O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Uma criança Neandertal polaca foi comida por um gigantesco pássaro pré-histórico
Minúsculos ossos com 115 mil anos encontrados na Polónia
revelam o trágico destino de uma criança Neandertal. Os investigadores
perceberam que a porosidade invulgar dos ossos tinha uma explicação:
passaram pelo sistema digestivo de uma ave enorme.
Há alguns anos, uma equipa de investigadores na Polónia encontrou um par de ossos de Neandertal que guardavam um segredo macabro: o seu proprietário tinha sido comido por uma ave gigante.
Segundo a Science In Poland,
os dois ossos dos dedos pertenciam a uma criança Neandertal que tinha
morrido há cerca de 115 mil anos, o que torna estes ossos os restos humanos mais antigos conhecidos da Polónia.
Os investigadores que analisaram os dois ossos da mão concluíram que a sua porosidade era maior do que o habitual porque, infelizmente para a criança a que pertenciam, tinham passado pelo sistema digestivo de uma ave de grandes dimensões.
Não está claro se a ave matou a criança e depois a comeu ou se o animal simplesmente se alimentou do corpo já morto da criança, mas os investigadores dizem que “nenhuma das opções pode ser excluída neste momento”.
Independentemente do que aconteceu, estes ossos são uma descoberta notável. Este é o primeiro exemplo conhecido de ossos da Idade do Gelo que passaram pelo sistema digestivo de uma ave.
Os Neandertais, que são parentes muito próximos dos humanos contemporâneos, terão aparecido na Polónia há cerca de 300.000 anos e extinguiram-se há cerca de 35.000.
Segundo Paweł Valde-Nowak, investigador da Universidade Jaguelónica, em Cracóvia, podemos contar pelos dedos de uma mão o número de restos Neandertais descobertos, incluindo os ossos dos dedos desta criança.
Esta descoberta inovadora foi quase ignorada porque, quando os ossos das falanges foram encontrados pela primeira vez na caverna, foram acidentalmente misturados com ossos de animais. Só após uma análise laboratorial posterior aos ossos é que os cientistas perceberam a sua importância.
A porosidade pouco habitual dos ossos sugere que tinham passado pelo sistema digestivo de uma ave de grandes dimensões
As análises aos ossos mostraram que a criança tinha entre cinco e sete anos quando morreu. Os ossos são minúsculos,
com menos de um centímetro de comprimento, e estão mal preservados,
pelo que, infelizmente, os cientistas não conseguem realizar análises de
ADN.
Apesar deste contratempo, os cientistas estão seguros de que se trata
de um Neandertal. “Não temos dúvidas de que estes são restos de
Neandertais porque vêm de uma camada muito profunda da caverna,
a alguns metros abaixo da superfície atual,” explica Valde-Nowak. “Esta
camada também contém ferramentas de pedra tipicamente usadas pelos
Neandertais”.
Segundo o investigador, o facto de os ossos terem sido descobertos na
caverna, não significa necessariamente que os Neandertais a usassem
como residência permanente. “É possível que a usassem apenas
sazonalmente”, diz Valde-Nowak.
“É notável pensar que uma pobre criança, que pode ter sido morta por uma ave gigante há milhares de anos, deu à Polónia uma das suas maiores descobertas arqueológicas de todos os tempos”, conclui o arqueólogo.
Cientistas revelam o rosto de um neandertal que viveu há 75 mil anos (e avisam que as descobertas podem não ficar por aqui)
Reconstrução do rosto de Neandertal que viveu há 75 mil anos
Uma mulher de 40 e
poucos anos foi enterrada numa gruta há 75 mil anos, numa vala escavada
para acolher o seu corpo. A sua mão esquerda estava enrolada debaixo da
cabeça e uma pedra atrás da cabeça pode ter sido colocada como almofada.
Conhecida
como Shanidar Z, em homenagem à caverna no Curdistão iraquiano onde foi
encontrada em 2018, a mulher era um neandertal, um tipo de humano
antigo que desapareceu há cerca de 40 mil anos.
Os cientistas que
estudam os seus restos mortais juntaram meticulosamente o crânio a
partir de 200 fragmentos de ossos, um processo que demorou nove meses.
Utilizaram os contornos do rosto e do crânio para guiar a reconstrução e
compreender como terá sido a sua aparência.
A
impressionante recriação é apresentada num novo documentário “Secrets
of the Neanderthals” (Segredos dos Neandertais) produzido pela BBC para a
Netflix, que já está disponível para transmissão.
Com
os contornos das sobrancelhas pronunciados e sem queixo, os crânios dos
neandertais são diferentes dos da nossa espécie, o Homo sapiens,
explica Emma Pomeroy, paleoantropóloga e professora associada do
departamento de arqueologia da Universidade de Cambridge, que
desenterrou o esqueleto e aparece no novo filme. A reconstrução facial
de Shanidar Z indica que essas diferenças podem não ter sido tão
acentuadas em vida,
“Há alguma liberdade
artística aqui, mas no centro está o crânio real e dados concretos sobre
o que sabemos acerca destas pessoas”, diz.
“Ela
na verdade tem um rosto bastante grande para o seu tamanho”, constata
Pomeroy. “Tem o contorno das sobrancelhas bastante grande, que
normalmente não veríamos, mas penso que vestida com roupas modernas
provavelmente não olharíamos duas vezes.”
Os
neandertais viveram na Europa, no Médio Oriente e nas montanhas da Ásia
Central durante cerca de 300 mil anos, sobrepondo-se aos humanos
modernos durante cerca de 30 mil anos. A análise do ADN dos seres
humanos atuais revela que, durante este período, os neandertais e o Homo
sapiens se encontraram ocasionalmente e cruzaram entre si.
A gruta de Shanidar no Curdistão iraquiano
foi escavada pela primeira vez na década de 50; foram aí encontrados
os restos mortais de mais de 10 neandertais
Nova análise
Quando
Pomeroy escavou o esqueleto pela primeira vez, o seu sexo não foi
imediatamente óbvio, porque apenas a metade superior do corpo estava
preservada. Faltavam-lhe os ossos pélvicos reveladores. A equipa que
inicialmente estudou os restos mortais baseou-se numa técnica
relativamente nova que envolve a sequência de proteínas no interior do
esmalte dos dentes para determinar o sexo de Shanidar Z, que é revelado
pela primeira vez no documentário.
Os investigadores das
universidades de Cambridge e Liverpool estimam a altura do espécime em
cerca de 1,5 metros, comparando o comprimento e o diâmetro dos ossos do
braço com dados relativos a humanos modernos. Uma análise do desgaste
dos dentes e dos ossos sugeriu que tinha cerca de 40 anos na altura da
sua morte.
“É uma
estimativa razoável, mas não podemos ter 100% de certeza, na realidade,
de que não eram mais velhos”, afirma Pomeroy. “O que podemos dizer é
que se trata de alguém que viveu uma vida relativamente longa. Para essa
sociedade, teria sido provavelmente muito importante em termos de
conhecimentos e experiência de vida”.
O crânio foi encontrado esmagado e
fragmentado em 200 pedaços; reconstruí-lo foi um “quebra-cabeças 3D de
alto risco”, diz Pomeroy
A gruta onde Shanidar Z foi enterrada é bem conhecida entre os
arqueólogos porque uma sepultura neandertal aí descoberta em 1960 levou
os investigadores a acreditar que os neandertais poderiam ter enterrado
os seus mortos com flores - o primeiro desafio à visão predominante de
que os antigos humanos eram tontos e brutos. Investigações posteriores
da equipa de Pomeroy lançaram, contudo, dúvidas sobre a teoria do
enterro de flores.
m vez disso, suspeitam que o pólen descoberto entre as sepulturas pode ter chegado através de abelhas polinizadoras.
Ainda
assim, ao longo dos anos, os cientistas têm encontrado cada vez mais
provas da inteligência, sofisticação e complexidade dos neandertais,
incluindo arte, cordas e ferramentas.
Os
neandertais regressavam repetidamente à Gruta de Shanidar para enterrar
os seus mortos. Os restos mortais de 10 deles foram desenterrados no
local, metade dos quais parecem ter sido sepultados deliberadamente em
série, segundo a investigação.
Os
neandertais podem não ter honrado os seus mortos com ramos de flores,
mas os habitantes da Gruta de Shanidar eram provavelmente uma espécie
empática, sugere a investigação. Por exemplo, um neandertal macho ali
enterrado era surdo e tinha um braço paralisado bem como um traumatismo
craniano, que provavelmente o tornava parcialmente cego, mas viveu muito
tempo, pelo que deve ter sido tratado com carinho, de acordo com o
estudo.
Shanidar
Z é o primeiro neandertal encontrado na caverna em mais de 50 anos,
conta Pomeroy, mas o local ainda pode render mais descobertas. Durante
as filmagens do documentário em 2022, Pomeroy encontrou uma omoplata
esquerda, alguns ossos das costelas e uma mão direita pertencente a
outro neandertal.
“Penso
que a nossa interpretação neste momento”, diz, “é que, na verdade,
estes são provavelmente os restos mortais de um único indivíduo, que
depois foi mexido”.
Os paleoartistas holandeses Adrie e Alfons Kennis criaram uma reconstrução facial da mulher de Neandertal para o documentário
Reconstruir o crânio
Pomeroy
descreve a reconstrução do crânio de Shanidar Z, que tinha sido
esmagado relativamente pouco tempo depois da morte, como um “puzzle 3D
de alto risco”. Os ossos fossilizados foram endurecidos com uma
substância semelhante a cola, removidos em pequenos blocos de sedimentos
da caverna e embrulhados em papel de alumínio antes de os
investigadores os enviarem para a Universidade de Cambridge para
análise.
No
laboratório de Cambridge, os investigadores fizeram microtomografias de
cada bloco e utilizaram-nas para orientar a extração dos fragmentos de
osso. A colega de Pomeroy, Lucía López-Polín, uma conservadora
arqueológica do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução
Social, em Espanha, juntou mais de 200 pedaços de crânio a olho nu para
lhe devolver a forma original.
A
equipa digitalizou e imprimiu em 3D o crânio recriado, que serviu de
base a uma cabeça reconstruída feita pelos paleoartistas holandeses
Adrie e Alfons Kennis, irmãos gémeos que construíram camadas de músculo
fabricado e de pele para revelar o rosto de Shanidar Z.
Pomeroy garante que a reconstrução ajudou a “preencher a lacuna entre a anatomia e os 75 mil anos de tempo”.
Análise de ADN revela um trágico genocídio no passado da Humanidade
O aparecimento da agricultura na Europa no final da Idade da
Pedra não foi uma transição suave do estilo de vida dos
caçadores-coletores — mas sim uma revolução sangrenta que viu populações
nómadas serem eliminadas por colonos agricultores em poucas gerações.
Um novo estudo revela um capítulo turbulento na transição da Europa da
Idade da Pedra tardia para a agricultura, sugerindo que a mudança
envolveu conflitos violentos e resultou na substituição completa das
populações nómadas caçadoras-coletoras por colonos agrícolas.
De acordo com o estudo, por duas vezes em apenas mil anos a população do
sul da Escandinávia foi completamente substituída por recém-chegados à
região, cujos restos mortais quase não apresentam vestígios dos seus predecessores nos perfis de ADN.
A pesquisa, conduzida por uma equipa internacional de investigadores liderada pela paleoecologista Anne Birgitte Nielsen, da Universidade de Lund, usou uma técnica chamada sequenciação shotgun
para analisar o ADN de 100 restos humanos em toda a Dinamarca,
abrangendo mais de 7.300 anos desde o Mesolítico até à Idade do Bronze
Inicial.
Os resultados do estudo, publicados na revista Nature, evidenciaram duas grandes substituições populacionais no sul da Escandinávia no período de um milénio.
A primeira destas substituições ocorreu há cerca de 5.900 anos, quando os agricultores recém-chegados deslocaram os caçadores-coletores indígenas, alterando significativamente a paisagem da região, e introduzindo a agricultura.
Esta descoberta contradiz teorias anteriores que sugeriam uma coexistência pacífica e a mistura de culturas entre os dois tipos de populações.
Em vez disso, as evidências arqueológicas e genéticas apontam para uma luta violenta, na sequência da qual a pool genética dos caçadores-coletores foi quase totalmente erradicada do património genético dos primeiros agricultores da Escandinávia.
“Esta transição era anteriormente apresentada pacífica”, explica Anne Birgitte Nielsen, citada pelo Science Alert.
“No entanto, o nosso estudo aponta para o contrário. Além de mortes
violentas, é provável que a chegada de populações de agricultores e do
seu gado tenha trazido patógenos que ajudaram a dizimar as populações recoletoras”, acrescenta a paleoecologista.
Estes agricultores, identificados com a cultura do Vaso Campaniforme, enfrentaram eles próprios a substituição cerca de 1.000 anos depois por recém-chegados das estepes orientais, associados à cultura Yamnaya.
O estudo não só lança luz sobre um período da história humana
anteriormente mal compreendido, mas também espera influenciar a
investigação médica atual, permitindo-nos entender a ancestralidade genética das populações modernas.
“Os resultados do nosso estudo ajudam a melhorar o nosso conhecimento da
nossa hereditariedade e o nosso entendimento do desenvolvimento de
certas doenças. Algo que a longo prazo poderá ser benéfico, por exemplo,
na investigação médica,” conclui Nielsen.
O material de uma ponta de flecha da Idade da Pedra caiu do céu
O meteorito usado na criação da ponta de flecha terá caído na
Estónia, tendo viajado mais de 1.600 quilómetros até chegar à Suíça.
Numa revelação extraordinária, uma equipa de arqueólogos descobriu que
uma ponta de flecha da Idade do Bronze, escavada na Suíça no século XIX,
foi feita com um meteorito, que pode ter tido origem na Estónia. O estudo foi publicado na Journal of Archaeological Science.
A ponta de seta também nos dá ideias sobre extensas redes de comércio
que existiam há milhares de anos, que levaram o ferro da Estónia até à
Suíça.
Esta descoberta foi feita durante uma procura detalhada por artefactos
antigos de ferro meteorítico, liderada pelo geólogo Beda Hofmann do
Museu de História Natural de Berna e da Universidade de Berna, na Suíça.
O ferro, particularmente o ferro puro, era uma mercadoria escassa nos
tempos pré-históricos, o que obrigou os primeiros humanos a utilizar o
recurso mais facilmente disponível - meteoritos de ferro.
Estes corpos celestes, geralmente compostos de ferro, níquel e
vestígios de outros metais, terão sido a principal fonte de ferro para
as ferramentas e armas da Idade do Bronze.
O que torna esta ponta de seta particularmente intrigante é a sua
origem europeia. A maioria desses artefactos são normalmente encontrados
no Médio Oriente, Egito e na Ásia, tornando as descobertas europeias muito raras.
A ponta de seta foi descoberta na povoação de Mörigen, que floresceu durante a Idade do Bronze, entre 800 e 900 a.C, revela o Science Alert.
Embora a povoação esteja a uma curta distância do campo Twannberg,
repleto de fragmentos de ferro meteorítico de uma rocha que caiu do céu
antes da última Idade do Gelo, a ponta de seta não corresponde ao ferro meteorítico do campo Twannberg.
Em vez disso, a sua composição corresponde a uma classe específica de meteorito de ferro, conhecida como meteoritos IAB.
Três grandes meteoritos IAB na Europa correspondem à composição da
ponta de seta: Bohumilitz, da República Checa, Retuerte de Bullaque, de
Espanha, e Kaalijarv da Estónia.
Os investigadores acreditam que Kaalijarv, que caiu na Terra por
volta de 1.500 a.C. e espalhou fragmentos ideais para a criação de
objetos pequenos e afiados, como pontas de seta, é a fonte mais
provável.
Apesar da considerável distância de aproximadamente 1.600 quilómetros
entre Mörigen e Kaalijarv, os autores sugerem que o ferro meteorítico
viajou pelas mesmas rotas de comércio que o âmbar do Báltico.
Lascaux é um complexo de cavernas ao sudoeste da França, famoso pela suas pinturas rupestres. A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos, entre outros animais, permite pensar que tratar-se de um santuário. As investigações levadas a cabo durante os últimos decénios permitem situar a cronologia das pinturas no final do Solutrense e princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos AP.
Abre-se sobre a margem esquerda do rio Vézère, numa colina calcária do Cretáceo
superior. Contrariamente a muitas outras cavernas da região, a de
Lascaux, na França, é relativamente «seca». Com efeito, uma camada de
argila impermeável isola-a de qualquer infiltração de água, impedindo
novas formações de concreções calcárias, etc.
Descoberta
Foi descoberta no dia12 de setembro de 1940
por quatro adolescentes: Marcel Ravidat, Jacques Marsal, Georges Agnel
e Simon Coencas, que avisaram ao seu antigo professor, Léon Laval. O
pré-historiador Henri Breuil, refugiado na zona durante a ocupação nazi, foi o primeiro especialista que visitou Lascaux, em 21 de setembro
de 1940, em companhia de Jean Bouyssonnie e André Cheynier. H. Breuil
foi também o primeiro em autenticá-la, descrevê-la e estudá-la. De
seguido, realizou os primeiros cópias dos desenhos (calcos) desde fins
de 1940, passando vários meses in situ para analisar as obras, que atribuiu ao período perigordiano.
Depois de passar vários anos na Espanha, Portugal e mesmo na África do Sul, voltou em 1949,
prosseguindo às escavações com Séverin Blanc e Maurice Bourgon, ao pé
da cena do poço, onde aguardava encontrar uma sepultura. O que tirou à
luz foram pontas de azagaias, decoradas e feitas de chifre de rena
De 1952 a 1963,
por encomenda de Breuil, foram efetuados novos levantamentos, sobre
120 m², de calcos por André Glory, que contabilizaram um total de 1.433
representações (hoje estão catalogadas 1.900).
Ötzi ou Múmia de Similaun é uma múmia masculina bem conservada, com cerca de 5.300 anos. A múmia foi encontrada por alpinistas nos Alpesitalianos em 1991, em um glaciar dos Alpes de Ötztal, perto do monte Similaun, na fronteira da Áustria com a Itália. O apelido Ötzi deriva do nome do vale da descoberta. Ele rivaliza a múmia egípcia "Ginger" no título da mais velha múmia humana conhecida, e oferece uma visão sem precedentes da vida e hábitos dos homens europeus na Idade do Cobre.
Memorial a Ötzi
Ötzi foi encontrado por um casal de alemães, Helmut e Erika Simon, que morava ali perto, em 19 de setembro de 1991. Eles primeiro pensaram que se tratasse de um cadáver
moderno, como diversos outros que são frequentemente encontrados na
região, por causa do frio que fazia na região. O corpo foi confiscado
pelas autoridades austríacas e levado para Innsbruck,
onde a sua verdadeira idade foi finalmente estabelecida. Pesquisas
posteriores revelaram que o corpo fora encontrado poucos metros além da
fronteira, em território italiano. Ele agora está exposto no Museu de
Arqueologia do Tirol do Sul, Bolzano, Itália.
Análise científica
O corpo foi extensamente examinado, medido, radiografado e datado. Os tecidos e o conteúdo dos intestinos foram examinados ao microscópio, assim como o pólen encontrado nos seus artefactos.
Quando morreu, Ötzi tinha entre 30 e 45 anos e aproximadamente 165 cm de altura. A análise do pólen e da poeira e a composição isotópica do esmalte de seus dentes indica que ela passou sua infância perto da atual aldeia de Feldthurns, ao norte de Bolzano, mas que mais tarde viveu em vales a cerca de 50 km a norte.
Ele tinha 57 tatuagens, algumas das quais eram localizadas em (ou perto de) pontos que coincidem com os atuais pontos de acupuntura, que podem ter sido feitas para tratar os sintomas de doenças de que Ötzi parece ter sofrido, como parasitas digestivos e artrose. Alguns cientistas acreditam que esses pontos indiquem uma primitiva forma de acupuntura.
As suas roupas, incluindo uma capa de grama entrelaçada e casaco e calçados de couro,
eram bastante sofisticadas. Os sapatos eram largos e à prova de água,
aparentemente feitos para caminhar na neve; as solas eram feitas de
pele de urso, a parte superior de couro de veado e uma rede feita de cascas de árvores. Tufos de grama macia envolviam o pé dentro do sapato, servindo de isolante térmico.
Outros artefactos encontrados junto a Ötzi foram um machado de cobre, com cabo de teixo, uma faca de sílex e cabo de freixo, uma aljava cheia de flechas e um arco de teixo, inacabado, que era mais comprido do que o Ötzi.
Entre os objetos de Ötzi havia duas espécies de cogumelos, uma das quais (fungo de bétula) é conhecida pelas suas propriedades antibacterianas,
e parece ter sido usada para fins medicinais. O outro cogumelo era um
tipo de fungo que pega fogo facilmente, incluído com partes do que
parece ter sido um kit para começar fogo. O kit continha restos de mais
de doze plantas diferentes, além de pirite para a criação de faíscas.
Genética
Um grupo de cientistas sequenciou o genoma de Ötzi e este foi publicado
em 28 de fevereiro de 2012. Um estudo do cromossoma Y de Ötzi
colocou-o num grupo que hoje domina no Sul da Córsega.
Já a análise do DNA mitocondrial mostrou que Ötzi pertence ao sub-ramo
K1, mas não pode ser colocado em nenhum dos três modernos grupos deste
sub-ramo (K1a, K1b ou K1c). O novo sub-ramo foi provisoriamente
apelidado de K1ö por causa de Ötzi.
Uma observação genérica do seu DNA relaciona-o com Europeus do Sul,
particularmente com populações isoladas geograficamente da Sardenha e
Córsega.
A análise do DNA que ele tinha um elevado risco de sofrer de
aterosclerose, intolerância à lactose e a presença no DNA da sequência
de Borrelia burgdorferi, torna-o o mais antigo humano a sofrer da doença de Lyme (vulgarmente conhecida como febre da carraça).
Um estudo de 2012 do paleoantropólogo John Hawks sugeriu que Ötzi tinha mais material genético de Neanderthal do que os Europeus modernos.
Morte
Em 2007 cientistas revelaram que Ötzi morreu de um ferimento no ombro provocado por uma flecha.
Uma equipa de pesquisadores italianos e suíços usou a tecnologia de raio-X
para comprovar que a causa da morte foi uma lesão sofrida numa artéria
próxima do ombro e provocada pela ponta de flecha que permanece até
hoje cravada nas costas. Os mesmos cientistas concluíram que a morte de
Ötzi foi imediata.
Os resultados mais recentes da pesquisa apareceram em linha no Journal of Archaeological Science e foram publicados pela National Geographic.
Análises dos intestinos de Ötzi mostraram duas refeições, uma de carne de cabra da montanha, a segunda de carne de veado, ambas consumidas com alguns cereais. Pólen na segunda refeição mostra que esta foi consumida numa floresta de coníferas a meia-altitude.
Primeiramente supôs-se que fosse um pastor levando o seu rebanho para
as montanhas e que foi surpreendido por uma tempestade de neve. Dada a
sua relativa elevada idade, não teria resistido ao esforço e morrido.
No entanto, a análise de DNA
revelou traços de sangue de quatro outros indivíduos nos seus
equipamentos: um na sua faca, dois na mesma flecha e o último no seu
casaco. Em julho de 2001, dez anos após a descoberta do corpo, uma tomografia axial computorizada revelou que Ötzi tinha o que parecia ser uma ponta de flecha no seu ombro, mais precisamente na omoplata,
combinando com um pequeno furo no seu casaco. O cabo da flecha havia
sido removido. Ele também tinha um profundo ferimento na palma da mão
direita, que atingiu a carne, tendões e o osso.
A partir de tais evidências e de exames das armas, o biólogo molecular Thomas Loy, da Universidade de Queensland,
acredita que Ötzi e um ou dois companheiros fossem caçadores que
participaram numa luta contra um grupo rival. Num determinado momento,
pode ter carregado (ou ter sido carregado por) um companheiro.
Enfraquecido pela perda de sangue, Ötzi aparentemente largou os seus
equipamentos contra uma rocha, deitou-se e expirou.
Lascaux é um complexo de cavernas ao sudoeste da França, famoso pela suas pinturas rupestres. A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos, entre outros animais, permite pensar que tratar-se de um santuário. As investigações levadas a cabo durante os últimos decénios permitem situar a cronologia das pinturas no final do Solutrense e princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos AP.
Abre-se sobre a margem esquerda do rio Vézère, numa colina calcária do Cretáceo
superior. Contrariamente a muitas outras cavernas da região, a de
Lascaux, na França é relativamente «seca». Em efeito, uma camada de
argila impermeável isola-a de qualquer infiltração de água, impedindo
novas formações de concreções calcárias, etc.
Descoberta
Foi descoberta no dia12 de setembro de 1940
por quatro adolescentes: Marcel Ravidat, Jacques Marsal, Georges Agnel
e Simon Coencas, que avisaram ao seu antigo professor, Léon Laval. O
pré-historiador Henri Breuil, refugiado na zona durante a ocupação nazi, foi o primeiro especialista que visitou Lascaux, em 21 de setembro
de 1940, em companhia de Jean Bouyssonnie e André Cheynier. H. Breuil
foi também o primeiro em autenticá-la, descrevê-la e estudá-la. De
seguido, realizou os primeiros cópias dos desenhos (calcos) desde fins
de 1940, passando vários meses in situ para analisar as obras, que atribuiu ao período perigordiano.
Depois de passar vários anos na Espanha, Portugal e mesmo na África do Sul, voltou em 1949,
prosseguindo às escavações com Séverin Blanc e Maurice Bourgon, ao pé
da cena do poço, onde aguardava encontrar uma sepultura. O que tirou à
luz foram pontas de azagaias, decoradas e feitas de chifre de rena
De 1952 a 1963,
por encomenda de Breuil, foram efetuados novos levantamentos, sobre
120 m², de calcos por André Glory, que contabilizaram um total de 1.433
representações (hoje estão catalogadas 1.900).
O ponteiro não para na corrida contra o tempo para “salvar” a Caverna de Cosquer
A entrada subaquática para a Caverna de Cosquer
Os arqueólogos estão numa corrida contra o tempo para salvar -
dentro dos possíveis - a subaquática Caverna de Cosquer, ameaçada pelas
alterações climáticas.
A Caverna de Cosquer situa-se nas Calanques, em
Marselha, e é uma gruta subaquática única no mundo, classificada como
monumento histórico. O seu nome vem precisamente do mergulhador que a
descobriu, em 1991.
A caverna está repleta de pinturas e gravuras pré-histórias,
de há 33 mil anos, representando principalmente focas, pinguins,
peixes, polvos e outros animais. É o único lugar do mundo onde arte
marinha subaquática pré-histórica pode ser encontrada.
Inicialmente, a gruta estava localizada 100 metros acima do nível do
mar, mas devido à subida da água, causada pelas alterações climáticas, está agora 37 metros abaixo do nível do mar. A entrada é feita debaixo de água através de um longo túnel com 175 metros de comprimento.
Representação da geografia da Caverna de Cosquer
A ameaça das alterações climáticas deixa os cientistas em contrarrelógio para salvar a caverna, escreve a agência AFP.
A subida gradual do nível do mar a cada ano, aliada à poluição da água, estão a danificar cada vez mais a arte.
Embora quatro quintos da caverna tenham sido inadvertidamente perdidos ou submersos devido à passagem do tempo, 229 figuras de arte rupestre sobrevivem.
A caverna guarda ainda 69 marcas de mãos, incluindo três que foram deixadas por engano, algumas delas feitas por crianças. No total, foram encontrados 600 sinais, imagens e gravuras rupestres, que incluem vida aquática nunca antes vista em pinturas rupestres.
A solução passa por uma réplica da caverna em tamanho real, conhecida como Cosquer Méditerranée, que ficará a poucos quilómetros de Marselha.
Os cientistas estão numa corrida contra o relógio para finalizar o mapeamento digital para uma reconstrução 3D da caverna.
Arte rupestre na Caverna de Cosque
Luc Vanrell e os mergulhadores-arqueólogos que
lidera estão a ter que trabalhar cada vez mais rápido para explorar os
últimos recantos da gruta de 2.500 metros quadrados para evitar que esta
se perca para sempre.
A ideia de fazer uma réplica do local foi debatida pela primeira vez
logo após a descoberta da caverna, mas só em 2016 é que o governo
regional avançou com o projeto num edifício renovado.
Usando os dados 3D recolhidos pelas equipas arqueológicas, a réplica de 23 milhões de euros é um pouco mais pequena do que a caverna original, mas inclui cópias de todas as pinturas e 90% das gravuras.
Ötzi ou Múmia de Similaun é uma múmia masculina bem conservada com cerca de 5.300 anos. A múmia foi encontrada por alpinistas nos Alpesitalianos em 1991, em um glaciar dos Alpes de Ötztal, perto do monte Similaun, na fronteira da Áustria com a Itália. O apelido Ötzi deriva do nome do vale da descoberta. Ele rivaliza a múmia egípcia "Ginger" no título da mais velha múmia humana conhecida, e oferece uma visão sem precedentes da vida e hábitos dos homens europeus na Idade do Cobre.
Memorial a Ötzi
Ötzi foi encontrado por um casal de alemães, Helmut e Erika Simon, que morava ali perto, em 19 de setembro de 1991. Eles primeiro pensaram que se tratasse de um cadáver
moderno, como diversos outros que são frequentemente encontrados na
região, por causa do frio que fazia na região. O corpo foi confiscado
pelas autoridades austríacas e levado para Innsbruck,
onde a sua verdadeira idade foi finalmente estabelecida. Pesquisas
posteriores revelaram que o corpo fora encontrado poucos metros além da
fronteira, em território italiano. Ele agora está exposto no Museu de
Arqueologia do Tirol do Sul, Bolzano, Itália.
Análise científica
O corpo foi extensamente examinado, medido, radiografado e datado. Os tecidos e o conteúdo dos intestinos foram examinados ao microscópio, assim como o pólen encontrado nos seus artefactos.
Quando morreu, Ötzi tinha entre 30 e 45 anos e aproximadamente 165 cm de altura. A análise do pólen e da poeira e a composição isotópica do esmalte de seus dentes indica que ela passou sua infância perto da atual aldeia de Feldthurns, ao norte de Bolzano, mas que mais tarde viveu em vales a cerca de 50 km a norte.
Ele tinha 57 tatuagens, algumas das quais eram localizadas em (ou perto de) pontos que coincidem com os atuais pontos de acupuntura, que podem ter sido feitas para tratar os sintomas de doenças de que Ötzi parece ter sofrido, como parasitas digestivos e artrose. Alguns cientistas acreditam que esses pontos indiquem uma primitiva forma de acupunctura.
Suas roupas, incluindo uma capa de grama entrelaçada e casaco e calçados de couro,
eram bastante sofisticadas. Os sapatos eram largos e à prova de água,
aparentemente feitos para caminhar na neve; as solas eram feitas de
pele de urso, a parte superior de couro de veado e uma rede feita de cascas de árvores. Tufos de grama macia envolviam o pé dentro do sapato, servindo de isolante térmico.
Outros artefactos encontrados junto a Ötzi foram um machado de cobre com cabo de teixo, uma faca de sílex e cabo de freixo, uma aljava cheia de flechas e um arco de teixo inacabado que era mais comprido do que o Ötzi.
Entre os objetos de Ötzi havia duas espécies de cogumelos, uma das quais (fungo de bétula) é conhecida pelas suas propriedades antibacterianas,
e parece ter sido usada para fins medicinais. O outro cogumelo era um
tipo de fungo que pega fogo facilmente, incluído com partes do que
parece ter sido um kit para começar fogo. O kit continha restos de mais
de doze plantas diferentes, além de pirite para a criação de faíscas.
Genética
Um grupo de cientistas sequenciou o genoma de Ötzi e este foi publicado
em 28 de fevereiro de 2012. Um estudo do cromossoma Y de Ötzi
colocou-o num grupo que hoje domina no Sul da Córsega.
Já a análise do DNA mitocondrial mostrou que Ötzi pertence ao sub-ramo
K1, mas não pode ser colocado em nenhum dos três modernos grupos deste
sub-ramo (K1a, K1b ou K1c). O novo sub-ramo foi provisoriamente
apelidado de K1ö por causa de Ötzi.
Uma observação genérica do seu DNA relaciona-o com Europeus do Sul,
particularmente com populações isoladas geograficamente da Sardenha e
Córsega.
A análise do DNA que ele tinha um elevado risco de sofrer de
aterosclerose, intolerância à lactose e a presença no DNA da sequência
de Borrelia burgdorferi, torna-o o mais antigo humano a sofrer da doença de Lyme (vulgarmente conhecida como febre da carraça).
Um estudo de 2012 do paleoantropólogo John Hawks sugeriu que Ötzi tinha mais material genético de Neanderthal do que os Europeus modernos.
Morte
Em 2007 cientistas revelaram que Ötzi morreu de um ferimento no ombro provocado por uma flecha.
Uma equipe de pesquisadores italianos e suíços usou a tecnologia de raio-X
para comprovar que a causa da morte foi uma lesão sofrida numa artéria
próxima do ombro e provocada pela ponta de flecha que permanece até
hoje cravada nas costas. Os mesmos cientistas concluíram que a morte de
Ötzi foi imediata.
Os resultados mais recentes da pesquisa apareceram em linha no Journal of Archaeological Science e foram publicados pela National Geographic.
Análises dos intestinos de Ötzi mostraram duas refeições, uma de carne de cabra da montanha, a segunda de carne de veado, ambas consumidas com alguns cereais. Pólen na segunda refeição mostra que esta foi consumida numa floresta de coníferas a meia-altitude.
Primeiramente supôs-se que fosse um pastor levando o seu rebanho para
as montanhas e que foi surpreendido por uma tempestade de neve. Dada a
sua relativa elevada idade, não teria resistido ao esforço e morrido.
No entanto, a análise de DNA
revelou traços de sangue de quatro outros indivíduos nos seus
equipamentos: um na sua faca, dois na mesma flecha e o último no seu
casaco. Em julho de 2001, dez anos após a descoberta do corpo, uma tomografia axial computorizada revelou que Ötzi tinha o que parecia ser uma ponta de flecha no seu ombro, mais precisamente na omoplata,
combinando com um pequeno furo no seu casaco. O cabo da flecha havia
sido removido. Ele também tinha um profundo ferimento na palma da mão
direita, que atingiu a carne, tendões e o osso.
A partir de tais evidências e de exames das armas, o biólogo molecular Thomas Loy, da Universidade de Queensland,
acredita que Ötzi e um ou dois companheiros fossem caçadores que
participaram numa luta contra um grupo rival. Num determinado momento,
pode ter carregado (ou ter sido carregado por) um companheiro.
Enfraquecido pela perda de sangue, Ötzi aparentemente largou os seus
equipamentos contra uma rocha, deitou-se e expirou.
A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos, entre outros animais, permite pensar que tratar-se de um santuário. As investigações levadas a cabo durante os últimos decénios permitem situar a cronologia das pinturas no final do Solutrense e princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos AP.
Abre-se sobre a margem esquerda do rio Vézère, numa colina calcária do Cretáceo
superior. Contrariamente a muitas outras cavernas da região, a de
Lascaux, na França é relativamente «seca». Em efeito, uma camada de
argila impermeável isola-a de qualquer infiltração de água, impedindo
novas formações de concreções calcárias, etc.
Descoberta
Foi descoberta no dia12 de setembro de 1940
por quatro adolescentes: Marcel Ravidat, Jacques Marsal, Georges Agnel
e Simon Coencas, que avisaram ao seu antigo professor, Léon Laval. O
pré-historiador Henri Breuil, refugiado na zona durante a ocupação nazi, foi o primeiro especialista que visitou Lascaux, em 21 de setembro
de 1940, em companhia de Jean Bouyssonnie e André Cheynier. H. Breuil
foi também o primeiro em autenticá-la, descrevê-la e estudá-la. De
seguido, realizou os primeiros cópias dos desenhos (calcos) desde fins
de 1940, passando vários meses in situ para analisar as obras, que atribuiu ao período perigordiano.
Depois de passar vários anos na Espanha, Portugal e mesmo na África do Sul, voltou em 1949,
prosseguindo às escavações com Séverin Blanc e Maurice Bourgon, ao pé
da cena do poço, onde aguardava encontrar uma sepultura. O que tirou à
luz foram pontas de azagaias, decoradas e feitas de chifre de rena
De 1952 a 1963,
por encomenda de Breuil, foram efetuados novos levantamentos, sobre
120 m², de calcos por André Glory, que contabilizaram um total de 1.433
representações (hoje estão catalogadas 1.900).
A gruta de Lascaux é relativamente pequena: o conjunto dos corredores
não ultrapassa os 250 m de comprimento, com um desnível de 30 m,
aproximadamente. A parte decorada corresponde a um nível superior, pois o
inferior está fechado pela presença de dióxido de carbono.
A entrada atual corresponde com a entrada pré-histórica.
Para facilidade de descrição, a caverna está tradicionalmente
subdividida num certo número de zonas, denominadas salas ou corredores.
Os nomes, imaginários, devem-se em parte a H. Breuil e fazem, com
frequência referência à arquitetura religiosa:
a primeira sala é a "Sala dos Touros" ou "Rotonda", de 17 m por 6 m de largura e 7 de altura;
prolonga-se pelo "Divertículo axial", uma galeria mais estreita na mesma direção, mais ou menos do mesmo tamanho;
depois da Sala dos Touros, à direita do Divertículo axial, acede-se à "Passagem", um corredor de dez metros;
na prolongação da Passagem abre-se a "Nave", outro corredor mais elevado, com cerca de vinte metros;
a Nave prossegue com uma parte não decorada, pois as paredes são
pouco apropriadas, seguindo logo até ao "Divertículo dos Felinos", um
estreito corredor com cerca de vinte metros;
A "Abside" é uma sala redonda que se abre para Oeste, na confluência da Passagem e a Nave;
O "Poço" abre-se no fundo da Abside. Seu acesso supõe uma baixada de 4 a 5 metros até ao começo do nível inferior.
As grutas não podem ser visitadas devido à exalação de CO2, porque a
emissão desse gás, pela respiração, pode desfazer a pintura.
Lascaux II
Perante os indícios de deterioração das pinturas, surgidos a partir dos
anos 50, originados principalmente pelo gás carbónico da respiração
dos visitantes, em 1963, foi tomada a decisão de encerrar a gruta às
visitas de turistas, tendo sido, desde então, adotadas diversas medidas
para controlar a atmosfera interior da gruta, a qual recuperou
progressivamente o seu brilho original.
Como alternativa à significativa procura turística, foi construída uma
réplica de uma parte representativa da caverna ("Divertículo axial" e
"Sala dos Touros"). O projeto foi parcialmente financiado pela venda do
original ao Estado, em 1972. Parado em 1980, foi logo retomado pelo departamento da Dordogne, sendo inaugurado em 1983.
Uma dupla camada de betão permitiu reproduzir fielmente a caverna
original. As obras parietais foram logo reproduzidas por uma equipa
dirigida por M. Peytral.
Situada a 200 m do original, a réplica, batizada como Lascaux II, foi inaugurada a 18 de julho de 1983.
Ötzi (do alemãoÖtzi, nome colcado em homenagem ao seu local de descoberta, o Vale de Ötztal - no Tirol do Sul - em alemão Ötztaler Alpen), Otzi ou Múmia do Similaun, é uma múmia masculina bem conservada com cerca de 5.300 anos. A múmia foi encontrada por moradores da região, nos Alpes orientais, em 1991, num glaciar perto do monte Similaun, na fronteira da Áustria com a Itália, em território italiano. Esta rivaliza a múmia egípcia “Ginger” no título de mais velha múmia humana conhecida, e oferece uma visão sem precedentes da vida e hábitos dos homens europeus na Idade do Cobre.
Ao morrer, trajava vestimentas que o protegiam do frio, com tres
camadas de roupas feitas de pele de veado e de cabra, além de uma capa
forrada de fibra da casca da tília, árvore tipica no hemisfério norte.
Ötzi foi encontrado por um casal de alemães, Helmut e Erika Simon, que morava ali perto, em 19 de setembro de 1991. Eles primeiro pensaram que se tratasse de um cadáver
moderno, como diversos outros que são frequentemente encontrados na
região, por causa do frio que fazia na região. O corpo foi confiscado
pelas autoridades austríacas e levado para Innsbruck,
onde a sua verdadeira idade foi finalmente estabelecida. Pesquisas
posteriores revelaram que o corpo fora encontrado poucos metros além da
fronteira, em território italiano. Ele agora está exposto no Museu de
Arqueologia do Tirol do Sul, Bolzano, Itália.
A disposição da caverna, cujas paredes estão pintadas com bovídeos, cavalos, cervos, cabras selvagens, felinos, entre outros animais, permite pensar que tratar-se de um santuário. As investigações levadas a cabo durante os últimos decénios permitem situar a cronologia das pinturas no final do Solutrense e princípio do Madalenense, ou seja, 17.000 anos AP.
Abre-se sobre a margem esquerda do rio Vézère, numa colina calcária do Cretáceo superior. Contrariamente a muitas outras cavernas da região, a de Lascaux, na França é relativamente «seca». Em efeito, uma camada de argila impermeável isola-a de qualquer infiltração de água, impedindo novas formações de concreções calcárias, etc.
Descoberta
Foi descoberta no dia12 de setembro de 1940 por quatro adolescentes: Marcel Ravidat, Jacques Marsal, Georges Agnel e Simon Coencas, que avisaram ao seu antigo professor, Léon Laval. O pré-historiador Henri Breuil, refugiado na zona durante a ocupação nazi, foi o primeiro especialista que visitou Lascaux, em 21 de setembro de 1940, em companhia de Jean Bouyssonnie e André Cheynier. H. Breuil foi também o primeiro em autenticá-la, descrevê-la e estudá-la. De seguido, realizou os primeiros cópias dos desenhos (calcos) desde fins de 1940, passando vários meses in situ para analisar as obras, que atribuiu ao período perigordiano.
Depois de passar vários anos na Espanha, Portugal e mesmo na África do Sul, voltou em 1949, prosseguindo às escavações com Séverin Blanc e Maurice Bourgon, ao pé da cena do poço, onde aguardava encontrar uma sepultura. O que tirou à luz foram pontas de azagaias, decoradas e feitas de chifre de rena
De 1952 a 1963, por encomenda de Breuil, foram efetuados novos levantamentos, sobre 120 m², de calcos por André Glory, que contabilizaram um total de 1.433 representações (hoje estão catalogadas 1.900).
A gruta de Lascaux é relativamente pequena: o conjunto dos corredores não ultrapassa os 250 m de comprimento, com um desnível de 30 m, aproximadamente. A parte decorada corresponde a um nível superior, pois o inferior está fechado pela presença de dióxido de carbono.
A entrada atual corresponde com a entrada pré-histórica.
Para facilidade de descrição, a caverna está tradicionalmente subdividida num certo número de zonas, denominadas salas ou corredores. Os nomes, imaginários, devem-se em parte a H. Breuil e fazem, com frequência referência à arquitetura religiosa:
a primeira sala é a "Sala dos Touros" ou "Rotonda", de 17 m por 6 m de largura e 7 de altura;
prolonga-se pelo "Divertículo axial", uma galeria mais estreita na mesma direção, mais ou menos do mesmo tamanho;
depois da Sala dos Touros, à direita do Divertículo axial, acede-se à "Passagem", um corredor de dez metros;
na prolongação da Passagem abre-se a "Nave", outro corredor mais elevado, com cerca de vinte metros;
a Nave prossegue com uma parte não decorada, pois as paredes são pouco apropriadas, seguindo logo até ao "Divertículo dos Felinos", um estreito corredor com cerca de vinte metros;
A "Abside" é uma sala redonda que se abre para Oeste, na confluência da Passagem e a Nave;
O "Poço" abre-se no fundo da Abside. Seu acesso supõe uma baixada de 4 a 5 metros até ao começo do nível inferior.
As grutas não podem ser visitadas devido à exalação de CO2, porque a emissão desse gás, pela respiração, pode desfazer a pintura.
Lascaux II
Perante os indícios de deterioração das pinturas, surgidos a partir dos anos 50, originados principalmente pelo gás carbónico da respiração dos visitantes, em 1963, foi tomada a decisão de encerrar a gruta às visitas de turistas, tendo sido, desde então, adotadas diversas medidas para controlar a atmosfera interior da gruta, a qual recuperou progressivamente o seu brilho original.
Como alternativa à significativa procura turística, foi construída uma réplica de uma parte representativa da caverna ("Divertículo axial" e "Sala dos Touros"). O projeto foi parcialmente financiado pela venda do original ao Estado, em 1972. Parado em 1980, foi logo retomado pelo departamento da Dordogne, sendo inaugurado em 1983.
Uma dupla camada de betão permitiu reproduzir fielmente a caverna original. As obras parietais foram logo reproduzidas por uma equipa dirigida por M. Peytral.
Situada a 200 m do original, a réplica, batizada como Lascaux II, foi inaugurada a 18 de julho de 1983.