sexta-feira, março 14, 2014

O poeta brasileiro Castro Alves nasceu há 167 anos

Antônio Frederico de Castro Alves (Curralinho, 14 de março de 1847 - Salvador, 6 de julho de 1871) foi um poeta brasileiro.
Nasceu na fazenda Cabaceiras, a sete léguas (42 km) da vila de Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Castro Alves, no estado da Bahia.
Suas poesias mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como "Poeta dos Escravos". Foi o nosso mais inspirado poeta condoreiro (uma escola literária da poesia brasileira, a terceira fase romântica, marcada pela temática social e a defesa de ideias igualitárias).

Início de vida
Era filho de Antônio José Alves e Clélia Brasília Castro, a sua mãe faleceu em 1859. No colégio, no lar por seu pai, iria encontrar uma atmosfera literária, produzida pelos oiteiros, ou saraus, festas de arte, música, poesia e declamação de versos. Aos 17 anos fez as primeiras poesias.
O pai casou por segunda vez em 24 de janeiro de 1862 com a viúva Maria Rosário Guimarães. Temendo que seu filho fosse acometido pelo Mal do Século, Antônio José Alves embarca, no dia seguinte ao do seu casamento, o poeta e seu irmão Antônio José para o Recife.
Em maio de 1863, submeteu-se à prova de admissão para o ingresso na Faculdade de Direito do Recife mas foi reprovado. Mas seria no Recife tribuno e poeta sempre requisitado nas sessões públicas da Faculdade, nas sociedades estudantis, na plateia dos teatros, incitado desde logo pelos aplausos e ovações, que começava a receber e ia num crescendo de apoteose. Era um belo rapaz, de porte esbelto, tez pálida, grandes olhos vivos, negra e basta cabeleira, voz possante, dons e maneiras que impressionavam a multidão, impondo-se à admiração dos homens e arrebatando paixões às mulheres. Ocorrem então os primeiros romances, que nos fez sentir em seus versos, os mais belos poemas líricos do Brasil.
Em 1863 a atriz portuguesa Eugénia Câmara apresentou-se no Teatro Santa Isabel. Influência decisiva em sua vida exerceria a atriz, vinda ao Brasil com Furtado Coelho. No dia 17 de maio, Castro Alves publicou no primeiro número de A Primavera seu primeiro poema contra a escravidão: A canção do africano. A tuberculose se manifestou e em 1863 teve uma primeira hemoptise.
Em 1864 o seu irmão José Antônio, que sofria de distúrbios mentais desde a morte de sua mãe, suicidou-se em Curralinho. Ele consegue enfim matricular-se na Faculdade de Direito do Recife e em outubro viaja para a Bahia. Só retornaria ao Recife a 18 de março de 1865, acompanhado por Fagundes Varela. A 10 de agosto, recitou O Sábio na Faculdade de Direito e se ligou a uma moça desconhecida, Idalina. Alistou-se a 19 de agosto no Batalhão Académico de Voluntários para a Guerra do Paraguai. Em 16 de dezembro, voltou com Fagundes Varela a Salvador. O seu pai morreu no ano seguinte, a 23 de janeiro de 1866. Castro Alves voltou ao Recife, matriculando-se no segundo ano da faculdade. Nessa ocasião, fundou com Rui Barbosa e outros amigos uma sociedade abolicionista.
Em 1866, tornou-se amante de Eugénia Câmara.
Teve fase de intensa produção literária e a do seu apostolado por duas grandes causas: uma, social e moral, a da abolição da escravatura; outra, a república, aspiração política dos liberais mais exaltados. Data de 1866 o término de seu drama Gonzaga ou a Revolução de Minas, representado na Bahia e depois em São Paulo, no qual conseguiu consagrar as duas grandes causas de sua vocação. No dia 29 de maio, resolveu partir para Salvador, acompanhado de Eugénia. Na estreia de Gonzaga, dia 7 de setembro, no Teatro São João, foi coroado e conduzido em triunfo.

No Rio de Janeiro e em São Paulo
Em janeiro de 1868, embarcou com Eugênia Câmara para o Rio de Janeiro, sendo recebido por José de Alencar e visitado por Machado de Assis. A imprensa publica troca de cartas entre ambos, com grandes elogios ao poeta. Em março, viajou com Eugénia para São Paulo. Decidira ali - na Faculdade de Direito de São Paulo - continuar seus estudos, e matriculou-se no terceiro ano.
Continuou principalmente a produção intensa dos seus poemas líricos e heróicos, publicados nos jornais ou recitados nas festas literárias, que produziam a maior e mais arrebatadora repercussão. Tinha 21 anos e uma nomeada incomparável na sua geração, que deu entretanto os mais formosos talentos e capacidades literárias e políticas do Brasil. Basta lembrar os nomes de Fagundes Varela, Ruy Barbosa, Joaquim Nabuco, Afonso Pena, Rodrigues Alves, Bias Fortes, Martim Cabral, Salvador de Mendonça, e tantos outros, que lhe assistiram aos triunfos e não lhe disputaram a primazia. É que ele, na linguagem divina que é a poesia, lhes dizia a magnificência de versos que até então ninguém dissera, numa voz que nunca se ouvira, como afirmou Constâncio Alves. Possuía uma voz dessas que fazem pensar no glorioso arauto de Agamenon, imortalizado por Homero, Taltibios, semelhante aos deuses pela voz…, como disse Rui Barbosa. Pregava o advento de uma "era nova", segundo Euclides da Cunha.
A 7 de setembro de 1868, fez a apresentação pública de Tragédia no mar, que depois ganharia o nome de O Navio Negreiro. No dia 25 de outubro, foi reapresentada sua peça Gonzaga no Teatro São José, musicada pelo compositor mineiro, então residente em São Paulo, Emílio do Lago.
Desfaz-se em 28 de agosto de 1868 sua ligação com Eugénia Câmara. Castro Alves foi aprovado nos exames da Faculdade de Direito e a 11 de novembro - tragédia de grandes consequências - feriu-se no pé, durante uma caçada. Tuberculoso, aventara uma estadia na cidade de Caetité, onde moravam seus tios e morrera o avô materno (o Major Silva Castro, herói da Independência da Bahia), dois grandes amigos (Otaviano Xavier Cotrim e Plínio de Lima), de clima salutar. Mas, antes, ainda em São Paulo, na tarde de 11 de novembro, resolveu realizar uma caçada na Várzea do Brás e feriu o pé com um tiro. Disso resultou longa enfermidade, cirurgias, chegando ao Rio de Janeiro no começo de 1869, para salvar a vida, mas com o martírio de uma amputação. Os cirurgiões e professores da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Andrade Pertence e Mateus de Andrade, amputaram seu membro inferior esquerdo sem qualquer anestesia.
Em março de 1869, matriculou-se no quarto ano do curso jurídico, mas a 20 de maio, tendo piorado seu estado, decidiu viajar para o Rio de Janeiro, onde seu pé foi amputado em junho. No dia 31 de outubro, assistiu a uma representação de Eugénia Câmara, no Teatro Fênix Dramática. Ali a viu por última vez, pois a 25 de novembro decidiu partir para Salvador. Mutilado, estava obrigado a procurar o consolo da família e os bons ares do sertão.

O retorno à Bahia
Em fevereiro de 1870 seguiu para Curralinho para melhorar a tuberculose que se agravara, viveu na fazenda Santa Isabel, em Itaberaba. Em setembro, voltou para Salvador. Ainda leria, em outubro, A cachoeira de Paulo Afonso para um grupo de amigos, e lançou Espumas flutuantes. Mas pouco durou.
à sua última aparição em público foi a 10 de fevereiro de 1871, numa récita beneficente. Morreu às três e meia da tarde, no solar da família no Sodré, Salvador, Bahia, a 6 de julho de 1871.
Os seus escritos póstumos incluem apenas um volume de versos: A Cachoeira de Paulo Afonso (1876), Os Escravos (1883) e, mais tarde, Hinos do Equador (1921).
É patrono da cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras.

Homenagem
O trabalho de resgate e preservação de suas obras foi fruto da dedicação do antigo colega e amigo Ruy Barbosa e fruto da campanha abolicionista, que tomou corpo a partir de 1881. Posteriormente, Afrânio Peixoto, ex-presidente da Academia, reuniu em dois volumes toda a produção do poeta, bem como escritos diversos (sob os títulos de "Relíquias" e "Correspondência").
Em 1947 o Instituto Nacional do Livro, do Ministério da Educação e Cultura, comemorou o centenário do nascimento do poeta com uma grande exposição, da qual resultou um livro comemorativo, trazendo importantes documentos que fizeram parte do evento.
O aspecto social da poesia de Castro Alves, em poemas como "O Navio Negreiro" e "Vozes d'África", ambos publicados no livro Os Escravos, foi um dos motivos principais para a sua popularização. Nesse sentido, autores como Mário de Andrade, no modernismo, dedicaram-lhe inúmeros ensaios.

Na literatura latino-americana
Numa das obras mais belas da literatura de nosso continente, "Canto Geral", do poeta chileno Pablo Neruda, é dedicado um poema a Castro Alves. O poeta condoreiro é lembrado por Neruda como aquele que, ao mesmo tempo em que cantou às flores, às águas, à formosura da mulher amada, fez com que sua voz batesse "em portas até então fechadas para que, combatendo, a liberdade entrasse". Portanto, termina o poeta chileno, "tua voz uniu-se à eterna e alta voz dos homens. Cantaste bem. Cantaste como se deve cantar". Como dá para perceber, Neruda reverencia Castro Alves por ter cantado àqueles que não tinham voz: os escravos. O poema chama-se "Castro Alves do Brasil".


A Duas Flores

São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu…
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bom como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar…
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas… Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rodas da vida,
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!


Castro Alves

Albert Einstein nasceu há 135 anos

Albert Einstein Medalha Nobel
Física
Albert Einstein, em 1921

Dados gerais
Nacionalidade Alemanha Alemã (1879 — 1896, 1914 — 1933)
Flag of None.svg Sem nacionalidade (1896 — 1901)
Suíça Suíça (1901 — 1955)
Áustria Austríaca (1911 — 1912)
Estados Unidos Estado-Unidense (1940 — 1955)
Residência Alemanha, Itália, Suíça, Estados Unidos

Nascimento 14 de março de 1879
Local Ulm, Baden-Württemberg
Império Alemão

Morte 18 de abril de 1955 (76 anos)
Local Princeton, Nova Jérsei
Estados Unidos
Causa Aneurisma
Progenitores
Mãe Pauline Koch
Pai Hermann Einstein
Casamento 8 de agosto de 1876
Atividade
Campo(s) Física
Instituições Escritório de patentes suíço (Berna), Universidade de Zurique, Universidade Carolina, Academia de Ciências da Prússia, Instituto Kaiser Wilhelm, Universidade de Leiden, Instituto de Estudos Avançados de Princeton
Alma mater Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, Universidade de Zurique

Tese 1905: Eine neue Bestimmung der Moleküldimensionen
Orientador(es) Alfred Kleiner
Orientado(s) Ernst Gabor Straus
Conhecido(a) por Relatividade geral
Relatividade restrita
Movimento browniano
Efeito fotoeléctrico
E=mc²
Equações de campo de Einstein
Estatística de Bose-Einstein
Paradoxo EPR

Prémio(s) Medalha do prêmio Nobel Nobel de Física (1921), Medalha Matteucci (1921), Medalha Copley (1925), Medalha de Ouro da RAS (1926), Medalha Max Planck (1929), Gibbs Lecture (1934), Medalha Franklin (1935)
Assinatura
Albert Einstein signature.svg

Albert Einstein (Ulm, 14 de março de 1879 - Princeton, 18 de abril de 1955) foi um físico teórico alemão, posteriormente radicado nos Estados Unidos, que desenvolveu a teoria da relatividade geral, um dos dois pilares da física moderna (ao lado da mecânica quântica). Embora mais conhecido por sua fórmula de equivalência massa-energia, E = mc2 (que foi chamada de "a equação mais famosa do mundo"), foi laureado com o Prémio Nobel de Física de 1921 "por seus serviços à física teórica e, especialmente, por sua descoberta da lei do efeito fotoelétrico". O efeito fotoelétrico foi fundamental no estabelecimento da teoria quântica.
No início de sua carreira, Einstein acreditava que a mecânica newtoniana não era mais suficiente para reconciliar as leis da mecânica clássica com as leis do campo eletromagnético. Isto o levou ao desenvolvimento da teoria da relatividade especial. Einstein percebeu, no entanto, que o princípio da relatividade também poderia ser estendido para campos gravitacionais, e com a sua posterior teoria da gravitação, de 1916, publicou um artigo sobre a teoria da relatividade geral. Ele continuou a lidar com problemas da mecânica estatística e teoria quântica, o que levou às suas explicações sobre a teoria das partículas e o movimento browniano. Também investigou as propriedades térmicas da luz, o que lançou as bases da teoria dos fóton da luz. Em 1917, aplicou a teoria da relatividade geral para modelar a estrutura do universo como um todo.
Einstein estava nos Estados Unidos quando Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha, em 1933, e não voltou para a Alemanha, onde tinha sido professor da Academia de Ciências de Berlim. Estabeleceu-se então nos Estados Unidos, onde naturalizou-se em 1940. Na véspera da Segunda Guerra Mundial, ajudou a alertar o presidente Franklin D. Roosevelt que a Alemanha poderia estar desenvolvendo uma arma atómica, recomendando aos Estados Unidos começar uma pesquisa semelhante, o que levou ao que se tornaria o Projeto Manhattan. Einstein apoiou as forças aliadas, denunciando no entanto a utilização da fissão nuclear como uma arma. Mais tarde, com o filósofo britânico Bertrand Russell, assinou o Manifesto Russell-Einstein, que destacou o perigo das armas nucleares. Einstein esteve ligado ao Instituto de Estudos Avançados de Princeton até à sua morte, em 1955.
Einstein publicou mais de 300 trabalhos científicos, juntamente com mais de 150 obras não científicas. As suas grandes conquistas intelectuais e originalidade fizeram a palavra "Einstein" sinônimo de génio. 100 físicos de renome elegeram-no, em 1999, o mais memorável físico de todos os tempos.

O Carlos Marques morreu há 131 anos

As teorias de Marx sobre a sociedade, a economia e a política - conhecidas coletivamente como marxismo - afirmam que as sociedades humanas progridem através da luta de classes: um conflito entre a classe burguesa que controla a produção e um proletariado que fornece a mão de obra para a produção. Ele chamou o capitalismo de "a ditadura da burguesia", acreditando que seja executada pelas classes ricas para seu próprio benefício, Marx previu que, assim como os sistemas socioeconómicos anteriores, o capitalismo produziria tensões internas que conduziriam à sua auto-destruição e substituição por um novo sistema: o socialismo. Ele argumentou que uma sociedade socialista seria governada pela classe trabalhadora a qual ele chamou de "ditadura do proletariado", o "estado dos trabalhadores" ou "democracia dos trabalhadores". Marx acreditava que o socialismo viria a dar origem a uma apátrida, uma sociedade sem classes chamada de comunismo. Junto com a crença na inevitabilidade do socialismo e do comunismo, Marx lutou ativamente para a implementação do primeiro, argumentando que os teóricos sociais e pessoas economicamente carentes devem realizar uma ação revolucionária organizada para derrubar o capitalismo e trazer a mudança sócio-económica.
Em uma pesquisa realizada pela Radio 4, da BBC, em 2005, foi eleito o maior filósofo de todos os tempos. Além disso, Marx é normalmente citado, juntamente com Émile Durkheim e Max Weber, como um dos três principais arquitetos da sociologia moderna. Ainda em outro campo, a obra de Marx sobre economia lançou as bases para a compreensão atual do trabalho e de sua relação com o capital, muito influenciando o pensamento económico subsequente.

Há 75 anos os nazis criaram o estado fantoche da Eslováquia

Mudanças territoriais da República Eslovaca (1938-1947) sem as mudanças na fronteira com a Polónia 
1 - Bratislava bridgehead, part of Hungary until 15 October 1947
2 - Southern Slovakia, from 2 November 1938 until 1945 to Hungary, due to the First Vienna Award
3 - Strip of land in eastern Slovakia around the cities of Stakčín & Sobrance, part of Hungary from 4 April 1939 (following the Slovak–Hungarian War) until 1945
4 - Devín and Petržalka (now parts of the city of Bratislava), from 1938 until 1945 part of Germany
5 - German “Protection Zone”, military occupation as a result of the protection treaty with Slovakia


A República Eslovaca, também conhecido como Primeira República Eslovaca ou Estado Eslovaco , foi um estado nacional eslovaco, porém um Estado fantoche clerofascista da Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial, ocupando o território da atual Eslováquia, exceto a parte sul, posteriormente recuperada da Hungria. Foi criado em 1939 sob o nome de Estado Eslovaco, quando a Alemanha estabeleceu o protectorado de Boémia e Morávia. Posteriormente, em julho do mesmo ano, foi proclamada uma república independente. Era governado pelo Monsenhor Jozef Tiso. Além da Boémia e Morávia, limitava com a Alemanha, Polónia e Hungria. A República Eslovaca deixou de existir, de facto, em 4 de abril de 1945, quando tropas soviéticas ocuparam Bratislava.
Embora às vezes chamada de Primeira República Eslovaca, a República Eslovaca moderna recusa considerar esse Estado como o seu antecessor, principalmente devido à implementação de medidas antissemitas e por realmente faltar autonomia ao seu governo. Durante a Guerra Fria, os livros de história da Checoslováquia referiam-se a esta nação como o Estado Eslovaco. Esta breve república só foi reconhecida pelas nações que faziam parte da esfera de influência das Potências do Eixo como a Alemanha e em vários outros estados, incluindo o Governo Provisório da República da China, o Estado Independente da Croácia, Estónia, Itália fascista, Hungria, Império do Japão, Lituânia, Manchukuo, Mengjiang, Reino da Roménia, Espanha franquista, além da União Soviética, assim como El Salvador, Suíça e Vaticano.

A República da Eslováquia: as planícies do sul, de maioria magiar tiveram de ser transferidas para a Hungria pela Primeira Arbitragem de Viena, a Ruténia foi ocupada pela Hungria; ao participar do ataque alemão à Polónia em 1939 ganhou dois territórios no norte

Telemann nasceu há 333 anos

George Philipp Telemann (Magdeburgo, 14 de março de 1681 - Hamburgo, 25 de junho de 1767) foi um compositor e músico alemão. Já aos dez anos, Telemann sabia tocar vários instrumentos e escrevia diversas obras. Aos 21 anos, tornou-se diretor musical da ópera de Leipzig e aos 23 tornou-se organista de uma igreja.
Teleman publicou a maior parte de sua música, em especial um grupo de 72 cantatas e os três grupos de Musique de table, que são as suas obras mais famosas, em que cada incluía um concerto, uma suíte e várias peças de câmara. Durante a sua vida, dedicou-se para que a música fosse difundida e também publicou diversas obras de caráter didático, tendo como temas a ornamentação, o baixo cifrado, entre outros.
Teleman foi o compositor mais famoso da Alemanha, pois compôs em todas as formas e estilos existentes na sua época. Em qualquer estilo, a sua música tem um caráter inconfundível, sendo clara e fluindo levemente. Apesar de de ser apenas quatro anos mais velho do que seus contemporâneos Bach e Haendel, utilizou um estilo muito mais avançado e pode ser considerado um precursor do estilo musical clássico. Entre os diversos géneros musicais que compôs, destacam-se a sua Música vocal sacra, sendo notável o extraordinário número de cantatas (aproximadamente 1.700), a Música vocal secular, dentre as quais figuram nove óperas, a Música orquestral, a Música de câmara e a Música para teclado.


A última Imperatriz da Áustria-Hungria morreu há 25 anos

Zita Maria da Graça Aldegunda Micaela Rafaela Gabriela Josefina Antonia Luísa Agnes de Bourbon-Parma, em italiano: Zita Maria delle Grazie Adelgonda Micaela Raffaela Gabriella Giuseppina Antonia Luisa Agnese di Borbone-Parma (Viareggio, 9 de maio de 1892 - Zizers, 14 de março de 1989) foi princesa de Parma e última imperatriz da Áustria, rainha da Hungria e da Boémia, como consorte do imperador Carlos I da Áustria. Ela descendia das famílias reais de Portugal, França e Espanha.
Filha do duque Roberto I de Parma e da infanta Maria Antonia de Bragança, Zita desposou o então arquiduque Carlos da Áustria em 1911. Carlos tornou-se herdeiro presuntivo do imperador Francisco José I da Áustria em 1914, após o assassinato do seu tio Francisco Fernando da Áustria, e ascendeu ao trono em 1916.
Após o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, os Habsburgos foram depostos com a formação de novos países, tais como a Áustria, a Hungria e a Checoslováquia. Carlos e Zita partiram em exílio para a Suíça e, mais tarde, para Madeira, onde Carlos morreu em 1922. Após a morte de seu marido, Zita e seu filho Otto tornaram-se símbolos de unidade da dinastia exilada.
Uma católica devota, ela criou uma grande família sozinha, tendo ficado viúva aos vinte e oito anos, e permaneceu fiel à memória de Carlos I pelo resto de sua vida.

Família
A princesa Zita de Bourbon-Parma nasceu em Villa Pianore, situada na província italiana de Lucca. O nome pouco comum, Zita, foi escolhido por causa da popular santa Zita, que viveu em Toscana durante o século XIII. Era a quinta filha (terceira mulher) do deposto duque Roberto I de Parma e da sua segunda esposa, Maria Antonia de Bragança, filha do ex-rei Miguel I de Portugal. O seu pai perdera o trono devido ao movimento de unificação italiana em 1859, quando ele ainda era uma criança. Roberto I teve doze filhos de seu casamento anterior, com Maria Pia de Bourbon-Duas Sicílias, dos quais seis eram retardados mentais e três morreram jovens. Dois anos depois de ficar viúvo, ele desposou a mãe de Zita. O segundo casamento gerou mais doze filhos.
Roberto viveu com sua numerosa família entre Villa Pianore (uma grande propriedade rural localizada entre Pietrasanta e Viareggio) e seu castelo em Schwarzau, na Baixa Áustria. Foi principalmente nestas duas residências que Zita passou seus primeiros anos de vida. A família ficava a maior parte do ano na Áustria, mudando-se para Pianore no outono e retornando na primavera. Para realizar tal viagem, eles tomavam um trem especial, de dezasseis carruagens.

Educação
Zita e os seus irmãos aprenderam a falar francês, alemão, italiano, espanhol, português e inglês.
Aos dez anos de idade, Zita foi matriculada num internato em Zangberg, na Alta Baviera, onde havia um rígido sistema de ensino de instrução religiosa. Zita e sua irmã Francisca foram mandadas a um convento na Ilha de Wight, para completar sua educação.
As crianças Parma regularmente faziam trabalhos de caridade aos pobres. Zita, por exemplo, distribuía comida, roupas e remédios aos necessitados em Pianore. Três de suas irmãs tornaram-se freiras e, durante algum tempo, Zita pensou em seguir o mesmo caminho


 Medalha comemorativa de Carlos e Zita (daqui)

Casamento
Nas proximidades do Castelo de Schwarzau ficava a Villa Wartholz, residência da arquiduquesa Maria Teresa de Áustria-Este, tia materna de Zita. Ela foi madrasta do arquiduque Otto, pai do arquiduque Carlos, à época segundo na linha de sucessão ao trono austríaco. As duas filhas de Maria Teresa eram primas em primeiro grau de Zita e "tias" de Carlos. Apesar de terem se conhecido na infância, Carlos e Zita não se viam a quase dez anos, devido aos estudos de ambos. Em 1909, o regimento de Dragões do arquiduque permaneceu estacionado em Brandýs nad Labem-Stará Boleslav, de onde ele visitava a sua tia em Franzensbad. Foi durante uma dessas visitas que os primos se reencontraram. Carlos vinha sendo pressionado a casar-se (Francisco Fernando, o seu tio e herdeiro presuntivo da coroa, havia casado morganaticamente, e os seus filhos foram excluídos da sucessão) e Zita vinha de uma longa linhagem real. Ela recordaria mais tarde: "Estávamos naturalmente felizes por encontrarmo-nos novamente e nos tornamos amigos íntimos. Do meu lado, os sentimentos desenvolveram-se gradualmente ao longo dos dois anos seguintes. Porém, ele foi muito mais rápido e tornou-se ainda mais entusiasmado quando, no outono de 1910, espalharam-se rumores de que eu estava noiva de dom Jaime, duque de Madrid, um distante parente espanhol. Ao saber disso, o arquiduque deixou apressadamente Brandýs e procurou sua avó, a arquiduquesa Maria Teresa, que também era minha tia e confidente natural em tais assuntos. Perguntou se o boato era verdadeiro e, quando ela o negou, ele respondeu: 'Bem, de qualquer forma, é melhor eu me apressar, ou ela ficará noiva de outra pessoa.'" 
O arquiduque Carlos viajou até a Villa Pianore a fim de pedir a mão de Zita e, em 13 de junho de 1911, o seu compromisso foi anunciado na corte austríaca. Anos mais tarde, Zita recordou que, após o noivado, revelou a Carlos suas preocupações com a destino do Império Austro-Húngaro e os desafios da monarquia . Carlos e Zita casaram-se no Castelo Schwarzau, a 21 de outubro de 1911. O imperador Francisco José I, tio de Carlos - então com 81 anos -, aliviado por ver o seu herdeiro realizando um "casamento adequado", compareceu à cerimónia de muito bom humor, chegando mesmo a fazer um brinde aos noivos no desjejum nupcial. Zita logo concebeu um filho, dando à luz o arquiduque Otto a 20 de novembro de 1912. O casal teria outras sete crianças.
  
Esposa do herdeiro do trono austríaco
Nesta época, Carlos contava com vinte e cinco anos e não esperava tornar-se Imperador tão cedo, especialmente por Francisco Fernando gozar de boa saúde. Isso mudou em 28 de junho de 1914, quando o herdeiro e sua esposa Sofia foram assassinados em Sarajevo por Gavrilo Princip, um estudante servo-bósnio da organização nacionalista "Jovem Bósnia". Carlos e Zita receberam a notícia por telegrama naquele mesmo dia. Segundo a arquiduquesa, a reação de Carlos foi espetacular: "Apesar de ter sido um belo dia, vi seu rosto empalidecer sob o sol." 
Na guerra que se seguiu, Carlos foi promovido a general do exército austríaco, assumindo o comando do 20º Corpo para a ofensiva no Tirol. A guerra foi pessoalmente difícil para Zita, pois vários de seus irmãos lutaram em lados opostos no conflito (os príncipes Félix e René haviam se juntado ao exército austríaco, enquanto os príncipes Sixto e Xavier - que viviam na França antes da guerra - alistaram-se no exército belga). Também o seu país natal, a Itália, uniu-se à Tríplice Entente contra a Áustria em 1915, dando origem a diversos rumores da 'italiana' Zita. Em 1917, quando o conflito já caminhava para seu final, o embaixador alemão em Viena, conde Otto Wedel, escreveria a Berlim: "Ela descende de uma casa principesca italiana... O povo não confia plenamente na italiana e no seu bando de parentes". A pedido de Francisco José, Zita e seus filhos deixaram o Palácio de Hetzendorf e se mudaram para um conjunto de apartamentos no Palácio de Schönbrunn. Lá, Zita passou muitas horas com o velho imperador em ocasiões formais e informais, onde Francisco José confidenciou os seus temores em relação ao futuro. O imperador morreria de bronquite e pneumonia a 21 de novembro de 1916, aos 86 anos. Zita relatou mais tarde: "Lembro-me da encantadora figura gorducha do príncipe Lobkowitz dirigindo-se ao meu marido e, com lágrimas nos olhos, fazendo o sinal da cruz em sua testa. Então ele disse: 'Deus abençoe Vossa Majestade!'. Foi a primeira vez que ouvi o título Imperial dirigido a nós."

Imperatriz e Rainha
Carlos e Zita foram coroados em Budapeste a 30 de dezembro de 1916. Após a coroação, houve um banquete, mas depois a festa foi encerrada, pois o imperador e a imperatriz achavam inconveniente fazer celebrações prolongadas em tempos de guerra. No início do reinado, Carlos ausentava-se frequentemente de Viena; então foi instalada uma linha telefónica ligando Baden (onde o seu estado-maior se encontrava reunido) ao Palácio de Hofburg. Ele ligava várias vezes por dia a Zita sempre que estavam separados. A imperatriz tinha alguma influência sobre o marido e acompanhava discretamente as audiências com o primeiro-ministro e as instruções militares, tendo interesse especial pelas políticas sociais. Contudo, as questões militares eram o único domínio de Carlos. Enérgica e de temperamento forte, Zita acompanhou o marido às províncias e à frente de guerra, além de ocupar-se com obras de caridade e visitas aos feridos na guerra.

O "Caso Sixto"
Quando a guerra já se arrastava pelo seu quarto ano, o irmão de Zita, Sixto (que servia no exército belga), foi o principal articulador de um plano para a Áustria-Hungria fazer a paz em separado com a França. Carlos iniciou conversações com o príncipe por meio de contatos na neutra Suíça e Zita escreveu uma carta convidando-o para Viena. Maria Antonia, mãe de Zita, entregou a carta pessoalmente.
Sixto chegou com as condições francesas para a paz: a devolução da Alsácia-Lorena à França (anexada pela Alemanha após a Guerra Franco-Prussiana em 1870), o restabelecimento da independência da Bélgica; a independência do Reino da Sérvia e a entrega de Constantinopla à Rússia. Carlos concordou, inicialmente, com os três primeiros pontos e escreveu uma carta a Sixto, datada de 25 de março de 1917, declarando que "secreta e extra-oficialmente, usarei todos os meios e toda minha influência pessoal" junto ao presidente da França . Essa tentativa de "diplomacia dinástica" eventualmente fracassou. A Alemanha recusou-se a negociar sobre a Alsácia-Lorena e, vendo um colapso russo no horizonte, estava relutante em desistir da guerra. Sixto continuou os seus esforços, reunindo-se com David Lloyd George em Londres, para tratar das demandas territoriais da Itália sobre a Áustria no Tratado de Londres, mas o primeiro-ministro não poderia convencer seus generais a fazer a paz com a Áustria. Zita conseguiu uma realização pessoal neste período, impedindo os planos alemães de enviar aviões para bombardear o palácio de Alberto I da Bélgica durante as comemorações do dia do nome .
Em abril de 1918, após o Tratado de Brest-Litovski entre a Alemanha e a Rússia soviética, o ministro do exterior austríaco, conde Ottokar Czernin fez um discurso acusando o primeiro-ministro francês Georges Clemenceau de ser o principal obstáculo para uma paz favorecendo os Impérios Centrais. A vida de Sixto estava em risco e temia-se a ocupação da Áustria pela Alemanha. Czernin convenceu Carlos a enviar uma "palavra de honra" aos aliados da Áustria, dizendo que Sixto não tinha sido autorizado a mostrar a carta ao governo francês, que a Bélgica não tinha sido mencionada e que Clemenceau havia mentido com relação à Alsácia. Czernin manteve contato com a embaixada da Alemanha durante toda a crise e estava tentando convencer o imperador a abdicar por causa do incidente. Com o fracasso de seu plano, Czernin renunciou.

Fim do Império
A essa altura, o cerco fechava-se para Carlos I. A União dos Deputados Checos já havia feito, em 13 de abril de 1918, um juramento para um novo estado checoslovaco independente do Império dos Habsburgos; o prestigiado exército alemão havia sofrido um severo golpe na Batalha de Amiens e, em 25 de setembro de 1918, o rei Fernando I da Bulgária rompeu com seus aliados da Tríplice Aliança para negociar a paz de forma independente. Zita estava com Carlos quando ele recebeu o telegrama do colapso da Bulgária e lembrou que "tornava-se ainda mais urgente o início das negociações de paz com as potências ocidentais, enquanto ainda havia algo para se falar". Em 16 de outubro, o imperador lançou um "Manifesto Público", propondo a reestruturação do império em unidades federativas, onde cada nacionalidade teria seu próprio estado. Ao invés disso, cada país separou-se e o império foi efetivamente dissolvido.
Deixando os seus filhos em Gödöllő, Carlos e Zita voltaram ao Palácio de Schönbrunn. Nessa altura, o novo estado da "Áustria Alemã" já havia nomeado ministros e, em 11 de novembro, juntamente com os porta-vozes do imperador, eles elaboraram um manifesto para Carlos assinar. Zita, à primeira vista, confundiu o documento com uma abdicação e fez sua famosa declaração: "Um soberano não pode nunca abdicar. Ele pode ser deposto... Tudo bem. Isso é força. Mas abdicar - nunca, nunca, nunca! Eu prefiro cair aqui ao seu lado. Então haveria Otto. E mesmo que todos nós aqui fôssemos mortos, haveria ainda outros Habsburgos!" Carlos deu a sua permissão para que o documento fosse publicado e, com sua família e o restante de sua corte, partiu para o pavilhão de caça de Eckartsau, próximo à fronteira com a Hungria e a Eslováquia. A República da Áustria Alemã foi proclamada no dia seguinte.
  
Exílio
Após um mês difícil em Eckartsau, a família imperial recebeu auxílio de uma fonte inesperada. O príncipe Sixto encontrou-se com o rei Jorge V do Reino Unido e pediu-lhe para ajudar os Habsburgos. Movido pelo pedido (apenas alguns meses após a execução de seu primo Nicolau II da Rússia por revolucionários), Jorge prometeu: "Iremos fazer imediatamente o que for necessário".
Vários oficiais do exército britânico foram enviados para ajudar Carlos, mais notavelmente o tenente-coronel Edward Lisle Strutt. A 19 de março de 1919, recebeu ordens do Ministério da Guerra para "retirar o imperador de Áustria sem demora". Com alguma dificuldade, Strutt conseguiu arranjar um comboio para a Suíça, permitindo que o imperador saísse do país com dignidade e sem ter de abdicar. Carlos, Zita e seus filhos partiram em 24 de março.

Hungria e exílio na Ilha da Madeira
A primeira casa da família no exílio foi o Castelo Wartegg em Rorschach, na Suíça, um imóvel de propriedade dos Bourbon-Parma. No entanto, as autoridades suíças, preocupadas com as implicações dos Habsburgos, que viviam perto da fronteira austríaca, os obrigou a se deslocar para a parte ocidental do país. No mês seguinte, portanto, transferiram-se para a Villa Prangins, perto do Lago Léman, onde tiveram uma vida familiar tranquila. Esta foi abruptamente encerrada em março de 1920 quando, após um período de instabilidade na Hungria, Miklós Horthy foi eleito regente. Carlos ainda era, tecnicamente, rei (como Carlos IV), mas Horthy enviou um emissário a Prangins aconselhando-o a não ir para a Hungria até que a situação se acalmasse. Após o Tratado de Trianon, a ambição de Horthy aumentou. Carlos ficou preocupado e pediu a ajuda do Coronel Strutt para levá-lo à Hungria. Por duas vezes, Carlos tentou recuperar o controle, em março 1921 e novamente em outubro de 1921. Ambas as tentativas fracassaram, apesar do apoio incondicional de Zita (ela insistiu em viajar com ele na dramática viagem final para Budapeste).
Carlos e Zita residiram temporariamente Castelo de Tata, residência do conde Móric Esterházy, até que um "adequado" exílio permanente fosse encontrado. Malta foi sugerida como uma opção, mas foi recusada por lord George Nathaniel Curzon e o território francês foi descartado devido à possibilidade dos irmãos de Zita agirem em nome de Carlos. Finalmente, a portuguesa Ilha da Madeira foi o escolhida. Em 31 de outubro de 1921, o ex-casal imperial viajou de comboio da vila de Tihany até Baja onde o monitor britânico HMS Glow-worm os aguardava. Eles finalmente chegaram ao Funchal a 19 de novembro. As crianças permaneceram na Suíça, sob os cuidados da arquiduquesa Maria Teresa, juntando-se aos pais em fevereiro de 1922.

A morte de Carlos
O ex-imperador estava com a saúde debilitada há algum tempo. Após sair num dia frio no Funchal para comprar brinquedos para o filho Carlos Luís, Carlos teve uma crise de bronquite, que evoluiu rapidamente para uma pneumonia em virtude da inadequada assistência médica. Muitas das crianças e funcionários da casa também adoeceram e Zita (na época grávida de oito meses) ajudou a cuidar de todos. Muito debilitado, Carlos morreu no dia 1 de abril de 1922, aos 34 anos de idade. As suas últimas palavras para a esposa foram "Eu te amo tanto". Após os funerais uma testemunha afirmou: "Esta mulher deve realmente ser admirada. Nem por um segundo perdeu sua compostura... ela cumprimentou as pessoas em todos os lados e depois falou com quem tinha ajudado com o funeral. Todos ficaram encantados com ela". Zita usou luto em memória de Carlos durante todos seus 67 longos anos de viuvez.

Viuvez
Após a morte de Carlos, a ex-família imperial austríaca estava prestes a mudar-se novamente. Afonso XIII de Espanha consultou o Ministério do Exterior britânico, através de seu embaixador em Londres, e este concordou em permitir que Zita e seus sete (em breve oito) filhos se mudassem para a Espanha. Afonso enviou o navio de guerra Infanta Isabel para o Funchal para trazê-los até Cádis, de onde foram escoltados até o Palácio El Pardo, em Madrid. Neste local, logo após sua chegada, Zita deu à luz um filho póstumo, a arquiduquesa Isabel. O rei espanhol ofereceu como residência aos seus exilados parentes Habsburgo o Palácio Uribarria, em Lekeitio, na Baía de Biscaia, onde Zita e seus filhos viveram durante seis anos.

Mudança para a Bélgica
Em 1929, vários de seus filhos estavam se aproximando da idade de frequentar a universidade e a família procurava por um lugar com ambiente educacional mais agradável do que a Espanha. Em setembro daquele ano, eles se mudaram para a aldeia belga de Steenokkerzeel, próximo de Bruxelas, onde estavam mais perto de vários membros da sua família. Zita continuou seu lobby político em nome da família Habsburgo. Havia até a possibilidade de uma restauração Habsburgo sob os chanceleres austríacos Engelbert Dollfuss e Kurt Schuschnigg, o que levou o príncipe Otto a visitar a Áustria inúmeras vezes. Essas sondagens foram abruptamente encerradas com a anexação da Áustria pela Alemanha Nazi, em 1938. Como exilada, a família Habsburgo assumiu a liderança da resistência aos nazis na Áustria, mas esta fracassou devido à oposição entre monárquicos e socialistas.

Fuga para os Estados Unidos e Canadá
Com a invasão nazi da Bélgica, em 10 de maio de 1940, Zita e a sua família tornaram-se refugiados de guerra. Eles escaparam por pouco de um ataque direto ao castelo por bombardeiros alemães, fugindo para o castelo francês do príncipe Xavier em Bostz . Com a tomada do poder pelo governo colaboracionista de Philippe Pétain, os Habsburgos fugiram para o fronteira espanhola, atingindo-a a 18 de maio. Eles mudaram-se para Portugal, onde o governo dos Estados Unidos concedeu-lhes vistos em 9 de julho. Depois de uma perigosa jornada eles chegaram a Nova York a 27 de julho, seguindo para Long Island e Newark, em Nova Jersey, permanecendo hospedados por um longo tempo em Tuxedo Park, em Suffern, Nova York.
Os refugiados austríacos acabaram por se instalar no Quebec, que tinha a vantagem do idioma francês (as crianças mais novas ainda não eram fluentes no inglês). Como todos os fundos europeus foram cortados, as finanças estavam mais limitadas do que nunca. Por um período, Zita viu-se reduzida a servir saladas de espinafre e folhas de dente-de-leão. Não obstante, todos os seus filhos estavam ativos no esforço de guerra. Otto promoveu o papel da dinastia num pós-guerra europeu e reunia-se regularmente com Franklin Roosevelt; Roberto era o representante dos Habsburgos em Londres; Carlos Luís e Félix juntaram-se ao Exército dos Estados Unidos, servindo com vários parentes americanos do ramo Mauerer; Rodolfo entrou clandestinamente na Áustria no final da guerra, para ajudar a organizar a resistência. Em 1945, Zita comemorou o seu aniversário no primeiro dia de paz, 9 de maio. Ela passaria os dois próximos anos percorrendo os Estados Unidos e Canadá para arrecadar fundos para a Áustria e a Hungria, devastadas pela guerra.
   
Pós Guerra
Após um período de descanso e recuperação, Zita voltava regularmente à Europa para os casamentos dos seus filhos. Ela decidiu mudar-se definitivamente para a Europa em 1952, a fim de cuidar de sua idosa mãe, no Luxemburgo. A Infanta Maria Antónia de Bragança faleceu, aos 96 anos de idade, em 1959. O bispo de Chur propôs que Zita se mudasse para uma residência que ele administrava (o antigo castelo dos Condes de Salis) em Zizers, no cantão de Graubünden, Suíça. Como o castelo tinha espaço suficiente para as visitas da sua grande família, com uma capela nas proximidades (uma necessidade para a católica devota), ela aceitou facilmente a proposta.
Zita ocupou seus últimos anos com sua família. Embora as restrições à entrada dos Habsburgos na Áustria tivessem sido revogadas, estas só se aplicam para os que nasceram depois de 10 de abril de 1919. Isso significa que Zita não pôde comparecer ao enterro da sua filha Adelaide, em 1972, algo bastante doloroso para ela. Ela também se envolveu nos esforços para a canonização de seu falecido marido, o "Imperador da Paz". Em 1982 as restrições ao seu retorno à Áustria foram suavizadas e ela pôde voltar ao país, após seis décadas de ausência. Nos anos seguintes, ela fez várias visitas à sua antiga pátria austríaca, até mesmo com aparições na televisão estatal. Numa série de entrevistas concedidas ao tablóide vienense Kronen Zeitung, Zita expressou a sua convicção de que as mortes do príncipe herdeiro Rodolfo da Áustria e a sua amante, a baronesa Maria Vetsera, em Mayerling, em 1889, não se tratava de um duplo suicídio, mas de um assassinato premeditado e executado por agentes franceses e austríacos.

Morte
Após um inesquecível 90º aniversário, quando esteve cercada por sua agora vasta família, a saúde de Zita começou a se deteriorar. Ela desenvolveu cataratas inoperáveis em ambos os olhos. A sua última reunião de família aconteceu em Zizers, em 1987, quando os seus filhos e netos se juntaram para comemorar o seu aniversário de 95 anos. Ao visitar sua filha, no verão de 1988, ela desenvolveu uma pneumonia e passou a maior parte do outono e do inverno acamada. Finalmente ela chamou o seu primogénito Otto, no início de março de 1989, e disse-lhe que estava morrendo. Ele e o restante da família viajou para a Suíça, onde os seus filhos e netos revezavam-se em seus aposentos, fazendo-lhe companhia até à sua morte, na madrugada de 14 de março de 1989, aos 96 anos.
Os funerais, com honras imperiais, realizaram-se em Viena, a 1 de abril. O governo permitiu que as exéquias ocorressem em solo austríaco, desde que os Habsburgos arcassem com os custos. O corpo de Zita foi levado para a Cripta Imperial de Viena no mesmo coche funerário que transportou os restos mortais do imperador Francisco José I, em 1916. Estiveram presentes mais de 200 membros das famílias Habsburgo e Bourbon-Parma, e o serviço fúnebre contou com 6.000 participantes entre líderes políticos, autoridades estatais e representantes internacionais, incluindo um representante do Papa João Paulo II. Seguindo um costume antigo, Zita pediu que o seu coração fosse colocado numa urna e depositado no Mosteiro de Muri, na Suíça, onde o coração do Imperador havia descansado durante décadas.

Processo de beatificação
Em 10 de dezembro de 2009, Yves Le Saux, bispo de Le Mans, na França, abriu o processo diocesano de beatificação de Zita. Em 13 de março de 2006 e 4 de março de 2008, o antecessor do bispo Le Saux, monsenhor Jacques Maurice Faivre, solicitou à Congregação para as Causas dos Santos permissão para o processo, a ser conduzido em Le Mans. Em 11 de abril de 2008 a Congregação, tendo recebido o parecer favorável do bispo de Chur, respondeu afirmativamente ao pedido. Zita tinha o hábito de passar vários meses por ano na diocese de Le Mans, na Abadia de Santa Cecília de Solesmes, onde três das suas irmãs eram freiras.
O postulador da causa é o padre Cyrille Debris, o juiz do tribunal é o padre Bruno Bonnet, o promotor da fé é o dominicano irmão Philippe Toxe e o notário é Didier Le Gac.

quinta-feira, março 13, 2014

Chico Science nasceu há 48 anos

Francisco de Assis França, mais conhecido pela alcunha de Chico Science (Olinda, 13 de março de 1966 - Recife, 2 de fevereiro de 1997) foi um cantor e compositor brasileiro, um dos principais colaboradores do movimento manguebeat em meados da década de 1990. Líder da banda Chico Science & Nação Zumbi, deixou dois discos gravados: Da Lama ao Caos e Afrociberdelia, tendo a sua carreira sido precocemente encerrada por um acidente de carro numa das vias que ligam Olinda ao Recife. Os seus dois álbuns foram incluídos na lista dos 100 melhores discos da música brasileira da revista Rolling Stone, elaborada a partir de uma votação com 60 jornalistas, produtores e estudiosos de música brasileira: Da Lama ao Caos na 13ª posição e Afrociberdelia em 18° lugar. Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Chico Science em 16ª lugar.