sexta-feira, março 04, 2011

A mentira e a vergonha (ou a falta dela)

(imagem daqui)
Dão-se alvíssaras


Dão-se alvíssaras a quem hoje tenha ouvido, no parlamento, da banda do governo, um argumento que fosse (um só), defendendo a "reorganização curricular" com alguma coisa de pedagógico ou didáctico, vagamente "científico", isto é, um argumento que tivesse a ver, ainda que remotamente, com o assunto em questão. Qualquer coisinha, enfim, sendo relativa a alterações na Escola, que incluisse considerações "escolares". Mas não. Nada de nada. Nem da ministra irrelevante, nem do Lacão-caceteiro-retórico-de-serviço, nem da deputada Paula Barros-coitada-alguém-tem-de-"defender"-aquilo, nem do secretário de estado-duplicado-autorizado-de-Lacão. Nada. Apenas chantagem vulgar. E eu que pensava que essa "reorganização" era presidida pela batalha da "qualidade do ensino" - uma das expressões favoritas da linguagem-puta do primeiro-ministro. (Muito mau sinal, quando a gente que governa já perdeu completamente a vergonha.)
Ainda é cedo para avaliarmos os estragos, a deterioração do ambiente político feita pela degradação do discurso público praticada continuadamente por Sócrates. Os miasmas da personagem serão duradouros.
in O Cachimbo de Magritte - post de Carlos Botelho

Canção para o meu amor no nosso dia



O meu amor

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele inteira fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minha alma se sentir beijada, ai

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca
Quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios
De me beijar os seios
Me beijar o ventre
E me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo
Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

Hoje é dia de recordar o Infante de Sagres

.

(explicação daqui)

Cabeça do Grifo:
O Infante D. Henrique

Em seu trono entre o brilho das esferas,
Com seu manto de noite e solidão,
Tem aos pés o mar novo e as mortas eras —
O único imperador que tem, deveras,
O globo mundo em sua mão.


in Mensagem - Fernando Pessoa

Hoje é dia de olhar o Mar a partir de Sagres


O Infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

in Mensagem - Fernando Pessoa

Hoje é dia de ouvir violinos e Vivaldi

Mais música de Gabriel o Pensador

Para a minha menina...

Casamento: uma esperança envergonhada

Toada do Ladrão


A mim não me roubaram
Porque eu nada tinha.
Mas roubaram tudo
À minha vizinha.

Vejam os senhores:
Roubaram-lhe a ela
A filha mais grácil,
A filha mais bela.

Nem na sua casa,
Nem na freguesia,
Sequer no concelho,
Melhor não havia.

Prendada, bonita...
E depois... uns modos
De matar a gente,
De prender a todos.

Dizia a vizinha
Que era o seu tesoiro;
Que valia mais
Que a prata e que o oiro.

Que a não trocaria
Por coisa nenhuma;
Que filhas assim
Só havia uma.

Pois hoje um ladrão
Que há muito a mirava
Entrava-lhe em casa
Para sempre a levava.

É a minha vizinha
Dona de solares
E de longas terras
Com rios e pomares.

E de jóias raras
Que ninguém mais tinha,
Ei-la num instante
Pobrinha... pobrinha...

(Tem pomares ainda,
Tem jóias, tem oiro...
Mas de que lhe servem
Sem o seu tesoiro?)

- Vizinha e senhora,
Não me queira mal!
Se há ladrões felizes
Sou o mais feliz
Que há em Portugal.

Sebastião da Gama

Abraham Lincoln assumiu a presidência dos Estados Unidos há 150 anos


Liderou o país de forma bem-sucedida durante sua maior crise interna, a Guerra de Secessão, preservando a União e abolindo a escravidão. Antes de sua eleição em 1860 como o primeiro presidente Republicano, Lincoln actuou como advogado de condado, legislador pelo estado de Illinois, membro da Câmara dos Representantes e duas vezes candidato derrotado ao Senado dos Estados Unidos. Oponente declarado à expansão da escravidão nos Estados Unidos, Lincoln venceu a pré-candidatura do Partido Republicano em 1860, sendo eleito presidente no final do mesmo ano. Grande parte de seu mandato foi dedicado ao combate aos separatistas dos Estados Confederados da América durante a Guerra da Secessão. Ele introduziu medidas que levaram à abolição da escravidão, promulgando a Proclamação de Emancipação em 1863 e promovendo a aprovação da Décima terceira emenda da constituição dos Estados Unidos da América.
Lincoln supervisionou ostensivamente os esforços vitoriosos de guerra, especialmente na selecção dos melhores generais, como Ulysses S. Grant. Historiadores concluíram que ele conseguiu se sobrepor às diversas facções do Partido Republicano, negociando a cooperação dos líderes de cada uma delas pessoalmente em seu gabinete. Sob sua liderança, a União obteve controle dos estados escravocratas de fronteira durante a guerra, ao mesmo tempo em que ele conseguia se reeleger na eleição presidencial de 1864.
Opositores políticos e outros oponentes à guerra criticaram Lincoln por se recusar a chegar a um denominador comum na questão da escravidão. Por outro lado, os Republicanos Radicais, uma facção abolicionista do Partido Republicano, o criticou pelo avanço lento na abolição da escravatura. Mesmo com esses adversários, Lincoln conseguiu conquistar a opinião pública através de sua retórica e discursos; seu Discurso de Gettysburg, de 1863, tornou-se um símbolo icónico dos deveres de sua nação. Nas etapas finais da guerra, Lincoln tinha uma visão moderada da Reconstrução, procurando reunir seu país de forma mais rápida através de uma política generosa de reconciliação.
Seis dias após a rendição em larga escala das forças Confederadas sob o comando do General Robert E. Lee, Lincoln se tornou o primeiro Presidente dos Estados Unidos a ser assassinado.

O Infante D. Henrique nasceu há 617 anos


O Infante Dom Henrique de Avis, Duque de Viseu, (Porto, 4 de Março de 139413 de Novembro de 1460) foi um infante português e a mais importante figura do início da era das descobertas, também conhecido na História como Infante de Sagres ou Navegador.

Vivaldi nasceu há 333 anos


Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 4 de Março de 1678Viena, 28 de Julho de 1741) foi um compositor e músico italiano do estilo barroco tardio. Tinha a alcunha de il prete rosso ("o padre ruivo") por ser um sacerdote de cabelos ruivos. Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. É sobretudo conhecido popularmente como autor da série de concertos para violino e orquestra Le quattro stagioni ("As Quatro Estações").



O início da guerra civil no PS - o Presidente e Vice Presidente da bancada par(a)lamentar à beira de ataque de nervos

(roubado daqui - imagem histórica)

Críticas internas no PS
Assis desdramatiza críticas de Sousa Pinto ao Governo


O vice-presidente da bancada socialista atacou no Facebook as medidas anunciadas na sexta-feira sobre o fim dos estágios não-remunerados. O líder parlamentar desvaloriza. "Os nossos deputados têm deveres para com o grupo parlamentar e para com o Governo que é apoiado pelo grupo parlamentar, mas o respeito por esses deveres não pode levar a que entrem no silêncio absoluto e deixem de ter opiniões sobre os mais diversos assuntos que se nos colocam", disse Assis aos jornalistas após a reunião semanal da bancada.

No último debate quinzenal no Parlamento, o primeiro-ministro, José Sócrates anunciou o fim dos estágios curriculares não remunerados como forma de combater o trabalho gratuito, medida criticada na rede social Facebook por Sérgio Sousa Pinto, argumentando que o estágio torna-se assim tão difícil de obter como um emprego.

O vice-presidente da bancada socialista acusou também o Governo de ajudar, com esta medida, a Ordem dos Advogados a reforçar as barreiras no acesso à profissão. "As pessoas devem exprimir os seus pontos de vista, há regras e não acho que essas regras tenham sido ultrapassadas", disse Assis, sem nunca mencionar o nome de Sérgio Sousa Pinto, depois de ter sido questionado genericamente sobre críticas proferidas no Facebook.

in DN - ler notícia

Socrates, o aldrabão - um ponto de vista alemão


O nome deste menos-que-zero está a custar-nos uma fortuna em forma de juros.

A principal imprensa económica alemã, Handelsblatt e Financial Times Deutschland, é quase omissa relativamente ao encontro entre Merkel e Sócrates. Não assim com a manager magazin, cujo link o Miguel Noronha me enviou, e de que passo a transcrever algumas passagens, curiosas pelo tom em que se referem a Portugal, "o país da dívida", e a Sócrates, o aldrabão. Sobre a reunião em si mesma, nada. A viajem de Sócrates é apenas ocasião para se falar de um caso perdido. Começa assim:

Mit allen Tricks versucht die Regierung in Lissabon die Staatsverschuldung in den Griff zu bekommen. Auch gestern in Berlin sagte Premierminister José Sócrates erneut, Portugal werde ohne internationale Finanzhilfen auskommen. Unter Experten glaubt daran allerdings kaum noch jemand.

O que quer dizer:

Recorrendo a todos os truques, o Governo de Lisboa tenta manter o endividamento público sob controle. Ontem em Berlim José Sócrates repetiu que Portugal vai conseguir safar-se sem ajuda internacional. Mas praticamente quase nenhum especialista acredita nele.

Segue-se uma panorâmica arrasadora do país, com um especial capítulo dedicado ao "truque" do Fundo de Pensões da PT, e declarações de analistas sobre a improbabilidade das metas orçamentais deste ano serem cumpridas, bem como sobre o desempenho vergonhoso do ano passado, com objectivos "atingidos no papel", e outros nem isso, como o do défice estrutural (ajustado dos efeitos do ciclo), que, apesar de um crescimento económico acima do previsto, falhou. Inclusive no "papel".
in O Cachimbo de Magritte - post de Jorge Costa

Gabriel o Pensador - 37 anos!


Gabriel o Pensador, nome artístico de Gabriel Contino (Rio de Janeiro, 4 de Março de 1974), é um rapper e compositor brasileiro.


Até Quando? - Gabriel O Pensador
Composição: Gabriel o Pensador; Itaal Shur; Tiago Mocotó

Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer

Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura


Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?


Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?


Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante
É tudo flagrante
É tudo flagrante


Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?


A polícia matou o estudante
Falou que era bandido, chamou de traficante
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário


Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?


A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco:
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco

A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que pra você não ver que programado é você

Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá

Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar

Escola, esmola
Favela, cadeia
Sem terra, enterra
Sem renda, se renda. Não, não


Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?


Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro


Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Hoje é dia de celebração

Lai & Nando - 04-03-1995 - Igreja da Sacaparte

16 anos!

A Tragédia de Entre-os-Rios foi há 10 anos


Ficou conhecido como Tragédia de Entre-os-Rios um acidente, ocorrido a 4 de Março de 2001, às 21 horas, que consistiu no colapso da Ponte Hintze Ribeiro, inaugurada em 1887, e que fazia a ligação entre Castelo de Paiva e a localidade de Entre-os-Rios. Do acidente resultou a morte de 59 pessoas, incluindo os passageiros de um autocarro e três carros que tentavam alcançar a outra margem do rio Douro.
O desastre levou a acusações quanto a negligência do governo português, levando à demissão do Ministro do Equipamento Social da altura, Jorge Coelho.

quinta-feira, março 03, 2011

Uma curiosidade - uma Ponte Hintze Ribeiro em Leiria




Curiosidades sobre uma ponte de que amanhã se falará muito

Passarão amanhã 10 anos sobre a queda de uma ponte, com um ilustre nome, na qual perderam a vida 59 pessoas. Antes de que a voragem do tempo e as notícias mal amanhadas nos façam esquecer este evento, vamos ao que interessa.


1. Ponte Hintze Ribeiro


Baptizada com o nome do ilustre Presidente do Conselho (equivalente ao actual primeiro ministro) de El-Rei D. Carlos I, havia duas pontes com este nome, a que caiu há 10 anos em Entre-os-Rios (em cima) e outra, ainda a funcionar (actualmente em obras) na cidade de Leiria:



2. Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro

Citando a Wikipédia:

Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro (Ponta Delgada, 7 de Novembro de 1849Lisboa, 1 de Agosto de 1907), foi um destacado político de origem açoriana. Distinto parlamentar e par do Reino, Procurador-Geral da Coroa, ministro das obras públicas, das finanças e dos negócios estrangeiros e líder incontestado do Partido Regenerador, por três vezes assumiu o cargo de Presidente do Conselho (equivalente hoje ao lugar de Primeiro-Ministro). Foi um dos políticos dominantes da fase final da Monarquia Constitucional, ocupando a presidência do ministério mais tempo que qualquer outro naquele período. A ele se devem importantes reformas, algumas das quais ainda perduram, tais como as autonomias insulares (1895), o regime das farmácias e a criação do regime florestal (1901). O Decreto de 24 de Dezembro de 1901, que regula o regime florestal, ainda está em vigor. Feito Conselheiro de Estado efectivo em 1891, recebeu múltiplas condecorações, entre as quais a grã-cruz da Torre e Espada. Foi sócio efectivo da Academia Real das Ciências.
Embora o pai das autonomias insulares e o homem que mostrou à Família Real a beleza dos Açores ficasse sem descendentes directos, o apelido Hintze Ribeiro perdura ainda - aliás é usado pelas duas filhas e esposa de um geopedrado açoriano, ao qual daqui mandamos as nossas saudações...


3. Porque caiu a ponte

Ainda hoje não há certezas sobre as causas do desastre, mas o excesso de extracção de areia, falhas na manutenção e verificação do estado dos pilares e os rigores do Inverno bastante pluvioso, tudo se conjugou. Culpados, como sempre, não houve. Contudo, numa atitude muito digna, o Ministro do Equipamento Social da altura, Jorge Coelho, demitiu-se em consequência do evento (só é pena que a sua respeitabilidade tivesse prazo de validade curto...).

II Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea

© Nuno Farinha

1ª Circular


No seguimento do primeiro encontro, realizado em Valência em 2009, terá lugar no próximo mês de Setembro (dias 2 a 4), na Universidade de Aveiro, o II Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea.
Este encontro versará sobre a biodiversidade, ecologia e conservação das cavidades nas distintas regiões cársicas da Península Ibérica e Baleares, sobre as zonas vulcânicas dos arquipelagos da Macaronésia, incluindo Canárias, Açores e Madeira, entre outros habitats subterrâneos.
O encontro inclui sessões de conferências e posters para a apresentação e discussão dos avanços teóricos e aplicados da biologia subterrânea, alguns workshops temáticos e uma saída de campo a algumas cavidades emblemáticas do carso português.

Organização:
Ana Sofia P.S. Reboleira (CESAM/UA)| Fernando Gonçalves (CESAM/UA)
Alberto Sendra (MVHN) | Pedro Oromí (ULL)| Paulo Borges (UAç)

Datas:
  • Março 2011: Abertura de inscrições
  • 15 de Maio 2011: Limite de submissão de resumos
  • 1 de Junho 2011: Limite de inscrições a tarifa reduzida
  • 2 de Setembro 2011: Recepção e início do IIEIBS

Mais informações:
biologiasubterranea (at) gmail.com

Valter Lemos: o circo é o pão

Valter Lemos, folgazão emérito e cultor do pensamento positivo, congratula-se com a estabilização dos números do desemprego. A constante boa disposição manifestada pelo Secretário de Estado do Emprego valeu-lhe convites para comentar a situação na Líbia, tendo o incurável pândego garantido que a mortandade é má, mas tem tendência a não aumentar, “especialmente porque, quantos mais morrem menos há para morrer.” acrescentou.
Ana Jorge, a Ministra da Saúde, também terá pedido ao jovial governante que passe pelas enfermarias dos politraumatizados a fim de os animar com as suas larachas e o chistoso político não se fez de rogado, tentando demonstrar-lhes que tiveram muita sorte em não partir a falangeta que lhes sobrou dos acidentes de mota. Infelizmente, um doente mal-humorado, tentou morder o prazenteiro e incompreendido estadista: “Só não lhe dei uma cabeçada porque tive um traumatismo craniano.”
O bem-disposto penamacorense ainda chegou a pedir ao Primeiro-Ministro que lhe fosse fornecido um nariz vermelho, mas José Sócrates ter-lhe-á dito que Mário Lino tinha ficado com o último.

in Aventar - post de António Fernando Nabais

O palhaço triste

Regresso ao passado

As palhaçadas continuam a ser o pão nosso de cada dia. Não é apenas no Carnaval. Já faz parte deste miserável e desgraçado quotidiano luso.

O senhor engenheiro relativo foi visitar a patroa Merkel e levou no bolso uns números fantásticos sobre a redução da despesa do Estado. É evidente que ainda falta contabilizar uns valentes milhões de euros, mas nada disso interessa para quem é tolo e papa bolos governamentais com todo o prazer. A verdade, verdadinha é outra. Dura e implacável para os indígenas que ainda não fugiram daqui para fora. A economia lusitana vai ficar cada vez mais longe da média da zona euro. Bruxelas prevê um crescimento de 1,6 em 2011 e Portugal cairá um por cento. Uma negra realidade, idêntica à de 1984, aos tempos do FMI. Um vergonhoso regresso ao passado.