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quarta-feira, novembro 06, 2024
Carlos II, o inacreditável último rei Habsburgo de Espanha, nasceu há 363 anos
Carlos II (Madrid, 6 de novembro de 1661 – Madrid, 1 de novembro de 1700), também conhecido como Carlos, o Enfeitiçado, foi Rei da Espanha de 1665 até à sua morte, sendo o último monarca espanhol da Casa de Habsburgo. Os seus domínios incluíam os Países Baixos Espanhóis e o império espanhol de além-mar, indo das Américas
até as Índias Orientais Espanholas. Ele tinha deficiências físicas,
intelectuais e emocionais, e por consequência o seu reinado foi
ineficiente.
Carlos morreu, sem herdeiros, em 1700, com todos os potenciais
sucessores Habsburgo mortos antes dele. Nomeou no seu
testamento o seu sobrinho-neto Filipe, Duque de Anjou, como o seu sucessor. Filipe era neto da sua meia-irmã Maria Teresa da Áustria, primeira esposa do rei Luís XIV de França. Já que as outras potências europeias viam a possível relação dinástica entre a Espanha e a França como uma perigosa mudança de equilíbrio de poder, com a Guerra da Sucessão Espanhola a começar pouco depois da sua morte.
Carlos foi o único filho de Filipe IV de Espanha (1605-1665) e da sua segunda esposa, Mariana de Áustria (1635-1696) a sobreviver à morte do pai, tendo-lhe sucedido, por sua morte. Do primeiro casamento do pai com Isabel de Bourbon, apenas uma filha, mais tarde rainha consorte de França, Maria Teresa, sobrevivera à infância.
O seu nascimento foi causa de grande alegria para os Espanhóis, que
temiam uma disputa sucessória (que mais tarde ocorreria, após a sua morte),
caso o grande Filipe IV fosse incapaz de gerar um varão para lhe
suceder no trono. Como à data da morte do pai era ainda muito pequeno, a
mãe assumiu a regência até 1675, altura em que completou 14 anos.
Aproveitando este período de menoridade se fez a paz entre Portugal e
Espanha, dando-se por encerradas as guerras da Restauração, em 1668; o acordo foi firmado pelos dois regentes, o infante Pedro por Portugal (em nome do seu irmão Afonso VI) e a rainha-mãe de Espanha, por Carlos.
in Wikipédia
sexta-feira, novembro 01, 2024
O último Habsburgo rei de Espanha morreu há 324 anos
Carlos II de Espanha (Madrid, 6 de novembro de 1661 - Madrid, 1 de novembro de 1700) apelidado de «O Enfeitiçado», foi o último rei da casa dos Habsburgos a reinar sobre a Espanha, Nápoles e Sicília, senhor de quase toda a Itália, exceto dos Estados Papais e da Sereníssima República de Veneza, e do império ultramarino castelhano, do México à Patagónia e que incluía Cuba e as Filipinas. Era, como Rei de Nápoles, da Sicília e de Navarra, Carlos V, rei titular de Jerusalém e rei da Sardenha e dos Países Baixos, duque de Milão, conde da Borgonha e conde do Charolais.
Carlos foi o único filho de Filipe IV de Espanha (Filipe III de Portugal - 1605-1665) e da sua 2ª esposa Mariana de Áustria (1635-1696) a sobreviver à morte do pai, tendo lhe sucedido por sua morte. Do 1º casamento do pai com Isabel de Bourbon, apenas uma filha, mais tarde rainha consorte de França, Maria Teresa, sobrevivera à infância.
O seu nascimento foi causa de grande alegria para os espanhóis, que
temiam uma disputa sucessória (que mais tarde ocorreria, após a sua morte...),
caso Filipe IV fosse incapaz de gerar um varão para lhe
suceder no trono. Como à data da morte do pai era ainda muito pequeno, a
mãe assumiu a regência até 1675, altura em que completou 14 anos.
Aproveitando este período de menoridade se fez a paz entre Portugal e
Espanha, dando-se por encerradas as guerras da Restauração, em 1668; o acordo foi firmado pelos dois regentes, o infante Pedro por Portugal (em nome do seu irmão Afonso VI) e a rainha-mãe de Espanha, por Carlos.
Os sucessivos casamentos consanguíneos praticados pelos Habsburgos,
dada a sua convicção de que deveriam manter o seu sangue puro,
produziram uma tal degenerescência que Carlos acabaria por nascer raquítico, quase louco, impotente e com outras doenças como epilepsia - além de possuir o célebre maxilar proeminente dos Habsburgos - uma afeção chamada de prognatismo mandibular - característica da interconsanguinidade familiar, bem visível nos retratos do rei. Foi ainda conhecido pelo cognome o Amaldiçoado.
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segunda-feira, novembro 06, 2023
Carlos II, o último rei Habsburgo de Espanha, nasceu há 362 anos
Carlos II (Madrid, 6 de novembro de 1661 – Madrid, 1 de novembro de 1700), também conhecido como Carlos, o Enfeitiçado, foi o Rei da Espanha de 1665 até à sua morte, sendo o último monarca espanhol da Casa de Habsburgo. Os seus domínios incluíam os Países Baixos Espanhóis e o império espanhol de além-mar, indo das Américas
até as Índias Orientais Espanholas. Ele tinha deficiências físicas,
intelectuais e emocionais, e por consequência o seu reinado foi
ineficiente.
Carlos morreu, sem herdeiros, em 1700, com todos os potenciais
sucessores Habsburgo mortos antes dele. Ele nomeou em seu
testamento o seu sobrinho-neto Filipe, Duque de Anjou, como o seu sucessor. Filipe era neto da sua meia-irmã Maria Teresa da Áustria, primeira esposa do rei Luís XIV de França. Já que as outras potências europeias viam a possível relação dinástica entre a Espanha e a França como uma perigosa mudança de equilíbrio de poder, com a Guerra da Sucessão Espanhola a começar pouco depois da sua morte.
Carlos foi o único filho de Filipe IV de Espanha (1605-1665) e da sua segunda esposa, Mariana de Áustria (1635-1696) a sobreviver à morte do pai, tendo-lhe sucedido, por sua morte. Do primeiro casamento do pai com Isabel de Bourbon, apenas uma filha, mais tarde rainha consorte de França, Maria Teresa, sobrevivera à infância.
O seu nascimento foi causa de grande alegria para os Espanhóis, que
temiam uma disputa sucessória (que mais tarde ocorreria, após a sua morte),
caso o grande Filipe IV fosse incapaz de gerar um varão para lhe
suceder no trono. Como à data da morte do pai era ainda muito pequeno, a
mãe assumiu a regência até 1675, altura em que completou 14 anos.
Aproveitando este período de menoridade se fez a paz entre Portugal e
Espanha, dando-se por encerradas as guerras da Restauração, em 1668; o acordo foi firmado pelos dois regentes, o infante Pedro por Portugal (em nome do seu irmão Afonso VI) e a rainha-mãe de Espanha, por Carlos.
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quarta-feira, novembro 01, 2023
O último Habsburgo que foi rei de Espanha morreu há 323 anos
Carlos II de Espanha (Madrid, 6 de novembro de 1661 - Madrid, 1 de novembro de 1700) apelidado de «O Enfeitiçado», foi o último rei da casa dos Habsburgos a reinar sobre a Espanha, Nápoles e Sicília, senhor de quase toda a Itália excepto dos Estados Papais e da Sereníssima República de Veneza, e do império ultramarino castelhano, do México à Patagónia e que incluía Cuba e as Filipinas. Era, como Rei de Nápoles, da Sicília e de Navarra, Carlos V, rei titular de Jerusalém e Rei da Sardenha e dos Países Baixos, duque de Milão, conde da Borgonha e conde do Charolais.
Carlos foi o único filho de Filipe IV de Espanha (Filipe III de Portugal - 1605-1665) e da sua 2ª esposa Mariana de Áustria (1635-1696) a sobreviver à morte do pai, tendo sucedido-lhe por sua morte. Do 1º casamento do pai com Isabel de Bourbon, apenas uma filha, mais tarde rainha consorte de França, Maria Teresa, sobrevivera à infância.
O seu nascimento foi causa de grande alegria para os espanhóis, que
temiam uma disputa sucessória (que mais tarde ocorreria, após a sua morte),
caso Filipe IV fosse incapaz de gerar um varão para lhe
suceder no trono. Como à data da morte do pai era ainda muito pequeno, a
mãe assumiu a regência até 1675, altura em que completou 14 anos.
Aproveitando este período de menoridade se fez a paz entre Portugal e
Espanha, dando-se por encerradas as guerras da Restauração, em 1668; o acordo foi firmado pelos dois regentes, o infante Pedro por Portugal (em nome do seu irmão Afonso VI) e a rainha-mãe de Espanha, por Carlos.
Os sucessivos casamentos consanguíneos praticados pelos Habsburgos,
dada a sua convicção de que deveriam manter o seu sangue puro,
produziram uma tal degenerescência que Carlos acabaria por nascer raquítico, quase louco, impotente e com outras doenças como epilepsia - além de possuir o célebre maxilar proeminente dos Habsburgos - uma afeção chamada de prognatismo mandibular - característica da interconsanguinidade familiar, bem visível nos retratos do rei). Foi ainda conhecido pelo cognome o Amaldiçoado.
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domingo, novembro 06, 2022
Carlos II, o último rei Habsburgo de Espanha, nasceu há 361 anos
Carlos II (Madrid, 6 de novembro de 1661 – Madrid, 1 de novembro de 1700), também conhecido como Carlos, o Enfeitiçado, foi o Rei da Espanha de 1665 até à sua morte, sendo o último monarca espanhol da Casa de Habsburgo. Os seus domínios incluíam os Países Baixos Espanhóis e o império espanhol de além-mar, indo das Américas
até as Índias Orientais Espanholas. Ele tinha deficiências físicas,
intelectuais e emocionais, e por consequência o seu reinado foi
ineficiente.
Carlos morreu, sem herdeiros, em 1700, com todos os potenciais
sucessores Habsburgo mortos antes dele. Ele nomeou em seu
testamento o seu sobrinho-neto Filipe, Duque de Anjou, como o seu sucessor. Filipe era neto da sua meia-irmã Maria Teresa da Áustria, primeira esposa do rei Luís XIV de França. Já que as outras potências europeias viam a possível relação dinástica entre a Espanha e a França como uma perigosa mudança de equilíbrio de poder, com a Guerra da Sucessão Espanhola começando pouco depois de sua morte.
Carlos foi o único filho de Filipe IV de Espanha (1605-1665) e da sua segunda esposa, Mariana de Áustria (1635-1696) a sobreviver à morte do pai, tendo sucedido-lhe por sua morte. Do primeiro casamento do pai com Isabel de Bourbon, apenas uma filha, mais tarde rainha consorte de França Maria Teresa, sobrevivera à infância.
O seu nascimento foi causa de grande alegria para os Espanhóis, que
temiam uma disputa sucessória (que mais tarde ocorreria, por sua morte),
caso o grande Filipe IV fosse incapaz de gerar um varão para lhe
suceder no trono. Como à data da morte do pai era ainda muito pequeno, a
mãe assumiu a regência até 1675, altura em que completou 14 anos.
Aproveitando este período de menoridade se fez a paz entre Portugal e
Espanha, dando-se por encerradas as guerras da Restauração, em 1668; o acordo foi firmado pelos dois regentes, o infante Pedro por Portugal (em nome do seu irmão Afonso VI) e a rainha-mãe de Espanha por Carlos.
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terça-feira, novembro 01, 2022
O último Rei de Espanha Habsburgo morreu há 322 anos
Carlos II de Espanha (Madrid, 6 de novembro de 1661 - Madrid, 1 de novembro de 1700) apelidado de «O Enfeitiçado», foi o último rei da casa dos Habsburgos a reinar sobre a Espanha, Nápoles e Sicília, senhor de quase toda a Itália excepto dos Estados Papais e da Sereníssima República de Veneza, e do império ultramarino castelhano, do México à Patagónia e que incluía Cuba e as Filipinas. Era, como Rei de Nápoles, da Sicília e de Navarra, Carlos V, rei titular de Jerusalém e Rei da Sardenha e dos Países Baixos, duque de Milão, conde da Borgonha e conde do Charolais.
Carlos foi o único filho de Filipe IV de Espanha (Filipe III de Portugal - 1605-1665) e da sua 2ª esposa Mariana de Áustria (1635-1696) a sobreviver à morte do pai, tendo sucedido-lhe por sua morte. Do 1º casamento do pai com Isabel de Bourbon, apenas uma filha, mais tarde rainha consorte de França, Maria Teresa, sobrevivera à infância.
O seu nascimento foi causa de grande alegria para os espanhóis, que
temiam uma disputa sucessória (que mais tarde ocorreria, após a sua morte),
caso Filipe IV fosse incapaz de gerar um varão para lhe
suceder no trono. Como à data da morte do pai era ainda muito pequeno, a
mãe assumiu a regência até 1675, altura em que completou 14 anos.
Aproveitando este período de menoridade se fez a paz entre Portugal e
Espanha, dando-se por encerradas as guerras da Restauração, em 1668; o acordo foi firmado pelos dois regentes, o infante Pedro por Portugal (em nome do seu irmão Afonso VI) e a rainha-mãe de Espanha, por Carlos.
Os sucessivos casamentos consanguíneos praticados pelos Habsburgos,
dada a sua convicção de que deveriam manter o seu sangue puro,
produziram uma tal degenerescência que Carlos acabaria por nascer raquítico, quase louco, impotente e com outras doenças como epilepsia - além de possuir o célebre maxilar proeminente dos Habsburgos - uma afeção chamada de prognatismo mandibular - característica da interconsanguinidade familiar, bem visível nos retratos do rei). Foi ainda conhecido pelo cognome o Amaldiçoado.
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sábado, novembro 06, 2021
Carlos II, o último rei Habsburgo de Espanha, nasceu há 360 anos
Carlos II (Madrid, 6 de novembro de 1661 – Madrid, 1 de novembro de 1700), também conhecido como Carlos, o Enfeitiçado, foi o Rei da Espanha de 1665 até à sua morte, sendo o último monarca espanhol da Casa de Habsburgo. Os seus domínios incluíam os Países Baixos Espanhóis e o império espanhol de além-mar, indo das Américas
até as Índias Orientais Espanholas. Ele tinha deficiências físicas,
intelectuais e emocionais, e por consequência o seu reinado foi
ineficiente.
Carlos morreu, sem herdeiros, em 1700, com todos os potenciais
sucessores Habsburgo mortos antes dele. Ele nomeou em seu
testamento o seu sobrinho-neto Filipe, Duque de Anjou, como o seu sucessor. Filipe era neto da sua meia-irmã Maria Teresa da Áustria, primeira esposa do rei Luís XIV de França. Já que as outras potências europeias viam a possível relação dinástica entre a Espanha e a França como uma perigosa mudança de equilíbrio de poder, com a Guerra da Sucessão Espanhola começando pouco depois de sua morte.
Carlos foi o único filho de Filipe IV de Espanha (1605-1665) e da sua segunda esposa, Mariana de Áustria (1635-1696) a sobreviver à morte do pai, tendo sucedido-lhe por sua morte. Do primeiro casamento do pai com Isabel de Bourbon, apenas uma filha, mais tarde rainha consorte de França Maria Teresa, sobrevivera à infância.
O seu nascimento foi causa de grande alegria para os Espanhóis, que
temiam uma disputa sucessória (que mais tarde ocorreria, por sua morte),
caso o grande Filipe IV fosse incapaz de gerar um varão para lhe
suceder no trono. Como à data da morte do pai era ainda muito pequeno, a
mãe assumiu a regência até 1675, altura em que completou 14 anos.
Aproveitando este período de menoridade se fez a paz entre Portugal e
Espanha, dando-se por encerradas as guerras da Restauração, em 1668; o acordo foi firmado pelos dois regentes, o infante Pedro por Portugal (em nome do seu irmão Afonso VI) e a rainha-mãe de Espanha por Carlos.
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segunda-feira, novembro 01, 2021
O último Habsburgo Rei de Espanha morreu há 321 anos
Carlos II de Espanha (Madrid, 6 de novembro de 1661 - Madrid, 1 de novembro de 1700) apelidado de «O Enfeitiçado», foi o último rei da casa dos Habsburgos a reinar sobre a Espanha, Nápoles e Sicília, senhor de quase toda a Itália excepto dos Estados Papais e da Sereníssima República de Veneza, e do império ultramarino castelhano, do México à Patagónia e que incluía Cuba e as Filipinas. Era, como Rei de Nápoles, da Sicília e de Navarra, Carlos V, rei titular de Jerusalém e Rei da Sardenha e dos Países Baixos, duque de Milão, conde da Borgonha e conde do Charolais.
Carlos foi o único filho de Filipe IV de Espanha (Filipe III de Portugal - 1605-1665) e da sua 2ª esposa Mariana de Áustria (1635-1696) a sobreviver à morte do pai, tendo sucedido-lhe por sua morte. Do 1º casamento do pai com Isabel de Bourbon, apenas uma filha, mais tarde rainha consorte de França Maria Teresa, sobrevivera à infância.
O seu nascimento foi causa de grande alegria para os espanhóis, que
temiam uma disputa sucessória (que mais tarde ocorreria, após a sua morte),
caso Filipe IV fosse incapaz de gerar um varão para lhe
suceder no trono. Como à data da morte do pai era ainda muito pequeno, a
mãe assumiu a regência até 1675, altura em que completou 14 anos.
Aproveitando este período de menoridade se fez a paz entre Portugal e
Espanha, dando-se por encerradas as guerras da Restauração, em 1668; o acordo foi firmado pelos dois regentes, o infante Pedro por Portugal (em nome do seu irmão Afonso VI) e a rainha-mãe de Espanha, por Carlos.
Os sucessivos casamentos consanguíneos praticados pelos Habsburgos,
dada a sua convicção de que deveriam manter o seu sangue puro,
produziram uma tal degenerescência que Carlos acabaria por nascer raquítico, quase louco, impotente e com outras doenças como epilepsia - além de possuir o célebre maxilar proeminente dos Habsburgos - uma afeção chamada de prognatismo mandibular - característica da interconsanguinidade familiar, bem visível nos retratos do rei). Foi ainda conhecido pelo cognome o Amaldiçoado.
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domingo, novembro 01, 2020
O último rei Habsburgo de Espanha morreu há 320 anos
Carlos II de Espanha (Madrid, 6 de novembro de 1661 - Madrid, 1 de novembro de 1700) apelidado de «O Enfeitiçado», foi o último rei da casa dos Habsburgos a reinar sobre a Espanha, Nápoles e Sicília, senhor de quase toda a Itália excepto dos Estados Papais e da Sereníssima República de Veneza, e do império ultramarino castelhano, do México à Patagónia e que incluía Cuba e as Filipinas. Era, como Rei de Nápoles, da Sicília e de Navarra, Carlos V, rei titular de Jerusalém e Rei da Sardenha e dos Países Baixos, duque de Milão, conde da Borgonha e conde do Charolais.
Carlos foi o único filho de Filipe IV de Espanha (Filipe III de Portugal - 1605-1665) e da sua 2ª esposa Mariana de Áustria (1635-1696) a sobreviver à morte do pai, tendo sucedido-lhe por sua morte. Do 1º casamento do pai com Isabel de Bourbon, apenas uma filha, mais tarde rainha consorte de França Maria Teresa, sobrevivera à infância.
O seu nascimento foi causa de grande alegria para os espanhóis, que
temiam uma disputa sucessória (que mais tarde ocorreria, por sua morte),
caso Filipe IV fosse incapaz de gerar um varão para lhe
suceder no trono. Como à data da morte do pai era ainda muito pequeno, a
mãe assumiu a regência até 1675, altura em que completou 14 anos.
Aproveitando este período de menoridade se fez a paz entre Portugal e
Espanha, dando-se por encerradas as guerras da Restauração, em 1668; o acordo foi firmado pelos dois regentes, o infante Pedro por Portugal (em nome do seu irmão Afonso VI) e a rainha-mãe de Espanha por Carlos.
Os sucessivos casamentos consanguíneos praticados pelos Habsburgos,
dada a sua convicção de que deveriam manter o seu sangue puro,
produziram uma tal degenerescência que Carlos acabaria por nascer raquítico, quase louco, impotente e com outras doenças como epilepsia - além de possuir o célebre maxilar proeminente dos Habsburgos - uma afeção chamada de prognatismo mandibular - característica da interconsanguinidade familiar, bem visível nos retratos do rei). Foi ainda conhecido pelo cognome o Amaldiçoado.
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quinta-feira, março 14, 2019
A última Imperatriz da Áustria-Hungria morreu há trinta anos
Zita Maria da Graça Aldegunda Micaela Rafaela Gabriela Josefina Antonia Luísa Agnes de Bourbon-Parma, em italiano: Zita Maria delle Grazie Adelgonda Micaela Raffaela Gabriella Giuseppina Antonia Luisa Agnese di Borbone-Parma (Viareggio, 9 de maio de 1892 - Zizers, 14 de março de 1989) foi princesa de Parma e última imperatriz da Áustria, rainha da Hungria e da Boémia, como consorte do imperador Carlos I da Áustria. Ela descendia das famílias reais de Portugal, França e Espanha.
Filha do duque Roberto I de Parma e da infanta Maria Antonia de Bragança, Zita desposou o então arquiduque Carlos da Áustria em 1911. Carlos tornou-se herdeiro presuntivo do imperador Francisco José I da Áustria em 1914, após o assassinato do seu tio Francisco Fernando da Áustria, e ascendeu ao trono em 1916.
Após o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, os Habsburgos foram depostos com a formação de novos países, tais como a Áustria, a Hungria e a Checoslováquia. Carlos e Zita partiram em exílio para a Suíça e, mais tarde, para Madeira, onde Carlos morreu em 1922. Após a morte de seu marido, Zita e seu filho Otto tornaram-se símbolos de unidade da dinastia exilada.
Uma católica devota, ela criou uma grande família sozinha, tendo ficado viúva aos vinte e oito anos, e permaneceu fiel à memória de Carlos I pelo resto de sua vida.
Família
A princesa Zita de Bourbon-Parma nasceu em Villa Pianore, situada na província italiana de Lucca. O nome pouco comum, Zita, foi escolhido por causa da popular santa Zita, que viveu em Toscana durante o século XIII. Era a quinta filha (terceira mulher) do deposto duque Roberto I de Parma e da sua segunda esposa, Maria Antonia de Bragança, filha do ex-rei Miguel I de Portugal. O seu pai perdera o trono devido ao movimento de unificação italiana em 1859, quando ele ainda era uma criança. Roberto I teve doze filhos de seu casamento anterior, com Maria Pia de Bourbon-Duas Sicílias,
dos quais seis eram retardados mentais e três morreram jovens. Dois
anos depois de ficar viúvo, ele desposou a mãe de Zita. O segundo
casamento gerou mais doze filhos.
Roberto viveu com sua numerosa família entre Villa Pianore (uma grande propriedade rural localizada entre Pietrasanta e Viareggio) e seu castelo em Schwarzau, na Baixa Áustria. Foi principalmente nestas duas residências que Zita passou seus
primeiros anos de vida. A família ficava a maior parte do ano na
Áustria, mudando-se para Pianore no outono e retornando na primavera. Para realizar tal viagem, eles tomavam um trem especial, de dezasseis carruagens.
Educação
Zita e os seus irmãos aprenderam a falar francês, alemão, italiano, espanhol, português e inglês.
Aos dez anos de idade, Zita foi matriculada num internato em Zangberg, na Alta Baviera, onde havia um rígido sistema de ensino de instrução religiosa. Zita e sua irmã Francisca foram mandadas a um convento na Ilha de Wight, para completar sua educação.
As crianças Parma regularmente faziam trabalhos de caridade aos pobres. Zita, por exemplo, distribuía comida, roupas e remédios aos necessitados em Pianore. Três de suas irmãs tornaram-se freiras e, durante algum tempo, Zita pensou em seguir o mesmo caminho
Aos dez anos de idade, Zita foi matriculada num internato em Zangberg, na Alta Baviera, onde havia um rígido sistema de ensino de instrução religiosa. Zita e sua irmã Francisca foram mandadas a um convento na Ilha de Wight, para completar sua educação.
As crianças Parma regularmente faziam trabalhos de caridade aos pobres. Zita, por exemplo, distribuía comida, roupas e remédios aos necessitados em Pianore. Três de suas irmãs tornaram-se freiras e, durante algum tempo, Zita pensou em seguir o mesmo caminho
Medalha comemorativa de Carlos e Zita (daqui)
Casamento
Nas proximidades do Castelo de Schwarzau ficava a Villa Wartholz, residência da arquiduquesa Maria Teresa de Áustria-Este, tia materna de Zita. Ela foi madrasta do arquiduque Otto, pai do arquiduque Carlos,
à época segundo na linha de sucessão ao trono austríaco. As duas filhas
de Maria Teresa eram primas em primeiro grau de Zita e "tias" de
Carlos. Apesar de terem se conhecido na infância, Carlos e Zita não se
viam há quase dez anos, devido aos estudos de ambos. Em 1909, o regimento de Dragões do arquiduque permaneceu estacionado em Brandýs nad Labem-Stará Boleslav,
de onde ele visitava a sua tia em Franzensbad. Foi durante uma dessas
visitas que os primos se reencontraram. Carlos vinha sendo pressionado a
casar-se (Francisco Fernando, o seu tio e herdeiro presuntivo da coroa, havia casado morganaticamente, e os seus filhos foram excluídos da sucessão) e Zita vinha de uma longa linhagem real. Ela recordaria mais tarde: "Estávamos
naturalmente felizes por encontrarmo-nos novamente e nos tornamos
amigos íntimos. Do meu lado, os sentimentos desenvolveram-se
gradualmente ao longo dos dois anos seguintes. Porém, ele foi muito mais
rápido e tornou-se ainda mais entusiasmado quando, no outono de 1910, se espalharam rumores de que eu estava noiva de D. Jaime, duque de Madrid,
um distante parente espanhol. Ao saber disso, o arquiduque deixou
apressadamente Brandýs e procurou sua avó, a arquiduquesa Maria Teresa,
que também era minha tia e confidente natural em tais assuntos.
Perguntou se o boato era verdadeiro e, quando ela o negou, ele
respondeu: 'Bem, de qualquer forma, é melhor eu me apressar, ou ela
ficará noiva de outra pessoa.'"
O arquiduque Carlos viajou até a Villa Pianore a fim de pedir a mão de Zita e, em 13 de junho de 1911,
o seu compromisso foi anunciado na corte austríaca. Anos mais tarde,
Zita recordou que, após o noivado, revelou a Carlos suas preocupações
com a destino do Império Austro-Húngaro e os desafios da monarquia . Carlos e Zita casaram-se no Castelo Schwarzau, a 21 de outubro de 1911. O imperador Francisco José I,
tio de Carlos - então com 81 anos -, aliviado por ver o seu herdeiro
realizando um "casamento adequado", compareceu à cerimónia de muito bom
humor, chegando mesmo a fazer um brinde aos noivos no desjejum nupcial. Zita logo concebeu um filho, dando à luz o arquiduque Otto a 20 de novembro de 1912. O casal teria outras sete crianças.
Esposa do herdeiro do trono austríaco
Nesta época, Carlos contava com vinte e cinco anos e não esperava
tornar-se Imperador tão cedo, especialmente por Francisco Fernando gozar
de boa saúde. Isso mudou em 28 de junho de 1914, quando o herdeiro e sua esposa Sofia foram assassinados em Sarajevo por Gavrilo Princip, um estudante servo-bósnio da organização nacionalista "Jovem Bósnia".
Carlos e Zita receberam a notícia por telegrama naquele mesmo dia.
Segundo a arquiduquesa, a reação de Carlos foi espetacular: "Apesar de ter sido um belo dia, vi seu rosto empalidecer sob o sol."
Na guerra que se seguiu, Carlos foi promovido a general do exército austríaco, assumindo o comando do 20º Corpo para a ofensiva no Tirol. A guerra foi pessoalmente difícil para Zita, pois vários de seus irmãos lutaram em lados opostos no conflito (os príncipes Félix e René haviam se juntado ao exército austríaco, enquanto os príncipes Sixto e Xavier - que viviam na França antes da guerra - alistaram-se no exército belga). Também o seu país natal, a Itália, uniu-se à Tríplice Entente contra a Áustria em 1915, dando origem a diversos rumores da 'italiana' Zita. Em 1917, quando o conflito já caminhava para seu final, o embaixador alemão em Viena, conde Otto Wedel, escreveria a Berlim: "Ela descende de uma casa principesca italiana... O povo não confia plenamente na italiana e no seu bando de parentes". A pedido de Francisco José, Zita e seus filhos deixaram o Palácio de Hetzendorf e se mudaram para um conjunto de apartamentos no Palácio de Schönbrunn.
Lá, Zita passou muitas horas com o velho imperador em ocasiões formais e
informais, onde Francisco José confidenciou os seus temores em relação ao
futuro. O imperador morreria de bronquite e pneumonia a 21 de novembro de 1916, aos 86 anos. Zita relatou mais tarde: "Lembro-me da encantadora figura gorducha do príncipe Lobkowitz dirigindo-se ao meu marido e, com lágrimas nos olhos, fazendo o sinal da cruz em sua testa. Então ele disse: 'Deus abençoe Vossa Majestade!'. Foi a primeira vez que ouvi o título Imperial dirigido a nós."
Imperatriz e Rainha
Carlos e Zita foram coroados em Budapeste a 30 de dezembro de 1916. Após a coroação,
houve um banquete, mas depois a festa foi encerrada, pois o imperador e
a imperatriz achavam inconveniente fazer celebrações prolongadas em
tempos de guerra. No início do reinado, Carlos ausentava-se
frequentemente de Viena; então foi instalada uma linha telefónica
ligando Baden (onde o seu estado-maior se encontrava reunido) ao Palácio de Hofburg.
Ele ligava várias vezes por dia a Zita sempre que estavam separados. A
imperatriz tinha alguma influência sobre o marido e acompanhava
discretamente as audiências com o primeiro-ministro e as instruções militares, tendo interesse especial pelas políticas sociais.
Contudo, as questões militares eram o único domínio de Carlos. Enérgica
e de temperamento forte, Zita acompanhou o marido às províncias e à frente de guerra, além de ocupar-se com obras de caridade e visitas aos feridos na guerra.
O "Caso Sixto"
Quando a guerra já se arrastava pelo seu quarto ano, o irmão de Zita,
Sixto (que servia no exército belga), foi o principal articulador de um
plano para a Áustria-Hungria fazer a paz em separado com a França.
Carlos iniciou conversações com o príncipe por meio de contatos na
neutra Suíça e Zita escreveu uma carta convidando-o para Viena. Maria
Antonia, mãe de Zita, entregou a carta pessoalmente.
Sixto chegou com as condições francesas para a paz: a devolução da Alsácia-Lorena à França (anexada pela Alemanha após a Guerra Franco-Prussiana em 1870), o restabelecimento da independência da Bélgica; a independência do Reino da Sérvia e a entrega de Constantinopla à Rússia. Carlos concordou, inicialmente, com os três primeiros pontos e escreveu uma carta a Sixto, datada de 25 de março de 1917, declarando que "secreta e extra-oficialmente, usarei todos os meios e toda minha influência pessoal"
junto ao presidente da França . Essa tentativa de "diplomacia
dinástica" eventualmente fracassou. A Alemanha recusou-se a negociar
sobre a Alsácia-Lorena e, vendo um colapso russo no horizonte, estava
relutante em desistir da guerra. Sixto continuou os seus esforços,
reunindo-se com David Lloyd George em Londres, para tratar das demandas territoriais da Itália sobre a Áustria no Tratado de Londres, mas o primeiro-ministro
não poderia convencer seus generais a fazer a paz com a Áustria. Zita
conseguiu uma realização pessoal neste período, impedindo os
planos alemães de enviar aviões para bombardear o palácio de Alberto I da Bélgica durante as comemorações do dia do nome .
Em abril de 1918, após o Tratado de Brest-Litovski entre a Alemanha e a Rússia soviética, o ministro do exterior austríaco, conde Ottokar Czernin fez um discurso acusando o primeiro-ministro francês Georges Clemenceau de ser o principal obstáculo para uma paz favorecendo os Impérios Centrais. A vida de Sixto estava em risco e temia-se a ocupação da Áustria pela Alemanha. Czernin convenceu Carlos a enviar uma "palavra de honra"
aos aliados da Áustria, dizendo que Sixto não tinha sido autorizado a
mostrar a carta ao governo francês, que a Bélgica não tinha sido
mencionada e que Clemenceau havia mentido com relação à Alsácia. Czernin manteve contato com a embaixada
da Alemanha durante toda a crise e estava tentando convencer o
imperador a abdicar por causa do incidente. Com o fracasso de seu plano,
Czernin renunciou.
Fim do Império
A essa altura, o cerco fechava-se para Carlos I. A União dos Deputados Checos já havia feito, em 13 de abril de 1918, um juramento para um novo estado checoslovaco independente do Império dos Habsburgos; o prestigiado exército alemão havia sofrido um severo golpe na Batalha de Amiens e, em 25 de setembro de 1918, o rei Fernando I da Bulgária rompeu com seus aliados da Tríplice Aliança
para negociar a paz de forma independente. Zita estava com Carlos
quando ele recebeu o telegrama do colapso da Bulgária e lembrou que "tornava-se
ainda mais urgente o início das negociações de paz com as potências
ocidentais, enquanto ainda havia algo para se falar". Em 16 de outubro,
o imperador lançou um "Manifesto Público", propondo a reestruturação do
império em unidades federativas, onde cada nacionalidade teria seu
próprio estado. Ao invés disso, cada país separou-se e o império foi
efetivamente dissolvido.
Deixando os seus filhos em Gödöllő,
Carlos e Zita voltaram ao Palácio de Schönbrunn. Nessa altura, o novo
estado da "Áustria Alemã" já havia nomeado ministros e, em 11 de novembro,
juntamente com os porta-vozes do imperador, eles elaboraram um
manifesto para Carlos assinar. Zita, à primeira vista, confundiu o
documento com uma abdicação e fez sua famosa declaração: "Um
soberano não pode nunca abdicar. Ele pode ser deposto... Tudo bem. Isso
é força. Mas abdicar - nunca, nunca, nunca! Eu prefiro cair aqui ao seu
lado. Então haveria Otto. E mesmo que todos nós aqui fôssemos mortos,
haveria ainda outros Habsburgos!"
Carlos deu a sua permissão para que o documento fosse publicado e, com
sua família e o restante de sua corte, partiu para o pavilhão de caça de
Eckartsau, próximo à fronteira com a Hungria e a Eslováquia. A República da Áustria Alemã foi proclamada no dia seguinte.
Exílio
Após um mês difícil em Eckartsau, a família imperial recebeu auxílio
de uma fonte inesperada. O príncipe Sixto encontrou-se com o rei Jorge V do Reino Unido e pediu-lhe para ajudar os Habsburgos. Movido pelo pedido (apenas alguns meses após a execução de seu primo Nicolau II da Rússia por revolucionários), Jorge prometeu: "Iremos fazer imediatamente o que for necessário".
Vários oficiais do exército britânico foram enviados para ajudar Carlos, mais notavelmente o tenente-coronel Edward Lisle Strutt. A 19 de março de 1919, recebeu ordens do Ministério da Guerra para "retirar o imperador de Áustria sem demora".
Com alguma dificuldade, Strutt conseguiu arranjar um comboio para a
Suíça, permitindo que o imperador saísse do país com dignidade e sem ter
de abdicar. Carlos, Zita e seus filhos partiram em 24 de março.
Hungria e exílio na Ilha da Madeira
A primeira casa da família no exílio foi o Castelo Wartegg em Rorschach,
na Suíça, um imóvel de propriedade dos Bourbon-Parma. No entanto, as
autoridades suíças, preocupadas com as implicações dos Habsburgos, que
viviam perto da fronteira austríaca, os obrigou a se deslocar para a
parte ocidental do país. No mês seguinte, portanto, transferiram-se para
a Villa Prangins, perto do Lago Léman, onde tiveram uma vida familiar tranquila. Esta foi abruptamente encerrada em março de 1920 quando, após um período de instabilidade na Hungria, Miklós Horthy foi eleito regente.
Carlos ainda era, tecnicamente, rei (como Carlos IV), mas Horthy enviou
um emissário a Prangins aconselhando-o a não ir para a Hungria até que a
situação se acalmasse. Após o Tratado de Trianon,
a ambição de Horthy aumentou. Carlos ficou preocupado e pediu a ajuda
do Coronel Strutt para levá-lo à Hungria. Por duas vezes, Carlos tentou
recuperar o controle, em março 1921 e
novamente em outubro de 1921. Ambas as tentativas fracassaram, apesar do
apoio incondicional de Zita (ela insistiu em viajar com ele na
dramática viagem final para Budapeste).
Carlos e Zita residiram temporariamente Castelo de Tata, residência do conde Móric Esterházy, até que um "adequado" exílio permanente fosse encontrado. Malta foi sugerida como uma opção, mas foi recusada por lord George Nathaniel Curzon
e o território francês foi descartado devido à possibilidade dos irmãos
de Zita agirem em nome de Carlos. Finalmente, a portuguesa Ilha da Madeira foi o escolhida. Em 31 de outubro de 1921, o ex-casal imperial viajou de comboio da vila de Tihany até Baja onde o monitor britânico HMS Glow-worm os aguardava. Eles finalmente chegaram ao Funchal a 19 de novembro. As crianças permaneceram na Suíça, sob os cuidados da arquiduquesa Maria Teresa, juntando-se aos pais em fevereiro de 1922.
A morte de Carlos
O ex-imperador estava com a saúde debilitada há algum tempo. Após
sair num dia frio no Funchal para comprar brinquedos para o filho Carlos
Luís, Carlos teve uma crise de bronquite, que evoluiu rapidamente para uma pneumonia
em virtude da inadequada assistência médica. Muitas das crianças e
funcionários da casa também adoeceram e Zita (na época grávida de oito
meses) ajudou a cuidar de todos. Muito debilitado, Carlos morreu no dia 1 de abril de 1922, aos 34 anos de idade. As suas últimas palavras para a esposa foram "Eu te amo tanto". Após os funerais uma testemunha afirmou: "Esta
mulher deve realmente ser admirada. Nem por um segundo perdeu sua
compostura... ela cumprimentou as pessoas em todos os lados e depois
falou com quem tinha ajudado com o funeral. Todos ficaram encantados com
ela". Zita usou luto em memória de Carlos durante todos seus 67 longos anos de viuvez.
Viuvez
Após a morte de Carlos, a ex-família imperial austríaca estava prestes a mudar-se novamente. Afonso XIII de Espanha
consultou o Ministério do Exterior britânico, através de seu embaixador
em Londres, e este concordou em permitir que Zita e seus sete (em breve
oito) filhos se mudassem para a Espanha. Afonso enviou o navio de guerra Infanta Isabel para o Funchal para trazê-los até Cádis, de onde foram escoltados até o Palácio El Pardo, em Madrid. Neste local, logo após sua chegada, Zita deu à luz um filho póstumo, a arquiduquesa Isabel. O rei espanhol ofereceu como residência aos seus exilados parentes Habsburgo o Palácio Uribarria, em Lekeitio, na Baía de Biscaia, onde Zita e seus filhos viveram durante seis anos.
Mudança para a Bélgica
Em 1929, vários de seus filhos estavam se aproximando da idade de frequentar a universidade
e a família procurava por um lugar com ambiente educacional mais
agradável do que a Espanha. Em setembro daquele ano, eles se mudaram
para a aldeia belga de Steenokkerzeel, próximo de Bruxelas, onde estavam mais perto de vários membros da sua família. Zita continuou seu lobby político em nome da família Habsburgo. Havia até a possibilidade de uma restauração Habsburgo sob os chanceleres austríacos Engelbert Dollfuss e Kurt Schuschnigg,
o que levou o príncipe Otto a visitar a Áustria inúmeras vezes. Essas
sondagens foram abruptamente encerradas com a anexação da Áustria pela Alemanha Nazi, em 1938. Como exilada, a família Habsburgo assumiu a liderança da resistência aos nazis na Áustria, mas esta fracassou devido à oposição entre monárquicos e socialistas.
Fuga para os Estados Unidos e Canadá
Com a invasão nazi da Bélgica, em 10 de maio de 1940, Zita e a sua família tornaram-se refugiados de guerra. Eles escaparam por pouco de um ataque direto ao castelo por bombardeiros alemães, fugindo para o castelo francês do príncipe Xavier em Bostz . Com a tomada do poder pelo governo colaboracionista de Philippe Pétain, os Habsburgos fugiram para o fronteira espanhola, atingindo-a a 18 de maio. Eles mudaram-se para Portugal, onde o governo dos Estados Unidos concedeu-lhes vistos em 9 de julho. Depois de uma perigosa jornada eles chegaram a Nova York a 27 de julho, seguindo para Long Island e Newark, em Nova Jersey, permanecendo hospedados por um longo tempo em Tuxedo Park, em Suffern, Nova York.
Os refugiados austríacos acabaram por se instalar no Quebec,
que tinha a vantagem do idioma francês (as crianças mais novas ainda
não eram fluentes no inglês). Como todos os fundos europeus foram
cortados, as finanças estavam
mais limitadas do que nunca. Por um período, Zita viu-se reduzida a
servir saladas de espinafre e folhas de dente-de-leão. Não obstante, todos os seus filhos estavam ativos no esforço de
guerra. Otto promoveu o papel da dinastia num pós-guerra europeu e
reunia-se regularmente com Franklin Roosevelt; Roberto era o representante dos Habsburgos em Londres; Carlos Luís e Félix juntaram-se ao Exército dos Estados Unidos, servindo com vários parentes americanos do ramo Mauerer; Rodolfo entrou clandestinamente na Áustria no final da guerra, para ajudar a organizar a resistência. Em 1945, Zita comemorou o seu aniversário no primeiro dia de paz, 9 de maio. Ela passaria os dois próximos anos percorrendo os Estados Unidos e Canadá para arrecadar fundos para a Áustria e a Hungria, devastadas pela guerra.
Pós Guerra
Após um período de descanso e recuperação, Zita voltava regularmente à
Europa para os casamentos dos seus filhos. Ela decidiu mudar-se
definitivamente para a Europa em 1952, a fim de cuidar de sua idosa mãe, no Luxemburgo. A Infanta Maria Antónia de Bragança faleceu, aos 96 anos de idade, em 1959. O bispo de Chur propôs que Zita se mudasse para uma residência que ele administrava (o antigo castelo dos Condes de Salis) em Zizers, no cantão de Graubünden, Suíça. Como o castelo tinha espaço suficiente para as visitas da sua grande família, com uma capela nas proximidades (uma necessidade para a católica devota), ela aceitou facilmente a proposta.
Zita ocupou seus últimos anos com sua família. Embora as restrições à
entrada dos Habsburgos na Áustria tivessem sido revogadas, estas só se
aplicam para os que nasceram depois de 10 de abril de 1919. Isso significa que Zita não pôde comparecer ao enterro da sua filha Adelaide, em 1972, algo bastante doloroso para ela. Ela também se envolveu nos esforços para a canonização de seu falecido marido, o "Imperador da Paz". Em 1982
as restrições ao seu retorno à Áustria foram suavizadas e ela pôde
voltar ao país, após seis décadas de ausência. Nos anos seguintes, ela
fez várias visitas à sua antiga pátria austríaca, até mesmo com
aparições na televisão estatal. Numa série de entrevistas concedidas ao tablóide vienense Kronen Zeitung, Zita expressou a sua convicção de que as mortes do príncipe herdeiro Rodolfo da Áustria e a sua amante, a baronesa Maria Vetsera, em Mayerling, em 1889, não se tratava de um duplo suicídio, mas de um assassinato premeditado e executado por agentes franceses e austríacos.
Morte
Após um inesquecível 90º aniversário, quando esteve cercada por sua
agora vasta família, a saúde de Zita começou a se deteriorar. Ela
desenvolveu cataratas inoperáveis em ambos os olhos. A sua última reunião de família aconteceu em Zizers, em 1987, quando os seus filhos e netos se juntaram para comemorar o seu aniversário de 95 anos. Ao visitar sua filha, no verão de 1988, ela desenvolveu uma pneumonia e passou a maior parte do outono e do inverno acamada. Finalmente ela chamou o seu primogénito Otto, no início de março de 1989,
e disse-lhe que estava morrendo. Ele e o restante da família viajou
para a Suíça, onde os seus filhos e netos revezavam-se em seus aposentos,
fazendo-lhe companhia até à sua morte, na madrugada de 14 de março de 1989, aos 96 anos.
Os funerais, com honras imperiais, realizaram-se em Viena, a 1 de abril.
O governo permitiu que as exéquias ocorressem em solo austríaco, desde
que os Habsburgos arcassem com os custos. O corpo de Zita foi levado
para a Cripta Imperial de Viena no mesmo coche funerário que transportou os restos mortais do imperador Francisco José I, em 1916.
Estiveram presentes mais de 200 membros das famílias Habsburgo e
Bourbon-Parma, e o serviço fúnebre contou com 6.000 participantes entre
líderes políticos, autoridades estatais e representantes internacionais,
incluindo um representante do Papa João Paulo II. Seguindo um costume antigo, Zita pediu que o seu coração fosse colocado numa urna e depositado no Mosteiro de Muri, na Suíça, onde o coração do Imperador havia descansado durante décadas.
Processo de beatificação
Em 10 de dezembro de 2009, Yves Le Saux, bispo de Le Mans, na França, abriu o processo diocesano de beatificação de Zita. Em 13 de março de 2006 e 4 de março de 2008, o antecessor do bispo Le Saux, monsenhor Jacques Maurice Faivre, solicitou à Congregação para as Causas dos Santos permissão para o processo, a ser conduzido em Le Mans. Em 11 de abril de 2008
a Congregação, tendo recebido o parecer favorável do bispo de Chur,
respondeu afirmativamente ao pedido. Zita tinha o hábito de passar
vários meses por ano na diocese de Le Mans, na Abadia de Santa Cecília de Solesmes, onde três das suas irmãs eram freiras.
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