...celebremo-lo com um bonito poema de Manuel Alegre. Não porque hoje passem 108 anos sobre a imposição da república
(que transformou um país com uma democracia - os republicanos tinham
até eleito alguns deputados para o Parlamento - numa ditadura anárquica e
caciquista de pouco mais de 15 anos). Mas porque é o dia da
independência nacional - El-Rei D. Afonso Henriques impôs ao seu primo, o
Rei de Castela e Leão, a separação do nosso país, que, ainda em vida,
viu também reconhecida pelo Papa. Assim hoje, sendo feriado,
os senhores de aventais, cada vez menos, ainda vão a alguns
cemitérios homenagear os parvos e assassinos que impuseram um péssimo regime ao
país, há que recordar a data:
LIBERDADE
Sobre esta página escrevo
teu nome que no peito trago escrito
laranja verde limão
amargo e doce o teu nome.
Sobre esta página escrevo
o teu nome de muitos nomes feito água e fogo lenha vento
primavera pátria exílio.
Teu nome onde exilado habito e canto mais do que nome: navio
onde já fui marinheiro
naufragado no teu nome.
Sobre esta página escrevo o teu nome: tempestade.
E mais do que nome: sangue. Amor e morte. Navio.
Esta chama ateada no meu peito
por quem morro por quem vivo este nome rosa e cardo
por quem livre sou cativo.
Sobre esta página escrevo o
teu nome: liberdade.
in A Praça da Canção - Manuel Alegre (3ª Edição -1974)
Sobre esta página escrevo
teu nome que no peito trago escrito
laranja verde limão
amargo e doce o teu nome.
Sobre esta página escrevo
o teu nome de muitos nomes feito água e fogo lenha vento
primavera pátria exílio.
Teu nome onde exilado habito e canto mais do que nome: navio
onde já fui marinheiro
naufragado no teu nome.
Sobre esta página escrevo o teu nome: tempestade.
E mais do que nome: sangue. Amor e morte. Navio.
Esta chama ateada no meu peito
por quem morro por quem vivo este nome rosa e cardo
por quem livre sou cativo.
Sobre esta página escrevo o
teu nome: liberdade.
in A Praça da Canção - Manuel Alegre (3ª Edição -1974)
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