quarta-feira, junho 04, 2025
Michelle Phillips, dos Mamas & The Papas, nasceu há 81 anos...!
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Pinduca, o Rei do Carimbó, celebra hoje 88 anos
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Jorge Palma faz hoje 75 anos...!
No seu percurso escolar passou pelo Liceu Camões, em Lisboa, o Colégio Infante de Sagres, nas Mouriscas, em Abrantes, e o Colégio Académico, de novo em Lisboa.
Durante a adolescência e a par da formação erudita, começa a interessar-se pelo rock’n’roll, e, de um modo geral, pela música popular americana e inglesa. É por esta altura que descobre a guitarra. Bob Dylan, Led Zeppelin e Lou Reed tornam-se as suas maiores influências.
Em 1967, no Algarve, Jorge Palma integra o grupo Black Boys, tocando órgão. Esta primeira experiência profissional, na companhia de músicos de Santarém, durou cerca de seis meses e foi interrompida por uma aparição “oportuna” do seu pai, num dos bares em que o grupo tocava, num momento em que a experiência já se estava a esgotar.
Foi então que o pai o trouxe para Lisboa e Palma regressou aos estudos secundários. De 1969 a 1971, enquanto estuda Engenharia na Faculdade de Ciências de Lisboa (numa altura em que “o geral podia-se fazer ou no Técnico ou na Faculdade de Ciências”), passa a integrar o grupo pop-rock Sindicato, como teclista e cantor. Do grupo faziam parte Rão Kyao, Vítor Mamede, Edmundo Falé, Júlio Gomes, João Maló, Rui Cardoso e Ricardo Levi. Para além dos covers de bandas de rock americanas e inglesas (Led Zeppelin, Stephen Stills, Chicago, Blood Sweat and Tears, entre outros), o grupo compôs originais, em língua inglesa. A entrada de uma secção de metais encaminha-os para uma estética de fusão entre o Jazz e o Rock. Em 1971, gravaram o single "Smile", que tinha no lado B "SINDIblues Swede CATO'S Shoes", uma versão do standard de rock’n’roll "Blue Suede Shoes", de Carl Perkins. No mesmo ano, deram o seu último concerto na primeira edição do Festival Vilar de Mouros.
A estreia a solo de Jorge Palma acontece com o single The Nine Billion Names of God (1972), título de um conto de Arthur C. Clarke e inspirado também no livro "O Despertar dos Mágicos", de Louis Pauwels e Jacques Bergier. Por esta altura, inicia uma colaboração com José Carlos Ary dos Santos, que o ajuda a aperfeiçoar a escrita poética, e com quem estabelece uma relação aluno-mestre. “O ano de 1972, 1973, até ao Verão, até Setembro, esse ano e meio foi de convívio intenso com o Ary, sobretudo. Quase todas as noites estávamos juntos” Deste contacto resulta o EP A Última Canção (1973), com quatro composições de Jorge Palma, duas delas com letras de Ary dos Santos.
Ainda em 1972, realiza uma viagem transcontinental passando pelos Estados Unidos, Canadá e Caraíbas. Neste mesmo ano abandona os estudos de Engenharia.
Em Setembro de 1973, recusando cumprir o serviço militar obrigatório, e, consequentemente, embarcar numa guerra para o Ultramar, parte para a Dinamarca, com Gisela Branco, sua primeira mulher, onde lhe foi concedido asilo político. Como afirma na entrevista a Cristiano Pereira do Jornal de Notícias de 22 de Setembro de 2002:
Com licença, meus amigos, mas para a guerra não vou.
Na Dinamarca trabalhou como empregado num hotel. Em simultâneo, compunha e escrevia letras, participando, por vezes, em programas de rádio onde apresentou composições suas e de outros intérpretes da Música Popular Portuguesa (MPP).
Regressou a Portugal após o 25 de Abril de 1974, iniciando uma carreira como orquestrador, entre 1974 e 1977, na indústria discográfica. Fez arranjos para fonogramas de Amália Rodrigues, Pedro Barroso, Paco Bandeira, Francisco Naia, Rui de Mascarenhas, Tonicha, João Vaz Lopes, Valério Silva, Adelaide Ferreira e dos agrupamentos Intróito e Maranata. Participou como instrumentista em gravações de José Barata Moura e José Jorge Letria, entre outros.
Em 1975, concorreu ao Festival RTP da Canção com "O Pecado Capital", uma composição sua em co-autoria com Pedro Osório, defendida em dueto com Fernando Girão, e "Viagem", uma composição de Nuno Nazareth Fernandes com letra sua. Ficaram classificadas em 7º e 8º lugares, respectivamente, num total de dez canções concorrentes.
Nesse ano gravou o seu primeiro LP,Com uma Viagem na Palma da Mão, para a Valentim de Carvalho, com canções compostas durante o exílio em Copenhaga.
Depois da gravação do seu segundo trabalho discográfico - 'Té Já (1977) - e de uma digressão ao Brasil como músico de Paco Bandeira, partiu em viagem, cantando e tocando guitarra nas ruas de várias cidades espanholas (1977) e francesas (1978-1981), nomeadamente Paris, interpretando repertório de compositores de música popular americana, como Bob Dylan, Crosby, Stills and Nash, Leonard Cohen, Neil Young, Simon & Garfunkel, entre outros.
Em 1979, vive alguns meses em Portugal, morando no Ninho das Águias, junto ao Castelo de S. Jorge, em Lisboa. Grava "Qualquer Coisa Pá Música", o seu terceiro álbum de originais, com membros do grupo acústico O Bando, seguindo-se uma série de actuações a solo e com o referido grupo. Uma dessas actuações foi a 1ª parte do concerto do grupo The Pirates, em Lisboa, no pavilhão do Estádio do Restelo.
1980-1989
No início da década de 80, regressou a Paris, com a sua segunda mulher, Graça Lami, voltando a Portugal em 1982 para gravar o álbum duplo Acto Contínuo, com gravação prevista ao vivo, mas que acabou por ser gravado em estúdio e num curto espaço de tempo.
Vicente, o seu primeiro filho, nasce em 1983 e a ele dedica a música "Castor", do seu quinto álbum de originais - Asas e Penas (1984). De resto, ela é nele “inspirada”, a julgar pelo que consta na capa do registo sonoro, e só não é verdadeiramente instrumental pela sua participação/intervenção. Na sequência deste disco realiza diversos concertos em Portugal, França e Itália.
O ano seguinte é marcado pelo lançamento do seu sexto álbum de originais e um dos mais aclamados da sua carreira, O Lado Errado da Noite. O single "Deixa-me Rir" é dele extraído e teve um enorme sucesso. Por este álbum, que é definido, por alguns críticos, como “o lado certo de Jorge Palma” ou “Palma de Ouro”, recebe o “Sete de Ouro” e o “Troféu Nova Gente” e realiza uma longa turné por Portugal e Ilhas, sendo a sua primeira grande apresentação em Lisboa no espaço da Aula Magna da Universidade de Lisboa, ainda que tenha participado num concerto anterior, no mesmo local, organizado por estudantes. “Mas foi uma primeira Aula Magna, organizada por estudantes e não teve muita gente.”
Em 1986, concluiu o Curso Geral de Piano no Conservatório Nacional e gravou o seu sétimo álbum de originais – "Quarto Minguante", marcado por alguns problemas com a editora. O jornal Blitz de 1 de julho de 1986 chega a falar do projecto "Onde Vais Tu Esta Noite", que seria um misto de documentário e ficção sobre a vida do cantor, mas era uma altura em que esse tipo de trabalhos não tinha tanta visibilidade e apoios.
Os anos seguintes foram marcados pela frequência do antigo Curso Superior de Piano do Conservatório Nacional, onde foi aluno da compositora Maria de Lourdes Martins
Em 1989, edita Bairro do Amor, considerado pelos jornais Público e Diário de Notícias como um dos álbuns do século XX da música portuguesa. Este trabalho marca a saída da editora EMI - Valentim de Carvalho, que recusou a edição deste álbum (o próprio concorda que essa primeira versão não fosse a melhor), e a passagem para a PolyGram.
Compondo, escrevendo letras, fazendo arranjos e desempenhando a direcção musical nas gravações dos seus fonogramas, foi acompanhado por músicos com experiência em diversos domínios musicais, como o pop-rock, a MPP, a música improvisada, a música erudita e o jazz, dos quais se salientam Carlos Bechegas, Carlos Zíngaro, Edgar Caramelo, Guilherme Inês, Jorge Reis, Júlio Pereira, Rui Veloso, Zé Nabo, José Moz Carrapa, Zé da Ponte e Kalu, entre outros.
Durante a década de 1990 suspendeu a gravação de composições originais para se dedicar à reinterpretação da sua obra, participando regularmente noutros agrupamentos, realizando gravações para intérpretes próximos de si, compondo música para teatro, bem como preconizando inúmeros concertos pelo país, que se traduziram num aumento significativo da sua popularidade, sobretudo junto do público mais jovem.
Em 1991, foi editado Só, um álbum intimista, no qual JP revisita temas antigos, a solo e ao piano, e que foi gravado “sem rede”, isto é, voz e piano em simultâneo. Este trabalho foi premiado com um “Sete de Ouro” e o Diário de Notícias considerou-o, uma vez mais, um dos álbuns do século XX.
O álbum Ao Vivo no Johnny Guitar, de 1993, surge na sequência da formação do grupo Palma’s Gang, que reuniu os músicos Kalu e Zé Pedro (Xutos e Pontapés) e Flak e Alex dos Rádio Macau, e que realizou alguns concertos pelo país. Esta é uma segunda revisita à sua obra, mas desta vez num formato eléctrico, já que se tratava de um projecto rock. Participa, também, no álbum Sopa, dos Censurados, assinando a letra e emprestando a voz a "Estou Agarrado a Ti".
O ano seguinte fica marcado por vários concertos, quer a solo, quer com o Palma's Gang, destacando-se os concertos do S. Luís, a 4 e 5 de novembro, que viriam, mais tarde, a ser transmitidos pela RTP.
Durante o ano de 1995 continua a realizar concertos por todo o país, passando também pelo Casino Estoril, num formato solo, e com produção musical de Pedro Osório. Integrou, como pianista convidado, o Unplugged dos Xutos e Pontapés, na Antena 3. Foi letrista, compositor e músico em Espanta Espíritos, um álbum em que participaram vários nomes da MPP e que foi produzido por Manuel Faria (ex-Trovante). Participou com o tema "+1 Comboio" em parceria com Flak. Ainda neste ano, nasce o seu segundo filho.
Integrou o agrupamento Rio Grande, em 1996, formado por Tim (Xutos & Pontapés), João Gil (Ala dos Namorados), Rui Veloso e Vitorino, que alcançou uma considerável popularidade, gravando dois CD’s (1996 e 1998).
Ainda em 1996 musicou poemas de Regina Guimarães, integrados na peça de Bertolt Brecht "Lux in Tenebris" - levada à cena pela companhia de teatro de Braga - e colaborou com Sérgio Godinho, João Peste, Rui Reininho e Al Berto no espectáculo "Filhos de Rimbaud", apresentado no Coliseu dos Recreios de Lisboa. Foi também director musical do espectáculo teatral "Aos que Nasceram Depois de Nós", baseado em textos de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weill, Hans Eisler e do próprio dramaturgo e que contou com uma composição inédita de Palma ("Do Pobre B.B."). Participa também no álbum Encontros - Canções de João Lóio. É, ainda, em 1996, que a EMI-Valentim de Carvalho lança a compilação Deixa-me Rir, integrada na colecção Caravela, contendo músicas dos álbuns "Asas e Penas", "O Lado Errado da Noite" e "Quarto Minguante".
No ano seguinte, para além dos habituais concertos, colabora no disco Todo Este Céu, de Né Ladeiras, e na colectânea Voz e Guitarra, uma produção de Manuel Paulo (Ala dos Namorados), com a participação de inúmeros artistas, que escolheram e recriaram temas apenas com voz e guitarra. Sai também o segundo álbum dos Rio Grande - Dia de Concerto - ao vivo no Coliseu dos Recreios. Nele se estreia o original de Jorge Palma "Quem És Tu de Novo?", mais tarde incluído em Jorge Palma (2001).
Os anos finais da década de 1990 são marcados por vários concertos. Destacam-se os concertos das queimas das fitas, “Festival Outono em Lisboa”, vários durante a Expo, em nome próprio, em solidariedade para com a Guiné Bissau e como convidado do espectáculo "As Vozes Búlgaras", de Amélia Muge. Participou, também, no álbum de tributo aos Xutos e Pontapés – XX Anos XX Bandas - recriando "Nesta Cidade", acompanhado pela guitarra de Flak, e no álbum Tatuagem, de Mafalda Veiga, no dueto "Tatuagens", que veio a ser single do disco. Visitou também Timor Leste na companhia de Fernando Tordo.
Em 2000, continua a realizar concertos por todo o país. A Universal lança a colectânea Dá-me Lume e que se assume como um êxito comercial (mais de trinta mil cópias vendidas), mantendo-se no top nacional de vendas durante várias semanas. O enorme sucesso deste álbum levou a que o lançamento do novo álbum de originais, entretanto gravado, fosse sendo sucessivamente adiado, acabando por ver a luz do dia apenas em 2001. Ainda em 2000, JP participa no álbum de tributo a Rui Veloso, juntamente com Flak, interpretando "Afurada", para além de ter emprestado a sua voz a "Laura", canção pertencente à banda sonora do tele-filme da SIC, "A Noiva".
Em 2001 é editado o álbum Jorge Palma, muito bem recebido pela crítica e ainda mais pelo público, ávido de novas músicas depois de doze anos decorridos sobre o lançamento do seu anterior disco de originais. O disco chegou ao terceiro lugar do top nacional logo na primeira semana e foi disco de prata. Dois meses antes, fora reeditado Acto Contínuo, cuja versão não existia, ainda, em formato CD. Nesse ano abriu o terceiro dia do Festival Sudoeste e tocou nos Coliseus de Lisboa e Porto, em novembro, entre outros concertos. Escreveu um tema para Mau Feitio, um álbum de Paulo Gonzo, deu a voz a "Diz-me Tudo", música de abertura da telenovela portuguesa da SIC “Ganância” e emprestou o piano a "Fome (Nesse Sempre)", tema dos Toranja para uma compilação da Optimus.
Em 2002, recebeu o Prémio José Afonso para o disco Jorge Palma e foi nomeado para os Globos de Ouro, promovidos pela SIC, nas categorias de melhor intérprete individual e de melhor música ("Dormia Tão Sossegada"). Deu três concertos em Junho, no Teatro Villaret, acompanhado pelo seu filho Vicente, que foram editados num CD duplo, lançado em setembro, com o título No Tempo dos Assassinos - Teatro Villaret - Junho de 2002 e que contém trinta e três temas da sua vasta obra.
Ainda em 2002, os Cabeças no Ar - na prática, os Rio Grande sem Vitorino - lançam um disco.
Qualquer Coisa Pá Música é reeditado em CD.
Em 2003 e 2004, a agenda mantém-se preenchida, com muitos concertos pelo país. Prepara, no entanto, um trabalho gravado em sua própria casa em que alia a sua interpretação ao piano à voz de Ilda Féteira, numa incursão pela poesia portuguesa contemporânea. Esta "obra de culto" foi editada a expensas próprias e apresentada na Associação 25 de Abril.
Em agosto de 2004 gravou, no Porto, o álbum "Norte" que contou com participações especiais de muitos músicos portugueses com quem ainda não tinha trabalhado até então.
Lançou em 2007 o disco Voo Nocturno, gravado também com o precioso apoio da banda "Os Demitidos". O álbum foi o mais vendido de sempre da sua carreira e atingiu o galardão de tripla platina, com vendas superiores a 90 mil unidades.
A 27 de Novembro de 2008 casou-se em Las Vegas com Rita Tomé, sua namorada de longa data, ao som de "Encosta-te a Mim". É editado o disco "Voo Nocturno ao Vivo".
Lançou em 2010 o single "Tudo por um Beijo", banda sonora do filme A Bela e o Paparazzo.
A 17 de novembro de 2020 foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Em dezembro de 2022 foi lançado o álbum ao vivo Só ao Vivo, que regista temas de Jorge Palma em formato intimista de piano e voz, gravados durante a digressão Só, iniciada em 2021.
Em outubro de 2023 foi editado o álbum 70 Voltas ao Sol, registo ao vivo do concerto comemorativo dos seus 70 anos, realizado no Coliseu dos Recreios em 2020. O disco inclui participações de artistas como Marisa Liz, Camané, Carolina Deslandes, Agir, Ana Moura, Diogo Piçarra e Rui Reininho.
Em 2024 iniciou o espetáculo 3 Palmas na Mão, acompanhado pelos seus dois filhos - Vicente Palma e Francisco Palma - num formato de trio familiar, que cruza gerações e reportórios em palco.
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Jimmy McCulloch nasceu há setenta e dois anos...
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Saudades de Jorge de Sena...
Cantar do Amigo Perfeito
Passado o mar, passado o mundo, em longes praias,
de areia e ténues vagas, como esta
em que haverá de nossos passos a memória
embora soterrada pela areia nova,
e em que sobre as muralhas quanta sombra
na pedra carcomida guarda que passámos,
em longes praias, outras nuvens, outras vozes,
ainda recordas esta, ó meu amigo?
Aqui passeámos tanta vez, por entre os corpos
da alheia juventude, impudica ou severa,
esplêndida ou sem graça, à venda ou pronta a dar-se,
ido na brisa o sol às mais sombrias curvas;
e o meu e o teu olhar guiando-se leais,
de nós um para o outro conquistando
- em longes praias, outras nuvens, outras vozes,
ainda recordas, diz, ó meu amigo?
Também aqui relembro as ruas tenebrosas,
de vulto em vulto percorridas, lado a lado,
numa nudez sem espírito, confiança
tranquila e áspera, animal e tácita,
já menos que amizade, mas diversa
da suspeição do amor, tão cauta e delicada
- em longes praias, outras nuvens, outras vozes,
ainda as recordas, diz, ó meu amigo?
Também aqui, sorrindo em branda mágoa,
desfiámos, sem palavras castamente cruas,
não já sequer os íntimos segredos
que o próprio amor, porque ama, não confessa,
nem a vaidade humana dos sentidos, mas
subtis fraquezas vis, ingénuas e secretas
- em longes praias, outras nuvens, outras vozes,
ainda recordas, diz, ó amigo?
*
Partiste e foi contigo a juventude.
Ficou o silêncio adulto, pensativo e pródigo,
e o terror de não ser minha estátua jacente
sobre o túmulo frio onde as cinzas da infância
desmentem - palpitar de traiçoeira fénix! -
que só do amor ou só da terra haja saudade.
Em longes praias, outras nuvens, outras vozes,
tu sabes que a levaste, ó meu amigo?
in Pedra Filosofal (1950) - Jorge de Sena
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Casanova morreu há 227 anos
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Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu há 127 anos
Por isso foi incluído no premiado filme "O Cangaceiro", de Lima Barreto, que o celebrizou no país e no exterior. Na ocasião, sofreu uma adaptação do compositor Zé do Norte (Alfredo Ricardo do Nascimento), autor de outras músicas do filme, que manteve a sua estrutura original. Há também uma gravação de um antigo cabra do bando de Lampião, o cangaceiro Volta Seca.
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Angelina Jolie comemora hoje cinquenta anos...!
Angelina Jolie Voight (Los Angeles, 4 de junho de 1975) é uma atriz, cineasta e ativista humanitária norte-americana. Estreou no cinema ao lado do seu pai, Jon Voight, em Lookin' to Get Out (1982); porém, a carreira dela começou a sério uma década mais tarde, quando participou do filme de baixo orçamento Cyborg 2 (1993), seguido do seu primeiro papel principal, numa grande produção em Hackers (1995). Posteriormente, foi escolhida para fazer os telefilmes biográficos George Wallace (1997), pelo qual ganhou o seu primeiro Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante em Televisão e recebeu uma indicação ao Emmy do Primetime para Melhor Atriz Coadjuvante em minissérie ou telefilme, e Gia (1998), vencendo novamente o Globo de Ouro, só que, desta vez, na categoria de Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para Televisão. Em 1999, recebeu elogios por parte dos críticos especializados por sua interpretação como Lisa Rowe no filme Girl, Interrupted, pelo qual ganhou o Óscar de Melhor Atriz Coadjuvante.
Jolie ganhou reconhecimento internacional em 2001 por ter interpretado a heroína dos jogos eletrónicos Lara Croft, em Tomb Raider, estabelecendo-se, assim, entre as principais atrizes de Hollywood. Continuou a sua carreira como "estrela de ação" em Mr. & Mrs. Smith (2005), Wanted (2008), Salt e The Tourist (ambos de 2010). A atriz foi elogiada pela crítica por suas atuações nos dramas A Mighty Heart (2007) e Changeling (2008), que lhe rendeu a sua segunda indicação ao Óscar na categoria de Melhor Atriz. O seu maior sucesso comercial veio com o filme de fantasia Maleficent (2014). A partir da década de 2010, ela expandiu a sua carreira para direção, roteiro e produção, dirigindo os dramas de guerra In the Land of Blood and Honey (2011) e Unbroken (2014). Até abril de 2019, era uma das atrizes de maior bilheteira de todos os tempos na América do Norte, assim como das 110 primeiras pessoas em geral, com seus filmes fazendo mais de 2,17 mil milhões de dólares.
Além de seu trabalho no cinema, Angelina Jolie é conhecida por seus esforços humanitários, pelos quais recebeu um Prémio Humanitário Jean Hersholt e o título honorário de dama da Ordem de São Miguel e São Jorge (DCMG), entre outras distinções. Ela promove várias causas, incluindo a conservação ambiental, educação e direitos das mulheres, e é mais conhecida por sua defesa em favor dos refugiados, tendo sido nomeada Enviada Especial para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Como uma figura pública, Jolie é citada como uma das pessoas mais influentes e poderosas na indústria de entretenimento americana, bem como a mulher mais bonita do mundo, por vários meios de comunicação, os quais a consideram um símbolo sexual. Em 2006, a revista People a nomeou a Pessoa Mais Bonita do Mundo, ao passo que a Empire e a Esquire designaram-na a Estrela de Cinema Mais Sensual de Sempre. Foi nomeada a celebridade mais poderosa do mundo pela Forbes em 2009, bem como a atriz mais poderosa de 2006 a 2008 e de 2011 a 2013. Nos anos de 2009, 2011 e 2013, foi a atriz mais bem paga de Hollywood. A sua vida pessoal é objeto de constante atenção dos media. Ela divorciou-se dos atores Jonny Lee Miller, Billy Bob Thornton e Brad Pitt, com quem teve seis filhos, três dos quais foram adotados.
Alexei Navalny, o opositor do ditador russo Putin que este mandou assassinar, fazia hoje 49 anos...

Alexei Anatolievitch Navalny (em russo: Алексе́й Анато́льевич Нава́льный; Butyn, 4 de junho de 1976 – Kharp, 16 de fevereiro de 2024) foi um líder da oposição russa, ativista anticorrupção e prisioneiro político. Ele fundou a Fundação Anticorrupção (FBK) em 2011. Foi reconhecido pela Amnistia Internacional como prisioneiro de consciência e recebeu o Prémio Sakharov pelo seu trabalho em prol dos direitos humanos.
Por meio de suas contas nas mídias sociais, Navalny e sua equipe publicaram material sobre corrupção na Rússia, organizaram manifestações políticas e promoveram suas campanhas. Em uma entrevista em 2011, ele descreveu o partido governista da Rússia, o Rússia Unida, como um “partido dos bandidos e ladrões”, que se tornou um apelido popular. Navalny e o Fundação Anticorrupção publicaram investigações detalhando a suposta corrupção de autoridades russas de alto escalão e seus associados.
Navalny recebeu duas vezes uma sentença suspensa por desvio de fundos, em 2013 e 2014. Ambos os casos criminais foram amplamente considerados como tendo motivação política e com o objetivo de impedi-lo de concorrer em eleições futuras. Ele concorreu na eleição para prefeito de Moscou em 2013 e ficou em segundo lugar com 27,2% dos votos, mas foi impedido de concorrer na eleição presidencial de 2018.
Em agosto de 2020, Navalny foi hospitalizado após ser envenenado com um agente nervoso Novichok. Ele foi medicamente evacuado para Berlim e recebeu alta um mês depois. Ele acusou o presidente Vladimir Putin de ser responsável por seu envenenamento, e uma investigação implicou agentes do Serviço Federal de Segurança. Em janeiro de 2021, Navalny retornou à Rússia e foi imediatamente detido sob a acusação de violar as condições da liberdade condicional enquanto estava hospitalizado na Alemanha. Após sua prisão, foram realizados protestos em massa em toda a Rússia. No mês seguinte, a sentença suspensa de Navalny foi substituída por uma sentença de prisão de mais de 2 1⁄2 anos de detenção, e suas organizações foram posteriormente designadas como extremistas e liquidadas. Em março de 2022, Navalny foi condenado a mais nove anos de prisão após ser considerado culpado de desvio de fundos e desacato ao tribunal em um novo julgamento descrito como uma farsa pela Amnistia Internacional.
Após a rejeição de seu recurso, Navalny foi transferido para uma prisão de alta segurança em junho. Em agosto de 2023, ele recebeu outra sentença de 19 anos por acusações de extremismo.
Em dezembro de 2023, Navalny desapareceu da prisão por quase três semanas. Ele reapareceu em uma colónia corretiva no Círculo Polar Ártico, na Região Autónoma de Yamalo-Nenets. Em 2024, o serviço penitenciário russo informou que Navalny havia morrido, o que posteriormente provocou protestos na Rússia e em vários outros países. Muitos governos ocidentais e organizações internacionais fizeram acusações contra o governo de Putin em relação à sua morte.
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Jorge de Sena morreu há quarenta e sete anos...
Na Escola Naval
Engenharia civil, casamento e primeiras obras
Exílio no Brasil
Estados Unidos e últimos anos
Obra
Quando a morte vier, ou procurada
eu a tiver comigo apenas por um instante,
qual já nem for amante
a esperança conseguida à liberdade,
então do nada que a existência invade
alguma dor virá de não ter dito
que a vida eu sofria como um rito
do Sol de outras manhãs. Expatriada?
Não. Que só a morte nunca existirá.
Sonharei - sonhará,
na treva, a cantiga:
Que luz não amiga
a treva será?
Nem longe, nem perto;
nem riso decerto.
Apenas um rumor de madrugada.
in Coroa da Terra (1946) - Jorge de Sena
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Fernando Martins
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