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segunda-feira, agosto 10, 2020

O Tratado de Sèvres foi assinado há um século

   
O Tratado de Sèvres foi um acordo de paz assinado entre os Aliados e o Império Otomano em 10 de agosto de 1920, após a Primeira Guerra Mundial. O Tratado partilhava o Império Otomano entre o Reino da Grécia, o Reino de Itália, o Império Britânico e a República francesa, além de estender o território da Armênia, e a criação de um estado curdo. Desde 1915 existiam planos de criação de regiões de influência pelos britânicos e franceses, no Acordo Sykes-Picot, do território otomano.
Liderados por Mustafa Kemal Atatürk, soldados do movimento nacionalista turco vencem os exércitos que ocupavam a Anatólia na Guerra de independência turca, resultando no Tratado de Lausanne, garantindo a independência da Turquia.
Mudanças territoriais
As suas cláusulas consagravam a perda, pela Turquia, não apenas da Palestina, Síria, Líbano e Mesopotâmia, mas também praticamente de todos os territórios otomanos na Europa (com exceção de Constantinopla) e da região de Esmirna, ambas entregues à Grécia. Além disso, o tratado estipulava que os estreitos de Bósforo e dos Dardanelos, assim como o mar de Mármara, seriam transformados em zonas neutras desmilitarizadas (internacionalizadas) e sua travessia permitida, em quaisquer circunstâncias, a todos os navios estrangeiros, mercantes ou de guerra. O tratado ainda contemplava os curdos com uma região autónoma e os arménios com terras da Arménia Ocidental, o que foi totalmente rejeitado pelos turcos.

sábado, janeiro 25, 2020

Ali Químico foi barbaramente executado há dez anos

  
Ali Hassam al-Majid, conhecido como Ali Químico, (Tikrit, 30 de novembro de 1941 - Bagdad, 25 de janeiro de 2010) foi um integrante do governo iraquiano no regime de Saddam Hussein, de quem era primo em primeiro grau.
  
Vida
Nascido em Tikrit, no antigo Reino do Iraque, Ali Hassam al-Majid teve uma infância muito pobre e pouca educação formal. Juntou-se ao Partido Ba'ath em 1968, conjuntamente com o seu primo Saddam Hussein. Em 1979, ele conspirou, com Saddam Hussein, para derrubar o então presidente Al-Bakr.
No governo do ditador Saddam Hussein, Al-Majid foi ministro da Defesa, ministro do interior e chefe do serviço de inteligência do Iraque e considerado o mentor do genocídio cometido contra os curdos em 1988, quando milhares de civis foram mortos pelo uso de gás venenoso pelas tropas iraquianas. Nestes ataques pelo menos 180 mil curdos morreram e mais de 1,5 milhão de pessoas foram desalojadas.
Em março de 2003, os Estados Unidos e os seus aliados invadiram o Iraque com o objetivo de derrubar Saddam Hussein e instaurar um novo governo democrático naquele país. Em 9 de abril a capital Bagdad caiu e, em maio, as forças norte-americanas já ocupavam o país e o então presidente norte-americano George W. Bush declarou o fim das operações militares, dissolvendo o governo do partido Ba'ath.
Ali Hassan sobreviveu aos bombardeamentos americanos de abril de 2003 mas foi preso pelas forças da coligação a 17 de agosto de 2003. Ele era o 5º homem mais procurado no Iraque pelos Estados Unidos, mostrado como Rei de espadas no jogo de cartas americano dos mais procurados do antigo regime.
  
Execução
Em 23 de junho de 2007 foi condenado à morte na forca por crimes contra a humanidade pelo Supremo Tribunal Criminal Iraquiano, que investiga os crimes cometidos pelo Partido Baath, entre 1968 e 2003. A sua sentença foi executada no dia 25 de janeiro de 2010.
  

domingo, setembro 22, 2019

A Guerra Irão-Iraque começou há 39 anos

A Guerra Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar travado entre o Irão e o Iraque, resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países. A guerra começou quando os iraquianos invadiram o território iraniano, em 22 de setembro de 1980. Saddam Hussein, ditador do Iraque, esperava que o caótico Irão pós-revolução não tivesse condições de resistir ao avanço das suas tropas e invadiu, sem declarar guerra formalmente, mas o progresso foi lento e o ataque acabou sendo repelido. Em 1982, os iranianos lançaram a sua contra-ofensiva e tomaram a iniciativa. A guerra passou então a abranger aspectos religiosos, nacionalistas e sectários, com os curdos e xiitas demonstrando apoio ao Irão no esforço de guerra. O resultado foi um banho de sangue, com grandes perdas de vidas (especialmente entre a população civil).
O Conselho de Segurança das Nações Unidas buscou várias resoluções para tentar acabar com as hostilidades, mas a guerra só foi formalmente encerrada em 20 de agosto de 1988 após a Resolução 598 da ONU firmar um cessar-fogo aceito por ambos os lados. Na conclusão do conflito, as fronteiras retornaram ao status pré-guerra dos Acordos de Argel de 1975. Os últimos prisioneiros de guerra, contudo, só foram soltos em 2003, após a destituição de Saddam do poder no Iraque.
A guerra foi extremamente custosa em termos de vidas e dinheiro para ambos os lados: números oficiais apontam que mais de meio milhão de combatentes morreram, com um número similar de civis também perdendo a vida; milhares de pessoas foram feridas e outras milhares foram deslocadas de suas casas, causando uma crise humanitária. Centenas de milhares de milhões de dólares também foram gastos, mas no final nenhum ganho territorial foi visto por qualquer um dos beligerantes. Este conflito foi comparado a Primeira Guerra Mundial em termos de táticas usadas, com uso grande de trincheiras com arame farpado e armadilhas, ninhos de metralhadoras e ataques de baioneta em ondas humanas pela terra de ninguém. Outro ponto marcante da guerra foi o uso indiscriminado de armas químicas, como o gás mostarda, por parte dos iraquianos contra tropas e civis iranianos e curdos. Muitos países muçulmanos e ocidentais apoiaram o Iraque com dinheiro, equipamentos e informações de inteligência (como imagens de satélite). Algumas nações apoiaram o Irão, muitas de forma clandestina (como no caso Irão-Contras).
O conflito deixou ambos os lados extremamente fatigados, mas trouxe também alguns desdobramentos. O Iraque, embora financeiramente quebrado, tinha agora um poderoso exército a sua disposição. Já o Irão, apesar das perdas sofridas, viu a sua revolução islamita sedimentada. A ONU, embora declaradamente não tenha tomado partido, não buscou imediatamente condenar as atrocidades cometidas a olhos vistos pelo Iraque, como os seus ataques químicos contra civis, e recusaram a identificar os iraquianos como os agressores (apesar deles terem sido os primeiros a atacar) até 11 de dezembro de 1991, quando Saddam Hussein passou a ser o principal antagonista da região após a Guerra do Golfo.
   

sexta-feira, abril 28, 2017

Saddam Hussein nasceu há 80 anos

Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti (Tikrit28 de abril de 1937 - Bagdad30 de dezembro de 2006) foi um político e estadista iraquiano; foi o quinto presidente do Iraque de 16 de julho de 1979 até 9 de abril de 2003, e também acumulou o cargo de primeiro-ministro nos períodos de 19791991 e 19942003. Hussein foi uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe e um dos principais membros do Partido Socialista Árabe Ba'ath, e mais tarde, do Partido Ba'ath baseado em Bagdad e de uma organização regional Partido Ba'ath - Região do Iraque, a qual era uma mistura de nacionalismo árabe e do socialismo árabe; Saddam teve um papel chave no golpe de 1968 que levou o partido a um domínio de longo prazo no Iraque.
Como vice-presidente do enfermo General Ahmed Hassan al-Bakr, e numa altura em que muitos grupos eram considerados capazes de derrubar o governo, Saddam criou forças de segurança através do qual controlou rigidamente o conflito entre o governo e as forças armadas. No início dos anos 1970, Saddam nacionalizou o petróleoe outras indústrias. Os bancos estatais foram postos sob seu controle, deixando o sistema eventualmente insolvente, principalmente devido à Guerra Irão-Iraque, a Guerra do Golfo e as sanções da ONU. Até o fim da década de 1970, Saddam cimentou a sua autoridade sobre o aparelho do governo com os lucros obtidos do petróleo que ajudou a economia do Iraque a crescer a um ritmo rápido. As posições de poder no país foram preenchidas com os sunitas, uma minoria que compunha apenas um quinto da população.
Saddam suprimiu vários movimentos, especialmente movimentos xiitas e curdos que pretendiam derrubar o governo ou ganhar independência, respectivamente. Saddam manteve o poder durante a Guerra Irão-Iraque de 1980 a 1988. Em 1990, ele invadiu e saqueou o Kuwait. Uma coligação internacional interveio para libertar o Kuwait na Guerra do Golfo de 1991, mas não pôs fim a ditadura de Saddam. Enquanto alguns o veneravam pela sua postura agressiva contra Israel, incluindo o ataque com mísseis em alvos israelitas, foi amplamente condenado pela brutalidade de sua ditadura.
Em março de 2003, uma coligação de países liderada pelos EUA e pelo Reino Unido invadiu o Iraque para depor Saddam, após o presidente dos EUAGeorge W. Bush ter acusado o líder iraquiano de possuir armas de destruição em massa e de ter ligações com a Al-Qaeda. O Partido Baath de Saddam foi dissolvido e a nação fez uma transição para um sistema democrático. Após sua captura, a 13 de dezembro de 2003 (na Operação Red Dawn), o julgamento de Saddam ocorreu sob ordens do governo interino iraquiano. Em 5 de novembro de 2006, ele foi condenado por acusações relacionadas com o assassinato de 148 xiitas iraquianos em 1982 e foi condenado à morte por enforcamento. A execução de Saddam Hussein foi realizada a 30 de dezembro de 2006.
 

domingo, janeiro 25, 2015

O genocida Ali Químico foi barbaramente executado há cinco anos

Ali Hassam al-Majid, conhecido como Ali Químico, (Tikrit, 30 de novembro de 1941 - Bagdad, 25 de janeiro de 2010) foi um integrante do governo iraquiano no regime de Saddam Hussein, de quem era primo em primeiro grau.

Vida
Nascido em Tikrit, no antigo Reino do Iraque, Ali Hassam al-Majid teve uma infância muito pobre e pouca educação formal. Juntou-se ao Partido Ba'ath em 1968, conjuntamente com o seu primo Saddam Hussein. Em 1979, ele conspirou, com Saddam Hussein, para derrubar o então presidente Al-Bakr.
No governo do ditador Saddam Hussein, Al-Majid foi ministro da Defesa, ministro do interior e chefe do serviço de inteligência do Iraque e considerado o mentor do genocídio cometido contra os curdos em 1988, quando milhares de civis foram mortos pelo uso de gás venenoso pelas tropas iraquianas. Nestes ataques pelo menos 180 mil curdos morreram e mais de 1,5 milhão de pessoas foram desalojadas.
Em março de 2003, os Estados Unidos e os seus aliados invadiram o Iraque com o objetivo de derrubar Saddam Hussein e instaurar um novo governo democrático naquele país. Em 9 de abril a capital Bagdad caiu e, em maio, as forças norte-americanas já ocupavam o país e o então presidente norte-americano George W. Bush declarou o fim das operações militares, dissolvendo o governo do partido Ba'ath.
Ali Hassan sobreviveu aos bombardeiros americanos de abril de 2003 mas foi preso pelas forças da coligação a 17 de agosto de 2003. Ele era o 5º homem mais procurado no Iraque pelos Estados Unidos, mostrado como Rei de espadas no jogo de cartas americano dos mais procurados do antigo regime.

Execução
Em 23 de junho de 2007 foi condenado à morte na forca por crimes contra a humanidade pelo Supremo Tribunal Criminal Iraquiano, que investiga os crimes cometidos pelo Partido Baath, entre 1968 e 2003. A sua sentença foi executada no dia 25 de janeiro de 2010.


NOTA: mais uma asneira - usar aquilo que se condena para condenar os outros - a pena de morte (e neste caso, mal executada, com a decapitação para além do enforcamento...) nunca é a solução para fazer justiça...

domingo, setembro 22, 2013

A Guerra Irão-Iraque comeou há 33 anos

A Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar entre o Irão e o Iraque entre 1980 e 1988. Foi o resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países. Os Estados Unidos, cujo presidente era Ronald Reagan, apoiavam o Iraque.
Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975, que cedia ao Irão cerca de 518 quilómetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab, em troca da garantia de que o Irão cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência.
Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Shatt-al-Arab (que controla o porto de Bassora), a reapropriação de três ilhas no estreito de Ormuz (tomadas pelo Irão em 1971) e a cessação de autonomia das minorias dentro do Irão, o exército iraquiano, em 22 de setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irão.
O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerão e na anexação do Cuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo. Segundo os iraquianos, o Irão infiltrou agentes no Iraque para derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a cidades e a poços de petróleo.
O exército iraquiano envolveu-se numa escaramuça de fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irão recapturou o território.
Em 1981, somente Khorramshahr caiu inteiramente em poder do Iraque. Em 1982, as forças iraquianas recuaram em todas as frentes. A cidade de Khorramshahr foi evacuada. A resistência do Irão levou o Iraque a propor um cessar-fogo, recusado pelo Irão (os iranianos exigiram pesadas condições: dentre elas a queda de Hussein). Graças ao contrabando de armas (escândalo Irão-Contras), o Irão conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. Nesse mesmo ano, o Irão atacou o Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico. Nessa altura, a Organização das Nações Unidas e alguns Estados Europeus enviaram vários navios de guerra para a zona. Em 1985, aviões iraquianos destruíram uma central nuclear parcialmente construída em Bushehr e depois bombardearam alvos civis, o que levou os iranianos a bombardear Bassorá e Bagdad.
Entre 1984-1985 e 1987 a guerra terrestre passou para uma fase onde predominou o atrito, que favoreceu o desgaste iraquiano, enquanto o conflito transbordava para o Golfo Pérsico, envolvendo o ataque iraniano a navios petroleiros que saiam do Iraque e o uso de minas submarinas nas proximidades da fronteira marítima dos dois países.
O esforço de guerra do Iraque era financiado pela Arábia Saudita, pelos Estados Unidos e por outros países vizinhos, enquanto o Irão contava com a ajuda da Síria e da Líbia, entre outros. A União Soviética, que vendia mais armas inicialmente para o Iraque, passa a vender mais equipamento militar para o Irão, conforme cresceu o apoio americano ao Iraque. Durante todo o conflito o Brasil foi um dos países ocidentais que vendeu armas para o Iraque em troca de petróleo. Portugal vendeu armas e outros produtos a ambos os beligerantes.
Mas, em meados da década de 1980, a reputação internacional do Iraque ficou abalada, quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irão de fazer o mesmo (1987-1988).
A guerra entrou em uma nova fase em 1987, quando os iranianos aumentaram as hostilidades contra a navegação comercial dentro e nas proximidades do Golfo Pérsico, resultando na ampliação da presença de navios norte-americanos e de outras nações na região. Oficiais graduados do exército iraniano começaram a perder credibilidade à medida que suas tropas sofriam perdas de armas e equipamentos, enquanto o Iraque continuava a ser abastecido pelo Ocidente.
No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irã, não. Em Agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar, e a economia caótica do Irão levaram a que o país aceitasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.
Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irão. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de 1,5 milhão de vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irão. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.

sábado, setembro 22, 2012

Há 32 anos começou a guerra Irão-Iraque

A Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar entre o Irão e o Iraque entre 1980 e 1988. Foi o resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países. Os Estados Unidos, cujo presidente era Ronald Reagan, apoiavam o Iraque.
Em 1980, o presidente Saddam Hussein, do Iraque, revogou um acordo de 1975 que cedia ao Irão cerca de 518 quilómetros quadrados de uma área de fronteira ao norte do canal de Shatt-al-Arab em troca da garantia de que o Irão cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque que lutava por independência.
Exigindo a revisão do acordo para demarcação da fronteira ao longo do Shatt-al-Arab (que controla o porto de Bassorá), a reapropriação de três ilhas no estreito de Ormuz (tomado pelo Irão em 1971) e a cessão de autonomia às minorias dentro do Irã, o exército iraquiano, em 22 de setembro de 1980, invadiu a zona ocidental do Irã.
O Iraque também estava interessado na desestabilização do governo islâmico de Teerão e na anexação do Khuzistão, a província iraniana mais rica em petróleo. Segundo os iraquianos, o Irão infiltrou agentes no Iraque para derrubar o regime de Saddam Hussein. Além disso, fez intensa campanha de propaganda e violou diversas vezes o espaço terrestre, marítimo e aéreo iraquiano. Ambos os lados foram vítimas de ataques aéreos a cidades e a poços de petróleo.
O exército iraquiano envolveu-se em uma escaramuça de fronteira numa região disputada, porém não muito importante, efetuando posteriormente um assalto armado dentro da região produtora de petróleo iraniana. A ofensiva iraquiana encontrou forte resistência e o Irão recapturou o território.
Em 1981, somente Khorramshahr caiu inteiramente em poder do Iraque. Em 1982, as forças iraquianas recuaram em todas as frentes. A cidade de Khorramshahr foi evacuada. A resistência do Irão levou o Iraque a propor um cessar-fogo, recusado pelo Irão (os iranianos exigiram pesadas condições: dentre elas a queda de Hussein). Graças ao contrabando de armas (escândalo Irão-Contras), o Irão conseguiu recuperar boa parte dos territórios ocupados pelas forças iraquianas. Nesse mesmo ano, o Irão atacou o Kuwait e outros Estados do Golfo Pérsico. Nessa altura, a Organização das Nações Unidas e alguns Estados Europeus enviaram vários navios de guerra para a zona. Em 1985, aviões iraquianos destruíram uma central nuclear parcialmente construída em Bushehr e depois bombardearam alvos civis, o que levou os iranianos a bombardear Bassorá e Bagdad.
Entre 1984-1985 e 1987 a guerra terrestre passou para uma fase onde predominou o atrito, que favoreceu o desgaste iraquiano, enquanto o conflito transbordava para o Golfo Pérsico, envolvendo o ataque iraniano a navios petroleiros que saiam do Iraque e o uso de minas submarinas nas proximidades da fronteira marítima dos dois países.
O esforço de guerra do Iraque era financiado pela Arábia Saudita, pelos EUA, enquanto o Irão contava com a ajuda da Síria e da Líbia. A União Soviética que inicialmente vendia mais armas ao Iraque, passou a vender mais equipamento militar para o Irão, conforme cresceu o apoio americano ao Iraque. Durante todo o conflito o Brasil foi um dos países ocidentais que vendeu armas para o Iraque em troca de petróleo.
Mas, em meados da década de 1980, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas, embora tenha acusado o Irão de fazer o mesmo (1987-1988).
A guerra entrou em uma nova fase em 1987, quando os iranianos aumentaram as hostilidades contra a navegação comercial dentro e nas proximidades do Golfo Pérsico, resultando na ampliação da presença de navios norte-americanos e de outras nações na região. Oficiais graduados do exército iraniano começaram a perder credibilidade à medida que suas tropas sofriam perdas de armas e equipamentos, enquanto o Iraque continuava a ser abastecido pelo Ocidente.
No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O Iraque aceitou, mas o Irão, não. Em agosto de 1988, hábeis negociações levadas a cabo pelo secretário-geral da ONU, Perez de Cuéllar, e a economia caótica do Irão levaram a que o país aceitasse que a Organização das Nações Unidas (ONU) fosse mediadora do cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi restabelecida em 15 de agosto.
Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irão. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de 1,5 milhão de vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irão. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.

sábado, abril 28, 2012

O diatador e assassino Saddam Hussein nasceu há 75 anos

Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti (Tikrit, 28 de abril de 1937 - Bagdad, 30 de dezembro de 2006) foi um político e estadista iraquiano; foi o quinto presidente do Iraque de 16 de julho de 1979 até 9 de abril de 2003, e também acumulou o cargo de primeiro-ministro nos períodos de 19791991 e 19942003. Hussein foi uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe e um dos principais membros do Partido Socialista Árabe Ba'ath, e mais tarde, do Partido Ba'ath baseado em Bagdad e de uma organização regional Partido Ba'ath - Região do Iraque, a qual era uma mistura de nacionalismo árabe e do socialismo árabe; Saddam teve um papel chave no golpe de 1968 que levou o partido a um domínio de longo prazo no Iraque.
Como vice-presidente do enfermo General Ahmed Hassan al-Bakr, e numa altura em que muitos grupos eram considerados capazes de derrubar o governo, Saddam criou forças de segurança através do qual controlou rigidamente o conflito entre o governo e as forças armadas. No início dos anos 1970, Saddam nacionalizou o petróleo e outras indústrias. Os bancos estatais foram postos sob seu controle, deixando o sistema eventualmente insolvente, principalmente devido à Guerra Irão-Iraque, a Guerra do Golfo e as sanções da ONU. Até o fim da década de 1970, Saddam cimentou a sua autoridade sobre os aparatos de governo com os lucros obtidos do petróleo que ajudou a economia do Iraque a crescer a um ritmo rápido. As posições de poder no país foram preenchidas com os sunitas, a minoria que compunha apenas um quinto da população.
Saddam suprimiu vários movimentos, especialmente movimentos xiitas e curdos que pretendiam derrubar o governo ou ganhar independência, respectivamente. Saddam manteve o poder durante a Guerra Irão-Iraque de 1980 a 1988. Em 1990, ele invadiu e saqueou o Kuwait. Uma coligação internacional interveio para libertar o Kuwait na Guerra do Golfo de 1991, mas não pôs fim a ditadura de Saddam. Enquanto alguns o veneravam pela sua postura agressiva contra Israel, incluindo o ataque com mísseis em alvos israelitas, foi amplamente condenado pela brutalidade de sua ditadura.
Em março de 2003, uma coligação de países liderada pelos EUA e pelo Reino Unido invadiu o Iraque para depor Saddam, após o presidente dos EUA, George W. Bush ter acusado o líder iraquiano de possuir armas de destruição em massa e de ter ligações com a Al-Qaeda. O Partido Baath de Saddam foi dissolvido e a nação fez uma transição para um sistema democrático. Após sua captura em 13 de dezembro de 2003 (na Operação Red Dawn), o julgamento de Saddam ocorreu sob o governo interino iraquiano. Em 5 de novembro de 2006, ele foi condenado por acusações relacionadas ao assassinato de 148 xiitas iraquianos em 1982 e foi condenado à morte por enforcamento. A execução de Saddam Hussein foi realizada em 30 de dezembro de 2006.
 

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

O líder do PKK, Abdullah Ocalan, foi preso há 13 anos

Partidários de Öcalan em Londres, em abril de 2003

Abdullah Öcalan (Ömerli, província de Şanlıurfa, 4 de abril de 1949), apelidado de Apo, é um líder independentista curdo, fundador e secretário-geral do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, Partiya Karkêren Kurdistan), criado em 1978. Ele é denominado Serok (líder) pelos seus partidários.
Entre 1984 e a sua captura em 1999, Öcalan liderou a movimento guerrilheiro dos nacionalistas curdos, contra o estado turco.
Após ter sido capturado no Quénia, durante uma operação levada a cabo pelos serviços secretos turcos (MİT), possivelmente em conjunto com a CIA e os serviços secretos israelitas, em 15 de fevereiro de 1999, foi condenado à morte em 29 de junho de 1999 por suas atividades separatistas armadas, consideradas como terroristas, principalmente pela Turquia, os EUA e a União Europeia. A pena de morte foi comutada em prisão perpétua em 2002, quando a Turquia declara abolida a pena de morte. Desde então, ele é mantido em regime de isolamento, sendo o único prisioneiro da ilha-prisão de İmralı.


NOTA/ADENDA: convém distinguir a (justa) luta dos curdos, para poderem falar a sua língua (e, porque não, a terem direito a um estrado ou a regiões autónomas) da guerrilha do PKK e do seu sanguinário líder, embora, neste caso, como em muitos outros, estado turco não se distinga muito dos que persegue...