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quarta-feira, março 19, 2014

O grande geofísico alemão Wiechert morreu há 86 anos

Johann Emil Wiechert (Sovetsk, antiga Tilsit, 26 de dezembro de 1861 - Göttingen, 19 de março de 1928) foi um físico e sismologista alemão.

Biografia
Formado em Física na Universidade de Königsberg, onde se doutorou em 1889 e, um ano depois, ficou com habilitação para ensinar na Universidade.
As suas publicações durante a permanência em Königsberg foram voltadas principalmente para a estrutura física dos materiais, investigações experimentais sobre raios catódicos e sobre a natureza da eletricidade. Descobriu o eletrão aproximadamente ao mesmo tempo que Joseph John Thomson (no entanto foi este que recebeu o Nobel de Física de 1906, pela descoberta desta partícula). Numa palestra em abril de 1896, perante a Königsberger Physikalisch-Ökonomische Gesellschaft, referiu-se à existência de uma partícula, cuja massa deveria ser muito menor que a massa do átomo de hidrogénio. Em 7 de janeiro de 1897 relatou perante a mesma sociedade ter provado experimentalmente ser a massa de tal partícula 2 mil a 4 mil vezes menor que a do átomo de hidrogénio. Em setembro de 1897 apontou um valor mais exato: a massa da partícula é aproximadamente 1/(1500 ± 500) da massa do átomo de hidrogénio (seu valor atual é 1/1838). A palestra de Thomson perante a Royal Society ocorreu em 30 de abril de 1897.
Após habilitar-se, foi assistente de Paul Volkmann na Universidade de Königsberg, onde permaneceu até 1897, quando iniciou o seu trabalho na Universidade de Göttingen. Foi inicialmente assistente de Woldemar Voigt, e em 1898 foi denominado professor de Geofísica e diretor do Laboratório de Geofísica da Universidade de Göttingen. Em 1902 construiu um Sismógrafo, atualmente o mais antigo ainda em operação.
Por sugestão de Wiechert foi fundada em 1922 a atual Sociedade Geofísica Alemã, da qual foi o primeiro presidente. A sociedade concede a Medalha Emil Wiechert.
Emil Wiechert é considerado o mais significativo sismólogo alemão. No lado oculto da lua há uma cratera que foi batizada com o seu nome. A descontinuidade que separa o Manto do Núcleo terrestres é chamada, em sua homenagem (e do seu colega sismólogo alemão Beno Gutenberg) de descontinuidade de Wiechert-Gutenberg.



Vista esquemática do interior da Terra
1. Crosta continental
2. Crosta oceânica
3. Manto superior
4. Manto inferior
5. Núcleo externo
6. Núcleo interno
A: Descontinuidade de Mohorovičić
B: Descontinuidade Manto-Núcleo (Descontinuidade de Gutenberg ou Wiechert-Gutenberg)
C: Descontinuidade Núcleo externo/interno (Descontinuidade de Lehmann ou Lehmann-Repetti)

A descontinuidade de Gutenberg (ou descontinuidade de Wiechert-Gutenberg) é uma zona de separação de camadas da terra, separando o Manto do Núcleo.
Esta camada separa o Manto inferior do Núcleo externo, a cerca de 2.883 km de profundidade. A partir deste limite as ondas S deixam de se propagar, pois o núcleo externo é líquido e as ondas P diminuem sua velocidade.

quinta-feira, janeiro 23, 2014

O sismólogo e geofísico Andrija Mohorovicic nasceu há 157 anos

Andrija Mohorovičić (Volosko, 23 de janeiro de 1857 - Zagreb, 18 de dezembro de 1936) foi um meteorologista, sismólogo e geofísico croata que ganhou fama ao postular a existência de uma descontinuidade nas propriedades mecânicas dos materiais geológicos marcando a transição entre a crusta e o manto da Terra. Esta descontinuidade denomina-se hoje descontinuidade de Mohorovičić, ou simplesmente descontinuidade Moho, em homenagem ao seu descobridor.

sexta-feira, novembro 08, 2013

Edmond Halley nasceu há 357 anos

Edmond Halley (Haggerston, 8 de novembro de 1656 - Greenwich, 14 de janeiro de 1742) foi um astrónomo e matemático britânico, célebre por ser o descobridor do cometa Halley, em 1696.

Halley foi o primeiro astrónomo a teorizar que os cometas seriam objetos periódicos e previu que no ano de 1758 um cometa cruzaria o Sistema Solar. Devido a essa previsão, em sua homenagem, o cometa passou a ser chamado cometa Halley. Aplicou o método de Newton para calcular órbitas de cometas em 24 astros deste tipo e descobriu que aqueles observados em 1531, 1607 e 1682 tinham órbitas muito similares. Concluiu então que esse e outros cometas não eram objetos novos e sim objetos redescobertos que apenas retornavam às regiões interiores do Sistema Solar.
Halley publicou os resultados de suas observações em 1705, na obra A Synopsis of the Astronomy of Planets (Uma Sinopse da Astronomia dos Planetas). Os estudos sobre os cometas, porém, ocuparam apenas uma pequena parte da sua vida científica. Além de ter sido nomeado Astrónomo Real Britânico e professor da Cátedra Savilian de Geometria na Universidade de Oxford, Halley executou, em 1678, um mapa do céu meridional. Mostrou, em 1716, como a distância entre a Terra e o Sol poderia ser calculada a partir dos trânsitos (passagens dos planetas à frente do Sol, visíveis da Terra) de Mercúrio e Vénus, e descobriu o movimento próprio das estrelas, em 1718.

Descobriu ainda a relação entre a pressão barométrica e a altura acima do nível do mar, mapeou o campo magnético superficial da Terra, previu de forma precisa as trajetórias dos eclipses solares e apresentou pela primeira vez uma justificativa racional (embora errada) para a existência das auroras boreais: a hipótese da Terra oca. Halley também dedicou uma parte de seu tempo aos assuntos relativos à economia, à engenharia naval e à diplomacia, exercendo papel de destaque na publicação dos Principia, de Isaac Newton.
Também desenvolveu notáveis observações sobre o magnetismo terrestre, demonstrou que as chamadas estrelas fixas têm movimento próprio, embora muito lento, publicou diversos trabalhos matemáticos, colaborou no projeto da construção do Observatório de Greenwich.
Na atuária e demografia, contribuiu com estudos sobre mortalidade e com a obra An Estimate of the Degrees of the Mortality of Mankind, de 1693, no qual apresenta a Breslau Table, a primeira tábua de mortalidade construída sob preceitos científicos, com dados de nascimento e mortalidade obtidos na cidade silesiana de Breslau pelo professor alemão Caspar Neumann.

sexta-feira, abril 26, 2013

O sismólogo Charles Richter nasceu há 113 anos

Charles Francis Richter (Hamilton, 26 de abril de 1900 - Pasadena, 20 de abril de 1985) foi um sismólogo norte-americano.
Richter ficou famoso ao criar, em colaboração com Beno Gutenberg, uma escala que quantifica a grandeza (energia libertada) pelos terremotos, que ele usou pela primeira vez em 1935. Richter e Gutenberg trabalhavam então no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).

Nascido em Hamilton, Ohio, Richter estudou na Universidade Stanford e Instituto de Tecnologia da Califórnia, onde obteve seu PhD em física teórica em 1928. Trabalhou no Instituto Carnegie de Washington (1927-1936) antes de ser nomeado para o Instituto de Tecnologia da Califórnia, onde se tornou professor de sismologia em 1952.
Richter desenvolveu sua escala para medir a força dos terremotos em 1935. Escalas anteriores tinham sido desenvolvidas por De Rossi em 1880 e por Giuseppe Mercalli em 1902, mas ambos usavam uma escala descritiva, definida em termos de danos em edifícios bem como o comportamento e a resposta da população. Isso restringia o seu uso para a medição de terremotos em áreas povoadas, e fez escalas em relação ao tipo de técnicas de construção e materiais utilizados.
A escala de Richter é absoluta, com base na amplitude das ondas produzidas pelo terremoto. Ele definiu a magnitude de um terremoto como o logaritmo na base 10 da amplitude máxima das ondas, medido em microns. Isto significa que as ondas cujas amplitudes diferem por um fator de 100 diferem por 2 pontos na escala Richter. Com Beno Gutenberg tentou converter os pontos em sua escala em energia liberada. Em 1956, eles mostraram que a magnitude 0 corresponde a cerca de 1011 ergs (104 joules), enquanto a magnitude 9 é igual a 1024 ergs (1017 joules). Um aumento de uma unidade de energia significa cerca de 30 vezes mais do que está sendo liberado. O maior terremoto registrado até agora tinha um valor na escala Richter, de 8,9. Em 1954, Richter e Gutenberg produziu um dos textos básicos sobre sismologia, sismicidade da Terra.

sábado, abril 20, 2013

O sismólogo Charles Richter morreu há 28 anos

Charles Francis Richter (Hamilton, 26 de abril de 1900 - Pasadena, 20 de abril de 1985) foi um sismólogo norte-americano.
Richter ficou famoso ao criar, em colaboração com Beno Gutenberg, uma escala que quantifica a grandeza (energia libertada) pelos terremotos, que ele usou pela primeira vez em 1935. Richter e Gutenberg trabalhavam então no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).

domingo, março 24, 2013

Hoje é um dia triste para a Geofísica e Sismologia portuguesas


Faleceu hoje, 24 de Março de 2013, o Professor Luis Alberto Mendes Victor

Luis Mendes-Victor dedicou uma carreira de mais de 40 anos à investigação nas diversas áreas da Geofísica. Professor Catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa desde 1991, ensinando Geofísica, Sismologia, Prospeção Geofísica, Hidrologia e Fisica dos Recursos Naturais. Na Universidade de Lisboa, foi Director do Instituto Geofísico Infante Dom Luiz, e Presidente do Instituto de Ciências da Terra e do Espaço, introduzindo em Portugal o ensino e a investigação moderna em Geofísica, e dirigindo o grupo de investigação mais representativo nesta área científica. Foi fundador do Laboratório Associado Instituto Dom Luiz.

Luis Mendes-Victor ocupou lugares de grande responsabilidade internacional na área da Geofísica e Meteorologia, em particular como Director Geral do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (1977-1987), Vice-presidente e Presidente da Associação Regional VI da OMM (1980-1986), Membro do Conselho Executivo da OMM (1984-1986), Presidente do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (1984-1986), Presidente do Comité Ad-hoc para a Investigação dos Sismos do Conselho da Europa (1980-1983), membro do Comité de Aconselhamento para a Europa da Associação Geofísica Americana, Presidente do conselho de coordenação científica do Centro Universitário Europeu para o Património Cultural (Ravello), e Presidente do Comité Consultivo Europeu para a Avaliação da Previsão de Sismos (Conselho da Europa).

No sistema português de investigação, Luis Mendes-Victor foi Secretário do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa, Presidente da Secção Portuguesa da União Internacional de Geofísica e Geodesia, membro do Comité Nacional de Geotermia (1975-1978), representante oficial do conselho de investigação científica da NATO (1978-1985) e Presidente do Comité Português para o Estudo do Espaço Exterior (1983-1986).

Em 1996, e como reconhecimento desta actividade, a Sociedade Europeia de Geofísica atribuiu-lhe a Medalha Sergey Soloviev, “for his distinguished work on seismic, tsunami, hydrological and geological hazards in complex environments at an interdisciplinary and international level”. Em 2005 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem de Santiago de Espada, por ocasião do Ano Internacional da Física.

in IPMA

segunda-feira, janeiro 14, 2013

Halley morreu há 271 anos

Edmond Halley (Haggerston, 8 de novembro de 1656 - Greenwich, 14 de janeiro de 1742) foi um astrônomo e matemático britânico, célebre por ser o descobridor do cometa Halley, em 1696.

Astronomia
Halley foi o primeiro astrónomo a teorizar que os cometas seriam objetos periódicos e previu que no ano de 1758 um cometa cruzaria o Sistema Solar. Devido a essa previsão, em sua homenagem, o cometa passou a ser chamado cometa Halley. Aplicou o método de Newton para calcular órbitas de cometas em 24 astros deste tipo e descobriu que aqueles observados em 1531, 1607 e 1682 tinham órbitas muito similares. Concluiu então que esse e outros cometas não eram objetos novos e sim objetos redescobertos que apenas retornavam às regiões interiores do Sistema Solar.
Halley publicou os resultados de suas observações em 1705, na obra A Synopsis of the Astronomy of Planets (Uma Sinopse da Astronomia dos Planetas). Os estudos sobre os cometas, porém, ocuparam apenas uma pequena parte da sua vida científica. Além de ser Astrónomo Real Britânico e professor da Cátedra Savilian de Geometria na Universidade de Oxford, Halley produziu em 1678 um mapa do céu meridional. Mostrou em 1716 como a distância entre a Terra e o Sol poderia ser calculada a partir dos trânsitos (passagens à frente do Sol) de Mercúrio e Vénus e descobriu o movimento próprio das estrelas em 1718.
Outras descobertas
Descobriu também a relação entre a pressão barométrica e a altura acima do nível do mar, mapeou o campo magnético superficial da Terra, predisse de forma precisa as trajetórias dos eclipses solares e apresentou pela primeira vez uma justificativa racional para a existência da aurora boreal: a hipótese da Terra oca. Halley também dedicou uma parte de seu tempo aos assuntos relativos à economia, à engenharia naval e à diplomacia, exercendo papel de destaque na publicação dos Principia, de Isaac Newton.
Também desenvolveu notáveis observações sobre o magnetismo terrestre, demonstrou que as chamadas estrelas fixas têm movimento próprio, embora muito lento, publicou diversos trabalhos matemáticos, colaborou no projeto da construção do Observatório de Greenwich.
Na atuária e demografia, contribuiu com estudos sobre mortalidade e com a obra An Estimate of the Degrees of the Mortality of Mankind, de 1693, no qual apresenta a Breslau Table, a primeira tábua de mortalidade construída sob preceitos científicos, com dados de nascimento e mortalidade obtidos na cidade silesiana de Breslau pelo professor alemão Caspar Neumann.

quinta-feira, abril 26, 2012

O sismólogo Richter nasceu há 112 anos

Charles Francis Richter (Hamilton, 26 de abril de 1900 - Pasadena, 20 de abril de 1985) foi um sismólogo norteamericano.
Richter ficou famoso ao criar, em colaboração com Beno Gutenberg, uma escala que quantifica a grandeza (energia libertada) pelos terremotos, que ele usou pela primeira vez em 1935. Richter e Gutenberg trabalhavam então no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).

Nascido em Hamilton, Ohio, Richter estudou na Universidade Stanford e Instituto de Tecnologia da Califórnia, onde obteve seu PhD em física teórica em 1928. Trabalhou no Instituto Carnegie de Washington (1927-1936) antes de ser nomeado para o Instituto de Tecnologia da Califórnia, onde se tornou professor de sismologia em 1952.
Richter desenvolveu sua escala para medir a força dos terremotos em 1935. Escalas anteriores tinham sido desenvolvidos por De Rossi em 1880 e por Giuseppe Mercalli em 1902, mas ambos usavam uma escala descritiva, definida em termos de danos em edifícios bem como o comportamento e a resposta da população. Isso restringia o seu uso para a medição de terremotos em áreas povoadas, e fez escalas em relação ao tipo de técnicas de construção e materiais utilizados.
A escala de Richter é absoluta, com base na amplitude das ondas produzidas pelo terremoto. Ele definiu a magnitude de um terremoto como o logaritmo na base 10 da amplitude máxima das ondas, medido em microns. Isto significa que as ondas cujas amplitudes diferem por um fator de 100 diferem por 2 pontos na escala Richter. Com Beno Gutenberg tentou converter os pontos em sua escala em energia liberada. Em 1956, eles mostraram que a magnitude 0 corresponde a cerca de 1011 ergs (104 joules), enquanto a magnitude 9 é igual a 1024 ergs (1017 joules). Um aumento de uma unidade de energia significa cerca de 30 vezes mais do que está sendo liberado.

sexta-feira, abril 20, 2012

O sismólogo Richter morreu há 27 anos

Charles Francis Richter (Hamilton, 26 de abril de 1900 - Pasadena, 20 de abril de 1985) foi um sismólogo norteamericano.
Richter ficou famoso ao criar, em colaboração com Beno Gutenberg, uma escala que quantifica a grandeza (energia libertada) pelos terremotos, que ele usou pela primeira vez em 1935. Richter e Gutenberg trabalhavam então no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).

Nascido em Hamilton, Ohio, Richter estudou na Universidade Stanford e Instituto de Tecnologia da Califórnia, onde obteve seu PhD em física teórica em 1928. Trabalhou no Instituto Carnegie de Washington (1927-1936) antes de ser nomeado para o Instituto de Tecnologia da Califórnia, onde se tornou professor de sismologia em 1952.
Richter desenvolveu sua escala para medir a força dos terremotos em 1935. Escalas anteriores tinham sido desenvolvidos por De Rossi em 1880 e por Giuseppe Mercalli em 1902, mas ambos usavam uma escala descritiva, definida em termos de danos em edifícios bem como o comportamento e a resposta da população. Isso restringia o seu uso para a medição de terremotos em áreas povoadas, e fez escalas em relação ao tipo de técnicas de construção e materiais utilizados.
A escala de Richter é absoluta, com base na amplitude das ondas produzidas pelo terremoto. Ele definiu a magnitude de um terremoto como o logaritmo na base 10 da amplitude máxima das ondas, medido em microns. Isto significa que as ondas cujas amplitudes diferem por um fator de 100 diferem por 2 pontos na escala Richter. Com Beno Gutenberg tentou converter os pontos em sua escala em energia liberada. Em 1956, eles mostraram que a magnitude 0 corresponde a cerca de 1011 ergs (104 joules), enquanto a magnitude 9 é igual a 1024 ergs (1017 joules). Um aumento de uma unidade de energia significa cerca de 30 vezes mais do que está sendo liberado.

segunda-feira, março 19, 2012

O geofísico Wiechert morreu há 84 anos

Johann Emil Wiechert (Sovetsk, 26 de dezembro de 1861 - Göttingen, 19 de março de 1928) foi um físico e sismologista alemão.

Formado em física pela Universidade de Königsberg, onde se doutorou em 1889.
Suas publicações durante a permanência em Königsberg foram voltadas principalmente para a estrutura física dos materiais, investigações experimentais sobre raios catódicos e sobre a natureza da eletricidade. Descobriu o eletrão aproximadamente ao mesmo tempo que Joseph John Thomson (no entanto foi este que recebeu o Nobel de Física de 1906, pela descoberta do eletrão). Em uma palestra em abril de 1896 perante a Königsberger Physikalisch-Ökonomische Gesellschaft referiu-se à existência de uma partícula, cuja massa deveria ser muito menor que a massa do átomo de hidrogénio. Em 7 de janeiro de 1897 relatou perante a mesma sociedade ter provado experimentalmente ser a massa de tal partícula 2 mil a 4 mil vezes menor que a do átomo de hidrogénio. Em setembro de 1897 apontou um valor mais exato: a massa da partícula é aproximadamente 1/(1500 ± 500) da massa do átomo de hidrogénio (seu valor atual é 1/1838). A palestra de Thomson perante a Royal Society ocorreu em 30 de abril de 1897.
Após habilitar-se foi assistente de Paul Volkmann na Universidade de Königsberg, onde permaneceu até 1897, quando iniciou a trabalhar na Universidade de Göttingen. Foi inicialmente assistente de Woldemar Voigt, e em 1898 foi denominado professor de geofísica e diretor do Laboratório de Geofísica da Universidade de Göttingen. Em 1902 construiu um sismógrafo, atualmente o mais antigo ainda em operação.
Por sugestão de Wiechert foi fundada em 1922 a atual Sociedade Geofísica Alemã, da qual foi o primeiro presidente. A sociedade concede a Medalha Emil Wiechert.
Emil Wiechert é considerado o mais significativo sismólogo alemão. No lado oculto da lua uma cratera foi batizada com seu nome. O seu nome está também associado ao limite entre o manto e o núcleo, a Descontinuidade de Wiechert-Gutenberg.

segunda-feira, janeiro 23, 2012

O meteorologista, sismólogo e geofísico Mohorovicic nasceu há 155 anos

Andrija Mohorovičić (Volosko, 23 de janeiro de 1857 - Zagreb, 18 de dezembro de 1936) foi um meteorologista, sismólogo e geofísico croata que ganhou fama ao postular a existência de uma descontinuidade nas propriedades mecânicas dos materiais geológicos marcando a transição entre a crusta e o manto da Terra. Esta descontinuidade denomina-se hoje descontinuidade de Mohorovičić, ou simplesmente descontinuidade Moho, em homenagem ao seu descobridor.

Biografia
Mohorovičić nasceu numa localidade na cercania da cidade de Opatija, na península da Ístria, hoje território croata, filho de um operário siderúrgico (fazia âncoras para navios) também chamado Andrija Mohorovičić. Depois de fazer os seus estudos elementares na sua aldeia natal, completou o ensino secundário na cidade de Rijeka. Demonstrando grande brilhantismo nos seus estudos, aos quinze anos já falava, para além de croata, italiano, inglês e francês. Mais tarde aprenderia alemão, latim e o grego clássico.
Enveredou pelo estudo da Matemática e da Física, ingressando em 1875 na Faculdade de Filosofia da Universidade de Praga , tendo entre os seus professores o físico Ernst Mach.

Carreira na docência
Terminados os seus estudos em Praga, Mohorovičić iniciou a sua carreira profissional como professor liceal em Zagreb (1879 -1880) e depois na escola secundária da cidade de Osijek (1880-1882). Em 1882 transferiu-se para a Real Escola Naval de Bakar, próximo de Rijeka, onde permaneceu por 9 anos. O estudo e investigação que fez ou iniciou nesta época foi crucial para o desenvolvimento futuro da carreira científica de Mohorovičić.
A partir de 1893, quando foi aceito como sócio correspondente da Academia, até 1917-1918, ensinou disciplinas na área da geofísica e da astronomia na Faculdade de Filosofia da Universidade de Zagreb.
Em 1898 foi eleito membro da Academia Croata das Ciências e Artes de Zagreb (então Academia Jugoslava das Ciências e Artes), cidade onde também trabalhava como docente privado (explicador). Em 1910 foi nomeado professor associada da Universidade de Zagreb.

Meteorologia, astronomia e doutoramento
Foi quando ensinou na Real Escola Naval de Bakar que Mohorovičić teve o primeiro contacto com a meteorologia, deixando apaixonar pela disciplina ao ponto de fundar, em 1887, naquela cidade a primeira estação meteorológica local.
A partir dessa estação fez observações sistemáticas, medições e análises, desenvolvendo alguns dos instrumento de que necessitava. Entre os instrumentos que construiu está um equipamento destinado medir a velocidade horizontal e vertical das nuvens.
A seu pedido, foi transferido, em 1891, para a escola secundária de Zagreb,cidade onde em 1892 foi encarregue de dirigir o Observatório Meteorológico de Grič, estabelecendo um serviço de observações por toda a Croácia, ao mesmo tempo que ensinava geofísica e astronomia na Universidade local.
Em Março de 1892 Mohorovičić iniciou observações astronómicas regulares no Observatório de Grič, observando a passagem meridiana de estrelas com o objectivo de fazer a determinação rigorosa da hora local.
Nos princípios de Abril de 1893 estabeleceu uma cadeia de estações de observação destinadas a seguir as trovoadas e interessou-se pelo estudo da formação de granizo. O seu interesse pelas trovoadas levou mais tarde, em 1899, à fundação de estações na região de Jaska (Jastrebarsko) destinadas à defesa contra a destruição das culturas pelo granizo.
A sua tese doutoral foi sobre a observação de nuvens, tendo para isso utilizado as suas observações feitas em Bakar. O título da dissertação foi Sobre a observação das nuvens – variação diária e anual dos períodos nublados em Bakar, sendo presente à Universidade de Zagreb, que lhe concedeu o título de doutor em 1893.
Observou alguns eventos meteorológicos pouco usuais, como o tornado que em 31 de março de 1892, em Novska, atirou para 30 metros de distância uma carruagem de caminho de ferro com treze toneladas de peso e cinquenta passageiros a bordo. Também observou o "vijor" (redemoinho) de Čazma em 1898 e estudou o clima da cidade de Zagreb.
Em 1899, Mohorovičić iniciou um projecto pioneiro destinado a aproveitar a energia eólica contida nos ventos da bura (bora) que sopram do norte com grande intensidade na região do Carso.
A sua reconhecida competência em meteorologia levou a que fosse nomeado em 1901 encarregado da organização das observações na Croácia e Eslovénia, e chefe dos respectivos serviços meteorológicos. Preocupou-se com a formação dos observadores, tenso elevado os padrões de qualidade dos serviços para o nível dos melhores da Europa. Em 1907 publicou um manual de instruções para normalizar a acção dos observadores.
Nas suas funções no serviço de meteorologia, que também tinha a sue cargo as observações de geofísica, foi gradualmente canalizando o seu interesse para a geofísica, com destaque para a sismologia, geomagnetismo e estudos de gravimetria, concentrando-se progressivamente na sismologia, área a que dedicaria o resto da sua vida.
No seu último artigo sobre meteorologia, publicado em 1901, ele discutiu a o decréscimo da temperatura atmosférica com a altitude. A partir dessa data, as suas publicações passaram a ser feitas sobre temas de geofísica.



Sismologia
A 8 de outubro de 1909 registou-se um sismo com epicentro na região de Pokuplje, a 39 quilómetros a sueste de Zagreb. Tendo os sismo sido registado por uma rede de sismógrafos recentemente instalada, coube a Mohorovičić proceder à análise dos dados obtidos. A partir desses dados, comparando os tempos de chegada das ondas sísmicas aos diferentes aparelhos, Mohorovičić chegou à conclusão que aquelas ondas se comportam como qualquer outro fenómeno ondulatório, sendo refractadas e reflectidas nas interfaces entre materiais com características de condução (isto é velocidade de propagação) diferentes. Também reconheceu, pela primeira vez, a existência nos sismos de ondas diferentes (longitudinais e transversais), propagando-se pelo solo a velocidades diferentes.
Ao analisar os registos de estações progressivamente mais distantes do epicentro, Mohorovičić reconheceu que a Terra era composta por camadas diferenciadas colocadas em torno de um núcleo central. Pela sua evidência, mesmo em sismos próximos, foi capaz de detectar a existência de uma descontinuidade na velocidade de propagação das ondas sísmicas na interface entre a crusta e o manto, determinando a sua profundidade (que ele estimou então ser a 54 quilómetros).
Hoje sabe-se que aquela descontinuidade, que recebeu o nome de descontinuidade de Mohorovičić em honra do seu descobridor, se encontra a uma profundidade que varia dos cinco a nove quilómetros sob a crusta oceânica e de 25 a 60 quilómetros sob os continentes (embora possa ser mais sob altas montanhas ou próximo a uma zona de subducção), tendo observações posteriores confirmado a existência daquela descontinuidade sob toda a superfície terrestre.

Ideias pioneiras e homenagens
Muitos dos conceitos e teorias postulados por Mohorovičić eram visionários e muito avançados para o seu tempo, alguns deles só ganhando aceitação décadas mais tarde. Dedicou-se a um conjunto ecléctico de temas que incluíam o efeito dos sismos sobre os edifícios, a teoria da geração de sismos de foco profundo, a localização automática de epicentros, os modelos da composição e estrutura da Terra, sismógrafos electrónicos, aproveitamento da energia eólica e defesa contra o granizo.
Aposentou-se em 1921 e faleceu, em Zagreb, a 18 de dezembro de 1936, com a reputação de ser um dos mais proeminentes cientistas que se dedicaram à geofísica no século XX.
Em sua honra, no ano de 1970 foi dado o nome de cratera Mohorovičić a uma cratera de 77 km de diâmetro situada na face oculta da Lua. Também em 1996, o asteróide 8422 Mohorovičić, com um período orbital de 5 anos e 38 dias, foi baptizado em sua honra.

sexta-feira, março 25, 2011

Simpósio da Associação Portuguesa de Meteorologia e Geofísica


VII Simpósio da Associação Portuguesa de Meteorologia e Geofísica (APMG)

Setúbal - 28 e 30 de Março de 2011


Irão realizar-se em Setúbal, entre 28 e 30 de Março de 2011, o 7.º Simpósio de Meteorologia e Geofísica da Associação Portuguesa de Meteorologia e Geofísica (APMG), o 12.º Encontro Luso-Espanhol de Meteorologia – APMG 2011 e o XIV Congresso Latino-Americano e Ibérico de Meteorologia.

Esta reunião, de carácter científico, focará a temática “Previsão e Modelação em Ciências Geofísicas”, de grande actualidade e abrangência nos domínios científico, técnico e educacional, designadamente nas áreas das alterações climáticas e da sismologia, e contará com uma participação bastante alargada, incluindo os serviços meteorológicos e universidades, assim como outras instituições dos países da América Latina, Espanha e Portugal que desenvolvem actividade nas áreas da meteorologia e climatologia, geofísica, oceanografia e hidrologia.

O encontro conta com o apoio do Instituto de Meteorologia, I.P., da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Câmara Municipal de Setúbal.

A APMG detém actualmente a presidência da Federação Latino-Americana e Ibérica das Sociedades de Meteorologia (FLISMET).

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Continua a procura de hidrcarbonetos na zona de Aljubarrota e Alcobaça

Empresa quer fazer ‘ecografia’ ao subsolo
Petróleo ou gás sob o Mosteiro de Alcobaça

Nesta fase, os trabalhos de prospecção estão a decorrer nas zonas de Aljubarrota e Alpedriz

A empresa norte-americana Mohave Oil & Gas Corporation, que está a fazer prospecção de petróleo e gás natural na região de Alcobaça, já tem autorização da autarquia local para fazer testes sísmicos a 500 metros do Mosteiro, classificado pela UNESCO como Património da Humanidade. O avanço dos trabalhos está no entanto dependente de autorização do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR).

A Câmara de Alcobaça autorizou os trabalhos na cidade, com a salvaguarda de "haver uma área de protecção ao Mosteiro e ao centro histórico, autorizada pelo IGESPAR", revelou ontem o presidente, Paulo Inácio, adiantando que a operação se justifica "para bem da Nação". Os trabalhos deverão prolongar-se por uma semana e constam de "uma ‘ecografia' ao subsolo, para traçar a cartografia da sua superfície e identificar a existência de petróleo ou gás natural", explicou ao Correio da Manhã Rui Vieira, geólogo da Mohave Oil & Gas.

Actualmente, os trabalhos decorrem nas zonas de Aljubarrota e Alpedriz, que estão a ser alvo de "varrimentos" para detectar indícios de existência de petróleo ou gás natural, de forma a depois serem feitas sondagens que permitam avaliar a qualidade da jazida e a rentabilidade da sua exploração.

O projecto global da petrolífera já está cumprido a trinta por cento, e envolve a colocação, ao longo de 160 quilómetros quadrados, de 8500 estações de emissão e dez mil de recepção da informação do sinal sísmico gerado por máquinas que fazem vibrar o solo. "É uma grande agitação de máquinas", conta Américo Ribeiro, morador em Alpedriz. "Não sei se seria bom encontrarem alguma coisa. É uma localidade muito tranquila, a população não ia gostar de muito barulho com as movimentações, mas também podia ser bom para a economia."

As equipas que fazem os testes sísmicos são acompanhadas por militares da GNR, que garantem a realização dos trabalhos em segurança e sem condicionar o trânsito.

PROPRIETÁRIOS DOS TERRENOS TÊM COLABORADO

"Começámos por pedir permissão a todos os proprietários de terrenos onde temos de colocar as caixas para onde é transmitida a informação destas vibrações. Os ‘vibradores' têm placas que encostam ao chão quatro vezes, 12 segundos cada, a terra treme e a informação é recolhida. Tudo é registado, medido e monitorizado, para o caso de haver reclamações", disse ontem uma fonte ligada às operações, adiantando que tem havido boa colaboração dos proprietários, que se mostram "interessados" no projecto. 

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segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Notícia no Público sobre o núcleo terrestre

Estudo publicado na revista “Nature Geoscience”
Núcleo da Terra gira mais devagar do que se pensava

Uma equipa de geofísicos descobriu que o núcleo da Terra gira muito mais devagar do que se pensava, afectando o nosso campo magnético, segundo um artigo publicado na revista “Nature Geoscience”.

Investigações anteriores mostraram que o núcleo da Terra girava mais depressa do que o resto do planeta. Agora, cientistas do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriram que as estimativas anteriores de 1 grau "de avanço" por ano (em relação ao resto do planeta) são imprecisas. Na verdade, dizem, o núcleo gira muito mais devagar - o avanço acumulado será de aproximadamente 1 grau a cada milhão de anos.

O núcleo interno cresce muito devagar ao longo do tempo, através da solidificação do fluído das camadas externas que se acumula à sua superfície. Durante este processo, uma diferença na velocidade nos hemisférios Este-Oeste do núcleo fica registada na sua estrutura . “Uma rotação mais rápida seria incompatível com a estrutura dos hemisférios que observámos no núcleo interno”, explicou Lauren Waszek, autor do estudo, em comunicado. “O nosso estudo é o primeiro em que os hemisférios e a rotação são compatíveis”, acrescentou.

Para obter estes resultados, os cientistas utilizaram ondas sísmicas que atravessaram o núcleo interno do planeta, 5200 quilómetros abaixo da superfície da Terra, e compararam-nas com o tempo de viagem das ondas reflectidas na superfície do núcleo.

Apesar de o núcleo interno do planeta estar a 5200 quilómetros abaixo dos nossos pés, o efeito da sua presença é especialmente importante à superfície. À medida que o núcleo interno cresce, o calor que liberta durante a solidificação conduz a convecção do fluído nas camadas externas do núcleo. Estes fluxos de calor dão origem aos campos magnéticos que protegem a superfície terrestre da radiação solar e sem os quais não haveria vida na Terra.

Lauren Waszek acredita que os resultados da sua investigação trazem uma perspectiva adicional para compreender a evolução do nosso campo magnético.