LOUCURA
Tudo cai! Tudo tomba! Derrocada
Pavorosa! Não sei onde era dantes.
Meu solar, meus palácios meus mirantes!
Não sei de nada, Deus, não sei de nada!...
Passa em tropel febril a cavalgada
Das paixões e loucuras triunfantes!
Rasgam-se as sedas, quebram-se os diamantes!
Não tenho nada, Deus, não tenho nada!...
Pesadelos de insônia, ébrios de anseio!
Loucura a esboçar-se, a enegrecer
Cada vez mais as trevas do meu seio!
Ó pavoroso mal de ser sozinha!
Ó pavoroso e atroz mal de trazer
Tantas almas a rir dentro da minha!
in Reliquiae - Florbela Espanca
quarta-feira, maio 27, 2009
Poesia alusiva à época
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segunda-feira, maio 25, 2009
Música para recordar os Duo Ouro Negro
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sábado, maio 23, 2009
Trabalhar no fim-de-semana
A coisa está correr bem - afinal o Bairro da Bela Vista não é assim tão mau (estamos na sua periferia e ainda não fomos assaltados nem agredidos - os vizinhos só apedrejaram uma sala de aula, partindo um vidro, e invadiram o recinto escolar, mas isso praticamente em qualquer Escola do país poderia acontecer...). Os garotos estão a adorar e é muito engraçado fazer parte de um evento histórico - o primeiro Nacional de de Desporto Escolar de Xadrez...
Se tiver uns minutinhos, mais logo vou publicar umas fotos...
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sexta-feira, maio 22, 2009
Viva Morrissey
Steven Patrick Morrissey, o ex-vocalista dos The Smiths, faz hoje 50 aninhos...!
Uma música para matar saudades:
quarta-feira, maio 20, 2009
O primeiro dia - Sérgio Godinho
O Primeiro Dia - Sérgio Godinho
A principio é simples, anda-se sozinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no burburinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.
PS - para os que gostam com imagem, uma versão ao vivo:
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terça-feira, maio 19, 2009
Poesia - Mário de Sá-Carneiro
Quase
Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
Mário de Sá-Carneiro
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O Outro - Mário de Sá Carneiro
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Fumo branco
Annuntio vobis gaudium magnum;
Habemus Papam!
Votos de felicidades e de bom trabalho em prol da Comunidade Escolar para o meu Director...
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Mário de Sá Carneiro
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segunda-feira, maio 18, 2009
Música para entendedores...
Para amenizar e suavizar o nosso pecado, duas músicas do Zeca Afonso, uma na versão dos Diva e outra só em som e no original:
Coro dos Caídos
Cantai bichos da treva e da aparência
Na absolvição por incontinência
Cantai cantai no pino do inferno
Em Janeiro ou em Maio é sempre cedo
Cantai cardumes da guerra e da agonia
Neste areal onde não nasce o dia
Cantai cantai melancolias serenas
Como o trigo da moda nas verbenas
Cantai cantai guizos doidos dos sinos
Os vossos salmos de embalar meninos
Cantai bichos da treva e da opulência
A vossa vil e vã magnificência
Cantai os vossos tronos e impérios
Sobre os degredos sobre os cemitérios
Cantai cantai ó torpes madrugadas
As clavas os clarins e as espadas
Cantai nos matadouros nas trincheiras
As armas os pendões e as bandeiras
Cantai cantai que o ódio já não cansa
Com palavras de amor e de bonança
Dançai ó parcas vossa negra festa
Sobre a planície em redor que o ar empesta
Cantai ó corvos pela noite fora
Neste areal onde não nasce a aurora
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Música para acalmar
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terça-feira, maio 12, 2009
Recordar Bob Marley
Buffalo Soldier - Bob Marley
Buffalo soldier, dreadlock rasta:
There was a buffalo soldier in the heart of america,
Stolen from Africa, brought to America,
Fighting on arrival, fighting for survival.
If you know your history,
Then you would know where you coming from,
Then you wouldn't have to ask me,
Who the eck do I think I am.
m just a buffalo soldier in the heart of america,
Stolen from Africa, brought to America,
Said he was fighting on arrival, fighting for survival;
Said he was a buffalo soldier win the war for America.
Dreadie, woy yoy yoy, woy yoy-yoy yoy,
Woy yoy yoy yoy, yoy yoy-yoy yoy!
Woy yoy yoy, woy yoy-yoy yoy,
Woy yoy yoy yoy, yoy yoy-yoy yoy!
Buffalo soldier troddin through the land, wo-ho-ooh!
Said he wanna ran, then you wanna hand,
Troddin through the land, yea-hea, yea-ea.
Said he was a buffalo soldier win the war for America;
Buffalo soldier, dreadlock rasta,
Fighting on arrival, fighting for survival;
Driven from the mainland to the heart of the Caribbean.
Singing, woy yoy yoy, woy yoy-yoy yoy,
Woy yoy yoy yoy, yoy yoy-yoy yoy!
Woy yoy yoy, woy yoy-yoy yoy,
Woy yoy yoy yoy, yoy yoy-yoy yoy!
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Portuguesa descobriu novos insectos
2009-05-05 10:20:57 RTP 1
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segunda-feira, maio 11, 2009
Bob Marley morreu há 29 anos
Foi no dia 11 de Maio de 1981 que morreu este grande cantor. Recordemo-lo com uma canção sua:
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domingo, maio 10, 2009
Canções para ajudar nas decisões difíceis de alguém deste blog...
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In memoriam - Joaquim Agostinho
Sentado e a árvore ali
Ao pé de mim
O vento agora
Já nem vem aqui
Deixei, de ter com quem falar
Fiquei sozinho com o meu olhar
Do longe, se faz bem mais perto
Sentindo que o tempo corre incerto
Ouvindo sons que só eu sei pensar
Sorrindo parto para outro lugar
No meu momento final
Sei que tenho um lugar
Onde um santo e pecador
Possa enfim descansar
No meu momento final
Sei que tenho um lugar
Onde um santo e pecador
Possa enfim descansar
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sábado, maio 09, 2009
Música para um dia especial
Tu es mes faces
Toi mon nombril
Et moi ta glace
Tu es l'envie et moi le geste
Toi le citron et moi le zeste
Je suis le thé, tu es la tasse
Toi la guitare et moi la basse
Je suis la pluie et tu es mes gouttes
Tu es le oui et moi le doute
T'es le bouquet je suis les fleurs
Tu es l'aorte et moi le coeur
Toi t'es l'instant moi le bonheur
Tu es le verre je suis le vin
Toi tu es l'herbe et moi le joint
Tu es le vent j'suis la rafale
Toi la raquette et moi la balle
T'es le jouet et moi l'enfant
T'es le vieillard et moi le temps
Je suis l'iris tu es la pupille
Je suis l'épice toi la papille
Toi l'eau qui vient et moi la bouche
Toi l'aube et moi le ciel qui s'couche
T'es le vicaire et moi l'ivresse
T'es le mensonge moi la paresse
T'es le guépard moi la vitesse
Tu es la main moi la caresse
Je suis l'enfer de ta pécheresse
Tu es le ciel moi la terre, hum
Je suis l'oreille de ta musique
Je suis le soleil de tes tropiques
Je suis le tabac de ta pipe
T'es le plaisir je suis la foudre
Tu es la gamme et moi la note
Tu es la flamme moi l'allumette
T'es la chaleur j'suis la paresse
T'es la torpeur et moi la sieste
T'es la fraîcheur et moi l'averse
Tu es les fesses je suis la chaise
Tu es bémol et moi j'suis dièse
T'es le laurel de mon hardy
T'es le plaisir de mon soupir
T'es la moustache de mon trotski
T'es tous les éclats de mon rire
Tu es le chant de ma sirène
Tu es le sang et moi la veine
T'es le jamais de mon toujours
T'es mon amour t'es mon amour
Je suis ton pile
Toi mon face
Toi mon nombril
Et moi ta glace
Tu es l'envie et moi le geste
T'es le citron et moi le zeste
Je suis le thé, tu es la tasse
Toi la putain et moi la passe
Tu es la tombe et moi l'épitaphe
Et toi le texte, moi le paragraphe
Tu es le lapsus et moi la gaffe
Toi l'élégance et moi la grâce
Tu es l'effet et moi la cause
Toi le divan moi la névrose
Toi l'épine moi la rose
Tu es la tristesse moi le poète
Tu es la belle et moi la bête
Tu es le corps et moi la tête
Tu es le corps. hummm !
T'es le sérieux moi l'insouciance
Toi le flic moi la balance
Toi le gibier moi la potence
Toi l'ennui et moi la transe
Toi le très peu moi le beaucoup
Moi le sage et toi le fou
Tu es l'éclair et moi la poudre
Toi la paille et moi la poutre
Tu es le surmoi de mon ça
C'est toi charybde et moi scylla
Tu es la mère et moi le doute
Tu es le néant et moi le tout
Tu es le chant de ma sirène
Toi tu es le sang et moi la veine
T'es le jamais de mon toujours
T'es mon amour t'es mon amour
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sexta-feira, maio 08, 2009
Faz hoje 107 anos...
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quarta-feira, maio 06, 2009
Poesia para entendedores
O Rei da Ítaca
A civilização em que estamos é tão errada que
Nela o pensamento se desligou da mão
Ulisses rei da Ítaca carpinteirou seu barco
E gabava-se também de saber conduzir
Num campo a direito o sulco do arado
in O nome das coisas - Sophia de Mello Breyner Andresen
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