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terça-feira, junho 12, 2012

O Marechal Mikhail Tukhachevsky foi executado há 75 por Estaline

Mikhail Nikolayevich Tukhachevsky (16 de fevereiro de 1893 - 12 de junho de 1937) foi um comandante militar soviético e chefe do Exército Vermelho. Foi um dos vários comandantes do Exército Vermelho acusado de colaborar com os nazistas durante o Grande Expurgo, sendo condenado e executado pelos Processos de Moscovo.

Conhecido por Misha , foi um brilhante estudante e falava 4 idiomas, tendo em 1911 ingressado no Corpo de Cadetes de Catarina II, de Moscovo. Em 1914 participou da Primeira Guerra Mundial com o Regimento da Guarda Semenovsky. Em 1915 foi ferido e feito prisioneiro, permanecendo em campo de concentração, onde empreendeu numerosas tentativas de fuga. Curiosamente, neste mesmo campo, esteve preso Charles de Gaulle.
Envolvido em pleno processo revolucionário, ingressou no Partido Comunista em 1918, pouco depois de ser convocado por Trotski para o exército. Neste mesmo ano sofreu uma tragédia familiar, pois a sua esposa se suicidou para salvá-lo, pois ela havia sido apanhada em flagrante a roubar comida para a família. Casou-se novamente pouco depois, casamento esse que acabou por fracassar devido à sua dedicação à carreira. Teve uma ascensão meteórica, tendo, durante a Guerra Civil, atraído a atenção de Lenine pela extraordinária capacidade de comandar as suas unidades, sendo promovido a Comandande em Chefe da Frente Sul com apenas 26 anos. Três meses depois era comandante supremo na frente do Cáucaso.
Em 1924 começou a tarefa de reoganizar o Exército Vermelho, contrariando a cúpula dominante que contava com o apoio de Estaline. Em 1928 era Chefe do Estado-Maior Geral, porém foi sendo afastado progressivamente, pois as suas ideias chocavam frontalmente com as de Estaline. A suas origens e sua vasta cultura atuavam contra ele nesse conturbado momento de terror. Durante os anos seguintes vários de seus mentores e colegas foram sendo executados ou faleceram de forma estranha. Assim, nos últimos anos, vivia em constante terror, pois tinha a certeza de que os seus dias estavam contados. Em 1935 foi nomeado Marechal da União Soviética, mas isto seria apenas o início de seu declínio. Fez uma série de viagens pela Europa e recebeu inúmeras transferências forçadas neste período. Em 26 de maio de 1937, foi preso, julgado e executado pouco tempo depois.

Após um julgamento secreto, conhecido como Processo da Organização Militar Trotskista Anti-soviética, Tukhachevsky e mais oito outros comandantes militares foram condenados em 12 de junho de 1937 e imediatamente executado. Tukhachevsky foi morto pelo capitão da NKVD Vasili Blokhin.
Não foi comunicado a família de que o Marechal Tukhachevsky havia sido preso e executado, sua filha soube da morte na escola quando os colegas começaram a questioná-la como filha de um traidor "fascista". Profundamente traumatizada, ela foi para casa e enforcou-se. A viúva de Tukachevsky foi presa pelo NKVD dias após o suicídio da filha, mais tarde ela ela seria deportada para os Montes Urais. Na verdade Tukhachevskaya Svetlana, a sua única filha que não se suicidou, foi enviada para um orfanato especial para os filhos dos inimigos do povo. Ela foi presa em 1944 e condenada por um órgão extrajudicial do Conselho Especial do NKVD a cinco anos de Gulag. Ela morreu em 1982. Há um documentário de 2008 da televisão russa intitulado "Kremlin Children", sobre a vida de Tukhachevskaya Svetlana.
Era um grande teórico da utilização de blindados juntamente com o apoio da infantaria.
Em 15 de fevereiro de 1963, aconteceu uma modesta cerimónia na Academia Militar Frunze, em memória do Marechal Tukhachevsky, este ato pretendeu de certa forma reabilitar um dos mais magníficos oficiais expurgados por Estaline, durante os dramáticos anos que precederam a Segunda Guerra Mundial.


NOTA:  Estaline conseguiu um feito enorme - decapitar quase completamente o Exército Vermelho, antes da invasão da Alemanha nazi. Tivesse Hitler esperado mais uns meses e a paranóia de Estaline teria feito o que o exército nazi não conseguiu fazer...

terça-feira, fevereiro 07, 2012

O assassino de Leon Trotsky nasceu há 98 anos

Túmulo de Leon Trótski em Coyoacán, bairro da cidade do México, no jardim da casa onde morou durante seus últimos anos de vida

Jaime Ramón Mercader del Río Hernández, também conhecido como Ramon Mercader, Jacques Monard ou ainda Frank Jacson (7 de fevereiro de 1914 - 18 de outubro de 1978) foi um agente no exterior do Comissariado do Povo para Assuntos Internos NKVD da URSS, na época que Josef Stalin era o secretário geral do Partido Comunista da União Soviética. Seu ato mais conhecido foi se infiltrar na casa de Leon Trotsky, em seu exílio no México e cometer o atentado que levaria à morte o principal rival de Stalin.
Como um suposto comerciante rico, ele tornara-se amante da trotskista norteamericana Sylvia Agelot, e infiltrara-se na casa onde Trotski morava (Volkogonov, Trotski, pp. 465), cometendo o atentado ao final da tarde de 20 de agosto de 1940. Em 1961 foi condecorado com a medalha de Herói da União Soviética, uma das mais altas comendas do país.

Vida
Mercader nasceu em Barcelona, mas passou grande parte de sua juventude na França com sua mãe, Eustacia Maria Caridad del Río Hernández, após a separação de seus pais. Seu avô havia sido governador de Cuba. Ainda jovem abraçou o estalinismo, ajudando organizações estalinistas na Espanha durante meados dos anos 30. Esteve preso por algum tempo devido a suas atividades, mas libertado quando a Frente Popular venceu as eleições e assumiu o governo de seu país em 1936.
Nesta época sua mãe se torna uma agente soviética. Pouco tempo antes de irromper a Guerra Civil Espanhola Ramón viaja a Moscovo, com o intuito de treinar as artes da sabotagem, luta de guerrilhas e assassinato. Foi-lhe dado o nome-código “GNOME” por seus superiores.

Assassinato de Trotski
Na primavera de 1939 Stalin afirma ao agente Sudoplotov:
Cquote1.svg A guerra está próxima. O trotskismo tornou-se um cúmplice do Facismo. Devemos dar um profundo golpe na IV internacional. Como? Decapitem-na!    Cquote2.svg
 Arquivos da GPU-NKVD F.31 660, d. 9067,t,1,L.163 – Atuações no exterior. (citado em Volkogonov, D. Trotsky. pp.. 456)

Em outubro de 1939, Mercader entrara no México com um passaporte falso, identificando-se como “Jacques Mornard”, um homem de negócios. Segundo Volgokanov a operação que levou ao assassinato de Trotski custa cerca de cinco milhões de dólares ao governo estalinista (Volkogonov, Trotski, pg 458).
No dia 24 de maio de 1940, falha um elaborado plano de assassinato estabelecido por Mercader e outro agente da NKVD no México. Um segundo plano foi rapidamente engendrado. Desta vez, “Jacques Mornard”, que tinha evitado levantar suspeitas durante o primeiro atentado contra a vida de Trotsky, consegue amizade com a secretária de Trotsky, Sylvia Agelof. Encontra-se por duas vezes com Trotsky sob o pretexto de ser um patrocinador canadiano das ideias de Trotsky . Na segunda, em 20 de agosto, no escritório da casa de Trotsky em Coyoacán (próximo da Cidade do México), Mercader feriu-o mortalmente na cabeça com um piolet (pequena picareta de alpinismo). Segundo alguns relatos, os seguranças de Trotsky iriam matá-lo, mas Trotsky impediu, gritando “Não o matem! Este homem tem uma história a contar.”
Mercader foi conduzido às autoridades mexicanas, a quem se recusou a revelar a sua real identidade; não obstante, foi condenado por assassinato e sentenciado a 20 anos de prisão, ficando os primeiros cinco anos em solitária (Levine, 1960 pp. 10). Apenas em agosto de 1953 sua verdadeira identidade foi descoberta, mas as suas ligações com a NKVD não foram reveladas até que tivesse ocorrido a dissolução da União Soviética, quando foram abertos os arquivos da NKVD.

Prisão, fidelidade e reconhecimento
Mesmo sendo frequentemente torturado pela polícia mexicana, Mercader jamais revelou sua identidade ou suas ligações com a NKVD. Alfonso Quiroz, um psicólogo mexicano que se interessou pelo caso, concluiu após diversas análises que Mercader era uma pessoa superdotada, pois além de dominar vários idiomas fluentemente tinha uma capacidade de raciocínio acima do normal. Após poucos anos de prisão, Mercader solicitou a liberdade condicional, que lhe foi negada pelo Dr. Jesús Siordia e pelo criminologista Q. Cuarón. Após cumprir sua pena, foi finalmente libertado do presídio Lecumberri, na Cidade do México, em maio de 1960, e mudou-se para Havana, onde Fidel Castro o acolheu.
Em 1961, Mercader mudou-se para a URSS e foi condecorado com a medalha de Herói da União Soviética, uma das mais altas comendas do país. Mercader dividiu-se entre Cuba e a União Soviética pelo resto de sua vida, reverenciado pela KGB (sucessora da NKVD). Veio a falecer em Havana, em 1978, e encontra-se sepultado sob o nome de Ramon Ivanovitch López no cemitério de Kuntsevo, em Moscovo, possuindo um lugar de honra no museu da KGB na capital russa.

quarta-feira, dezembro 21, 2011

O maior assassino de todos os tempos nasceu há 133 anos

Josef Vissarionovitch Stalin (Gori, 18 de dezembro de 1878 - Moscovo, 5 de março de 1953) foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comité Central a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo assim o líder soberano da União Soviética. Seu nome de nascimento era Ioseb Besarionis Dze Djughashvili. Em português seu nome é referido algumas vezes como José Estaline.
Sob a liderança de Stalin, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e passou a atingir o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo soviético, durante esse período, o país também expandiu seu território para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo.
Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, o sucessor de Stalin, Nikita Khrushchov, apresentou seu Discurso secreto oficialmente chamado "Sobre o culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual iniciou-se um processo de "desestalinização" da União Soviética. Ainda hoje existem diversas perspectivas ao redor de Stalin, alguns o vendo como tirano e outros como líder habilidoso.

Nascido em uma pequena cabana na cidade georgiana de Gori, filho da costureira Ketevan Geladze (1858-1937) e do sapateiro Besarion Jughashvili (1849 ou 1850 - 1909), o jovem Stalin teve uma infância difícil e infeliz.
Chegou a estudar em um colégio religioso de Tiflis, capital georgiana, para satisfazer os anseios de sua mãe, que queria vê-lo seminarista. Mas logo acabou enveredando pelas atividades revolucionárias contra o regime tsarista.
Na juventude, adotou o nome Koba mas também era conhecido como David, Nijeradze, Chijikov, Ivanovitch e, antes da I Guerra Mundial, mudou seu nome definitivamente para Stalin (homem de aço). Era portador de defeitos físicos (seu pé esquerdo era defeituoso e o braço esquerdo era mais curto que o direito) por este motivo, foi dispensado do serviço militar, não lutando na guerra.
Passou anos na prisão (por organizar assaltos, num dos quais 40 pessoas foram mortas) e, quando libertado, aliou-se a Vladimir Lenin e outros, que planejavam a Revolução Russa.
Stalin chegou ao posto de secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética entre 1922 e 1953 e, por conseguinte, o chefe de Estado da URSS durante cerca de um quarto de século, transformando o país numa superpotência.
Antes da Revolução Russa de 1917, Stalin era o editor do jornal do partido, o Pravda ("A Verdade"), e teve uma ascensão rápida, tornando-se em novembro de 1922 o Secretário-geral do Comité Central, um cargo que lhe deu bases para ascender aos mais altos poderes. Após a morte de Lenin, em 1924, tornou-se a figura dominante da política soviética – embora Lenin o considerasse apto para um cargo de comando, ele ignorava a astúcia de Stalin, cujo talento quase inigualável para as alianças políticas lhe rendera tantos aliados quanto inimigos. Seus epítetos eram "Guia Genial dos Povos" e "O Pai dos Povos".
De acordo com Alan Bullock, uma discordância com Stalin em qualquer assunto tornava-se não uma questão de oposição política, mas um crime capital, uma prova, ipso facto, de participação em uma conspiração criminosa envolvendo traição e a intenção de derrubar o regime Soviético.

Vítimas
Em 1991, com o colapso da União Soviética, parte dos arquivos soviéticos finalmente foi disponibilizada. Os relatórios do governo continham os seguintes registos - entre 1921–53 o número de condenações políticas foi de 4.060.306, divididas da seguinte maneira:

Quantidade de pessoas Tipo de condenação
799.473 Pena de morte
2.634.397 Trabalhos forçados
413.512 Exílio
215.942 Outras

Já quanto as condenações não-políticas, entre 1937–52, 34.228 pessoas foram executadas. Entretanto, esses números devem ser maiores, pois os arquivos soviéticos são omissos em vários aspectos: por exemplo, eles não abrangem as várias Transferências populacionais na União Soviética. Esta é uma omissão relevante, pois, de acordo com Eric D. Weitz, a taxa mortalidade das mais de 600.000 pessoas deportadas do Cáucaso entre 1943 e 1944 chegava a 25%, o que acrescentaria mais 150.000 vítimas mortas.
Outros dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Além disso, as estatísticas oficiais de mortalidade nos Gulags excluem as mortes ocorridas logo após a libertação dos prisioneiros, mas cuja morte estava ligada ao tratamento recebido naqueles campos de trabalho forçado.
A ideia de que os arquivos guardados pelas autoridades soviéticas são incompletos e não refletem a totalidades das vítimas é apoiada por diversos historiadores, a exemplo de Robert Gellately e Simon Sebag Montefiore. Segundo eles, além dos registos não serem abrangentes, é altamente provável, por exemplo, que suspeitos presos e torturados até a morte durante investigações não sejam contabilizados como execução (não são contados como vítimas de pena de morte).
Após a extinção do regime comunista na União Soviética, historiadores passaram a estimar que, excluindo os que morreram por fome, entre 4-10 milhões de pessoas morreram sob o regime de Stalin. O escritor russo Vadim Erlikman, por exemplo, faz as seguintes estimativas:

Quantidade de pessoas Razão da morte
1,5 milhão Execução
5 milhões Gulags
1,7 milhão Deportados¹
1 milhão Países ocupados²
¹ Erlikman estima um total de 7,5 milhões de deportados.
² Diz respeito aos mortos civis durante a ocupação russa.

Este total estimado de 9 milhões, para alguns pesquisadores, deve ainda ser somado a 6-8 milhões dos mortos na Fome soviética de 1932-1933, episódios também conhecidos como Holodomor. Existe controvérsia entre historiadores a respeito desta fome ter sido ou não provocada deliberadamente por Stalin para suprimir opositores de seu regime. Muitos argumentam que a fome ocorreu por questões circunstanciais não desejadas por Stalin ou que foi uma consequência acidental de uma tentativa de forçar a coletivização naquelas áreas afetadas pela fome. Todavia, também existem argumentos no sentido contrário, de que a fome foi sim provocada por Stalin. Para a última corrente, uma prova de que a fome foi provocada seria o fato de que a exportação de grãos da União Soviética para a Alemanha Nazi aumentou consideravelmente no ano de 1933, o que provaria que havia alimento disponível. Esta versão da história é retratada pelo documentário The Soviet Story.
Sendo assim, se o número de vítimas da fome for incluído, chega-se a um número mínimo de 10 milhões de mortes (mínimo de 4 milhões de mortos por fome e mínimo de 6 milhões de mortos pelas demais causas expostas). No entanto, Steven Rosefielde tem como mais provável o número de 20 milhões de mortos, Simon Sebag Montefiores sugere número um pouco acima de 20 milhões, no que é acompanhado por Dmitri Volkogonov (autor de Stalin: Triunfo e Tragédia), Alexander Nikolaevich Yakovlev, Stéphane Courtois e Norman Naimark. O pesquisador Robert Conquest recentemente reviu sua estimativa original de 30 milhões de vítimas para cerca de 20 milhões, afirmando ainda ser muitíssimo pouco provável qualquer número abaixo de 15 milhões de vidas ceifadas pelo regime de Stalin.
 
Pacto Ribbentrop-Molotov
em 23 de agosto de 1939 foi celebrado em Moscovo um pacto entre a União Soviética e a Alemanha Nazi, pelo qual os dois países se comprometeram a não se atacarem militarmente e não intervirem em caso de invasão a um terceiro. Este pacto de não-agressão ficou conhecido como Pacto Ribbentrop-Molotov, nome dos Ministros do Exterior alemão e soviético. O pacto incluía um "protocolo adicional secreto", hoje público, que traçava um esboço da divisão territorial posteriormente concretizada na Polónia (considerando os rios Vístula, San e Narew). Tendo a garantia de que a União Soviética não retaliaria, uma semana após a celebração do pacto, Adolf Hitler invadiu a Polónia e 16 dias depois ocorreu a Invasão Soviética da Polónia. Stalin esperava ganhar tempo e reorganizar a força industrial-militar da qual a União Soviética não poderia prescindir com vistas a um confronto com a Alemanha Nazi que para alguns sempre fora inevitável. E Hitler estava ansioso por evitar um confronto imediato com os soviéticos, pois naquele momento ocupar-se-ia de Reino Unido e França. O Pacto Molotov-Ribbentrop assegurou em setembro de 1939 a divisão do território polaco entre os nazis e os soviéticos.