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domingo, maio 24, 2020

A Eritreia tornou-se independente há 27 anos

  
A Eritreia, oficialmente Estado da Eritreia, é um país localizado no Corno da África. A Eritreia faz fronteira com o Sudão a oeste, a Etiópia ao sul, e Djibouti ao sudeste. O leste e nordeste do país têm um litoral banhado pelo Mar Vermelho, tendo contacto direto com a Arábia Saudita e o Iémen. O arquipélago Dahlak e as ilhas Hanish são parte da Eritreia. O seu tamanho é de cerca de 118 000 km², com uma população estimada em cerca de 5 milhões de habitantes e a capital é Asmara.
A história da terra onde, hoje em dia, se localiza a Eritreia, é associada aos seus quase 1 000 km de litoral pelo Mar Vermelho. Do outro lado do mar, vieram vários invasores (e colonizadores), como os árabes sauditas, vindos da área que hoje em dia corresponde ao Iémen, os turco-otomanos, os Portugueses de Goa (Índia), os egípcios, os britânicos e, no século XIX, os italianos. Ao longo dos séculos, invasores também vieram dos países vizinhos da África, como os etíopes do sul e os sudaneses pelo oeste. No entanto, o local foi altamente afetado pelos invasores italianos no século XIX.
Na era da corrida das potências europeias para a África e as tentativas de estabelecer uma base de reabastecimento para seus navios após a abertura do canal de Suez (1869), a Itália invadiu a Eritreia e a ocupou. Em 1 de janeiro de 1890, a Eritreia tornou-se oficialmente uma colónia da Itália. Em 1936, ela tornou-se uma província da África Oriental Italiana, juntamente com a Etiópia e a Somália Italiana. As forças armadas britânicas repeliram as forças armadas italianas em 1941 e tomaram a administração do pais, que havia sido criado pelos italianos, para si. Os britânicos continuaram a administrar o território sob um mandato da ONU até 1951, quando a Eritreia foi unida à Etiópia pela resolução da ONU 390(A), sob o impulso dos Estados Unidos, adotado em dezembro de 1950; a resolução foi aprovada após um referendo para consultar a população da Eritreia.
A importância estratégica da Eritreia, que existe devido ao seu litoral banhado pelo Mar Vermelho e aos seus recursos minerais, foram a principal causa para a união com a Etiópia, o que foi o primeiro passo da anexação da Eritreia como sua 14ª província em 1962, apesar de muitas outras nações optarem pela independência da Eritreia. Este foi o culminar de um processo gradual de aquisição por parte das autoridades etíopes, um processo que incluiu, em edital de 1959, o estabelecimento do ensino obrigatório da língua amárica, a principal língua da Etiópia, em todas as escolas eritreias. A falta de respeito para com a população da Eritreia levou a um movimento de independência do país, formado no início dos anos 1960, que eclodiu numa guerra de 30 longos anos contra os governos sucessivos da Etiópia, terminando em 1991. Após um referendo supervisionado pela ONU, na Eritreia, apelidado de UNOVER, no qual a população da Eritreia votou pela independência da Etiópia, vencendo por uma grande maioria, fez com que a Eritreia declarasse oficialmente a sua independência e ganhasse reconhecimento internacional em 24 de maio de 1993.
As línguas predominantes, de facto, são o tigrínia e o árabe, ambos pertencentes ao ramo afro-asiático da família de línguas semitas. O italiano é utilizado por extensão, em conjunto com as duas principais línguas, nos negócios públicos e comerciais. O inglês é usado na comunicação internacional e é a língua de instrução em toda a educação formal a partir do 6° ano.
A Eritreia é um Estado unipartidário - embora a sua constituição, adotada em 1997, estipule que o Estado é uma república presidencialista com uma democracia parlamentar, que ainda está para ser implementada. De acordo com o governo tal deve-se ao conflito fronteiriço com a Etiópia, que começou em maio de 1998.
  
   

terça-feira, janeiro 28, 2020

A canção We Are The World foi gravada há 35 anos...

  
We Are The World é uma canção composta por Michael Jackson e Lionel Richie, gravada em 28 de janeiro de 1985 por 45 dos maiores nomes da música norte-americana, no projeto conhecido como USA for Africa. A música tinha como objetivo arrecadar fundos para o combate à fome no continente africano. Inspirados pelo Band Aid, festival organizado pelo músico irlandês Bob Geldof, que reuniu dezenas de astros da música mundial, Michael e Lionel convocaram 45 dos maiores nomes da música norte americana em torno do projeto. O single, o LP e o clipe renderam cerca de 55 milhões de dólares. We Are the World apresentava 44 vocalistas diferentes, incluindo Michael Jackson, Lionel Richie, Harry Belafonte, Tina Turner, Bruce Springsteen, Billy Joel, Kenny Rogers, Bob Dylan, Cyndi Lauper, Diana Ross,Ray Charles eStevie Wonder. Foi produzido pelo maestro Quincy Jones, que também fez a regência do grupo vocal. A vendagem atingiu 7 milhões de cópias só nos Estados Unidos, tornando-se um dos singles mais vendidos de todos os tempos.
A canção foi lançada em 7 de março de 1985 como single único do álbum. Um sucesso comercial internacional, a canção liderou diversas paradas musicais em todo o mundo, tornando-se single mais rapidamente difundido na história da música pop. Além disso, foi também o primeiro single certificado com "platina múltipla" e "platina quádrupla" pela Recording Industry Association of America (RIAA).
A iniciativa desencadeou no Brasil a campanha Nordeste já, que seguiu a ideia original. Em 1987, a Rede Globo, no programa Fantástico, lançou o vídeoclipe da música "Viver outra Vez" em benefício da campanha em combate à SIDA, onde participaram vários cantores populares em evidência no país.
Em 12 de janeiro de 2010, após a devastação causada por um sismo de magnitude 7.0 no Haiti, um grande grupo de artistas foi reunido para regravar a canção, lançada como "We Are the World 25 for Haiti".
  
Maestro:


 

Vocalistas principais (por ordem de aparição):

Orquestra:


terça-feira, agosto 27, 2019

Hailé Selassié morreu há 44 anos

Haile Selassie (também grafado Hailé Selassié; Ejersa Goro, 23 de julho de 1892Adis Abeba, 27 de agosto de 1975), nascido Tafari Makonnen e posteriormente conhecido como Ras Tafari, foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e Imperador daquele país de 1930 a 1974. Herdeiro duma dinastia cujas origens remontam historicamente ao século XIII e, tradicionalmente, até ao Rei Salomão e a Rainha de Sabá, Haile Selassie é uma figura crucial na história da Etiópia e da África.
  

terça-feira, julho 23, 2019

O último Imperador da Etiópia nasceu há 127 anos

Haile Selassie (também grafado Hailé Selassié; Ejersa Goro, 23 de julho de 1892Adis Abeba, 27 de agosto de 1975), nascido Tafari Makonnen e posteriormente conhecido como Ras Tafari, foi Regente da Etiópia de 1916 a 1930 e Imperador daquele país de 1930 a 1974. Herdeiro duma Dinastia cujas origens remontam historicamente ao século XIII e, tradicionalmente, até o Rei Salomão e a Rainha de Sabá, Haile Selassie é uma figura crucial na história da Etiópia e da África.
É considerado o símbolo religioso do Deus encarnado entre os adeptos do movimento rastafári, que conta com aproximadamente de 11 a 15 milhões no mundo inteiro atualmente. Os rastafáris também o chamam de H.I.M., sigla em inglês para "Sua Majestade Imperial" (His Imperial Majesty), Jah, Ras Tafari e Jah Rastafari.
Durante o seu governo, a repressão de diversas rebeliões entre as raças que compõem a Etiópia, além daquele que é considerado como o fracasso do país em se modernizar adequadamente, rendeu-lhe críticas de muitos contemporâneos e historiadores.
O seu protesto na Liga de Nações, em 1936, contra o uso de armas químicas contra o seu povo por parte da Itália, foi não só um prenúncio do conflito mundial que se seguiria, mas também representou o advento do que se chamou de "refinamento tecnológico da barbárie", característica que veio a marcar as guerras do período.
Selassie era um orador talentoso, e alguns de seus discursos foram considerados entre os mais memoráveis do século XX. As suas visões internacionalistas levaram a Etiópia a se tornar membro oficial das Nações Unidas, e sua experiência e pensamento político ao promover o multilateralismo e a segurança coletiva provaram-se relevantes até os dias de hoje.

segunda-feira, agosto 27, 2018

O Imperador Hailé Selassié morreu (estranhamente...) há 43 anos

Haile Selassie (também grafado Hailé Selassié, significando "Poder da Trindade"; Ejersa Goro, 23 de julho de 1892Adis Abeba, 27 de agosto de 1975), nascido Tafari Makonnen e posteriormente conhecido como Ras Tafari, foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e imperador daquele país de 1930 a 1974. Herdeiro duma dinastia cujas origens remontam historicamente ao século XIII e, tradicionalmente, até ao Rei Salomão e à Rainha de Sabá, Haile Selassie é uma figura crucial na história da Etiópia e da África.
É considerado o símbolo religioso do Deus encarnado, entre os adeptos do movimento rastafári, que conta com aproximadamente 800.000 seguidores atualmente. Os rastafáris também o chamam de H.I.M., sigla em inglês para "Sua Majestade Imperial" (His Imperial Majesty), Jah, Ras Tafari e Jah Rastafari.
Durante o seu governo, a repressão a diversas rebeliões entre as raças que compõem a Etiópia, além daquele que é considerado como o fracasso do país em se modernizar adequadamente, rendeu-lhe críticas de muitos contemporâneos e historiadores.
O seu protesto na Liga de Nações, em 1936, contra o uso de armas químicas contra o seu povo por parte da Itália, foi não só um prenúncio do conflito mundial que se seguiria, mas também representou o advento do que se chamou de "refinamento tecnológico da barbárie", característica que veio a marcar as guerras do período.
Selassie era um orador talentoso, e alguns de seus discursos foram considerados entre os mais memoráveis do século XX. As suas visões internacionalistas levaram a Etiópia a tornar-se membro oficial das Nações Unidas e a sua experiência e pensamento político ao promover o multilateralismo e a segurança coletiva provaram ser relevantes até aos dias de hoje.
 
(...)
 
O país enfrentou anos difíceis no início da década de 70. A grande fome de 1972–1973 agravou a contestação ao governo imperial, somando-se aos problemas políticos e à corrupção.
Em 12 de janeiro de 1974 registou-se uma rebelião militar contra Selassie. Em junho, um grupo de cerca de 120 comandantes militares, formalmente fiéis ao imperador, formou um comité para exercer o governo. Em 27 de setembro Selassie foi deposto por um golpe militar, de inspiração marxista, que instituiu um Conselho Provisório de Administração Militar. Preso pelo novo governo, Selassié veio a falecer a 27 de agosto de 1975, oficialmente por complicações decorrentes de uma operação da próstata. Essa versão é contestada por seus apoiantes e familiares, que entendem que o ex-imperador foi assassinado na sua cama.
Em 1991, após a queda de Mengistu Haile Mariam, foi revelado que os restos mortais de Selassié tinham sido conservados na cave do palácio presidencial. Finalmente, em 5 de novembro de 2000, receberam um funeral da Igreja Ortodoxa Etíope digno, sendo sepultados. A família do cantor Bob Marley esteve presente na cerimónia.
É reconhecida a influência que Haile Selassie teve sobre os movimentos de direitos humanos de defesa dos negros, em especial em lideranças do movimento negro, como Martin Luther King e Nelson Mandela. Além disso, Selassie é encarado como um Messias por parte de um movimento religioso de origem jamaicana, o rastafarianismo, que crê que Haile Selassie vive, conduzirá os negros de volta à África, e é Deus Vivo.

 

segunda-feira, julho 23, 2018

Haile Selassie nasceu há 126 anos

Haile Selassie (também grafado Hailé Selassié; Ejersa Goro, 23 de julho de 1892Adis Abeba, 27 de agosto de 1975), nascido Tafari Makonnen e posteriormente conhecido como Ras Tafari, foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e imperador daquele país de 1930 a 1974. Herdeiro duma dinastia cujas origens remontam historicamente ao século XIII e, tradicionalmente, até ao Rei Salomão e à Rainha de Sabá, Haile Selassie é uma figura crucial na história da Etiópia e da África.
É considerado o símbolo religioso do Deus encarnado, entre os adeptos do movimento rastafári, que conta com aproximadamente 800.000 seguidores atualmente. Os rastafáris também o chamam de H.I.M., sigla em inglês para "Sua Majestade Imperial" (His Imperial Majesty), Jah, Ras Tafari e Jah Rastafari.
Durante o seu governo, a repressão a diversas rebeliões entre as raças que compõem a Etiópia, além daquele que é considerado como o fracasso do país em se modernizar adequadamente, rendeu-lhe críticas de muitos contemporâneos e historiadores.
O seu protesto na Liga de Nações, em 1936, contra o uso de armas químicas contra o seu povo por parte da Itália, foi não só um prenúncio do conflito mundial que se seguiria, mas também representou o advento do que se chamou de "refinamento tecnológico da barbárie", característica que veio a marcar as guerras do período.
Selassie era um orador talentoso, e alguns de seus discursos foram considerados entre os mais memoráveis do século XX. As suas visões internacionalistas levaram a Etiópia a se tornar membro oficial das Nações Unidas, e sua experiência e pensamento político ao promover o multilateralismo e a segurança coletiva provaram-se relevantes até os dias de hoje.
Nascido, Tafari Makonnen, casou-se em 1911 com Wayzaro Menen, filha do imperador Menelik II, assim tornando-se príncipe, ou Ras, em amárico. Tafari significa, por sua vez, indomável. O neto de Menelik II, Lij Iyasu (Iyasu V), tornou-se imperador em 1913, mas foi deposto por uma assembleia de nobres, em conjunto com a Igreja Ortodoxa Etíope, por suspeita de ter se convertido ao islamismo. Assumiu Zewditu, também filha de Menelik II, que morreria em 1930. Mesmo antes da morte de Zewditu, Ras Tafari já havia assumido a regência da Etiópia (em 1917), e foi investido como rei (negus) em 1928. Finalmente, em 2 de abril de 1930, a imperatriz morreu, e em 2 de novembro do mesmo ano Ras Tafari tornou-se o 225º imperador na dinastia que remontava, segundo a crença local, ao Rei Salomão e a Rainha de Sabá. Novamente muda de nome, para Haile Selassie (que significa O Poder da Divina Trinidade) ou, na forma completa, Sua Majestade Imperial, Imperador Haile Selassie, Eleito de Deus, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judá.
Iniciou então um governo que buscava modernizar a Etiópia, seguindo as linhas gerais traçadas por Menelik II: principalmente trazer tecnologia para a Etiópia e inserir o país no contexto da comunidade das nações. Seu discurso na Liga das Nações, em junho de 1936, sobre a guerra em geral e sobre a invasão da Etiópia pela Itália (1935), é considerado um dos mais belos e coerentes pronunciados por um líder político (o país havia sido admitido na Liga das Nações em 1923, logo após abolir a escravatura). Selassie também deu a Etiópia a primeira constituição de sua história, em 1931. A invasão da Etiópia pela Itália em 1935 foi uma traição dos acordos celebrados entres esses países no ano de 1928. Também a Liga das Nações não fez sua parte, numa atitude muito semelhante àquela adotada pela Inglaterra e pela França em face a invasão alemã na Checoslováquia - com a diferença de que o país invadido não pertencia à Europa, e sim à esquecida África. Benito Mussolini recebeu uma condenação formal da liga, mas foi encorajado pela falta de atitudes desta para com o seu ato injustificável. A invasão deflagrou a Segunda Guerra Ítalo-Etíope. Em 1936 Selassie se viu obrigado a retirar-se para o exílio, na Inglaterra, deixando o posto de imperador.

A Itália estabeleceu um governo na Etiópia e tentou controlar os movimentos de resistência através de massacres e segregação. Selassie tentava angariar simpatia pelo seu país, e só veio a consegui-lo quando a Itália se aliou, na Segunda Guerra Mundial, à Alemanha. Com o apoio da Inglaterra, mas contando essencialmente com forças de resistência etíopes e norte-africanas, Selassie retoma Adis Abeba em 5 de maio de 1941. Aos poucos conseguiu afastar-se da influência britânica, mas ao mesmo tempo vem do exílio com novas ideias inspiradas na evolução da Inglaterra.

Com a derrota da Itália na frente etíope, já durante a Segunda Guerra Mundial, Haile Selassie reassumiu o império. Havia tensões na Eritreia, que não se identificava com o restante da Etiópia e rejeitava a soberania desta.
Selassie promove a reforma e recuperação da Etiópia, devastada pela guerra. Institui um imposto progressivo sobre a propriedade de terras. Em 1955 é promulgada uma nova constituição etíope, que institui, entre outras medidas, o voto universal, mas também concentra bastante o poder nas mãos do imperador.
Enquanto em missão diplomática no Brasil, em 1960, Haile Selassie sofreu uma tentativa de golpe, organizada e dirigida por Germane Neway que não teve sucesso, mas polarizou a Etiópia e preparou caminho para um segundo golpe alguns anos depois. Em 1963, Selassie participou da criação da Organização da Unidade Africana.

O país enfrentou anos difíceis no início da década de 1970. A grande fome de 1972–1973 agravou a contestação ao governo imperial, somando-se aos problemas políticos e à corrupção.
Em 12 de janeiro de 1974 registou-se uma rebelião militar contra Selassie. Em junho, um grupo de cerca de 120 comandantes militares, formalmente fiéis ao imperador, formou um comité para exercer o governo. Em 27 de setembro Selassie foi deposto por um golpe militar de inspiração marxista, que instituiu um Conselho Provisório de Administração Militar. Preso pelo novo governo, Selassié veio a falecer em 27 de agosto de 1975, oficialmente por complicações decorrentes de uma operação da próstata. Essa versão é contestada por seus apoiantes e familiares, que entendem que o ex-imperador foi assassinado na cama.
Em 1991, após a queda de Mengistu Haile Mariam, foi revelado que os restos mortais de Selassié tinham sido conservados na cave do palácio presidencial. Finalmente, em 5 de novembro de 2000, recebeu um funeral da Igreja Ortodoxa Etíope digno, sendo sepultado. A família do cantor Bob Marley esteve presente na cerimónia.

É reconhecida a influência que Haile Selassie teve sobre o movimento negro, em especial em lideranças do movimento negro, como Martin Luther King e Nelson Mandela. Além disso, Selassie é encarado como um messias por parte de um movimento religioso de origem jamaicana, o rastafarianismo, que crê que Haile Selassie vive, conduzirá os negros de volta à África e é Deus Vivo.

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Enquanto a filosofia que declara uma raça superior e outra inferior não for finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada; enquanto não deixarem de existir cidadãos de primeira e segunda lasse em qualquer nação; enquanto a cor da pele de uma pessoa for mais importante que a cor dos seus olhos; enquanto não forem garantidos a todos, por igual, os direitos humanos básicos, sem olhar a raças, até esse dia, os sonhos de paz duradoura, cidadania mundial e governo de uma moral internacional irão continuar a ser uma ilusão fugaz, a ser perseguida mas nunca alcançada. E igualmente, enquanto os regimes infelizes e ignóbeis que oprimem os nossos irmãos, em condições subumanas, em Angola, Moçambique e na África do Sul não forem superados e destruídos, enquanto o fanatismo, os preconceitos, a malícia e os interesses desumanos não forem substituídos pela compreensão, tolerância e boa-vontade, enquanto todos os Africanos não se levantarem e falarem como seres livres, iguais aos olhos de todos os homens como são no Céu, até esse dia, o continente Africano não conhecerá a Paz. Nós, Africanos, iremos lutar, se necessário, e sabemos que iremos vencer, pois estamos confiantes na vitória do bem sobre o mal.
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- Haile Selassie - Liga das Nações - 1936
Este discurso serviu de inspiração para a canção "War", um dos maiores clássicos do cantor de reggae jamaicano Bob Marley.


sexta-feira, maio 25, 2018

A Organização da Unidade Africana foi criada há 55 anos

(imagem daqui)
   
A Organização da Unidade Africana (OUA) foi criada a 25 de maio de 1963 em Adis Abeba, Etiópia, por iniciativa do Imperador etíope, Haile Selassie através da assinatura da sua Constituição por representantes de 32 governos de países africanos independentes. A OUA foi substituída pela União Africana a 9 de julho de 2002.
Bandeira da União Africana
  
Os objetivos da OUA, expressos na sua Constituição eram:
  • Promover a unidade e solidariedade entre os estados africanos;
  • Coordenar e intensificar a cooperação entre os estados africanos, no sentido de atingir uma vida melhor para os povos de África;
  • Defender a soberania, integridade territorial e independência dos estados africanos;
  • Erradicar todas as formas de colonialismo da África;
  • Promover a cooperação internacional, respeitando a Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos;
  • Coordenar e harmonizar as políticas dos estados membros nas esferas política, diplomática, económica, educacional, cultural, da saúde, bem estar, ciência, técnica e de defesa.
 
Africa Day is the annual commemoration on May 25 of the 1963 founding of the Organisation of African Unity (OAU). On this day, leaders of 30 of the 32 independent African states signed a founding charter in Addis Ababa, Ethiopia. In 1991, the OAU established the African Economic Community, and in 2002 the OAU established its own successor, the African Union. However, the name and date of Africa Day has been retained as a celebration of African unity. 2012's theme of Africa Day is "Africa and the Diaspora." The New York celebration was held in New York City on May 31, 2011. In Nairobi, it was celebrated at Uhuru Park Recreational Park. It should also be noted that Africa Day is observed as a public holiday in only five African countries, that is, Ghana , Mali, Namibia, Zambia and Zimbabwe. However, celebrations are held in some African countries, as well as by Africans in the diaspora.

segunda-feira, abril 23, 2018

Há 25 anos um referendo levou a Eritreia à independência

O referendo sobre a independência da Eritreia em 1993 foi realizado na Eritreia entre 23 e 25 de abril de 1993. O resultado foi de 99,83% a favor, com uma participação de 98,5%. A independência foi declarada em 27 de abril.

Conduta
A Missão de Observação das Nações Unidas para a Verificação do Referendo na Eritreia (UNOVER) foi estabelecida de acordo com a resolução 47/114 da Assembleia Geral de 16 de dezembro de 1992 e durou até 25 de abril de 1993. Os objetivos da missão foi verificar a imparcialidade do referendo, relatar reivindicações de irregularidades e verificar a contagem, computação e anúncio dos resultados.
O referendo foi concluído dentro do orçamento e foi considerado livre e justo.


domingo, fevereiro 11, 2018

A imperatriz Taitu Bitul, fundadora de Adis Abeba, morreu há um século

Taitu Bitul (variantes: Taytu e Betul) (circa 185111 de fevereiro de 1918) foi uma imperatriz da Etiópia (1889 - 1913).
  
Ascendência e nobreza
Taitu Bitul nasceu ao redor de 1852, a terceira de quatro filhos de uma família aristocrática etíope, à qual se atribuía relações com a dinastia salomónica. O seu pai, o ras Bitul, era bem menos conhecido que o irmão, Dejazmatch Wube Haile Maryam, que foi regente da região norte da Etiópia, e o maior inimigo de Teodoros II da Etiópia, por volta da década de 1840.
A filha de Dejazmach Wube, sua prima, porém, era a Imperatriz Tiruwork Wube, esposa e depois viúva de Teodoros.
O seu pai governava a província de Semien, e reivindicava ser descendente do Imperador Susenius. Outro ramo lateral da ascendência paterna advinha da poderosa dinastia que governava o distrito de Yejju, de origem Oromo e que havia se convertido do cristianismo para o Islão e que, durante quase um século (1779-1855), fez os regentes durante o período em que o país vivia uma espécie de feudalismo, com imperadores fracos no Gondar - período denominado de Zemene Mesafint (ou "Era dos Príncipes).
A mãe de Taitu, Yewubdar, era de uma família nobre secundária do Gondar. Por isso Taitu teve a reputação de defender ferozmente e com orgulho sua linhagem paterna, com raízes nobres em três territórios do país.
 
Casamentos
Taitu foi casada quatro vezes, todos estes matrimónios, entretanto, fracassaram. Os seus dois irmãos Alula Bitul e Wele Bitul, que haviam ficado amigos de Menelik, então governante do Choa, durante a prisão deste em Magdala, no reinado de Teodorus, elogiavam a beleza das suas irmãs. Conta-se que, ao ser apresentado a Taitu, teria Menelik comentado a Wele:
Por que você deixou para me apresentar a mais bonita por último?
Menelik, que também vinha de uma série de casamentos mal-sucedidos, teve com Taitu o seu último casamento. Juntos, tornaram-se Imperador e Imperatriz da Etiópia, mas não tiveram filhos.
 
Fundadora de Adis Abeba
Construíra Menelik uma igreja, devotada a Nossa Senhora, no Monte Entoto, e logo depois um palácio. O local, embora estrategicamente protegido, não oferecia condições naturais de povoamento, pois a Corte seguira para lá. Por conta disso, Taitu e as suas damas de companhia passaram a viajar com frequência para um planaalto a sul do Entoto, banhado pelo rio Finfine.
Este local era mais agradável, além de oferecer condições mais propícias para o povoamento que junto ao palácio do Monte Entoto. Além da casa erguida pela rainha, muitas outras foram sendo erguidas pelos nobres, depois pelos comerciantes. A este lugar denominou Taitu de “Adis Abeba” (em amárico, “Nova Flor”). Para ali foi transferida – oficialmente em 1887 – a capital de Choa e, mais tarde, capital da própria Etiópia.
 
Imperatriz
Taitu é reconhecida na História etíope como uma das mulheres mais poderosas, durante o período em que foi esposa de Menelik, mesmo antes da coroação de ambos, em 1889. Ela comandava a facção conservadora da Corte, que opunha-se aos progressistas, que lutavam pela modernização e desenvolvimento da Etiópia segundo parâmetros ocidentais europeus.
Suspeitava profundamente dos reais interesses europeus no país e atuou como peça fundamental durante o conflito gerado pelo Tratado de Wuchale, feito com a Itália - país que estendia as suas pretensões imperialistas na Eritreia - em que a versão italiana abria margem para estender ao território etíope a condição de protetorado, enquanto a versão em amárico ocultava tais condições.
A Imperatriz sustentou uma oposição ferrenha aos italianos, e apesar da pobreza da nação, aquando da invasão italiana do território além do pactuado, acompanhou o seu esposo na marcha do Exército Imperial - em grande parte armado de lanças e flechas - que redundou na histórica Batalha de Adwa - onde os etíopes impuseram humilhante derrota aos invasores, no ano de 1894.
Menelik, que habitualmente hesitava e adiava as decisões desagradáveis, tinha na esposa uma útil aliada, capaz de negar peremptoriamente, enquanto ele próprio se esquivava de ofender ou recusar pessoalmente alguns pleitos. Essa estratégia fez com que a Imperatriz tivesse uma crescente impopularidade, ao passo em que o seu esposo continuava bem visto pelo seu povo e pela Corte.
Quando a saúde de Menelik começou a declinar, por volta de 1906, Taitu passou a decidir por ele, enfurecendo os seus adversários, pois passou a nomear os seus favoritos e parentes para as principais posições e cargos, aumentando o seu poder e influência.
  
Ocaso
Amplamente desgastada por acusações de xenofobia e nepotismo pela nobreza de Choa e do Tigré, aliadas dos partidários de Lij Iyasu, neto de Menelik por conta de um dos seus casamentos anteriores, Taitu foi alvo de conspiração destinada a afastá-la do poder. Em 1910, finalmente, os seus adversários conseguiram apeá-la do poder, impondo-lhe a regência do ras Tessema Nadew.
A imperatriz ficou adstrita, por imposição, aos cuidados do marido doente - o que ainda mais a enfraqueceu politicamente.
Como não teve nenhum filho com o Imperador, a morte de Menelik em 1913 provocou a ascensão ao trono de Lij Iyasu. Taitu foi, então, banida para ao velho palácio do Monte Entoto, perto da igreja de Santa Maria onde havia sido, anos antes, coroada.
   
Últimos anos
Acredita-se que Taitu teve pouca relevância nos movimentos que provocaram a deposição do imperador Iyasu V, em 1916, e a sua substituição pela sua enteada Zauditu - embora filha de um outro casamento de Menelik, Zauditu sempre esteve ligada à madrasta, e era ainda casada com um sobrinho dela, o ras Gusga Welle.
Taitu viveu os seus últimos anos de vida no velho palácio do Entoto, onde morreu em 1918. Encontra-se sepultada no Mosteiro Mariano, em Adis-Abeba.
 
 

domingo, agosto 27, 2017

Haile Selassie morreu há 42 anos

Haile Selassie (também grafado Hailé Selassié, Ejersa Goro, 23 de julho de 1892Adis Abeba, 27 de agosto de 1975), nascido Tafari Makonnen e posteriormente conhecido como Rás Tafari, foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e imperador daquele país de 1930 a 1974. Herdeiro duma dinastia cujas origens remontam historicamente ao século XIII e, tradicionalmente, até ao Rei Salomão e à Rainha de Sabá, Haile Selassie é uma figura crucial na história da Etiópia e da África.

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Em 12 de janeiro de 1974 registou-se uma rebelião militar contra Selassie. Em junho, um grupo de cerca de 120 comandantes militares, formalmente fiéis ao imperador, formou um comité para exercer o governo. Em 27 de setembro Selassie foi deposto por um golpe militar de inspiração marxista, que instituiu um Conselho Provisório de Administração Militar. Preso pelo novo governo, Selassié veio a falecer em 27 de agosto de 1975, oficialmente por complicações decorrentes de uma operação à próstata. Essa versão é contestada pelos seus apoiantes e familiares, que entendem que o ex-imperador foi assassinado na sua cama.
Em 1991, após a queda de Mengistu Haile Mariam, foi revelado que os restos mortais de Selassié tinham sido conservados na cave do palácio presidencial. Finalmente, em 5 de novembro de 2000, recebeu um funeral da Igreja Ortodoxa Etíope digno, sendo sepultado. A família do cantor Bob Marley esteve presente na cerimónia.

 

sábado, agosto 27, 2016

Hailé Selassié morreu há 41 anos

Haile Selassie (também grafado Hailé Selassié; Ejersa Goro, 23 de julho de 1892Adis Abeba, 27 de agosto de 1975), nascido Tafari Makonnen e posteriormente conhecido como Ras Tafari, foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e Imperador daquele país de 1930 a 1974. Herdeiro duma dinastia cujas origens remontam historicamente ao século XIII e, tradicionalmente, até ao Rei Salomão e à Rainha de Sabá, Haile Selassie é uma figura crucial na história da Etiópia e da África.


 

quinta-feira, agosto 27, 2015

Hailé Selassié morreu há 40 anos...

Haile Selassie (também grafado Hailé Selassié; Ejersa Goro, 23 de julho de 1892Adis Abeba, 27 de agosto de 1975), nascido Tafari Makonnen e posteriormente conhecido como Ras Tafari, foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e Imperador daquele país de 1930 a 1974. Herdeiro duma dinastia cujas origens remontam historicamente ao século XIII e, tradicionalmente, até ao Rei Salomão e à Rainha de Sabá, Haile Selassie é uma figura crucial na história da Etiópia e da África.
É considerado o símbolo religioso do Deus encarnado, entre os adeptos do movimento rastafári, que conta com aproximadamente 800.000 seguidores atualmente. Os rastafáris também o chamam de H.I.M., sigla em inglês para "Sua Majestade Imperial" (His Imperial Majesty), Jah, Ras Tafari e Jah Rastafari.
Durante o seu governo, a repressão a diversas rebeliões entre as raças que compõem a Etiópia, além daquele que é considerado como o fracasso do país em se modernizar adequadamente, rendeu-lhe críticas de muitos contemporâneos e historiadores.
O seu protesto na Liga de Nações, em 1936, contra o uso de armas químicas contra o seu povo por parte da Itália, foi não só um prenúncio do conflito mundial que se seguiria, mas também representou o advento do que se chamou de "refinamento tecnológico da barbárie", característica que veio a marcar as guerras do período.
Selassie era um orador talentoso, e alguns de seus discursos foram considerados entre os mais memoráveis do século XX. As suas visões internacionalistas levaram a Etiópia a se tornar membro oficial das Nações Unidas, e sua experiência e pensamento político ao promover o multilateralismo e a segurança coletiva provaram-se relevantes até os dias de hoje.

Origens e ascensão
Nascido, Tafari Makonnen, casou-se, em 1911, com Wayzaro Menen, filha do imperador Menelik II, assim tornando-se príncipe, ou Ras, em amárico. Tafari significa, por sua vez, indomável. O neto de Menelik II, Lij Iyasu (Iyasu V), tornou-se imperador em 1913, mas foi deposto por uma assembleia de nobres, em conjunto com a Igreja Ortodoxa Etíope, por suspeita de ter se convertido ao islamismo. Assumiu Zewditu, também filha de Menelik II, que morreria em 1930. Mesmo antes da morte de Zewditu, Ras Tafari já havia assumido a regência da Etiópia (em 1917), e foi investido como rei (negus) em 1928. Finalmente, a 2 de abril de 1930, a imperatriz morreu e, a 2 de novembro do mesmo ano, Ras Tafari tornou-se o 225º imperador na dinastia que remontava, segundo a crença local, ao Rei Salomão e a Rainha de Sabá. Novamente muda de nome, para Haile Selassie (que significa O Poder da Divina Trinidade) ou, na forma completa, Sua Majestade Imperial, Imperador Haile Selassie, Eleito de Deus, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judá.
  
O primeiro império
Iniciou então um governo que buscava modernizar a Etiópia, seguindo as linhas gerais traçadas por Menelik II: principalmente trazer tecnologia para a Etiópia e inserir o país no contexto da comunidade das nações. O seu discurso na Liga das Nações, em junho de 1936, sobre a guerra em geral e sobre a invasão da Etiópia pela Itália (1935), é considerado um dos mais belos e coerentes pronunciados por um líder político (o país havia sido admitido na Liga das Nações em 1923, logo após abolir a escravatura). Selassie também deu a Etiópia a primeira constituição de sua história, em 1931. A invasão da Etiópia pela Itália em 1935 foi uma traição dos acordos celebrados entres esses países no ano de 1928. Também a Liga das Nações não fez sua parte, numa atitude muito semelhante àquela adotada pela Inglaterra e pela França em face a invasão alemã na Checoslováquia - com a diferença de que o país invadido não pertencia à Europa, e sim à esquecida África. Benito Mussolini recebeu uma condenação formal da liga, mas foi encorajado pela falta de atitudes desta para com o seu ato injustificável. A invasão deflagrou a Segunda Guerra Ítalo-Etíope. Em 1936 Selassie se viu obrigado a retirar-se para o exílio, na Inglaterra, deixando o posto de imperador.

Exílio
A Itália estabeleceu um governo na Etiópia e tentou controlar os movimentos de resistência através de massacres e segregação. Selassie tentava angariar simpatia pelo seu país, e só veio a consegui-lo quando a Itália se aliou, na Segunda Guerra Mundial, à Alemanha. Com o apoio da Inglaterra, mas contando essencialmente com forças de resistência etíopes e norte-africanas, Selassie retoma Adis Abeba, a 5 de maio de 1941. Aos poucos conseguiu afastar-se da influência britânica, mas ao mesmo tempo vem do exílio com novas ideias inspiradas na evolução da Inglaterra.

O segundo império
Com a derrota da Itália na frente etíope, já durante a Segunda Guerra Mundial, Haile Selassie reassumiu o império. Havia tensões na Eritreia, que não se identificava com o restante da Etiópia e rejeitava a soberania desta.
Selassie promove a reforma e recuperação da Etiópia, devastada pela guerra. Institui um imposto progressivo sobre a propriedade de terras. Em 1955 é promulgada uma nova constituição etíope, que institui, entre outras medidas, o voto universal, mas também concentra bastante o poder nas mãos do imperador.
Enquanto em missão diplomática no Brasil, em 1960, Haile Selassie sofreu uma tentativa de golpe, organizada e dirigida por Germane Neway que não teve sucesso, mas polarizou a Etiópia e preparou caminho para um segundo golpe alguns anos depois. Em 1963, Selassie participou da criação da Organização da Unidade Africana.

O golpe militar
O país enfrentou anos difíceis no início da década de 1970. A grande fome de 1972–1973 agravou a contestação ao governo imperial, somando-se aos problemas políticos e à corrupção.
Em 12 de janeiro de 1974 registou-se uma rebelião militar contra Selassie. Em junho, um grupo de cerca de 120 comandantes militares, formalmente fiéis ao imperador, formou um comité para exercer o governo. Em 27 de setembro Selassie foi deposto por um golpe militar de inspiração marxista, que instituiu um Conselho Provisório de Administração Militar. Preso pelo novo governo, Selassié veio a falecer a 27 de agosto de 1975, oficialmente por complicações decorrentes de uma operação da próstata. Essa versão é contestada por seus apoiantes e familiares, que entendem que o ex-imperador foi assassinado na cama.
Em 1991, após a queda de Mengistu Haile Mariam, foi revelado que os restos mortais de Selassié tinham sido conservados na cave do palácio presidencial. Finalmente, a 5 de novembro de 2000, recebeu um funeral da Igreja Ortodoxa Etíope digno, sendo sepultado. A família do cantor Bob Marley esteve presente na cerimónia.

Legado
É reconhecida a influência que Haile Selassie teve sobre o movimento negro, em especial em lideranças do movimento negro, como Martin Luther King e Nelson Mandela. Além disso, Selassie é encarado como um messias por parte de um movimento religioso de origem jamaicana, o rastafarianismo, que crê que Haile Selassie vive, conduzirá os negros de volta à África e é Deus Vivo.

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Enquanto a filosofia que declara uma raça superior e outra inferior não for finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada; enquanto não deixarem de existir cidadãos de primeira e segunda classe em qualquer nação; enquanto a cor da pele de uma pessoa for mais importante que a cor dos seus olhos; enquanto não forem garantidos a todos, por igual, os direitos humanos básicos, sem olhar a raças, até esse dia, os sonhos de paz duradoura, cidadania mundial e governo de uma moral internacional irão continuar a ser uma ilusão fugaz, a ser perseguida mas nunca alcançada. E igualmente, enquanto os regimes infelizes e ignóbeis que oprimem os nossos irmãos, em condições subumanas, em Angola, Moçambique e na África do Sul não forem superados e destruídos, enquanto o fanatismo, os preconceitos, a malícia e os interesses desumanos não forem substituídos pela compreensão, tolerância e boa-vontade, enquanto todos os Africanos não se levantarem e falarem como seres livres, iguais aos olhos de todos os homens como são no Céu, até esse dia, o continente Africano não conhecerá a Paz. Nós, Africanos, iremos lutar, se necessário, e sabemos que iremos vencer, pois estamos confiantes na vitória do bem sobre o mal.
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- Haile Selassie, em discurso na Liga das Nações, 1936
Este discurso serviu de inspiração para a canção "War", um dos maiores clássicos do cantor de reggae jamaicano Bob Marley.