O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
O pequeno meteoroide que provocou o fenómeno que foi visível em Portugal e Espanha a que chamos meteoro (o meteoroide é um pedaço de rocha ou de cometa no espaço que, puxado pela gravidade da Terra, ao entrar na atmosfera a uma enorme velocidade, aquece e é parcialmente - ou totalmente... - vaporizado, vendo-se e podendo-se ouvir então o meteoro; se sobrar um pedaço sólido que caia na Terra, então esse pedaço passará a ser um meteorito) teve, segundo o meu amigo José Augusto Matos (que teve um fim de semana muito trabalhoso nas televisões...) o trajeto em cima explanado, voltando para o espaço ou caindo os últimos fragmentos no mar.
O Instituto de Astrofísica de Andaluzia (IAA-CSIC) publicou que o meteoro começou a ser visível, a uma altitude
de aproximadamente cento e vinte km, sobre a aldeia de Don Benito, Badajoz, deslocou-se para noroeste, atravessou Portugal e
terminou a uma altura de cerca de 54 km sobre o Oceano Atlântico.
O pequeno fragmento de rocha (entre 10 e 40 cm de diâmetro) que fez tamanho estardalhaço não deveria ser proveniente de cometa, ao contrário do que alguns aventaram, pois a cor do meteoro (verde-azulado) indica que era rico em Magnésio, o que não aprece compatível com essa hipótese...
Bola de fogo que iluminou céu de quase todo o país foi um meteoroide. Não caíram fragmentos
Desprendeu-se de um
cometa, veio a 161 mil km/h, entrou na atmosfera perto de Badajoz,
percorreu Portugal durante 500 km rumo ao norte e 'apagou-se' no
Atlântico. Nenhum fragmento caiu no solo.
O enorme clarão que iluminou o céu de quase todo o país nos últimos
minutos deste sábado foi um meteoroide. A rocha espacial que coloriu de
azul e verde o céu de Portugal e Espanha libertou-se de um cometa,
incendiou-se ao entrar na atmosfera a uma velocidade de cerca de 161 mil
quilómetros por hora a uma altitude de 122 quilómetros perto de
Badajoz, percorreu depois cerca de 500 quilómetros num percurso para
noroeste cruzando o nosso país e extinguiu-se a 54 quilómetros de
altura, sobre o Atlântico, já acima do Porto. Neste longo trajeto
rompeu-se em vários fragmentos, que tornaram esta bola de fogo ainda
mais brilhante, mas nenhum deles caiu no solo.
A informação é do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (IAA-CSIC),
que centraliza as informações dos detetores de várias estações do
projeto SMART em Espanha (Huelva, Toledo, Granada ou Sevilha, por
exemplo) e também Portugal. O SMART monitoriza continuamente a atmosfera
para observar e analisar o impacto de possíveis objetos do Sistema
Solar contra o nosso Planeta. Foi tornada pública esta manhã e coloca
assim de parte a possível queda de qualquer fragmento da rocha em Castro
Daire, como chegou a ser admitido pela Proteção Civil, que emitiu um
alerta (pouco habitual) para a queda de um meteorito na região de
Pinheiro, Castro Daire, Viseu, já na madrugada de domingo, retirando
esse mesmo alerta uma hora depois.
Os avistamentos começaram dez minutos antes da meia noite e Proteção
Civil abriu uma ocorrência para “queda de meteorito” na zona de Castro
Daire. Mas depois desmobilizou os meios de socorro na zona. “Pelo menos
agora durante a noite não foi encontrado nada”, adiantou à Lusa fonte do
Comando Sub-regional de Viseu Dão Lafões por volta das 2h45.
Seis veículos auxiliados por 20 operacionais, da GNR e
dos bombeiros de Castro Daire, estiveram na zona de Pereira e da serra
de Montemuro. Por volta da 1h20, a mesma fonte disse à Lusa que “houve
efetivamente um alerta de possível queda de meteorito” e que, “uma vez
que as pessoas referiram que viram um clarão numa zona de antenas”, as
equipas patrulharam também “parques eólicos ali ao redor”.
Especialista de Instituto da Andaluzia afasta queda de fragmentos
Na
manha deste domingo, o Instituto de Astrofísica de Andaluzia explicava
cientificamente o fenómeno e garantia que não tinha havido queda de
fragmentos. O evento foi analisado pelo responsável pelo projeto SMART
daquele instituto, o astrofísico José María Madiedo, que avançou vários
detalhes: a rocha espacial chegou à atmosfera terrestre à tal velocidade
impressionante de 61 mil quilómetros por hora (45 km por segundo);
tinha uma trajetória quase paralela e rasante com a Terra (apenas 10
graus de inclinação); veio de um cometa; e tratou-se de um meteoroide.
O astrofísico acrescentou que ao impactar com a atmosfera bruscamente
e a tão grande velocidade, o meteoroide se tornou então incandescente, o
que produziu a bola de fogo brilhante que foi avistada no céu. A rocha
espacial entrou na atmosfera em Don Benito (perto de Badajoz), a cerca
de 122 km de altitude, e depois fez um percurso para noroeste de 500 km
cruzando Portugal, onde se “apagou” já sobre o Oceano Atlântico, a 54k
de altura, para lá do Porto.
Ao longo deste trajeto, em que foram muitos os avistamentos, mesmo à
distância (vão desde Madrid, a Jaen e Sevilha — em Espanha —, passando
por Coruche, Santarém, Lisboa, Viseu, Porto e Braga — em Portugal), o
meteoroide sofreu várias explosões. Essas explosões acontecem à medida
que a rocha se vai partindo em vários fragmentos, normalmente pequenos
detritos, o que, quando acontece, aumenta a sua luminosidade. Nenhum
desses fragmentos, garante o Instituto de Astrofísica de Andaluzia,
chegou ao solo. Daí que qualquer indício de queda em Castro Daire e
respetivas buscas tenham sido em vão, apesar do alerta da Proteção
Civil.
Pouco antes da meia-noite, começaram a surgir relatos nas
redes sociais do clarão avistado em vários pontos do território
nacional. E muitas imagens circularam nas redes sociais.
Os meteoroides podem
variar de tamanho, desde serem quase insignificantes - micrometeoroides
ou poeira espacial -, a terem quase um metro de largura. Esse é um dado
sobre o qual ainda não existe informação. Na sua maioria são fragmentos
de cometas ou asteroides, mas podem também ser detritos de impactos
desses corpos com planetas. Neste caso, já se sabe que era uma pedra de
um cometa.
Em qualquer caso, quando um meteoroide (ou um asteroide) entra na
atmosfera da Terra a uma velocidade superior a 72 mil quilómetros por
hora (e no caso deste sábado estamos a falar quase do dobro), o
aquecimento aerodinâmico no contacto com o ar produz um raio de luz,
porque a pedra fica incandescente porque explode e porque deixa à
passagem um rastro de partículas brilhantes. Nesta fase já se pode
chamar meteoro ou, como muitas vezes as conhecemos, “estrelas
cadentes”. Os meteoros são visíveis quando estão a cerca de 100 km
acima do nível do mar.
Meteoro é o que se se chama à luz brilhante
do pedaço de rocha que se desprende do cometa e se incendeia ao entrar
na nossa atmosfera, as estrelas cadentes. E os meteoritos são já o que
resta dessa rocha depois de atravessar a atmosfera e cair na Terra.
Esses
pedaços da rocha, que caem sobre a Terra (25 milhões de meteoroides,
micrometeoroides e outros detritos espaciais caem todos os dias),
normalmente são bastante pequenos, mas há rochas de maiores dimensões
que caem sobre zonas habitadas ou sobre estruturas, causando danos. O
que não foi o caso.
Estes não são fenómenos raros. As conhecidas chuvas de estrelas são
exatamente isso, detritos de meteoros que entram na atmosfera terrestre
em grande velocidade, devido à interação de um cometa com a Terra, em
que rochas desse cometa se desprendem da sua órbita, ou, ao contrário,
quando é a Terra a cruzar essa órbita.
No caso deste sábado ter-se-á tratado seguramente de uma rocha de
alguma dimensão, que entrou a uma enorme velocidade e passou a uma
altitude muito baixa. Um bólide, como é conhecido. Este tipo de caso já é
fenómeno mais raro: tornam-se extremamente brilhantes, são sempre menos
habituais e de uma beleza extraordinária. E há sempre um perigo
relativo.
Impacto recente de meteoroide em Marte criou uma das maiores crateras do Sistema Solar
O sismo detetado em Marte em dezembro foi causado pelo impacto
de um meteoroide, estimado como um dos maiores vistos em Marte desde que
a NASA começou a explorar o cosmos.
O “lander” InSight da NASA registou um sismo marciano de magnitude 4
no passado dia 24 de dezembro, mas os cientistas só mais tarde
descobriram a causa desse sismo: o impacto de um meteoroide — um dos
maiores vistos em Marte desde que a NASA começou a explorar o cosmos.
Além disso, a colisão com a superfície escavou pedaços de gelo do tamanho de pedregulhos mais perto do equador marciano do que alguma vez foi encontrado – uma descoberta com implicações para os planos futuros da NASA de enviar astronautas para o Planeta Vermelho.
Os cientistas determinaram que o sismo resultou do impacto de um meteoroide
quando olharam para o antes e depois em imagens da MRO (Mars
Reconnaissance Orbiter) da NASA e avistaram uma nova cratera, explica a
agência espacial norte-americana em comunicado.
Fornecendo uma rara oportunidade de ver como um grande impacto abalou o
chão em Marte, o evento e os seus efeitos foram detalhados em dois
artigos científicos [artigo 1, artigo 2] publicados dia 27 de outubro na revista Science.
Blocos de gelo do tamanho de pedregulhos podem ser vistos em torno da
orla de uma cratera de impacto em Marte, nesta imagem capturada pela
câmara HiRISE a bordo da sonda MRO da NASA - a cratera foi formada no dia
24 de dezembro de 2021 pelo impacto de um meteoroide na região chamada
Amazonis Planitia
Estima-se que o meteoroide tenha tido entre 5 a 12 metros
– suficientemente pequeno para ter ardido na atmosfera terrestre, mas
não na fina atmosfera de Marte, que tem apenas 1% da sua densidade.
O impacto, numa região chamada Amazonis Planitia,
escavou uma cratera com cerca de 150 metros de diâmetro e 21 metros de
profundidade. Alguns dos detritos ejetados pelo impacto voaram até 37
quilómetros de distância.
Com imagens e dados sísmicos documentando o evento, pensa-se que esta é uma das maiores crateras cuja formação foi já testemunhada no Sistema Solar.
Existem muitas crateras maiores no Planeta Vermelho, mas são
significativamente mais velhas e são anteriores a qualquer missão
marciana.
“A descoberta de um impacto fresco deste tamanho não tem precedentes“, disse Ingrid Daubar,
da Universidade Brown, que lidera o Grupo de Trabalho de Ciência de
Impacto do InSight. “É um momento emocionante na história geológica – e
conseguimos testemunhá-lo”.
O módulo InSighttem visto a sua energia diminuir
drasticamente nos últimos meses devido à acumulação de poeira nos seus
painéis solares. Espera-se agora que o “lander” seja desligado nas
próximas seis semanas, pondo fim à ciência da missão.
O InSight está a estudar a crosta, o manto e o núcleo do planeta.
As ondas sísmicas são fundamentais para a missão e revelaram o tamanho,
profundidade e composição das camadas interiores de Marte.
Desde que pousou em Marte, em novembro de 2018, o InSight detetou 1.318 sismos marcianos, incluindo vários provocados por impactos de meteoroides mais pequenos.
Mas o sismo resultante do impacto de dezembro passado foi o primeiro observado a ter ondas superficiais – uma espécie de onda sísmica que ondula ao longo do topo da crosta de um planeta.
O segundo dos dois artigos científicos relacionados com o grande
impacto descreve como os cientistas utilizam estas ondas para estudar a
estrutura da crosta de Marte.
Caçadores de crateras
No final de 2021, os cientistas da missão InSight
informaram o resto da equipa que tinham detetado um grande sismo
marciano no dia 24 de dezembro.
A cratera foi descoberta pela primeira vez no dia 11 de fevereiro
de 2022 por cientistas que trabalhavam no MSSS (Malin Space Science
Systems), que construiu e opera duas câmaras a bordo da MRO.
A CTX (Context Camera) fornece imagens a preto e
branco, de média resolução, enquanto a MARCI (Mars Color Imager) produz
diariamente mapas de todo o planeta, permitindo aos cientistas seguir as mudanças climáticas em grande escala, como a recente tempestade regional de poeira que diminuiu ainda mais a energia solar do InSight.
A zona do impacto era visível nos dados MARCI e isso
permitiu à equipa fixar um período de 24 horas dentro do qual este
ocorreu. Estas observações correlacionaram-se com o epicentro sísmico,
demonstrando conclusivamente que o impacto de um meteoroide provocou o
grande sismo de dia 24 de dezembro.
“A imagem do impacto era diferente de qualquer outra
que já tinha visto antes, com a cratera massiva, o gelo exposto e a
dramática zona de explosão preservada na poeira marciana”, disse Liliya Posiolova, que lidera o Grupo de Ciência e Operações Orbitais no MSSS.
“Não pude deixar de imaginar como devia ter sido testemunhar o impacto, a explosão atmosférica e os detritos ejetados a quilómetros de distância“.
A determinação do ritmo a que as crateras são formadas
em Marte é crucial para refinar a linha temporal geológica do planeta.
Em superfícies mais antigas, como em Marte ou na Lua, existem mais crateras do que na Terra; no nosso planeta, os processos tectónicos e de erosão apagam características mais antigas da superfície.
As novas crateras também expõem materiais situados abaixo da superfície. Neste caso, grandes pedaços de gelo espalhados pelo impacto foram vistos pela câmara a cores HiRISE (High-Resolution Imaging Science Experiment) da MRO.
O gelo subterrâneo será um recurso vital para os astronautas, que poderão utilizá-lo para uma variedade de necessidades, incluindo água potável, agricultura e combustível para foguetões.
O gelo enterrado nunca tinha sido visto tão perto do equador marciano que, como a parte mais quente de Marte, é um local apelativo para os astronautas.
Cientistas encontram fragmentos do meteorito da Rússia
Meteorito principal continua por encontrar no fundo de um lago, mas dezenas de partículas foram recuperadas por investigadores da Universidade dos Urais.
Fragmentos do meteorito que causou 1500 feridos na Rússia
Cientistas russos recuperaram vários fragmentos do meteoro russo que se desintegrou sexta-feira sobre a região de Cheliabinsk, 1800 quilómetros a Leste de Moscovo, deixando quase 1500 feridos.
No domingo, o Governo russo suspendera as buscas para encontrar um meteorito que caiu sobre um lago congelado, recortando um círculo perfeito de vários metros de diâmetro sobre o gelo. A Universidade dos Urais, no entanto, enviou para a região uma equipa de investigadores, que recuperou cerca de meia centena de pequenos meteoritos. Fotos divulgadas pela universidade mostram uma série de pequenos fragmentos, o maior dos quais parece ter o diâmetro de um dedo.
“Confirmamos que as partículas de uma substância encontrada pela nossa expedição perto do lago de Tchebarkoul têm a composição de um meteorito”, disse Viktor Grokhovski, investigador da Universidade dos Urais e membro da Academia Russa de Ciências, citado pela agência AFP.
Segundo os cientistas, as partículas encontradas serão fragmentos de um meteorito maior que terá caído no lago de Tchebakoul. Mergulhadores tentaram encontrá-lo, mas a operação foi abandonada, dada a existência de uma camada de um metro e meio de lodo no fundo.
Meteorito é a designação que se dá aos fragmentos de um meteoro – um corpo celeste quando entra na atmosfera – que chegam ao solo. O meteoro da Rússia teria 17 metros de diâmetro e 10.000 toneladas de massa quando entrou na atmosfera, desintegrando-se num rasto incandescente devido ao atrito com o ar.
Ondas de choque, provocadas sobretudo pela explosão sónica durante a desaceleração do meteoro até ao limite da velocidade do som, provocaram danos em milhares de edifícios, sobretudo vidros partidos.
O último balanço do Ministério da Saúde russo fala em 1.491 feridos, dos quais 311 são crianças. Ainda há 46 pessoas hospitalizadas.
Na região de Cheliabinsk, equipas de emergência continuam a trabalhar para reparar os estragos, sobretudo pela substituição de vidros partidos. As temperaturas na região nesta altura do ano chegam perto dos 20 graus Celsius negativos.
NOTA: houve algumas asneiradas publicadas e ditas pelos media nos últimos dias sobre este assunto (os conceitos de asteróide, cometa, meteoroide, meteoro, bólide e meteorito sofreram tratos de polé e dificilmente resistiram...) que merecem a nossa atenção. Assim, em primeiro lugar, ao contrário de certas pessoas que esperam ansiosas o fim do mundo (depois do flop do 21.12.2012, tudo é bom para anunciar a destruição da Humanidade e da Terra...) este fenómeno é normal e aconteceu no passado e acontecerá no futuro muitas vezes. Depois, a passagem do asteroide 2012 DA14 na mesma data foi meramente fortuita. Finalmente, o asteroide e o cometa são pequenos astros com composição diferente (os primeiros rochosos e dando origem à maioria dos meteoritos caídos na Terra e os segundos são pequenas bolas de gelo sujo, com poeiras e, possivelmente, compostos orgânicos, sendo bons exemplos da composição da nebulosa que deu origem ao Sol e às estrelas suas irmãs). Para terminar, meteoroide é um pequeno astro que está no espaço, meteoro é o mesmo astro quando atravessa a atmosfera terrestre (deixando um rasto de luz, e por vezes, barulho e fumo, chamando-se bólide se é muito brilhante) e meteorito é a rocha que sobreviveu à queda do espaço e atinge a terra, dando-nos muitas pistas sobre o Sistema Solar e a sua formação. Esperemos ainda que os governos invistam mais na pesquisa de asteróides e cometas que possam chocar contra a Terra, para que este evento (ou o de Tunguska, também ocorrido na Rússia, passando este ano 105 anos sobre a sua ocorrência) pois fica provado que é dinheiro bem empregue.