC e o Canal História, que seguiram os vários passos da pesquisa do fóssil, tinham documentários televisivos prontos para serem apresentados. Era difícil conseguir mais imediatismo à volta do fóssil, mas a máquina que lançou Ida pôs ainda David Attenborough à frente do esqueleto. "Ela representa a semente de onde vieram a diversidade dos macacos, os macacos antropóides e em última análise todas as pessoas do planeta", disse o famoso comunicador de ciência britânico ao jornal "Guardian", que já tinha preparado duas páginas de jornal para contar toda a história.

Perdida no tempo

Ida teve um pontapé de saída explosivo, dirigido com ângulo certo para ser apanhado por todos os meios de comunicação. "A ciência já está muito permeável às técnicas jornalísticas", esclareceu ao P2 Helena Mendonça, jornalista e bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia, apontando como exemplo a técnica do lead - o primeiro parágrafo com que os artigos no jornalismo arrancam, onde se responde ao quê, quando, como, onde e porquê da notícia - que já é utilizada em todos os comunicados na ciência.

A crítica principal feita aos autores foi a forma como apresentaram Ida ao público, transmitindo a ideia de que as ossadas eram a maior descoberta de sempre de um elo perdido e que iriam revolucionar tudo o que se sabia até aqui sobre a evolução do Homem, o que estava bastante distante da informação patente no artigo científico. Se mais nada fosse dito, e se ninguém estivesse atento, Darwinius masillae ficava na História como nosso antepassado directo com 47 milhões de anos, na altura em que os primatas ainda se estavam a diversificar.

Só por si Ida é impressionante. Está preservada em 95 por cento, raríssimo se olharmos para outros fósseis de primatas da mesma altura que chegam às nossas mãos só com uma mandíbula ou outro osso. A primata teria nove meses quando caiu no lago Messel, que fica na região que hoje é a Alemanha, quando a Terra tinha um clima mais quente, com florestas tropicais a alcançarem a latitude actual do Sul de França e florestas temperadas a tocarem nos pólos, uma verdadeira estufa - foi na época do Eocénico, há 56 a 34 milhões de anos.

O lago Messel manteve a primata preservada em sedimentos finos. Quando em 1983 um coleccionador privado encontrou as ossadas na cova de Messel - que é Património da Humanidade classificada pela UNESCO devido aos inúmeros fósseis desta época que guarda em condições extraordinárias -, não só era possível ver o contorno dos pêlos da primata, alguns até estavam conservados, como a última refeição vegetariana ainda não tinha sido comida pelo tempo.

O fóssil teve uma vida atribulada até 2002. As ossadas foram divididas em duas metades, tendo uma sido restaurada e vendida como se estivesse completa. Em 1991, o Dinosaur Center at Thermopolis, no Wyoming, EUA, adquiriu-a. Mas em 2000, Jens Franzen, primeiro autor do novo artigo sobre Ida, estudou e compreendeu que o restauro era um logro, só com uma pequena parte verdadeira. A outra metade, que era maior, foi adquirida só há dois anos pelo Museu de Oslo, numa bem sucedida aventura de Jorn Hurum, o show man norueguês da paleontologia, grande responsável pela exposição mediática de Ida.

"O meu coração começou a bater muito depressa", disse o investigador do Museu de Oslo aos jornalistas há duas semanas, referindo-se à compra do fóssil. "Eu sabia que o vendedor tinha nas mãos um acontecimento mundial. Não consegui dormir durante duas noites." Há poucos dias, Hurum revelou que adquiriu a segunda parte do fóssil por mais de 500 mil euros. Depois, o paleontólogo contactou vários investigadores para analisar o fóssil.

Mas antes de reunir aquilo que chamou a sua "equipa de sonho", o norueguês apresentou Ida a Anthony Geffen, o director executivo da Atlantic Productions, uma produtora sediada em Londres. Os dois já estavam envolvidos num programa sobre o Predador X - o fóssil de um réptil e carnívoro aquático do tempo dos dinossauros que Hurum estava a investigar. O monstro foi dado a conhecer em Março, na mesma altura em que o documentário foi exibido pelo Canal História, com a frase-anúncio "Faz o Tyranossaurus rex parecer um cachorrinho".

Geffen ficou imediatamente interessado em Ida. "Na realidade, é raro alguém que faz televisão compreender a importância de um pequeno animal com o tamanho de um gato", explicou o norueguês à revista "Seed". Durante dois anos, enquanto a investigação sobre o fóssil prosseguiu, a campanha mediática foi crescendo.

Entre teorias

"É provável que pudesse ter sido publicada uma pesquisa mais detalhada", disse por email ao P2 o paleontólogo Christophe Soligo, referindo-se ao resultado dos dois anos de estudo de Ida. "E pelo menos um dos autores (Phil Gingerich) parece admitir que estiveram sob pressão para coordenar o artigo com os planos de publicidade", referiu o investigador do London College.

O artigo científico publicado na PLoS One foi comparar várias características entre as novas ossadas e os esqueletos de primatas da mesma época. O Darwinius masillae pertence aos adapiformes, um grupo de primatas extinto que se pensa estar mais próximo dos primatas inferiores como os lémures e mais distante dos grupos de primatas superiores que incluem os társios e os verdadeiros símios - macacos dos velho e novo mundo, antropóides e o Homem.

Mas Ida, que não tem mais do que 66 centímetros de comprimento, apresenta características que a afastam dos lémures e aproximam-na dos macacos superiores: não tem uma garra no segundo dedo do pé, nem dentes fundidos, os polegares dos pés são oponíveis e já apresenta o talus, um osso do tornozelo que aparece mais desenvolvido nos humanos. Estas características dão força a uma teoria que defende que os adapiformes estão incluídos no ramo que deu origem aos primatas superiores, levemente sustentada pelo artigo.

"Isto não é uma hipótese nova", explica Christophe Soligo. "Os Cercamoniinae (a subfamília dos adapiformes a que Darwinius pertence) tem sido durante muito tempo um dos grupos dos primatas do Eocénico que se teoriza ter estado na origem da evolução dos antropóides, apesar de esta hipótese se ter tornado menos popular nos últimos anos."
Assumir o espectáculo

Embora haja no meio científico quem considere que o estudo tem lacunas quanto ao número de características que se compararam entre Ida e os outros fósseis, tanto o paleontólogo como Adam Rutherford, jornalista da "Nature" que escreveu um artigo de opinião a criticar a campanha mediática, defendem que o estudo apresentado na PLoS One é cauteloso.

"Houve coisas ditas sobre Ida que não estavam no artigo, que sofreu peer review [o processo de revisão dos artigos que é feito por outros especialistas na área e é fundamental no processo de produção científica]: quando dito pelos media, isso é mau jornalismo. Quando dito pelos cientistas, isso é perigoso e desrespeita o processo de revisão", explicou ao P2 por email o jornalista, que também edita os podcasts da Nature.

"O que neste caso parece ser paradigmático", aponta por outro lado Helena Mendonça, "é que fez-se o artigo o melhor possível, mas agora para a imprensa vai-se tornar isto numa grande bomba", refere a jornalista, que está a tirar o doutoramento sobre a relação entre o jornalismo e a ciência.

Em resposta a acusações parecidas, Jorn Hurum atenuou o significado do elo perdido. "Nós não estamos a alegar que [a Ida] é o nosso ancestral directo. Isso é de mais. Nós só existimos há poucos milhões de anos e a Ida esteve viva há 47 milhões de anos." Mas o cientista assume o espectáculo, que aliás, já tinha sido utilizado no Predador X, que segundo o paleontólogo é a melhor forma de pôr os miúdos interessados em paleontologia. "Qualquer banda pop ou atleta faz o mesmo tipo de coisas. Nós, na ciência, temos que começar a pensar da mesma forma", disse, citado pela "Times Online".

O norueguês defende ainda que o público deve ser o principal crítico da ciência, justificando desta forma a escolha da PLoS para publicar o artigo em detrimento de uma Nature ou Science, mais reputadas, mas com acesso limitado a assinantes ou a quem queira pagar pelo artigo, o que não acontece com a PLoS One que tem os conteúdos disponíveis gratuitamente.

"É difícil porque não há público que possa legitimar uma coisa destas", referiu Helena Mendonça em relação a esta posição do norueguês. "Nem acredito que outros antropólogos cá [em Portugal] possam olhar para o artigo e dizer que 'é verdade' ou 'não' o facto do elo perdido. Quem somos nós para dizer que isto é mau, no máximo poder-se-á dizer 'isto cheira mal'."

Rutherford põe no factor tempo a decisão final sobre o que representa o fóssil Ida. "Com o tempo, vamos compreender o que Ida é na realidade, e isso vai ser feito por cientistas motivados não por horários televisivos ou vendas de livros, mas pela procura do conhecimento, puro e simples", defendeu o jornalista, que apontou os blogues - e não os meios de comunicação tradicionais - como os locais de informação onde "mais uma vez" saíram as melhores notícias sobre o assunto.

"O problema com a apresentação da Ida é que foi demasiado grande em magnitude", desabafou o jornalista. "Algumas das declarações feitas pela equipa foram um absurdo, como compará-la à ida à Lua, à Mona Lisa ou ao Cálice Sagrado. Ela não é nada disso, mas é um fóssil verdadeiramente notável. Pessoalmente, acho que ela não precisa de nenhuma hipérbole, porque é impressionante."



ADENDA: o Google Doodle (de 20.05.2009) referido na notícia era o seguinte:

Ida foi anunciada como o "elo perdido" do Homem

quinta-feira, junho 04, 2009

Raúl Indipwo morreu há 3 anos

Raúl José Aires Corte Peres Cruz (Angola; 1933 - 4 de Junho de 2006; Portugal), conhecido como Raul Indipwo foi um cantor e pintor angolano.

O último sobrevivente do Duo Ouro Negro morreu faz hoje 3 anos. Para recordar o Raul (e o Milo...) e este fantástico grupo luso-angolano, apenas uma canção:


Muxima - Duo Ouro Negro

Vou levar-te comigo - Raul Indipwo

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Parabéns Jorge Palma!


Faz hoje 59 anos o cantor (e letrista, músico, orquestrador e compositor, entre muitas outras coisas...) Jorge Palma. Uma data para recordar o formidável Homem e a sua importância na música nacional.

Para celebrar a data, uma sua música:


Dá-me Lume - Jorge Palma

quarta-feira, junho 03, 2009

DIA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES, 2ª-feira do Espírito Santo

Do Blog Geocrusoe, com os nossos cumprimentos, publicamos o seguinte post, que nos fala do Feriado Regional e do Hino da Autonomia, de autoria da grande poetisa açoriana Natália Correia:

O dia da Região Autónoma dos Açores, não tem data fixa, segue-se à maior festividade religiosa de todas as comunidades Açorianas: a Festa ao Divino Espírito Santo, Domingo de Pentecostes, 50 dias após a Páscoa e... no Quinquagésimo-Primeiro Dia, sempre na Segunda-Feira, chega o Feriado Regional: o DIA DOS AÇORES

Após no ano anterior ter lembrado este dia com o brasão e a bandeira, este ano Geocrusoe junta-se às comemorações através do Hino dos Açores e da sua Letra.

A música e as ilhas...



A Música e a Letra...

Hino Açores.wma -

A Letra...

Deram frutos a fé e a firmeza
No esplendor de um cântico novo:
Os Açores são a nossa certeza
De traçar a glória de um povo.

Para a frente! Em comunhão,
Pela nossa autonomia.
Liberdade, justiça e razão
Estão acesas no alto clarão
Da bandeira que nos guia

Para a frente! Lutar, batalhar
Pelo passado, imortal.
No futuro a luz semear,
De um povo triunfal.

De um destino com brio alcançado
Colheremos mais frutos e flores,
Porque é este o sentido sagrado
Das estrelas que coroam os Açores.

Para a frente, açorianos!
Pela paz à terra unida.
Largos voos, com ardor firmamos,
Para que mais floresçam os ramos
Da vitória merecida.

Para a frente! Lutar, batalhar
Pelo passado imortal,
No futuro a luz semear,
De um povo triunfal.

terça-feira, junho 02, 2009

Música celta para animar a malta



I wish I was on yonder hill
'Tis there I'd sit and cry my fill,
And every tear would turn a mill,
Is go dte tu mo mhuirnin slan

Siuil, siuil, siuil a run,
Siuil go sochair agus siuil go ciuin.
Siuil go doras agus ealeaigh liom.
Is go dte tu mo mhuirnin slan

I'll sell my rock, I'll sell my reel,
I'll sell my only spinning wheel,
To buy my love a sword of steel
Iss guh day thoo avorneen slawn.

Siuil, siuil, siuil a run,
Siuil go sochair agus siuil go ciuin.
Siuil go doras agus ealeaigh liom.
Is go dte tu mo mhuirnin slan

I'll dye my petticoats, I'll dye them red,
And 'round the world I'll beg my bread,
Until my parents shall wish me dead,
Is go dte tu mo mhuirnin slan

Siuil, siuil, siuil a run,
Siuil go sochair agus siuil go ciuin.
Siuil go doras agus ealeaigh liom.
Is go dte tu mo mhuirnin slan

I wish, I wish, I wish in vain,
I wish I had my heart again,
And vainly think I'd not complain,
Is go dte tu mo mhuirnin slan

Siuil, siuil, siuil a run,
Siuil go sochair agus siuil go ciuin.
Siuil go doras agus ealeaigh liom.
Is go dte tu mo mhuirnin slan

But now my love has gone to France,
To try his fortune to advance;
If he e'er come back, 'tis but a chance,
Is go dte tu mo mhuirnin slan

Siuil, siuil, siuil a run,
Siuil go sochair agus siuil go ciuin.
Siuil go doras agus ealeaigh liom.
Is go dte tu mo mhuirnin slan

NOTA: Tradução do coro de gaélico irlandês (ou, simplesmente, irlandês) para inglês:

Come, come, come, o love,
Quickly come to me, softly move;
Come to the door, and away we'll flee,
And safe for aye may my darling be!

segunda-feira, junho 01, 2009

DMC - II

Do mesmo espectáculo (que eu só vi parcialmente, pois estive a trabalhar das 09.00 às 17.00 horas desse dia, na Escola...), outro filme, desta vez com netos e avós:




PS - faz hoje anos que morreu o meu avô Joaquim, o meu padrinho de baptismo. Morreu num dia bonito, ele que amava todas crianças como eu amo. Passaram 28 anos mas nunca o esqueci ou esquecerei - e é também a sua lembrança que o torna para mim o dia tão especial...

DMC

A pedido do meu filhote, porque é o seu Dia, uma canção do Coro do Jardim Escola João de Deus de Leiria, do qual ele é orgulhoso membro:



NOTA: espectáculo da 10º ANIVERSÁRIO DA ACADEMIA DE CULTURA E COOPERAÇÃO DE LEIRIA, em 09-05-2009, no Teatro Miguel Franco, na Cidade do Lis.

domingo, maio 31, 2009

Às vezes...

Silêncio e tanta gente - Maria Guinot



Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou

Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar

Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou

sábado, maio 30, 2009

Uma canção para o momento

Cristina Branco (& Conjunto Ibérico) - Corpo iluminado





De que túnel de que árvore
De que zero de remorso
De que rasura do vento
De que núpcias de mármore
De que fresta de que pórtico
Saíste neste momento

Para que praia que porto
Que fugitiva garupa
Que torre desconhecida
Que mãos que braços que rosto
Que tempestade difusa
Te encontras já de partida

Não és de nenhum sossego
Vives no gume do ser
Na fronteira do devir
E assim me tornas eu mesma
Entre nascer e morrer
Entre chegar e partir

Poema de David Mourão-Ferreira

Filósofo José Gil diz que o Ministério da Educação “virou todos contra todos”

Publicamos alguns excertos de entrevista ao Filósofo José Gil, feita pelo jornal Público. Optámos por apenas sublinhar algumas passagens, pelo uso de bold/negrito, pois o que o Senhor diz é por demais evidente.

Relação afectiva foi destruída

P- Pode-se dizer que o modelo de avaliação aprovado para os professores do ensino básico e secundário constitui uma exponencialização do fenómeno que descreveu?

JG – Absolutamente, porque, para empregar a sua palavra, houve uma exponencialização dos parâmetros. É incrível o número de parâmetros, das grelhas de avaliação, das propostas. Sem se saber como é possível. Em Portugal passou-se uma coisa muito má. Tudo aquilo, a avaliação que o Ministério propõe, com que não estou de acordo, pressupõe uma relação entre professor e aluno que foi destruída.

Quando se vai aferir numa grelha de avaliação a relação afectiva entre professor e aluno, porque somos muito espertos e sabe-se que a afectividade tem uma importância enorme na cognição, na aprendizagem cognitiva. Mas a relação afectiva foi destruída.

P - Não estava já a sê-lo antes?

JG - Tem vindo a ser destruída, mas actualmente a sua destruição foi precipitada por esta reforma. E pelo tratamento a que os professores foram submetidos. É preciso que o professor tenha uma autoridade espontânea. E idealmente não tenha que a exercer. A relação antiga do mestre e discípulo na Renascença, por exemplo, é essa. Não é uma relação de poder.

P - É uma relação de reconhecimento?

JG - Em que o discípulo vai aprendendo para chegar ao ponto em que ele vai estar no máximo das suas possibilidades. Não é uma comparação entre mestre e discípulo. Ele já não precisa do mestre e é o mestre a dizer-lhe: ‘Vai-te embora’. Isso já não existe agora, mas é um modelo de que nós precisamos, de certa maneira.

Nas crianças, na escola primária, a relação afectiva com a professora é fundamental para as aprendizagens Se se corta esse laço aquilo dá imediatamente impossibilidades. É um obstáculo.

Posso dizer, toda a gente pode dizer, que um dos efeitos da politica do Ministério da Educação foi virar todos contra todos. Virou-se os alunos contra os professores. Como é que é possível dar uma aula nas condições que me contam os meus alunos, que são hoje professores?

P- É uma característica que também já vem de trás, que não é apenas responsabilidade deste Ministério. É também da comunidade, das famílias?

JG – Sim, mas o que se fez foi precipitar uma tendência que deveria ter sido estancada. Denegriu-se ainda mais, com aspectos que nós conhecemos, que são denunciados, e que são verdadeiramente insuportáveis. Não é só a arrogância de que se fala, é o desprezo. Depois ser desprezado pelos alunos. O desprezo leva ao desprezo que os alunos podem ter e podem exprimir. Quem és tu? diz o aluno para o professor. Como é que quer que haja grelhas de aferição da aprendizagem ou que haja aprendizagem que funcione neste esquema?

P- Parece ser a vertente esquecida, quando é fundamental da escola, a aprendizagem

JG- A aferição, a avaliação, tem de decorrer dos conteúdos e não o contrário. E isto foi feito com multiplicação amadorística, nada profissional, era quase para cobrir uma falta de pensamento sobre o que ensino, sobre o que é ensinar, sobre o que a formação. Não estou falar em velhas ideias humanista de formação. Sei que é preciso outras coisas novas. Mas disso tem que se falar. O que é que se ensina, como se ensina? Como desenvolver uma curiosidade que preexiste na criança? Hoje ninguém mostra curiosidade. Não há curiosidade. Porquê? Depois aparecem as arrogâncias da ignorância, que é o pior que há.

Você não existe

P– No seu entender, qual é o objectivo deste modelo de avaliação?

JG - Em Portugal havia uma espada de Damocles sobre o Ministério, todos os Ministérios, que é o dinheiro. Por outro lado, há um problema real de que os sindicatos não falam.

A nossa escola não estava boa. Muitos professores, ou pelo menos uma parte deles, não têm qualificações. Com a avaliação, alegadamente, matavam-se dois coelhos: reduziam-se as despesas, reduzindo o pessoal, e punha-se fora os que não eram bons.

Mas o que é que aconteceu?. Muitos dos que eram bons é que saíram. Saíram. Porquê? Não aguentam. E o que é que eles não aguentam? Não aguentam não poder ensinar, não aguentam não poder ter uma relação em que precisamente se construa um grupo em que o professor age, em aprende ensinando, em que os alunos querem.

Tem que haver avaliação. Não pode é haver a inversão da subordinação da avaliação porque agora se estuda para se ser avaliado. Veja as Novas Oportunidades, para que é que serve?

P- Para fornecer um diploma?

JG- É o chico-espertismo que entrou na escola. Vamos não trabalhar para obter um diploma.

P- No seu livro alega que há como que um objectivo maior. Conjugando as políticas e o modo como o Ministério reagiu à contestação dos professores, está-se perante uma estratégia de domesticação?

JG- Isso parece-me evidente. É um projecto maior, que talvez não seja muito consciente na cabeça dos nossos dirigentes e, em particular, na do primeiro-ministro José Sócrates.

A ideia intuitiva, ele ainda tem intuições, é a de que o autoritarismo é um método económico. Resolvem-se mil coisas. Há essa ideia: funciona ser autoritário. Uma vez vendo que funciona, vamos estender. Os portugueses querem um certo autoritarismo, nós tomos, que estamos desnorteados, perdidos. O autoritarismo é um meio de governo. Não é traço qualquer. E como não há quase resposta a este autoritarismo, ele rebate-se, plasma-se, na realidade.

P- Mas existe contestação. Por exemplo, precisamente por parte dos professores ao longo de todo este ano.

JG - E qual foi a resposta do Governo? Foi uma resposta autoritária extraordinária que foi dizer: você não existe. Faz-se como se 120 mil manifestantes não existissem e isso vai paralisar, vai desmoralizar. A primeira fase é a perplexidade, depois vem o desânimo, depois vem a depressão. Certamente que muitos que pediram a reforma antecipada estavam na manifestação.

P - Ficámos com uma escola pior?

JG- Arriscamo-nos a isso. A escola já não era boa. A escola precisa de reformas, é necessário pensar uma avaliação, mas para pensar uma avaliação temos primeiro que pensar em conteúdos. A primeira das coisas a fazer é revalorizar os professores, agora. A relação geral dos alunos relativamente ao saber é de rejeição. A ideia do professor como alguém que abre as portas para o mundo acabou ou está em vias de acabar. Isto tem de ser restaurado.

Para os colegas que vão hoje a Lisboa

Hoje, porque há mais de 8 meses me tinha comprometido a fazer uma actividade nesta data (observação astronómica na Várzea - Leiria) não vou à Manifestação de Professores em Lisboa.

Mas se fisicamente não estou lá, certamente que estou de alma e coração. Aliás espero que a grande manifestação dos professores e seus familiares contra este governo comandado por um chico-esperto (das Novas Oportunidades das Universidades dos Amigos da Cova da Beira e da Farinha Amparo) se faça em primeiro lugar no dia 7 de Junho, votando em partidos que elejam deputados europeus que não os da corja socrática.

Para os que ainda tiveram forças para ir, uma poesia:


Conquista

Livre não sou, que nem a própria vida
Mo consente.
Mas a minha aguerrida
Teimosia
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.

Livre não sou, mas quero a liberdade.
Trago-a dentro de mim como um destino.
E vão lá desdizer o sonho do menino
Que se afogou e flutua
Entre nenúfares de serenidade
Depois de ter a lua!

Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'

sexta-feira, maio 29, 2009

Sicó - Petição

Destinatários:

  • Assembleia da República;
  • Parlamento Europeu;
  • Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro


O Sítio Sicó-Alvaiázere Rede Natura 2000 (PTCON0045), está uma vez mais à beira de que seja aprovado outro atentado ao seu Património Ambiental, contrariando os acordos Comunitários sobre Ambiente e a Resolução do Conselho de Ministros nº 76/2000 5 de Julho.


Terminou no dia 27 de Abril de 2009 o prazo de consulta do processo de avaliação pública sobre a avaliação de impacte ambiental do projecto “Ampliação da área de exploração da pedreira n.º 5257 – Penedos altos nº 4”.


Como cidadãos livres, informados e imparciais, longe de quaisquer interesses obscuros e de instrumentalização política, vimos através desta petição pedir a todos aqueles, residentes ou não, que gostam ou se interessam por esta bela região, que assinem e divulguem esta petição no sentido de impedir que o bem comum seja perdido a desfavor do bem privado.

Alguns elementos ameaçados:
Flora Importantes reservas de Carvalhos e Azinheiras espécies protegidas. Classificado pela Rede Natura 2000, em virtude de ser um dos poucos locais, onde ainda existem orquídeas selvagens. ‘’ Orquídeas do Sitio Sicó-Alvaiázere ‘’ dos autores Manuela Oliveira e Mário Lousã. Outro facto a assinalar é ser uma das poucas regiões onde ainda se podem encontrar Cucas, designação popular para uma espécie de rosa que nasce espontaneamente.


Fauna Num passeio pelas matas ainda se podem ver, sem muito esforço, Javalis, coelhos, perdizes, doninhas, Borboletas, gatos-bravos, aves de rapina, corujas, cobras, sapos, lagartos, etc.


Geologia e geomorfologia Se procurarem na NET, por Megalapiás ireis encontrar a explicação para o significado da palavra e a importância deste património geomorfológico. MEGALAPIÁS DA MATA de João Forte - Geógrafo físico – Está, aliás, disponível uma tese de mestrado, que mostra estes e outros valores, na Biblioteca Municipal de Alvaiázere, a qual mostra alguns dos caminhos a seguir tendo em vista a valorização da área e não a sua destruição a favor de alguns.


Como cidadãos (residentes e não residentes) desta região, conscientes do perigo que representa em termos ambientais a concessão para Ampliação da área de Exploração da Pedreira nº 5257 ‘‘ Penedos Altos nº4 ‘’ no Concelho de Alvaiázere, que se propõe a laborar mais 16 anos para retirar alguns milhões de toneladas de pedra, alterando completamente o meio-ambiente existente, aniquilando deste modo a rica biodiversidade de toda aquela região.


Apelamos-vos para que juntem a vossa Voz, às demais, na tentativa de impedir que esta ameaça se concretize.


Assinem e passem esta petição (Por Montes e Vales,…….!)

Não estamos contra a existência de pedreiras, já que elas são necessárias, somos sim contra a existência de pedreiras em locais de importância crucial a vários níveis, como é este o caso. Lamentamos que a população seja alvo de um atentado gravíssimo à sua qualidade de vida, especialmente tendo em conta a proximidade a 5 lugares, caso do Zambujal, Boca da Mata, Mata de Baixo, Mato Companhão e Sobral Chão, situados a escassos metros da actual pedreira dos Penedos Altos. Isto quando se pretende alargar para mais 5 hectares a área de exploração e afundar mais 20 metros a área de exploração actual.


O Resumo Não Técnico (RNT) omite factos que apenas são perceptíveis por aqueles que dominam áreas científicas, destacando nós vários factos:

  • A não publicitação por parte da Câmara Municipal de Alvaiázere, em 2005, de um estudo biológico sobre a área afecta ao alargamento da pedreira, facto que impediu o conhecimento da população sobre o mesmo e que limitou possíveis pareceres e/ou opiniões por parte dos habitantes afectados.
  • Na avaliação acústica o RNT refere genericamente que os impactos não são negativos, isto quando ocorrem “apenas” 3 a 4 explosões semanais e a média apresentada é ponderada. Mas, vistos os anexos encontra-se um documento da avaliação acústica, o qual sem média ponderada é muito pouco favorável, tendo assim impactos sérios.
  • Não são referidas reclamações dos habitantes, algo presente nos anexos e que poucos terão visto, algo de estranho.
  • Não são referidos impactos dos rebentamentos sobre as casas, quando afinal há casas com paredes rachadas. Ainda neste domínio não é referida uma casa de turismo rural que fechou derivado dos impactos nocivos da actividade da pedreira.
  • Não é referido o impacto bastante negativo da central de massas betuminosas existente na pedreira, algo de estranho tendo em conta a poluição que esta indústria faz e suas consequências no principal curso de água existente em Alvaiázere, localizado a jusante da pedreira.
  • Não são referidas quaisquer contrapartidas para as populações da actividade da pedreira, bem como medidas mitigadoras da acção nefasta da actividade da pedreira, não se projectando no curto, médio ou longo prazo benefícios para a população.
  • Houve estudos sobre a área que foram ignorados, bem como imprecisões graves no levantamento do património existente, destacando nós a existência de um castro a apenas 500 metros da pedreira, algo que é pura e simplesmente ignorado pela equipe que elaborou o estudo de impacto ambiental. É referido que não há muito do património que efectivamente existe na área, caso do castro, mas também de grutas e algares, alguns destruídos pela acção da pedreira. Além disso o único estudo sobre as grutas da área não foi consultado.
  • Não são referidos impactos sobre a rede hidrográfica nem referenciadas quaisquer linhas de água, facto que é estranho tendo em conta que efectivamente passa uma linha de água na pedreira. Além disso a principal obra que lida com esta problemática nem sequer consta na bibliografia do estudo, algo que não se compreende.
  • Não são referidos os impactos do pó decorrente da actividade da extracção do calcário, por mais estudos que façam e que tentem mostrar que não há impactos, basta ir aos terrenos cultivados e ver a camada de pó que os terrenos agrícolas têm, inviabilizando em muitos terrenos a prática agrícola de subsistência.
  • É referido que a pedreira «desempenha um importante papel na dinamização da economia e na criação de emprego no concelho de Alvaiázere, prestando um contributo significativo para a estabilidade demográfica e para a dinamização da actividade económica local e regional», afirmação esta completamente errónea, já que o estudo refere que a pedreira tem apenas 9 funcionários e que o concelho está a perder população de uma forma acentuada.
  • O RNT faz afirmações populistas e irresponsáveis, sendo apenas um documento de marketing, com muitos erros técnicos gravosos, que pretende apenas possibilitar o alargamento de uma pedreira que apenas prejudica as pessoas e o seu dia-a-dia, nada mais.


Há muitas formas de dinamizar a economia local e regional, especialmente sem ser numa base depredatória, que é o caso. É possível criar postos de trabalho e criar valor acrescentado com políticas e dinâmicas territoriais acertadas, revertendo esse mesmo valor para a população, para a economia local e regional. Por isso e por muito mais assinem e divulguem esta petição a todos os vossos conhecidos.

http://www.peticao.com.pt/sitio-sico-alvaiazere

Max morreu há 29 anos

Tive a felicidade de, em garoto, ter visto actuar entre grande artista. Vinte e nove anos depois da sua morte, aqui fica uma amostra da sua arte:


quinta-feira, maio 28, 2009

Observações astronómicas - Leiria

Observações Astronómicas abertas ao público em geral:


Escola Secundária Afonso Lopes Vieira - Gândara (Leiria)
29 Maio de 2009 (6ª) - 21.00 horas





Ver mapa maior


Escola EB 1 da Várzea - Leiria
30 de Maio de 2009 (sábado)- 21.00 horas



Ver mapa maior


in Blog AstroLeiria - post original aqui

quarta-feira, maio 27, 2009

Recordar os anos oitenta

Donzela Diesel - Rui Veloso


Donzela diesel - Rui Veloso

NOTA: post número 2.000 deste Blog...!