Mostrar mensagens com a etiqueta Olivença. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Olivença. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, maio 25, 2021

E viva o Dia da Toalha e do do Orgulho Lusista...!


O Dia da Toalha é celebrado no dia 25 de maio como uma homenagem dos fãs ao autor da série The Hitchhiker's Guide to the Galaxy (no Brasil O Guia do Mochileiro das Galáxias, em Portugal À Boleia Pela Galáxia), Douglas Adams.

   
(imagem daqui)
   
O Dia do Orgulho Lusista e Reintegrata celebra-se a 25 de maio e é um festejo lúdico criado em 2007 na Galiza por pessoas que seguem a linha reintegracionista para a língua galega, isto é, que defendem que o galego e o português são uma só língua.
A data foi escolhida em homenagem à série À Boleia pela Galáxia, de Douglas Adams, que assinalava a toalha como um dos utensílios imprescindíveis. É precisamente a toalha o motivo pelo qual muitos galegos travaram o seu primeiro contacto com as localidades do norte de Portugal. Por estas razões, o Dia do Orgulho Lusista e Reintegrata coincide propositadamente com o Dia da Toalha, reafirmando o caráter lúdico do evento.
   
  
  
Towel Day 2005, Innsbruck, Austria, where, by his own account, Adams got the inspiration to write the Guide
   
Towel Day is celebrated every year on 25 May as a tribute to the author Douglas Adams by his fans. On this day, fans carry a towel with them to demonstrate their appreciation for the books and the author, as referred to in Adams' The Hitchhiker's Guide to the Galaxy. The commemoration was first held in 2001, two weeks after Adams' death on 11 May 2001.
  
The original quotation that explained the importance of towels is found in Chapter 3 of Adams' work The Hitchhiker's Guide to the Galaxy.
A towel, it says, is about the most massively useful thing an interstellar hitchhiker can have. Partly it has great practical value. You can wrap it around you for warmth as you bound across the cold moons of Jaglan Beta; you can lie on it on the brilliant marble-sanded beaches of Santraginus V, inhaling the heady sea vapours; you can sleep under it beneath the stars which shine so redly on the desert world of Kakrafoon; use it to sail a miniraft down the slow heavy River Moth; wet it for use in hand-to-hand-combat; wrap it round your head to ward off noxious fumes or avoid the gaze of the Ravenous Bugblatter Beast of Traal (such a mind-bogglingly stupid animal, it assumes that if you can't see it, it can't see you); you can wave your towel in emergencies as a distress signal, and of course dry yourself off with it if it still seems to be clean enough. More importantly, a towel has immense psychological value. For some reason, if a strag (strag: non-hitch hiker) discovers that a hitchhiker has his towel with him, he will automatically assume that he is also in possession of a toothbrush, face flannel, soap, tin of biscuits, flask, compass, map, ball of string, gnat spray, wet weather gear, space suit etc., etc. Furthermore, the strag will then happily lend the hitch hiker any of these or a dozen other items that the hitch hiker might accidentally have "lost." What the strag will think is that any man who can hitch the length and breadth of the galaxy, rough it, slum it, struggle against terrible odds, win through, and still knows where his towel is, is clearly a man to be reckoned with.
Hence a phrase that has passed into hitchhiking slang, as in "Hey, you sass that hoopy Ford Prefect? There's a frood who really knows where his towel is." (Sass: know, be aware of, meet, have sex with; hoopy: really together guy; frood: really amazingly together guy.)
Douglas Adams, The Hitchhiker's Guide to the Galaxy
  
The emphasis on towels is a reference to Hitch-hiker's Guide to Europe by Ken Welsh, which inspired Adams' fictional guidebook and also stresses the importance of towels.
The original article that began Towel Day was posted at "Binary Freedom", a short-lived open source forum.
   

sábado, fevereiro 13, 2021

O tratado que terminou a Guerra da Restauração foi assinado há 353 anos

 (imagem daqui)
   
O Tratado de Lisboa foi um tratado assinado a 13 de fevereiro de 1668 entre Portugal (Afonso VI de Portugal) e Espanha (Carlos II de Espanha) que viria a pôr fim à Guerra da Restauração. Por este tratado, a Espanha reconhece a Restauração da Independência de Portugal e devolvem-se prisioneiros e conquistas, com exceção da cidade de Ceuta, em Marrocos, que ficará na posse de Espanha. Recorde-se que a então vila de Olivença, ocupada pelas tropas espanholas há 11 anos, foi então devolvida a Portugal.
  

sábado, setembro 12, 2020

O tratado de Alcanizes foi assinado há 723 anos

 (imagem daqui)
    
O tratado de Alcanizes (em língua castelhana, Alcañices) foi assinado entre os soberanos de Leão e Castela, Fernando IV (1295-1312), e de Portugal, D. Dinis (1279-1325), a 12 de setembro de 1297, na povoação leonesa-castelhana de Alcanizes.
Por ele se restabelecia a paz, fixando-se os limites fronteiriços entre os dois reinos. Em troca de direitos portugueses nos termos raianos de Aroche e de Aracena, passavam para a posse definitiva de Portugal:
E em troca de direitos portugueses nos domínios de Aiamonte, Esparregal, Ferreira de Alcantara e Valença de Alcantara, e outros lugares nos 'Reinos de Leão e de Galiza', era reconhecida a posse portuguesa das chamadas terras de Riba-Côa, que compreendiam as seguintes povoações e respectivos castelos:
Uma versão do tratado, cujo exemplar em castelhano hoje encontra-se depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, está transcrita por Rui de Pina na Crónica de El-Rei D. Dinis. No século XIX, o original foi publicado pelo Visconde de Santarém (1846).
Embora na fórmula de encerramento seja informada a datação como Era de mil trezentos trinta e cinco annos, recorde-se que a referida é a da Era de César, vigente à época daqueles soberanos, equivalente a 1297 no atual calendário gregoriano.
    

terça-feira, junho 09, 2020

O Congresso de Viena acabou há 205 anos

 O Congresso de Viena por Jean-Baptiste Isabey (1819)
  
O Congresso de Viena foi uma conferência entre embaixadores das grandes potências europeias que aconteceu na capital austríaca, entre 2 de maio de 1814 e 9 de junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa político do continente europeu após a derrota da França napoleónica na primavera anterior, restaurar nos respectivos tronos as famílias reais derrotadas pelas tropas de Napoleão Bonaparte (como a restauração dos Bourbon) e firmar uma aliança entre os burgueses.
Os termos de paz foram estabelecidos com a assinatura do Tratado de Paris (30 de maio de 1814), no qual se estabeleciam as indemnizações a pagar pela França aos países vencedores. Mesmo diante do regresso do imperador Napoleão I do exílio, tendo reassumido o poder na França em março de 1815, as discussões prosseguiram. O Ato Final do Congresso foi assinado nove dias antes da derrota final de Napoleão, na batalha de Waterloo, em 18 de junho de 1815.
  
Objetivos
Os objetivos eram reorganizar as fronteiras europeias, alteradas pelas conquistas de Napoleão e restaurar a ordem absolutista do Antigo Regime Após o fim da época napoleónica, que provocou mudanças políticas e económicas em toda a Europa, os países vencedores (Áustria, Rússia, Prússia e Reino Unido) sentiram a necessidade de selar um tratado para restabelecer a paz e a estabilidade política na Europa, já que momentos de instabilidade eram vividos e temia-se uma nova revolução.
 
Medidas
Foram adotados uma política e um instrumento de ação:
  • Política: Restauração legitimista e compensações territoriais;
  • Instrumento de Ação: Santa Aliança, aliança político-militar reunindo exércitos de Rússia, Prússia e Áustria prontos para intervir em qualquer situação que ameaçasse o Antigo Regime, incluindo a hipótese de intervir nas independências da América. Contra isso foi criada a "Doutrina Monroe" (América para Americanos).
  
Participantes
O congresso foi presidido pelo estadista austríaco Príncipe Klemens Wenzel von Metternich (que também representava seu país), contando ainda com a presença do seu Ministro de Negócios Estrangeiros e do Barão Wessenberg como deputado.
Portugal é representado por três Ministros Plenipotenciários: D. Pedro de Sousa Holstein, Conde de Palmela, António de Saldanha da Gama, diplomata destacado na Rússia, e D. Joaquim Lobo da Silveira, diplomata destacado em Estocolmo.
A Prússia foi representada pelo príncipe Karl August von Hardenberg, o seu Chanceler e o diplomata e académico Wilhelm von Humboldt.
O Reino Unido foi inicialmente representado pelo seu Secretário dos Negócios Estrangeiros, o Visconde de Castlereagh; após fevereiro de 1815 por Arthur Wellesley, Duque de Wellington; nas últimas semanas, após Wellington ter partido para dar combate a Napoleão, pelo Conde de Clancarty.
A Rússia foi defendida pelo seu Imperador Alexandre I, embora fosse nominalmente representada pelo seu Ministro de Negócios Estrangeiros.
A França estava representada pelo seu Ministro de Negócios Estrangeiros, Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord.
Inicialmente, os representantes das quatro potências vitoriosas esperavam excluir os franceses de participar nas negociações mais sérias, mas o Ministro Talleyrand conseguiu incluir-se nesses conselhos desde as primeiras semanas de negociações.
O congresso nunca teve uma sessão plenária de facto: as sessões eram informais entre as grandes potências. Devido à maior parte dos trabalhos ser feito por estas cinco potências (com, algumas questões dos representantes de Espanha, Portugal, Suécia e dos estados alemães), a maioria das delegações pouco tinha que fazer, pelo que o anfitrião, Francisco II, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, oferecia entretenimento para as manter ocupadas. Isto levou a um comentário famoso pelo Príncipe de Ligne: le Congrès ne marche pas; il danse (o Congresso não anda; ele dança).
  
Princípios
As diretrizes fundamentais do Congresso de Viena foram: o princípio da legitimidade, a restauração, o equilíbrio de poder e, no plano geopolítico, a consagração do conceito de "fronteiras geográficas":
  • O princípio da legitimidade, defendido sobretudo por Talleyrand a partir do qual se consideravam legítimos os governos e as fronteiras que vigoravam antes da Revolução Francesa, garantindo com isso que os Bourbons retornassem ao poder com a anuência dos vencedores. Atendia os interesses dos Estados vencedores na guerra contra Napoleão Bonaparte, mas ao mesmo tempo buscava salvaguardar a França de perdas territoriais, assim como da intervenção estrangeira. Os representantes dos governos mais reacionários acreditavam que poderiam, assim, restaurar o Antigo Regime e bloquear o avanço liberal. Contudo, o acesso não foi respeitado, porque as quatro potências do Congresso trataram de obter algumas vantagens na hora de desenhar a nova organização geopolítica da Europa.
  • O princípio da restauração, que era a grande preocupação das monarquias absolutistas, uma vez que se tratava de recolocar a Europa na mesma situação política em que se encontrava antes da Revolução Francesa, que guilhotinou ao rei absolutista e criou um regime republicano, a República, que acabou com os privilégios reais e instituiu o direito legítimo de propriedade aos burgueses. Os governos absolutistas defendiam a intervenção militar nos reinos em que houvesse ameaça de revoltas liberais.
  • O princípio do equilíbrio, defendeu a organização equilibrada dos poderes económico e político europeus dividindo territórios de alguns países, como, por exemplo, a Confederação Alemã que foi dividida em 39 Estados, tendo a Prússia e a Áustria como líderes, e anexando outros territórios a países adjacentes, como o caso da Bélgica, que foi anexada pelos Países Baixos.
Outra decisão importante das grandes potências reunidas em Viena foi a consagração da ideia de equilíbrio do poder. Segundo essa perspectiva, considerava-se que só fora possível o fenómeno Napoleão na Europa porque ele havia juntado uma tal soma de recursos materiais e humanos que, aliados à sua capacidade política e militar, provocaram todo aquele período de guerras.
As grandes potências decidiram então dividir os recursos materiais e humanos da Europa, de tal maneira que uma potência não pudesse ser mais poderosa que a outra (equilíbrio de poder); sendo assim, nenhum outro Napoleão se atreveria a desafiar seu vizinho, sabedor de que este contaria com os mesmos recursos.
Sendo esse o critério estabelecido, trataram de pô-lo em prática, resultando num mapa europeu em que as etnias e as nacionalidades não foram levadas em consideração, tal como aconteceu com a partilha da Polónia, por exemplo.
Uma vez estabelecida a paz, haveria a necessidade de manutenção de exércitos? Os estadistas reunidos em Viena foram unânimes em responder afirmativamente. Tratava-se de manter forças armadas exatamente para preservar a paz alcançada. A garantia da paz residia, a partir de então, na preservação das fronteiras geográficas estabelecidas justamente para evitar que qualquer potência viesse a romper o equilíbrio, anexando recursos dos seus vizinhos e pondo em risco todo o sistema de estados europeus. O princípio geopolítico das "fronteiras geográficas" perdurou até o término da Segunda Guerra Mundial, quando esse conceito foi substituído pelo conceito de "fronteiras ideológicas", no contexto da Guerra Fria.
 
 
Consequências
  • Reconstruir as monarquias absolutistas;
  • A Rússia anexou parte da Polónia, Finlândia e a Bessarábia;
  • A Áustria anexou a região dos Balcãs;
  • A Inglaterra ficou com a estratégica ilha de Malta, Ceilão e a Colónia do Cabo, o que lhe garantiu o controle das rotas marítimas;
  • O Império Otomano manteve o controle dos povos cristãos do Sudeste da Europa;
  • A Suécia e a Noruega uniram-se;
  • A Prússia ficou com parte da Saxónia, da Westfália, da Polónia e com as províncias do Reno;
  • A Bélgica, industrializada, foi obrigada a unir-se aos Países Baixos, formando o Reino dos Países Baixos;
  • Os Principados Alemães formaram a Confederação Alemã com 38 Estados, em que a Prússia e a Áustria participavam da Confederação ;
  • Restabelecimento dos Estados Pontifícios;
  • A Espanha e Portugal não foram recompensados com ganhos territoriais, mas tiveram restauradas as suas antigas dinastias.
  • No encerramento do Congresso de Viena, pelo Artigo 105º do Acto Final, o direito português ao território de Olivença foi reconhecido. Apesar de sua inicial resistência a esta disposição, a Espanha terminaria por ratificar o tratado mais tarde, em 7 de maio de 1817, nunca havendo, entretanto, cumprido esta disposição ou restituído o território oliventino a Portugal.
O Congresso de Viena logrou garantir a paz na Europa. Além das disposições políticas territoriais, estabeleceu-se:
  • o princípio da livre-navegação do Reno e do Meuse;
  • a condenação do tráfico de escravos, determinando sua proibição ao norte da linha do Equador;
  • medidas favoráveis para a melhoria das condições dos judeus;
  • e, de suma importância, um regulamento sobre a prática das atividades diplomáticas entre os países.
Mapa espanhol de 1766: Olivença encontra-se indicada como território português
       

quinta-feira, setembro 12, 2019

O tratado de Alcanizes foi assinado há 722 anos

 (imagem daqui)
  
O tratado de Alcanizes (em língua castelhana, Alcañices) foi assinado entre os soberanos de Leão e Castela, Fernando IV (1295-1312), e de Portugal, D. Dinis (1279-1325), a 12 de setembro de 1297, na povoação leonesa-castelhana de Alcanizes.
Por ele se restabelecia a paz, fixando-se os limites fronteiriços entre os dois reinos. Em troca de direitos portugueses nos termos raianos de Aroche e de Aracena, passavam para a posse definitiva de Portugal:
E em troca de direitos portugueses nos domínios de Aiamonte, Esparregal, Ferreira de Alcantara e Valença de Alcantara, e outros lugares nos 'Reinos de Leão e de Galiza', era reconhecida a posse portuguesa das chamadas terras de Riba-Côa, que compreendiam as seguintes povoações e respectivos castelos:
Uma versão do tratado, cujo exemplar em castelhano hoje encontra-se depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, está transcrita por Rui de Pina na Crónica de El-Rei D. Dinis. No século XIX, o original foi publicado pelo Visconde de Santarém (1846).
Embora na fórmula de encerramento seja informada a datação como Era de mil trezentos trinta e cinco annos, recorde-se que a referida é a da Era de César, vigente à época daqueles soberanos, equivalente a 1297 no atual calendário gregoriano.

  (imagem daqui)
  
in Wikipédia

terça-feira, fevereiro 13, 2018

A guerra da Restauração da Independência de Portugal terminou há 350 anos

 (imagem daqui)
  
O Tratado de Lisboa foi um tratado assinado a 13 de fevereiro de 1668 entre Portugal (Afonso VI de Portugal) e Espanha (Carlos II de Espanha) que viria a pôr fim à Guerra da Restauração. Por este tratado, a Espanha reconhece a Restauração da Independência de Portugal e devolvem-se prisioneiros e conquistas, com exceção da cidade de Ceuta, em Marrocos, que ficará na posse de Espanha. Recorde-se que a então Vila de Olivença, ocupada pelas tropas espanholas há 11 anos, foi então devolvida a Portugal.
  

terça-feira, setembro 12, 2017

O tratado de Alcanizes foi assinado há 720 anos

O diploma do Tratado de Alcanizes, no Arquivo Nacional Torre do Tombo

O tratado de Alcanizes (em castelhano, Alcañices) foi assinado entre os soberanos de Leão e Castela, Fernando IV (1295-1312), e de Portugal, D. Dinis (1279-1325), a 12 de setembro de 1297, na povoação leonesa-castelhana de Alcanizes. O tratado fazia parte de uma estratégia defensiva do rei D. Dinis.
Por ele se restabelecia a paz, fixando-se os limites fronteiriços entre os dois reinos. Em troca de direitos portugueses nos termos raianos de Aroche e de Aracena, passavam para a posse definitiva de Portugal:
E em troca de direitos portugueses nos domínios de Aiamonte, Esparregal, Ferreira de Alcântara e Valença de Alcântara, e outros lugares nos Reinos de Leão e de Galiza, era reconhecida a posse portuguesa das chamadas terras de Riba-Côa, que compreendiam as seguintes povoações e respetivos castelos:
Uma versão do tratado, cujo exemplar em Castelhano hoje se encontra depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, encontra-se transcrita por Rui de Pina na Crónica de El-Rei D. Dinis. No século XIX, o original foi publicado pelo Visconde de Santarém (1846).
Embora na fórmula de encerramento seja informada a datação como Era de mil trezentos trinta e cinco annos, recorde-se que a referida é a da Era de César, vigente à época daqueles soberanos, equivalente a 1297 no atual calendário gregoriano.
Três territórios foram perdidos por Portugal ou encontram-se pendentes de delimitação: São Félix dos Galegos (atual San Felices de los Gallegos), Ermesende (atual Hermisende), Salvaterra do Minho (atual Salvaterra de Miño) e Olivença (incluindo o atual município de Táliga). Olivença e Táliga actualmente estão administradas pela Espanha mas Portugal ainda mantém uma reclamação sobre a soberania dessas duas localidades.

quinta-feira, setembro 12, 2013

O tratado de Alcanizes foi assinado há 716 anos

 (imagem daqui)

O tratado de Alcanizes (em língua castelhana, Alcañices) foi assinado entre os soberanos de Leão e Castela, Fernando IV (1295-1312), e de Portugal, D. Dinis (1279-1325), a 12 de setembro de 1297, na povoação leonesa-castelhana de Alcanizes.
Por ele se restabelecia a paz, fixando-se os limites fronteiriços entre os dois reinos. Em troca de direitos portugueses nos termos raianos de Aroche e de Aracena, passavam para a posse definitiva de Portugal:
E em troca de direitos portugueses nos domínios de Aiamonte, Esparregal, Ferreira de Alcantara e Valença de Alcantara, e outros lugares nos 'Reinos de Leão e de Galiza', era reconhecida a posse portuguesa das chamadas terras de Riba-Côa, que compreendiam as seguintes povoações e respectivos castelos:
Uma versão do tratado, cujo exemplar em castelhano hoje encontra-se depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, está transcrita por Rui de Pina na Crónica de El-Rei D. Dinis. No século XIX, o original foi publicado pelo Visconde de Santarém (1846).
Embora na fórmula de encerramento seja informada a datação como Era de mil trezentos trinta e cinco annos, recorde-se que a referida é a da Era de César, vigente à época daqueles soberanos, equivalente a 1297 no atual calendário gregoriano.

quarta-feira, agosto 14, 2013

Há 77 anos ocorreram os massacres de Badajoz, onde imensos oliventinos lusofalantes foram asssassinados

Capa do Diário de Lisboa do sábado 15 de Agosto de 1936. A manchete diz: "Badajoz foi entregue aos legionários e regulares marroquinos.""Cenas de horror e desolação na cidade conquistada pelos rebeldes." A crónica a assinatura Mário Neves e inclui a entrevista com Juan Yagüe, onde informa que já há 2.000 fuzilados.
  
O massacre de Badajoz ocorreu nos dias posteriores à Batalha de Badajoz, durante a Guerra Civil Espanhola, e foi o resultado da repressão exercida pelo exército sublevado contra civis e militares defensores da Segunda República, após a tomada da cidade de Badajoz pelas forças sublevadas contra a Segunda República, em 14 de agosto de 1936.
Constitui um dos acontecimentos mais controversos desta guerra, pois o número de vítimas desta matança varia ostensivamente, dependendo dos historiadores que a investigaram. Além disso, ao resultar vencedor da contenda o bando sublevado, nunca houve uma pesquisa oficial em relação ao sucedido na cidade da  Estremadura. Em qualquer caso, as estimativas mais comuns indicam que entre 2.000 e 4.000 pessoas foram executadas, em factos tipificados por várias associações de direitos humanos como crimes contra a humanidade. Também é considerado provado que foi cometido genocídio, e desde 2007 existem várias denúncias interpostas para tal consideração.
No comando das tropas que perpetraram o massacre de Badajoz encontrava-se o general Juan Yagüe, que, após a guerra civil, foi designado Ministro da Aviação pelo general Franco. A partir destes factos, Yagüe passou a ser conhecido como o carniceiro de Badajoz.
Segundo o último censo, Badajoz tinha 41.122 habitantes em 1930, pelo qual, se for correta o total de 4.000 executados, a percentagem dos assassinados atingiria 10% da população.

domingo, junho 09, 2013

O Congresso de Viena terminou há 198 anos

 O Congresso de Viena por Jean-Baptiste Isabey (1819)

O Congresso de Viena foi uma conferência entre embaixadores das grandes potências europeias que aconteceu na capital austríaca, entre 2 de maio de 1814 e 9 de junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa político do continente europeu após a derrota da França napoleónica na primavera anterior, restaurar nos respectivos tronos as famílias reais derrotadas pelas tropas de Napoleão Bonaparte (como a restauração dos Bourbon) e firmar uma aliança entre os burgueses.
Os termos de paz foram estabelecidos com a assinatura do Tratado de Paris (30 de maio de 1814), no qual se estabeleciam as indemnizações a pagar pela França aos países vencedores. Mesmo diante do regresso do imperador Napoleão I do exílio, tendo reassumido o poder na França em março de 1815, as discussões prosseguiram. O Ato Final do Congresso foi assinado nove dias antes da derrota final de Napoleão, na batalha de Waterloo, em 18 de junho de 1815.

Objetivos
Os objetivos eram reorganizar as fronteiras europeias, alteradas pelas conquistas de Napoleão e restaurar a ordem absolutista do Antigo Regime Após o fim da época napoleónica, que provocou mudanças políticas e económicas em toda a Europa, os países vencedores (Áustria, Rússia, Prússia e Reino Unido) sentiram a necessidade de selar um tratado para restabelecer a paz e a estabilidade política na Europa, já que momentos de instabilidade eram vividos e temia-se uma nova revolução.

Medidas
Foram adotados uma política e um instrumento de ação:
  • Política: Restauração legitimista e compensações territoriais;
  • Instrumento de Ação: Santa Aliança, aliança político-militar reunindo exércitos de Rússia, Prússia e Áustria prontos para intervir em qualquer situação que ameaçasse o Antigo Regime, incluindo a hipótese de intervir nas independências da América. Contra isso foi criada a "Doutrina Monroe" (América para Americanos).

Participantes
O congresso foi presidido pelo estadista austríaco Príncipe Klemens Wenzel von Metternich (que também representava seu país), contando ainda com a presença do seu Ministro de Negócios Estrangeiros e do Barão Wessenberg como deputado.
Portugal é representado por três Ministros Plenipotenciários: D. Pedro de Sousa Holstein, Conde de Palmela, António de Saldanha da Gama, diplomata destacado na Rússia, e D. Joaquim Lobo da Silveira, diplomata destacado em Estocolmo.
A Prússia foi representada pelo príncipe Karl August von Hardenberg, o seu Chanceler e o diplomata e académico Wilhelm von Humboldt.
O Reino Unido foi inicialmente representado pelo seu Secretário dos Negócios Estrangeiros, o Visconde de Castlereagh; após fevereiro de 1815 por Arthur Wellesley, Duque de Wellington; nas últimas semanas, após Wellington ter partido para dar combate a Napoleão, pelo Conde de Clancarty.
A Rússia foi defendida pelo seu Imperador Alexandre I, embora fosse nominalmente representada pelo seu Ministro de Negócios Estrangeiros.
A França estava representada pelo seu Ministro de Negócios Estrangeiros, Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord.
Inicialmente, os representantes das quatro potências vitoriosas esperavam excluir os franceses de participar nas negociações mais sérias, mas o Ministro Talleyrand conseguiu incluir-se nesses conselhos desde as primeiras semanas de negociações.
O congresso nunca teve uma sessão plenária de facto: as sessões eram informais entre as grandes potências. Devido à maior parte dos trabalhos ser feito por estas cinco potências (com, algumas questões dos representantes de Espanha, Portugal, Suécia e dos estados alemães), a maioria das delegações pouco tinha que fazer, pelo que o anfitrião, Francisco II, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, oferecia entretenimento para as manter ocupadas. Isto levou a um comentário famoso pelo Príncipe de Ligne: le Congrès ne marche pas; il danse (o Congresso não anda; ele dança).

Princípios
As diretrizes fundamentais do Congresso de Viena foram: o princípio da legitimidade, a restauração, o equilíbrio de poder e, no plano geopolítico, a consagração do conceito de "fronteiras geográficas":
  • O princípio da legitimidade, defendido sobretudo por Talleyrand a partir do qual se consideravam legítimos os governos e as fronteiras que vigoravam antes da Revolução Francesa, garantindo com isso que os Bourbons retornassem ao poder com a anuência dos vencedores. Atendia os interesses dos Estados vencedores na guerra contra Napoleão Bonaparte, mas ao mesmo tempo buscava salvaguardar a França de perdas territoriais, assim como da intervenção estrangeira. Os representantes dos governos mais reacionários acreditavam que poderiam, assim, restaurar o Antigo Regime e bloquear o avanço liberal. Contudo, o acesso não foi respeitado, porque as quatro potências do Congresso trataram de obter algumas vantagens na hora de desenhar a nova organização geopolítica da Europa.
  • O princípio da restauração, que era a grande preocupação das monarquias absolutistas, uma vez que se tratava de recolocar a Europa na mesma situação política em que se encontrava antes da Revolução Francesa, que guilhotinou ao rei absolutista e criou um regime republicano, a República, que acabou com os privilégios reais e instituiu o direito legítimo de propriedade aos burgueses. Os governos absolutistas defendiam a intervenção militar nos reinos em que houvesse ameaça de revoltas liberais.
  • O princípio do equilíbrio, defendeu a organização equilibrada dos poderes económico e político europeus dividindo territórios de alguns países, como, por exemplo, a Confederação Alemã que foi dividida em 39 Estados, tendo a Prússia e a Áustria como líderes, e anexando outros territórios a países adjacentes, como o caso da Bélgica, que foi anexada pelos Países Baixos.
Outra decisão importante das grandes potências reunidas em Viena foi a consagração da ideia de equilíbrio do poder. Segundo essa perspectiva, considerava-se que só fora possível o fenómeno Napoleão na Europa porque ele havia juntado uma tal soma de recursos materiais e humanos que, aliados à sua capacidade política e militar, provocaram todo aquele período de guerras.
As grandes potências decidiram então dividir os recursos materiais e humanos da Europa, de tal maneira que uma potência não pudesse ser mais poderosa que a outra (equilíbrio de poder); sendo assim, nenhum outro Napoleão se atreveria a desafiar seu vizinho, sabedor de que este contaria com os mesmos recursos.
Sendo esse o critério estabelecido, trataram de pô-lo em prática, resultando num mapa europeu em que as etnias e as nacionalidades não foram levadas em consideração, tal como aconteceu com a partilha da Polónia, por exemplo.
Uma vez estabelecida a paz, haveria a necessidade de manutenção de exércitos? Os estadistas reunidos em Viena foram unânimes em responder afirmativamente. Tratava-se de manter forças armadas exatamente para preservar a paz alcançada. A garantia da paz residia, a partir de então, na preservação das fronteiras geográficas estabelecidas justamente para evitar que qualquer potência viesse a romper o equilíbrio, anexando recursos dos seus vizinhos e pondo em risco todo o sistema de estados europeus. O princípio geopolítico das "fronteiras geográficas" perdurou até o término da Segunda Guerra Mundial, quando esse conceito foi substituído pelo conceito de "fronteiras ideológicas", no contexto da Guerra Fria.


Consequências
  • Reconstruir as monarquias absolutistas;
  • A Rússia anexou parte da Polónia, Finlândia e a Bessarábia;
  • A Áustria anexou a região dos Balcãs;
  • A Inglaterra ficou com a estratégica ilha de Malta, Ceilão e a Colónia do Cabo, o que lhe garantiu o controle das rotas marítimas;
  • O Império Otomano manteve o controle dos povos cristãos do Sudeste da Europa;
  • A Suécia e a Noruega uniram-se;
  • A Prússia ficou com parte da Saxónia, da Westfália, da Polónia e com as províncias do Reno;
  • A Bélgica, industrializada, foi obrigada a unir-se aos Países Baixos, formando o Reino dos Países Baixos;
  • Os Principados Alemães formaram a Confederação Alemã com 38 Estados, em que a Prússia e a Áustria participavam da Confederação ;
  • Restabelecimento dos Estados Pontifícios;
  • A Espanha e Portugal não foram recompensados com ganhos territoriais, mas tiveram restauradas as suas antigas dinastias.
  • No encerramento do Congresso de Viena, pelo Artigo 105º do Acto Final, o direito português ao território de Olivença foi reconhecido. Apesar de sua inicial resistência a esta disposição, a Espanha terminaria por ratificar o tratado mais tarde, em 7 de maio de 1817, nunca havendo, entretanto, cumprido esta disposição ou restituído o território oliventino a Portugal.
O Congresso de Viena logrou garantir a paz na Europa. Além das disposições políticas territoriais, estabeleceu-se:
  • o princípio da livre-navegação do Reno e do Meuse;
  • a condenação do tráfico de escravos, determinando sua proibição ao norte da linha do Equador;
  • medidas favoráveis para a melhoria das condições dos judeus;
  • e, de suma importância, um regulamento sobre a prática das atividades diplomáticas entre os países.
Mapa espanhol de 1773 (detalhe), pelo cartógrafo Tomás López de Vargas Machuca: Olivença encontra-se indicada como território português

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

A guerra da Restauração da Independência de Portugal terminou há 345 anos

 (imagem daqui)
O Tratado de Lisboa foi um tratado assinado a 13 de fevereiro de 1668 entre Portugal (Afonso VI de Portugal) e Espanha (Carlos II de Espanha) que viria a pôr fim à Guerra da Restauração. Por este tratado, a Espanha reconhece a Restauração da Independência de Portugal e devolvem-se prisioneiros e conquistas, com exceção da cidade de Ceuta, em Marrocos, que ficará na posse de Espanha. Recorde-se que a vila de Olivença, ocupada pela tropa espanhola há 11 anos, foi então devolvida a Portugal.

quarta-feira, setembro 12, 2012

As fronteiras de Portugal foram estabelecidas há 715 anos

(imagem daqui)

O tratado de Alcanizes (em língua castelhana, Alcañices) foi assinado entre os soberanos de Leão e Castela, Fernando IV (1295-1312), e de Portugal, D. Dinis (1279-1325), a 12 de setembro de 1297, na povoação leonesa-castelhana de Alcanizes.
Por ele se restabelecia a paz, fixando-se os limites fronteiriços entre os dois reinos. Em troca de direitos portugueses nos termos raianos de Aroche e de Aracena, passavam para a posse definitiva de Portugal:
E em troca de direitos portugueses nos domínios de Aiamonte, Esparregal, Ferreira de Alcantara e Valença de Alcantara, e outros lugares nos 'Reinos de Leão e de Galiza', era reconhecida a posse portuguesa das chamadas terras de Riba-Côa, que compreendiam as seguintes povoações e respectivos castelos:
Uma versão do tratado, cujo exemplar em Castelhano hoje se encontra depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, encontra-se transcrita por Rui de Pina na Crónica de El-Rei D. Dinis. No século XIX, o original foi publicado pelo Visconde de Santarém (1846).
Embora na fórmula de encerramento seja informada a datação como Era de mil trezentos trinta e cinco annos, recorde-se que a referida é a da Era de César, vigente à época daqueles soberanos, equivalente a 1297 no atual calendário gregoriano.