A Guerra Guerra Irão-Iraque foi um conflito militar travado entre o Irão e o Iraque,
resultado de disputas políticas e territoriais entre ambos os países. A
guerra começou quando os iraquianos invadiram o território iraniano, em
22 de setembro de 1980. Saddam Hussein, ditador do Iraque, esperava que o caótico Irão pós-revolução não tivesse condições de resistir ao avanço das suas tropas
e invadiu, sem declarar guerra formalmente, mas o progresso foi lento e o
ataque acabou sendo repelido. Em 1982, os iranianos lançaram a sua
contra-ofensiva e tomaram a iniciativa. A guerra passou então a abranger
aspectos religiosos, nacionalistas e sectários, com os curdos e xiitas
demonstrando apoio ao Irão no esforço de guerra. O resultado foi um banho
de sangue, com grandes perdas de vidas (especialmente entre a população
civil).
O Conselho de Segurança das Nações Unidas
buscou várias resoluções para tentar acabar com as hostilidades, mas a
guerra só foi formalmente encerrada em 20 de agosto de 1988 após a
Resolução 598 da ONU firmar um cessar-fogo aceito por ambos os lados. Na conclusão do conflito, as fronteiras retornaram ao status pré-guerra dos Acordos de Argel de 1975. Os últimos prisioneiros de guerra, contudo, só foram soltos em 2003, após a destituição de Saddam do poder no Iraque.
A guerra foi extremamente custosa em termos de vidas e dinheiro
para ambos os lados: números oficiais apontam que mais de meio milhão de
combatentes morreram, com um número similar de civis também perdendo a
vida; milhares de pessoas foram feridas e outras milhares foram
deslocadas de suas casas, causando uma crise humanitária.
Centenas de milhares de milhões de dólares também foram gastos, mas no final nenhum
ganho territorial foi visto por qualquer um dos beligerantes. Este
conflito foi comparado a Primeira Guerra Mundial em termos de táticas usadas, com uso grande de trincheiras com arame farpado e armadilhas, ninhos de metralhadoras e ataques de baioneta em ondas humanas pela terra de ninguém. Outro ponto marcante da guerra foi o uso indiscriminado de armas químicas, como o gás mostarda, por parte dos iraquianos contra tropas e civis iranianos e curdos. Muitos países muçulmanos e ocidentais
apoiaram o Iraque com dinheiro, equipamentos e informações de
inteligência (como imagens de satélite). Algumas nações apoiaram o Irão,
muitas de forma clandestina (como no caso Irão-Contras).
O conflito deixou ambos os lados extremamente fatigados, mas
trouxe também alguns desdobramentos. O Iraque, embora financeiramente
quebrado, tinha agora um poderoso exército a sua disposição. Já o Irão, apesar das perdas sofridas, viu a sua revolução islamita sedimentada. A ONU,
embora declaradamente não tenha tomado partido, não buscou
imediatamente condenar as atrocidades cometidas a olhos vistos pelo
Iraque, como os seus ataques químicos contra civis, e recusaram a
identificar os iraquianos como os agressores (apesar deles terem sido os
primeiros a atacar) até 11 de dezembro de 1991, quando Saddam Hussein
passou a ser o principal antagonista da região após a Guerra do Golfo.
in Wikipédia
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