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sexta-feira, junho 10, 2022

Notícia interessante sobre espeleologia e pré-história

O ponteiro não para na corrida contra o tempo para “salvar” a Caverna de Cosquer

 

A entrada subaquática para a Caverna de Cosquer

 

Os arqueólogos estão numa corrida contra o tempo para salvar - dentro dos possíveis - a subaquática Caverna de Cosquer, ameaçada pelas alterações climáticas.

A Caverna de Cosquer situa-se nas Calanques, em Marselha, e é uma gruta subaquática única no mundo, classificada como monumento histórico. O seu nome vem precisamente do mergulhador que a descobriu, em 1991.

A caverna está repleta de pinturas e gravuras pré-histórias, de há 33 mil anos, representando principalmente focas, pinguins, peixes, polvos e outros animais. É o único lugar do mundo onde arte marinha subaquática pré-histórica pode ser encontrada.

Inicialmente, a gruta estava localizada 100 metros acima do nível do mar, mas devido à subida da água, causada pelas alterações climáticas, está agora 37 metros abaixo do nível do mar. A entrada é feita debaixo de água através de um longo túnel com 175 metros de comprimento.


Representação da geografia da Caverna de Cosquer

 

A ameaça das alterações climáticas deixa os cientistas em contrarrelógio para salvar a caverna, escreve a agência AFP.

A subida gradual do nível do mar a cada ano, aliada à poluição da água, estão a danificar cada vez mais a arte.

Embora quatro quintos da caverna tenham sido inadvertidamente perdidos ou submersos devido à passagem do tempo, 229 figuras de arte rupestre sobrevivem.

A caverna guarda ainda 69 marcas de mãos, incluindo três que foram deixadas por engano, algumas delas feitas por crianças. No total, foram encontrados 600 sinais, imagens e gravuras rupestres, que incluem vida aquática nunca antes vista em pinturas rupestres.

A solução passa por uma réplica da caverna em tamanho real, conhecida como Cosquer Méditerranée, que ficará a poucos quilómetros de Marselha.

Os cientistas estão numa corrida contra o relógio para finalizar o mapeamento digital para uma reconstrução 3D da caverna.

 

Arte rupestre na Caverna de Cosque

 

Luc Vanrell e os mergulhadores-arqueólogos que lidera estão a ter que trabalhar cada vez mais rápido para explorar os últimos recantos da gruta de 2.500 metros quadrados para evitar que esta se perca para sempre.

A ideia de fazer uma réplica do local foi debatida pela primeira vez logo após a descoberta da caverna, mas só em 2016 é que o governo regional avançou com o projeto num edifício renovado.

Usando os dados 3D recolhidos pelas equipas arqueológicas, a réplica de 23 milhões de euros é um pouco mais pequena do que a caverna original, mas inclui cópias de todas as pinturas e 90% das gravuras.

 

 

 in ZAP