segunda-feira, junho 15, 2009

Música dos meus 18 anos

Aqui fica uma música, de 1985, ano em que fiz dezoito anos - sim que isto de fazer anos dá direito a prenda...




Kayleigh

Do you remember chalk hearts melting on a playground wall
Do you remember dawn escapes from moon washed college halls
Do you remember the cherry blossom in the market square
Do you remember I thought it was confetti in our hair
By the way didnt I break your heart?
Please excuse me, I never meant to break your heart
So sorry, I never meant to break your heart
But you broke mine

Kayleigh is it too late to say Im sorry?
And kayleigh could we get it together again?
I just cant go on pretending that it came to a natural end

Kayleigh, oh I never thought Id miss you
And kayleigh I thought that wed always be friends
We said our love would last forever
So how did it come to this bitter end?

Do you remember barefoot on the lawn with shooting stars
Do you remember loving on the floor in belsize park
Do you remember dancing in stilettoes in the snow
Do you remember you never understood I had to go
By the way, didnt I break your heart?
Please excuse me, I never meant to break your heart
So sorry, I never meant to break your heart
But you broke mine

Kayleigh I just wanna say Im sorry
But kayleigh Im too scared to pick up the phone
To hear youve found another lover to patch up our broken home

Kayleigh Im still trying to write that love song
Kayleigh its more important to me now youre gone
Maybe it will prove that we were right
Or ever prove that I was wrong

Música para blogger aniversariante...

Há 42 anos era a música do momento em Inglaterra, número um do UK Chart, quando nasceu o Fernando João... Parabéns!



We skipped the light fandango
Turned cartwheels cross the floor
I was feeling kinda seasick
But the crowd called out for more
The room was humming harder
As the ceiling flew away
When we called out for another drink
The waiter brought a tray

And so it was that later
As the miller told his tale
That her face, at first just ghostly,
Turned a whiter shade of pale
She said, there is no reason
And the truth is plain to see.
But I wandered through my playing cards
And would not let her be
One of sixteen vestal virgins
Who were leaving for the coast
And although my eyes were open
They might have just as wellve been closed
She said, Im home on shore leave,
Though in truth we were at sea
So I took her by the looking glass
And forced her to agree
Saying, you must be the mermaid
Who took neptune for a ride.
But she smiled at me so sadly
That my anger straightway died

If music be the food of love
Then laughter is its queen
And likewise if behind is in front
Then dirt in truth is clean
My mouth by then like cardboard
Seemed to slip straight through my head
So we crash-dived straightway quickly
And attacked the ocean bed

domingo, junho 14, 2009

Música actual

The Ting Tings - That's Not My Name



Four letter word just to get me along
It's a difficulty and I'm biting on my tongue and I
I keep stalling, keeping me together
People around gotta find something to say now

Holding back, everyday the same
Don't wanna be a loner
Listen to me, oh no
I never say anything at all
But with nothing to consider they forget my name
(ame, ame, ame)

They call me 'hell'
They call me 'Stacey'
They call me 'her'
They call me 'Jane'
That's not my name
That's not my name
That's not my name
That's not my name

They call me 'quiet'
But I'm a riot
Mary-Jo-Lisa
Always the same
That's not my name
That's not my name
That's not my name
That's not my name

I miss the catch if they through me the ball
I'm the last kid standing up against the wall
Keep up, falling, these heels they keep me boring
Getting glammed up and sitting on the fence now

So alone all the time at night
Lock myself away
Listen to me, I'm not
Although I'm dressed up, out and all with
Everything considered they forget my name
(ame, ame, ame)

They call me 'hell'
They call me 'Stacey'
They call me 'her'
They call me 'Jane'
That's not my name
That's not my name
That's not my name
That's not my name

They call me 'quiet'
But I'm a riot
Mary-Jo-Lisa
Always the same
That's not my name
That's not my name
That's not my name
That's not my name

Are you calling me darling?
Are you calling me bird?
Are you calling me darling?
Are you calling me bird?

sábado, junho 13, 2009

Poesia adequada à época


Faz daqui a pouco 1 semana que o povo português votou para o Parlamento Europeu e, curiosamente, o Ministério da Justiça, no seu site com resultados de eleições - http://www.europeias2009.mj.pt/index.html - ainda não estão os resultados finais, pois faltam contar umas dezenas de votos de dois consulados...

Será birra? Será falta de anti-ácido? Será apenas a proverbial falta de sentido de humor de algum político e da sua trupe...?

Para eles (e também para os escrutinadores...) um poema, de Pablo Neruda, do seu póstumo Livro de Perguntas:


III

Diz-me, a rosa está nua,
ou só tem esse vestido?

Porque é que as árvores escondem
o esplendor de suas raízes?

Quem ouve os remorsos
do automóvel criminoso?

Há no mundo alguma coisa mais triste
que um comboio parado na chuva?


NOTA: para os hispanohablantes, o original:

Dime, la rosa está desnuda
o sólo tiene ese vestido?

Por qué los árboles esconden
el esplendor de sus raíces?

Quién oye los remordimientos

del automóvil criminal?

Hay algo más triste en el mundo

que un tren inmóvil en la lluvia?

Variações sobre Variações






António Variações morreu há 25 anos

Foi uma estrela cadente, rápida e fugaz, que deixou marcas na música portuguesa...

Morreu há 25 anos, no Dia de S.º António, no Dia Feriado da Cidade de Lisboa que tanto amava, ele que era um minhoto de nascimento. Morreu sendo já um assumido homossexual e provavelmente de SIDA, numa altura em que ainda não se falava na doença.

Eu, que assisti ao seu último espectáculo, já bastante doente, na Queima das Fitas de Coimbra de 1984, em 17 de Maio (se a memória não me atraiçoa...) não era grande apreciador dele em vida, mas agora gosto imenso de algumas coisas suas.

Para o recordar, uma música do António Variações:




Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde

Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder

Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

Sophia e Pessoa

Desenho retirado daqui


Fernando Pessoa

Teu canto justo que desdenha as sombras
Limpo de vida viúvo de pessoa
Teu corajoso ousar não ser ninguém
Tua navegação com bússola e sem astros
No mar indefinido
Teu exacto conhecimento impossessivo.

Criaram teu poema arquitectura
E és semelhante a um deus de quatro rostos
E és semelhante a um deus de muitos nomes
Cariátide de ausência isento de destinos
Invocando a presença já perdida
E dizendo sobre a fuga dos caminhos
Que foste como as ervas não colhidas.

in Livro Sexto (1962) - Sophia de Mello Breyner Andresen

Pessoa nasceu há 121 anos

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“Custa-me imaginar que alguém possa um dia falar melhor de Fernando Pessoa que ele mesmo. Pela simples razão de que foi Pessoa quem descobriu o modo de falar de si tomando-se sempre por um outro. E como os deuses lhe concederam um olhar imparcial como a neve, o retrato que nos devolve do fundo do seu próprio espelho brilha no escuro como uma lâmina”.

Eduardo Lourenço

sexta-feira, junho 12, 2009

Poesia


Nestes dias de Poesia, mais um poema de um pouco conhecido autor, de que Sophia apreciou os precoces dotes. Morreu, fez em 9 de Junho 10 anos, o Daniel Faria, com apenas 28 anos... Chamou-o o Senhor que ele amava, estando quase no fim do noviciado no Mosteiro Beneditino de Singeverga, pois morrem muitas vezes jovens aqueles que Deus ama.


O nome parece a infância

O nome parece a infância.
Quando na velhice é termos vindo
Sem pressa

Para dentro
Do nome se esvazia o corpo quando o corpo cai
É um fruto.

O nome é ainda
O modo como chamas.

O nome é a arma contra mim. O maior perigo.
Com os teus lábios podes destruir-me.



Daniel Faria
Do Inexplicável
in Explicação das Árvores e de Outros Animais

Música dos anos 60 para desanuviar

Dave Dee, Dozy, Beaky, Mick & Tich - The Legend Of Xanadu



Esta es la leyenda de Xanadu

You'll hear my voice, on the wind, 'cross the sand
If you should return, to that black barren land that bears the name of Xanadu

Cursed without hope, was the love that I sought
Lost from the start, was the duel that was s'possed to win her heart in Xanadu

And the foot prints leave no traces
Only shadows move in places where we used to go
And the buildings open to the sky
All echo in the vultures cry as if to show
Our love was for a day
Then doomed to pass away
In Xanadu, in Xanadu, in Xanadu

In Xanadu, in Xanadu, in Xanadu

What was it to you that a man laid down his life for your love
Were those clear eyes of yours ever filled with the pain and the tears and the grief
Did you ever give your self to any one man in this whole wide world
Or did you love me and will you find your way back one day to Xanadu

You'll hear my voice, on the wind, 'cross the sand
If you should return, to that black barren land that bears the name of Xanadu

Xanadu, in Xanadu, in Xanadu, in Xanadu

quinta-feira, junho 11, 2009

Mensagem subliminar...

Queríamos dedicar estas músicas ao Doutor António Luís de Almeida Saraiva (ilustre geólogo e nosso Mestre, professor da Universidade de Coimbra, não confundir com uma nova categoria de professores da vetusta Universidade: um-professor-da-Universidade-de-Coimbra-meu-deus), ao senhores que organizam a Geologia no Verão da Unidade Ciência Viva e à minha irmã Maria João - vai em diversas versões para todos perceberem bem:








A propósito do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil de amanhã

Denúncia da Confederação Nacional de Acção Sobre o Trabalho Infantil
Trabalho Infantil: fenómeno tem novas formas em Portugal e inspecção não funciona como deveria
11.06.2009 - 12h05

A fiscalização sobre o trabalho de crianças em Portugal não funciona "tão bem como deveria", principalmente em relação às novas formas de exploração infantil, como é o caso do chamado "trabalho artístico", considera a Confederação Nacional de Acção Sobre o Trabalho Infantil.

Em declarações à Lusa a propósito do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que se assinala amanhã, a presidente da Confederação (CNASTI), Ana Maria Mesquita, explicou que o número de casos e as condições em que este fenómeno ocorre em Portugal são "substancialmente diferentes" do que acontecia até aos anos de 1990, altura em que ainda correspondia a uma "chaga".

"Não podemos dizer que esse trabalho se extinguiu. Encontramos o trabalho infantil no meio artístico e há também muitas crianças que trabalham na agricultura familiar, mas não pondo em causa a escola. O esforço é maior, mas acho que a escola não sofre com isso", afirmou.

Para esta alteração do fenómeno em Portugal contribuiu o Programa para a Prevenção e Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil (PETI), um plano governamental iniciado em 1998 e actualmente numa situação "pouco clara em termos de organização".

"Devia ser clarificada, porque o PETI permitiu um trabalho importantíssimo para combater o trabalho infantil e fazer voltar à escola crianças que a tinham abandonado. Há necessidade de se continuar a fazer este trabalho nos próximos anos, mesmo nesta situação de uma nova escolaridade, até ao 12º", defendeu Ana Maria Mesquita.

Segundo a responsável, as mudanças registadas desde há cinco anos, quando o insucesso escolar ainda "causava alguma preocupação, também não devem motivar o abandono da fiscalização".

Embora com pouca frequência, a CNASTI recebe denúncias de situações em que a legislação não é respeitada, como o número de horas de trabalho dos mais novos, e reporta-as de imediato ao Ministério do Trabalho.

Questionada sobre a eficácia da fiscalização no mundo do espectáculo, Ana Maria Mesquita diz que o controlo "não funciona tão bem como deveria" e é por vezes condicionado pela dimensão e pela "grande influência" das empresas que contratam os mais novos.

Ainda assim, a presidente da confederação sublinha que "os pais continuam a ser os grandes educadores" e, por isso, devem estar atentos para evitar que os filhos sejam vítimas de qualquer abuso profissional.

Além disso, é fundamental que meçam as consequências da exposição dos filhos e não esqueçam que o mediatismo não é o mais importante, até porque pode ser muito efémero.

"Ninguém ama mais os filhos do que os pais, mas às vezes estes não pensam em todas as dimensões deste tipo de trabalho, entusiasmam-se com o aparecimento nas revistas e na televisão e é preciso não esquecer a outra vertente, a das consequências que isso pode ter para as crianças quando assim não for", referiu a responsável.

A CNASTI vai assinalar o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil mais tarde, no dia 27, com a organização de uma assembleia de crianças e jovens em Barcelos, onde serão discutidos os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas.


200 milhões de crianças exploradas no mundo

Mais de 200 milhões de crianças continuam a ser forçadas a trabalhar diariamente no Mundo, alerta a Organização Internacional do Trabalho, salientando que "três em cada quatro desses menores estão expostos às piores formas de exploração laboral".

Numa mensagem divulgada no âmbito do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que se assinala amanhã, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que mais de 200 milhões de rapazes e raparigas estejam envolvidos em alguma forma de trabalho.

O Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil é sempre assinalado a 12 de Junho. Este ano, as comemorações marcam também a adopção da simbólica Convenção nº 182 da OIT sobre a proibição das piores formas de trabalho infantil.

A OIT destaca que três em cada quatro das crianças e adolescentes que trabalham estão expostas às piores formas de exploração laboral infantil (tráfico humano, conflitos armados, escravatura, exploração sexual e trabalhos de risco, entre outros), actividades que "prejudicam de forma irreversível o seu desenvolvimentos físico, psicológico e emocional".

Segundo a OIT, as comemorações deste ano vão procurar salientar os desafios que ainda restam no combate ao trabalho infantil, sobretudo aquele tipo de trabalho que envolve raparigas, discutir o impacto que a crise económica mundial pode ter no agravamento deste flagelo, bem como enfatizar o papel fundamental da educação na solução do problema.

No entender da OIT, a "abolição efectiva" da exploração laboral das crianças - que "são privadas de direitos básicos, como educação, saúde, lazer e liberdades individuais" - é um "dos maiores e mais urgentes desafios do nosso tempo".

A expansão do acesso ao ensino básico, com muitos países a eliminaram as propinas escolares, a implementação de programas de transferência social e uma maior participação dos Governos, que estão agora a ratificar as convenções da OIT sobre o trabalho infantil, são alguns dos progressos mundiais mencionados pela organização.

Por ocasião desta efeméride, a OIT divulga um novo relatório com o título: "Dar às raparigas uma possibilidade: Enfrentar o trabalho infantil, uma chave para o futuro". O documento refere que a crise económica mundial pode levar mais raparigas a abandonarem a escola para trabalhar.




NOTA: Já trabalhei com o PETI e já tive funções complicadas em turmas de PIEF. Sei a importância do PETI e dos PIEF's (antes de se saber muitas coisas do Processo Casa Pia eu tinha um aluno que conhecia o Doutor Ferrari...). Sei que o PETI, em especial com a Doutora Catalina Pestana, foi muito importante no nosso país, mas, agora que estamos em crise, mais importante é continuar com o trabalho e decidir rapidamente o que fazer com o PETI...

quarta-feira, junho 10, 2009

Para os dias da Poesia

Nestes dias em que se celebra a morte e nascimento dos nossos maiores poetas (os melhores entre nós, puros e solitários, desconcertantes mas autênticos), um poema para celebrar as datas:

À POESIA

Vou de comboio...
Vou
Mecanizado e duro como sou
Neste dia;
– E mesmo assim tu vens, tu me visitas!
Tu ranges nestes ferros e palpitas
Dentro de mim, Poesia!

Vão homens a meu lado distraídos
Da sua condição de almas penadas;
Vão outros à janela, diluídos
Nas paisagens passadas...
E porque hei-de ter eu nos meus sentidos
As tuas formas brancas e aladas?

Os campos, imprecisos, nos meus olhos,
Vão de braços abertos às montanhas;
O mar protesta contra não sei quê;
E eu, movido por ti, por tuas manhas,
A sonhar um painel que se não vê!
Porque me tocas? Porque me destinas
Este cilício vivo de cantar?
Porque hei-de eu padecer e ter matinas
Sem sequer acordar?

Porque há-de a tua voz chamar a estrela
Onde descansa e dorme a minha lira?
Que razão te dei eu
Para que a um gesto teu
A harmonia me fira?

Poeta sou e a ti me escravizei,
Incapaz de fugir ao meu destino.
Mas, se todo me dei,
Porque não há-de haver na tua lei
O lugar do menino
Que a fazer versos e a crescer fiquei?

Tanto me apetecia agora ser
Alguém que não cantasse nem sentisse!
Alguém que visse padecer,
E não visse...
Alguém que fosse pelo dia fora
Neutro como um rapaz
Que come e bebe a cada hora
Sem saber o que faz...

Alguém que não tivesse sentimentos,
Pressentimentos,
E coisas de escrever e de exprimir...
Alguém que se deitasse
No banco mais comprido que vagasse,
E pudesse dormir...

Mas eu sei que não posso.
Sei que sou todo vosso,
Ritmos, imagens, emoções!
Sei que serve quem ama,
E que eu jurei amor à minha dama,
À mágica senhora das paixões.

Musa bela, terrível e sagrada,
Imaculada Deusa do condão:
Aqui vou de longada;
Mas aqui estou, e aqui serás louvada,
Se aqui mesmo me obriga a tua mão!

in Odes (1946), Miguel Torga

Portugal

A Europa jaz, posta nos cotovelos:

De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.

O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.

Fita, com olhar 'sfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.

O rosto com que fita é Portugal.

in Mensagem, Fernando Pessoa (1ª Parte: Brasão - Os Campos - O dos Castelos)

Dia de Portugal

Neste dia que é o nosso, recordemos com uma bela voz da Galiza, da nossa nação irmã querida, o poeta que morreu nesta data:

Uxia - Verdes são os campos




Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

Os Lusíadas em música

terça-feira, junho 09, 2009

Um novo génio musical português

Às vezes aparece um Carlos Paredes num ignoto país - mas logo dois em tão pouco tempo...!?!



NOTA: o Senhor chama-se Norberto Lobo, o instrumento é a guitarra clássica (vulgo viola) e a música é Mudar de Bina...Para saber mais ler este texto da Ýpsilon do Público.

segunda-feira, junho 08, 2009

Àcerca dos resultados de ontem...

...que foram o princípio de qualquer coisa - e esperemos que o PS (que acho que ainda é o Partido Socialista...) perceba o que o povo disse.

Uma música inesquecível para celebrar o acontecimento:



I can see clearly now, the rain is gone
I can see all obstacles in my way
Gone are the dark clouds that had me blind
It's gonna be a bright (bright), bright (bright), sun shiny day
It's gonna be a bright (bright), bright (bright), sun shiny day

I think I can make it now, the pain is gone
All of the bad feelings have disappeared
Here is that rainbow I've been praying for
It's gonna be a bright (bright), bright (bright), sun shiny day

Look all around, there's nothing but blue skies
Look straight ahead, there's nothing but blue skies

I can see clearly now, the rain is gone
I can see all obstacles in my way
Gone are the dark clouds that had me blind
It's gonna be a bright (bright), bright (bright), sun shiny day
It's gonna be a bright (bright), bright (bright), sun shiny day
It's gonna be a bright (bright), bright (bright), sun shiny day
It's gonna be a bright (bright), bright (bright), sun shiny day

O Teatro português nasceu há 507 anos


Foi há 507 anos, quando se celebrava o nascimento do príncipe D. João (futuro El-Rei D. João III) que a primeira verdadeira peça de teatro foi representada: o Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro.

Gil Vicente, para além de escrever a peça, foi ainda o actor de serviço. Usando os aposentos da Rainha D. Maria, esposa do afortunado El-Rei D. Manuel I, o sucesso foi tal que ainda hoje é recordado...

domingo, junho 07, 2009

Falta de recursos ameaça testemunhos da História da Terra


Informação recebida do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (na foto Museu de Geologia de Barcelona, um exemplo aqui difícil de seguir):

O alerta é do investigador Pedro Callapez e surge na semana em que especialistas portugueses e estrangeiros se reúnem no Museu da Ciência da UC para a primeira conferência internacional realizada em Portugal sobre a gestão de museus de geociências

São testemunhos únicos da história do nosso planeta e estão em risco. A escassez de recursos humanos está a ameaçar as colecções dos museus das Ciências da Terra, adverte o investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra (UC), Pedro Callapez. O alerta surge nas vésperas da primeira conferência internacional realizada em Portugal sobre a gestão de museus de geociências, que decorre nos dias 5 e 6 de Junho no Museu da Ciência da UC.

Para Pedro Callapez, do Museu Mineralógico da UC, um dos problemas mais graves das geociências é "a inexistência de museus com equipas suficientemente numerosas, capazes de integrar conservadores especializados em Ciências da Terra e de gerarem uma escola para que esse conhecimento e experiências se transmitam à geração seguinte".

De acordo com o mesmo investigador, "as colecções de história natural, e as geológicas em particular têm sofrido vicissitudes várias na sua conservação, por força de conjecturas e jogos de interesse variados, a que não é estranho um certo alheamento da sua importância como repositório do mundo natural". As consequências, sublinha, são "simples": a incúria e os acidentes, fomentados e aliados à inexistência de técnicos especializados, ameaça os testemunhos da história da Terra.

E como se pode fazer frente a esta ameaça? "O futuro estará numa gestão aberta e integrada das geocolecções, reconhecendo a sua importância histórica, científica, didáctica e estética, de forma a que os museus que as integram recorram facilmente à colaboração de técnicos ou especialistas exteriores à unidade, facultando, em troca, portas abertas ao estudo e à divulgação dos seus acervos", avança Pedro Callapez. E em Portugal essa postura é fulcral, na medida em que o país "contém um acervo considerável e uma história notável para contar" na área das geociências, sublinha.

Integrada nas comemorações do Ano Internacional do Planeta Terra, a conferência internacional "Colecções e Museus de Geociências: Missão e Gestão" é organizada pelo Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência e pelo Museu Mineralógico da UC.

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