José Hermano Saraiva (Leiria, 3 de outubro de 1919 - Palmela, 20 de julho de 2012) foi professor e historiador português. Ocupou o cargo de Ministro da Educação entre 1968 e 1970. É descrito frequentemente como o Príncipe dos Comunicadores
pelo seu trabalho em prol da História, da Cultura, da Literatura e da
Televisão, de acordo com a homenagem póstuma prestada na Assembleia da
República.
Terceiro filho de José Leonardo Venâncio Saraiva e de sua mulher Maria da Ressurreição Baptista, cresceu em Leiria, onde frequentou o Liceu Nacional. Posteriormente ingressou na Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas, em 1941, e em Ciências Jurídicas, em 1942.
Iniciou a sua vida profissional no ensino liceal, que acumulou com o exercício da advocacia. Foi professor do liceu e, seguidamente, director do Instituto de Assistência aos Menores, reitor do Liceu Nacional D. João de Castro, em Lisboa, e assistente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (actual ISCSP). Nessa altura, com a colaboração de Baltasar Rebelo de Sousa, iniciou uma edição de livros didácticos de carácter geral em prol da população já alfabetizada mas sem acesso à cultura.
Envolvido na política, durante o Estado Novo, foi deputado à Assembleia Nacional entre 1957 e 1961, procurador à Câmara Corporativa e ministro da Educação. Durante o seu ministério, entre 1968 e 1970, enfrentou um dos momentos mais conturbados da oposição ao Salazarismo, com a Crise Académica de 1969. Quando deixou o Governo, substituído por José Veiga Simão, foi exercer o cargo de embaixador de Portugal no Brasil, em Brasília, entre 1972 e 25 de abril de 1974, tendo-se deslocado para o seu novo cargo numa embaixada flutuante a bordo do navio Gil Eanes, o qual mais tarde salvou da destruição através dum apelo feito num dos seus programas.
Com o advento da Democracia, José Hermano Saraiva tornou-se numa figura apreciada em Portugal, bem como junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, pelos seus inúmeros programas televisivos sobre História de Portugal, relação que estabelecera com a RTP em 1971. Por esse mesmo motivo, tornou-se igualmente numa figura polémica, porque a sua visão da História tem sido, por vezes, questionada pelo meio académico.
Voltou a leccionar, como professor convidado na Escola Superior de Polícia (atual Instituto Superior de Ciências Policiais e de Segurança Interna) e na Universidade Autónoma de Lisboa.Pela sua grande capacidade de comunicação, popularizou-se com programas televisivos sobre História e cultura.
Foi membro da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Portuguesa da História e da Academia de Marinha, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, no Brasil e Sócio Honorário do Movimento Internacional Lusófono. Recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, a Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Trabalho e a Comenda da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, em Portugal, e a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco do Brasil.
Ficou classificado em 26º lugar entre os cem Grandes Portugueses, do concurso da RTP1.
Foi o irmão do professor António José Saraiva e tio do jornalista José António Saraiva. Foi também sobrinho, pelo lado da mãe, de José Maria Hermano Baptista, militar centenário, (n. 1895 - m. 2002, viveu até aos 107 anos) o último veterano português sobrevivente, que combateu na Primeira Guerra Mundial. Casou com Maria de Lurdes de Bettencourt de Sá Nogueira, sobrinha-bisneta do 1.º Barão, 1.º Visconde e 1.º Marquês de Sá da Bandeira, de quem teve cinco filhos.
Morreu a 20 de julho de 2012 aos seus 92 anos, em Palmela, onde residia. Foi homenageado com um minuto de silêncio pela Assembleia da República, o qual foi aprovado apenas com os votos contra dos partidos da esquerda radical, PCP e PEV (CDU) e BE.
in Wikipédia
NOTA: não apreciando as suas posições políticas e decisões na II República, não deixo de notar que José Hermano Saraiva foi um comunicador único em termos de televisão, como nunca houve em Portugal na área da História...
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