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domingo, janeiro 23, 2022

Rafael Bordalo Pinheiro morreu há 117 anos

    
Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro (Lisboa, 21 de março de 1846 - Lisboa, 23 de janeiro de 1905) foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor. O seu nome está intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio que a levou a uma qualidade nunca antes atingida. É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. Entre seus irmãos estava o pintor Columbano Bordalo Pinheiro.
O Museu Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa reúne parte significativa da sua obra.
Nascido Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro, filho de Manuel Maria Bordalo Pinheiro (1815-1880) e D. Maria Augusta do Ó Carvalho Prostes, em família de artistas, cedo ganhou o gosto pelas artes. Em 1860 inscreveu-se no Conservatório e posteriormente matriculou-se sucessivamente na Academia de Belas Artes (desenho de arquitectura civil, desenho antigo e modelo vivo), no Curso Superior de Letras e na Escola de Arte Dramática, para logo de seguida desistir. Estreou-se no Teatro Garrett embora nunca tenha vindo a fazer carreira como actor.
Em 1863, o pai arranjou-lhe um lugar na Câmara dos Pares, onde acabou por descobrir a sua verdadeira vocação, motivado pelas intrigas políticas dos bastidores.
Desposou Elvira Ferreira de Almeida em 1866 e no ano seguinte nasceu o seu filho Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro.
Começou por tentar ganhar a vida como artista plástico com composições realistas, apresentando pela primeira vez trabalhos seus em 1868, na exposição promovida pela Sociedade Promotora de Belas-Artes, onde apresentou oito aguarelas inspiradas nos costumes e tipos populares, com preferência pelos campinos de trajes vistosos. Em 1871 recebeu um prémio na Exposição Internacional de Madrid. Paralelamente foi desenvolvendo a sua faceta de caricaturista, ilustrador e decorador.
Em 1875 criou a figura do Zé Povinho, publicada n'A Lanterna Mágica. Nesse mesmo ano, partiu para o Brasil onde colaborou em alguns jornais e enviava a sua colaboração para Lisboa, voltando a Portugal em 1879, tendo lançado O António Maria (1879-1899).
Experimentou trabalhar o barro em 1885 e começou a produção de louça artística na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha.
Faleceu a 23 de janeiro de 1905, em Lisboa, no nº 28 da rua da Abegoaria (actual Largo Raphael Bordallo-Pinheiro), no Chiado, freguesia do Sacramento, em Lisboa. Teve funeral católico, no qual participaram várias dezenas de pessoas, incluindo políticos de destaque. Destacou-se a oração fúnebre do jovem médico António José de Almeida. Segundo José-Augusto França foi esta até então a maior consagração pública prestada a um artista plástico em Portugal.
     

Imagem em barro do Zé Povinho
        

sexta-feira, setembro 03, 2021

O poeta Nicolau Tolentino de Almeida nasceu há 281 anos

Frontispício de uma peça de teatro "de cordel" de Tolentino
    
Nicolau Tolentino de Almeida (Lisboa, 10 de setembro de 1740 - Lisboa, 23 de junho de 1811) foi um poeta português que pertenceu ao movimento da Nova Arcádia (1790-1794).
Aos vinte anos ingressou em Leis na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, mas ao invés dos estudos tinha vida boémia e de poeta. No ano de 1765 tornou-se professor de retórica, numa das cátedras criadas pelo Marquês de Pombal, após a expulsão dos jesuítas.
Os seus versos continham muitas vezes pedidos, pleiteando um cargo na secretaria de estado, até que este foi satisfeito, com a nomeação como oficial de secretaria.
Foi um professor durante quinze anos, mas esta vida desagradava-lhe, pois era inadaptado e descontente até conseguir o posto na Secretaria dos Negócios do Reino. Obteve tudo quanto pretendeu, o que não o fez deixar de deplorar uma suposta miséria.
Bom metrificador, compôs sátiras descritivas e caricaturais, sonetos e odes, que reuniu em 1801 num volume chamado Obras Poéticas. Ficou pela superfície, mas apreendeu bem os erros e ridículos da época. O seu cómico consistia no agravamento das proporções, hipertrofiando o exagero que encontrava.
     

  

 
Vai, mísero cavalo lazarento

    

Vai, mísero cavalo lazarento,
Pastar longas campinas livremente;
Não percas tempo, enquanto to consente
De magros cães faminto ajuntamento.

Esta sela, teu único ornamento,
Para sinal da minha dor veemente,
De torto prego ficará pendente,
Despojo inútil do inconstante vento.

Morre em paz, que, em havendo algum dinheiro,
Hei-de mandar, em honra de teu nome,
Abrir em negra pedra este letreiro:

«Aqui piedoso entulho os ossos come
Do mais fiel, mais rápido sendeiro,
Que fora eterno, a não morrer de fome».

domingo, março 21, 2021

Rafael Bordalo Pinheiro nasceu há 175 anos!

 
Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro
(Lisboa, 21 de março de 1846 - Lisboa, 23 de janeiro de 1905) foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor. O seu nome está intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio que a levou a uma visibilidade nunca antes atingida. É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. Entre seus irmãos estava o pintor Columbano Bordalo Pinheiro.
O Museu Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa, reúne a sua obra.
  
Biografia
Nascido Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro, filho de Manuel Maria Bordalo Pinheiro (1815-1880) e D. Maria Augusta do Ó Carvalho Prostes, em família de artistas, cedo ganhou o gosto pelas artes. Em 1860 inscreveu-se no Conservatório e posteriormente matriculou-se sucessivamente na Academia de Belas Artes (desenho de arquitectura civil, desenho antigo e modelo vivo), no Curso Superior de Letras e na Escola de Arte Dramática, para logo de seguida desistir. Estreou-se no Teatro Garrett embora nunca tenha vindo a fazer carreira como actor.
Em 1863, o pai arranjou-lhe um lugar na Câmara dos Pares, onde acabou por descobrir a sua verdadeira vocação, derivado das intrigas políticas dos bastidores.
Desposou Elvira Ferreira de Almeida em 1866 e no ano seguinte nasceu o seu filho Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro.
Começou por tentar ganhar a vida como artista plástico com composições realistas apresentando pela primeira vez trabalhos seus em 1868 na exposição promovida pela Sociedade Promotora de Belas-Artes, onde apresentou oito aguarelas inspiradas nos costumes e tipos populares, com preferência pelos campinos de trajes vistosos. Em 1871 recebeu um prémio na Exposição Internacional de Madrid. Paralelamente foi desenvolvendo a sua faceta de ilustrador e decorador.
Em 1875 criou a figura do Zé Povinho, publicada n'A Lanterna Mágica. Nesse mesmo ano, partiu para o Brasil onde colaborou em alguns jornais e enviava a sua colaboração para Lisboa, voltando a Portugal em 1879, tendo lançado O António Maria.
Experimentou trabalhar o barro em 1885 e começou a produção de louça artística na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha.
Faleceu a 23 de janeiro de 1905 em Lisboa, no nº 28 da rua da Abegoaria (actual Largo Raphael Bordallo-Pinheiro), no Chiado, freguesia do Sacramento, em Lisboa.
  
O desenhador
Raphael Bordallo-Pinheiro deixou um legado iconográfico verdadeiramente notável,tendo produzido dezenas de litografias. Compôs inúmeros desenhos para almanaques, anúncios e revistas estrangeiras como El Mundo Comico (1873-74), Ilustrated London News, Ilustracion Española y Americana (1873), L'Univers Illustré e El Bazar. Fez desenhos em álbuns de senhoras, foi o autor de capas e de centenas de ilustrações em livros, e em folhas soltas deixou portraits-charge de diversas personalidades. Começou a fazer caricatura por brincadeira como aconteceu nas paredes dos claustros do edifício onde dava aulas o Professor Jaime Moniz, onde apareceram, desenhados a ponta de charuto, as caricaturas dos mestres. Mas é a partir do êxito alcançado pel'O Dente da Baronesa (1870), folha de propaganda a uma comédia em 3 actos de Teixeira de Vasconcelos, que Bordalo entra definitivamente para a cena do humorismo gráfico.
Dotado de um grande sentido de humor mas também de uma crítica social bastante apurada e sempre em cima do acontecimento, caricaturou todas as personalidades de relevo da política, da Igreja e da cultura da sociedade portuguesa. Apesar da crítica demolidora de muitos dos seus desenhos, as suas características pessoais e artísticas cedo conquistaram a admiração e o respeito público que tiveram expressão notória num grande jantar em sua homenagem realizado na sala do Teatro Nacional D. Maria II, em 6 de Junho de 1903 que, de forma inédita, congregou à mesma mesa praticamente todas as figuras que o artista tinha caricaturado.
Na sua figura mais popular, o Zé Povinho, conseguiu projectar a imagem do povo português de uma forma simples mas simultaneamente fabulosa, atribuindo um rosto ao país. O Zé Povinho continua ainda hoje a ser retratado e utilizado por diversos caricaturistas para revelar de uma forma humorística os podres da sociedade.
  

   
O ceramista
Tendo aceitado o convite para chefiar o setor artístico da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha (1884), aí criou o segundo momento de renovação da cerâmica Caldense. Raphael Bordallo-Pinheiro dedicou-se à produção de peças de cerâmica que, nas suas mãos, rapidamente, adquiriram um cunho original. Jarras, vasos, bilhas, jarrões, pratos e outras peças demonstram um labor tão frenético e criativo quanto barroco e decorativista, características, aliás, também presentes nos seus trabalhos gráficos. Mas Bordalo não se restringiu apenas à fabricação de loiça ornamental. Além de ter desenhado uma baixela de prata da qual se destaca um originalíssimo faqueiro que executou para o 3º visconde de S. João da Pesqueira, satisfez dezenas de pequenas e grandes encomendas para a decoração de palacetes: azulejos, painéis, frisos, placas decorativas, floreiras, fontes-lavatório, centros de mesa, bustos, molduras, caixas, e também broches, alfinetes, perfumadores, etc.
No entanto, a cerâmica também não poderia excluir as figuras do seu repertório. A par das esculturas que modelou para as capelas do Buçaco representando cinquenta e duas figuras da Via Sacra, Bordalo apostou sobretudo nas que lhe eram mais gratas: O Zé Povinho (que será representado em inúmeras atitudes), a Maria Paciência, a mamuda ama das Caldas, o polícia, o padre tomando rapé e o sacristão de incensório nas mãos, a par de muitos outros.
Embora financeiramente, a fábrica se ter revelado um fracasso, a genialidade deste trabalho notável teve expressão nos prémios conquistados: uma medalha de ouro na Exposição Colombiana de Madrid em 1892, em Antuérpia (1894), novamente em Madrid (1895), em Paris (1900), e nos Estados Unidos, em St. Louis (1904).
 
Busto em homenagem a Bordalo Pinheiro (Parque D. Carlos I, Caldas da Rainha)
 
O jornalista
Raphael Bordallo-Pinheiro destacou-se sobretudo como um homem de imprensa. Durante cerca de 35 anos (de 1870 a 1905) foi a alma de todos os periódicos que dirigiu quer em Portugal, quer nos três anos que trabalhou em terras brasileiras.
Semanalmente, durante as décadas referidas, os seus periódicos debruçaram-se sobre a sociedade portuguesa nos mais diversos quadrantes, de uma forma sistemática e pertinente.
Em 1870 lançou três publicações: "O Calcanhar de Aquiles", "A Berlinda" e "O Binóculo", este último, um semanário de caricaturas sobre espectáculos e literatura, talvez o primeiro jornal, em Portugal, a ser vendido dentro dos teatros. Seguiu-se o "M J ou a História Tétrica de uma Empresa Lírica", em 1873. Todavia, foi "A Lanterna Mágica", em 1875, que inaugurou a época da actividade regular deste jornalista "sui generis" que, com todo o desembaraço, ao longo da sua actividade, fez surgir e também desaparecer inúmeras publicações. Seduzido pelo Brasil, também aí (de 1875 a 1879) animou "O Mosquito", o "Psit!!!" e "O Besouro", tendo tido tanto impacto que, numa obra recente, intitulada "Caricaturistas Brasileiros", Pedro Corrêa do Lago lhe dedica diversas páginas, enfatizando o seu papel...
"O António Maria", nas suas duas séries (1879-1885 e 1891-1898), abarcando quinze anos de actividade jornalística, constitui a sua publicação de referência. Ainda fruto do seu intenso labor, "Pontos nos ii" são editados entre 1885-1891 e "A Paródia", o seu último jornal, surge em 1900.
A seu lado, nos periódicos, estiveram Guilherme de Azevedo, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, João Chagas, Marcelino Mesquita e muitos outros, com contributos de acentuada qualidade literária. Daí que estas publicações constituam um espaço harmonioso em que o material textual e o material icónico se cruzam de uma forma polifónica.
Vivendo numa época caracterizada pela crise económica e política, Raphael enquanto homem de imprensa soube manter uma indiscutível independência face aos poderes instituídos, nunca calando a voz, pautando-se sempre pela isenção de pensamento e praticando o livre exercício de opinião. Esta atitude granjeou um apoio público tal que, não obstante as tentativas, a censura nunca logrou silenciá-lo. E, todas as quintas-feiras, dia habitual da saída do jornal, o leitor e observador podia contar com os piparotes costumeiros, com uma crítica a que se juntava o divertimento. Mas como era natural, essa independência e o enfrentar dos poderes instituídos originaram-lhe alguns problemas como por exemplo o retirar do financiamento d'O António Maria como represália pela crítica ao partido do seu financiador. Também no Brasil arranjou problemas, onde chegou mesmo a receber um cheque em branco para se calar com a história de um ministro conservador metido com contrabandistas. Quando percebe que a sua vida começa a correr perigo, volta a Portugal, não sem antes deixar uma mensagem:
".... não estamos filiados em nenhum partido; se o estivéssemos, não seríamos decerto conservadores nem liberais. A nossa bandeira é a VERDADE. Não recebemos inspirações de quem quer que seja e se alguém se serve do nosso nome para oferecer serviços, que só prestamos à nossa consciência e ao nosso dever, - esse alguém é um infame impostor que mente."
in O Besouro, 1878

O homem do teatro
Com 14 anos apenas, integrado num grupo de amadores, pisou como actor o palco do teatro Garrett, inscrevendo-se depois na Escola de Arte Dramática que, devido à pressão da parte do pai, acabou por abandonar. Estes inícios - que revelaram que o talento de Raphael Bordallo-Pinheiro não se direccionava propriamente para a carreira de actor - selaram, porém, uma relação com a arte teatral que não mais abandonou.
Tendo esporadicamente desenhado figurinos e trabalhado em cenários, Raphael Bordallo-Pinheiro foi sobretudo um amante do teatro. Era espectador habitual das peças levadas à cena na capital, frequentava assiduamente os camarins dos artistas, participava nas tertúlias constituídas por críticos, dramaturgos e actores. E transpunha, semana a semana, o que via e sentia, graficamente, nos jornais que dirigia. O material iconográfico legado por Raphael Bordallo-Pinheiro adquire, neste contexto, uma importância extrema porque permite perceber muito do que foi o teatro, em Portugal, nessas décadas.
Em centenas de caricaturas, Raphael Bordallo-Pinheiro faz aparecer o espectáculo, do ponto de vista da produção: desenha cenários, revela figurinos, exibe as personagens em acção, comenta prestações e critica 'gaffes'. A par disso, pelo seu lápis passam também as mais variadas reacções do público: as palmas aos sucessos, muitos deles obra de artistas estrangeiros, já que Lisboa fazia parte do circuito internacional das companhias; as pateadas estrondosas quando o público se sentia defraudado; os ecos dos bastidores; as anedotas que circulavam; as bisbilhotices dos camarotes enfim, todo um conjunto de aspectos que têm a ver com a recepção do espectáculo e que ajudam a compreender o que era o teatro e qual o seu papel na Lisboa oitocentista.
     
Primeira caricatura do "Zé Povinho" in "A Lanterna Mágica" (1875)

sexta-feira, fevereiro 26, 2021

Honoré Daumier nasceu há 213 anos

    
Honoré-Victorien Daumier (Marselha, 26 de fevereiro de 1808 - Valmondois, 10 de fevereiro de 1879), foi um caricaturista, chargista, pintor e ilustrador francês. Ele foi conhecido no seu tempo como o "Miguel Ângelo da Caricatura". Atualmente também é considerado um dos mestres da litografia e um dos pioneiros do naturalismo.
  
Une discussion littéraire à la deuxième Galerie - litografia publicada em Le Charivari, 1864
     
Les Joueurs d'échecs (Os jogadores de Xadrez), 1863
  

sábado, janeiro 30, 2021

Castelao nasceu há 135 anos

 
Alfonso Daniel Manuel Rodríguez Castelao (Rianxo, 30 de janeiro de 1886 - Buenos Aires, 7 de janeiro de 1950) foi um escritor, político e artista galego, um dos fundadores do nacionalismo galego.
Estudou Medicina, mas confessava: "Fiz-me médico por amor a meu pai; não exerço a profissão por amor à humanidade".
 
Biografia
Filho de Manuel Rodríguez Dios, marinheiro, e de Joaquina Castelao Genme. Castelao emigrou para a Argentina com três meses de idade e, em 1895, foi com sua mãe juntar-se ao pai em Bernasconi, na Pampa, onde residiu até 1900. Segundo ele contava, descobriu o valor da caricatura lendo Caras y Caretas. Durante os anos em que estudou Medicina naUniversidade de Santiago de Compostela também desenvolveu o seu interesse pelo desenho e pela pintura, em especial pela caricatura. Em 1908 expôs os seus desenhos em Madrid e começou a colaborar com a revista Vida Galega.
Entre 1909 e 1910 fez um curso de doutoramento em Madrid, participou da III Exposição Nacional de Humoristas e colaborou como ilustrador com El Cuento Semanal. Em 1910 especializou-se em Santiago em obstetrícia e, ao acabar, instalou-se em Rianxo. Durante este período colaborou na fundação do semanário El Barbero Municipal (1910-1914), no qual escreveu atacando o caciquismo galego, e inseriu-se na vida política local dentro do Partido Conservador, numa linha maurista. Deu a sua primeira conferência em Março de 1911, em Vigo, falando sobre a caricatura e, ao longo dos anos seguintes, realizou exposições das suas caricaturas em diversas cidades galegas. Em 1912 aderiu ao movimento Acción Galega e casou com Virginia Pereira. Durante esta época colaborou com El Liberal, El Gran Bufón,La Ilustración Gallega y Asturiana, Mi Tierra , Suevia, La Voz de Galiza de Buenos Aires, que ajudaram a popularizar as suas caricaturas.
Um desprendimento de retina deixou-o cego em 1914, mas uma operação devolveu-lhe a vista. Em 1915 participou na Exposição de Belas Artes de Madrid, em que obteve grandes elogios da crítica. Em 1916 conseguiu por concurso um lugar na delegação de Pontevedra do Instituto Geográfico Estatístico e foi um dos fundadores do núcleo local dasIrmandades da Fala. Com Vicente Risco, Otero Pedraio e outros fundou a revista Nós, em torno da qual germinou a vida política e cultural da Galiza entre 1920 e 1936. Em 1926 foi nomeado académico de número da Real Academia Galega. Em 1931 foi eleito deputado pela Organização Republicana Galega Autónoma (ORGA) para as Cortes Constituintes da Segunda República Espanhola e participou na constituição do Partido Galeguista.
Foi desterrado para Badajoz em 1934. Durante a sua estadia na Estremadura escreveu para A Nosa Terra uma série de artigos sob o título de Verbas de chumbo que posteriormente integraria em Sempre em Galiza. Em 1936 foi novamente eleito deputado na lista da Frente Popular. Protagonizou a campanha pelo sim ao Estatuto de Autonomia da Galiza, que foi aprovado em plebiscito em 1936. O golpe de estado franquista colheu-o em Madrid. Exilou-se no México, Nova Iorque e, finalmente, Buenos Aires. Foi membro do governo republicano no exílio presidido por Giral (1946).
Polifacetado novelista, desenhador, caricaturista, pintor, teórico da arte e político, refletiu na sua obra o seu compromisso com o galeguismo e com o mundo. Durante o exílio durante o franquismo, em 1944, publicou Sempre em Galiza, obra capital do nacionalismo galego, e converteu-se no primeiro presidente do Conselho da Galiza, o governo do país no exílio. Os seus restos mortais foram repatriados e levados para o Panteón de Galegos Ilustres em 1984 no meio de manifestações nacionalistas que acusavam as autoridades de que "os que o exilaram fazem-lhe agora honras".
Os seus desenhos, complementados com agudos textos, mostram a Galiza rural, o caciquismo, os pobres, os cegos, os desamparados, o povo que sofre, de um ponto de vista realista, crítico, mas humorístico. No álbum Nós (1931) recolheu desenhos feitos entre 1916 e 1918 e nos últimos álbuns habitam os horrores da Guerra Civil Espanhola.
Iniciou-se na narrativa com a coleção de relatos curtos Um olho de vidro em 1922. Em Cousas, Retrincos e Os dous de sempre, estabelece um conjunto único na narrativa galega que culmina com a coleção de ensaios Sempre em Galiza, ligando literatura, política e teoria do galeguismo. A sua visão literária tenta desmitificar os tópicos costumistas com um humor sarcástico e, de quando em vez, "esperpéntico" (grotesco e absurdo).
Encontra-se colaboração artística da sua autoria na revista Atlântida (1915-1920).
Foi-lhe dedicado o segundo Dia das Letras Galegas, em 1964.  
  

sábado, janeiro 23, 2021

Rafael Bordalo Pinheiro morreu há 116 anos

  
Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro (Lisboa, 21 de março de 1846 - Lisboa, 23 de janeiro de 1905) foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor. O seu nome está intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio que a levou a uma qualidade nunca antes atingida. É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. Entre seus irmãos estava o pintor Columbano Bordalo Pinheiro.
O Museu Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa reúne parte significativa da sua obra.
Nascido Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro, filho de Manuel Maria Bordalo Pinheiro (1815-1880) e D. Maria Augusta do Ó Carvalho Prostes, em família de artistas, cedo ganhou o gosto pelas artes. Em 1860 inscreveu-se no Conservatório e posteriormente matriculou-se sucessivamente na Academia de Belas Artes (desenho de arquitectura civil, desenho antigo e modelo vivo), no Curso Superior de Letras e na Escola de Arte Dramática, para logo de seguida desistir. Estreou-se no Teatro Garrett embora nunca tenha vindo a fazer carreira como actor.
Em 1863, o pai arranjou-lhe um lugar na Câmara dos Pares, onde acabou por descobrir a sua verdadeira vocação, motivado pelas intrigas políticas dos bastidores.
Desposou Elvira Ferreira de Almeida em 1866 e no ano seguinte nasceu o seu filho Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro.
Começou por tentar ganhar a vida como artista plástico com composições realistas, apresentando pela primeira vez trabalhos seus em 1868, na exposição promovida pela Sociedade Promotora de Belas-Artes, onde apresentou oito aguarelas inspiradas nos costumes e tipos populares, com preferência pelos campinos de trajes vistosos. Em 1871 recebeu um prémio na Exposição Internacional de Madrid. Paralelamente foi desenvolvendo a sua faceta de caricaturista, ilustrador e decorador.
Em 1875 criou a figura do Zé Povinho, publicada n'A Lanterna Mágica. Nesse mesmo ano, partiu para o Brasil onde colaborou em alguns jornais e enviava a sua colaboração para Lisboa, voltando a Portugal em 1879, tendo lançado O António Maria (1879-1899).
Experimentou trabalhar o barro em 1885 e começou a produção de louça artística na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha.
Faleceu a 23 de janeiro de 1905, em Lisboa, no nº 28 da rua da Abegoaria (actual Largo Raphael Bordallo-Pinheiro), no Chiado, freguesia do Sacramento, em Lisboa. Teve funeral católico, no qual participaram várias dezenas de pessoas, incluindo políticos de destaque. Destacou-se a oração fúnebre do jovem médico António José de Almeida. Segundo José-Augusto França foi esta até então a maior consagração pública prestada a um artista plástico em Portugal.
   

Imagem em barro do Zé Povinho
     

quinta-feira, setembro 10, 2020

Nicolau Tolentino de Almeida nasceu há 280 anos

Frontispício de uma peça de teatro "de cordel" de Tolentino
   
Nicolau Tolentino de Almeida (Lisboa, 10 de setembro de 1740 - 23 de junho de 1811) foi um poeta português. Pertenceu ao movimento da Nova Arcádia (1790-1794).
Aos vinte anos ingressou em Leis na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, mas ao invés de estudar, tinha vida boémia e de poeta. No ano de 1765 tornou-se professor de retórica, numa das cátedras criadas pelo Marquês de Pombal, após a expulsão dos jesuítas.
Seus versos continham sempre pedidos, pleiteando um cargo na secretaria de estado, até que este foi satisfeito, com a nomeação como oficial de secretaria.
Foi um professor durante quinze anos, mas esta vida desagradava-lhe, sendo inadaptado e descontente até conseguir o posto na Secretaria dos Negócios do Reino. Obteve tudo quanto pretendeu, o que não o fez deixar de deplorar uma suposta miséria.
Bom metrificador, compôs sátiras descritivas e caricaturais, sonetos e odes, que reuniu em 1801 num volume chamado Obras Poéticas. Ficou pela superfície, mas apreendeu bem os erros e ridículos da época. O seu lado cómico consistia no agravamento das proporções, hipertrofiando o exagero que encontrava.

Vai, mísero cavalo lazarento
Vai, mísero cavalo lazarento,
Pastar longas campinas livremente;
Não percas tempo, enquanto to consente
De magros cães faminto ajuntamento.

Esta sela, teu único ornamento,
Para sinal da minha dor veemente,
De torto prego ficará pendente,
Despojo inútil do inconstante vento.

Morre em paz, que, em havendo algum dinheiro,
Hei-de mandar, em honra de teu nome,
Abrir em negra pedra este letreiro:

«Aqui piedoso entulho os ossos come
Do mais fiel, mais rápido sendeiro,
Que fora eterno, a não morrer de fome».
 
   
 -+-+-
 
  
SONETO XXII
Aos toucados altos

Foi ao Manique um homem acusado
Por contrabandos ter; ele ciente
Chama a quadrilha, corre diligente,
Entra, busca, e não acha o Malsinado.

Acha a mulher, que tinha por toucado
A torre de Belém: ela que o sente,
Banhada em pranto, desmaiada a frente,
Prostra por terra o corpo delicado.

C'o boleu se esbandalha a mata espessa,
Saem dela esguiões, cassas lavradas,
E de belbute trinta e uma peça,

Fivelas, espadins, rendas bordadas:
Até tinha escondido na cabeça
O marido, e três arcas encouradas.

quarta-feira, fevereiro 26, 2020

O caricaturista Honoré Daumier nasceu há 212 anos

   
Honoré-Victorien Daumier (Marselha, 26 de fevereiro de 1808 - Valmondois, 10 de fevereiro de 1879), foi um caricaturista, chargista, pintor e ilustrador francês. Ele foi conhecido no seu tempo como o "Miguel Ângelo da Caricatura". Atualmente também é considerado um dos mestres da litografia e um dos pioneiros do naturalismo.
 
Une discussion littéraire à la deuxième Galerie - litografia publicada em Le Charivari, 1864
   
Les Joueurs d'échecs (Os jogadores de Xadrez), 1863
  

quinta-feira, janeiro 23, 2020

Rafael Bordalo Pinheiro morreu há 115 anos

 
Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro (Lisboa, 21 de março de 1846 - Lisboa, 23 de janeiro de 1905) foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor. O seu nome está intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio que a levou a uma qualidade nunca antes atingida. É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. Entre os seus irmãos estava o pintor Columbano Bordalo Pinheiro.
 
Primeira caricatura do "Zé Povinho" in "A Lanterna Mágica" (1875)
   

quarta-feira, janeiro 23, 2019

Rafael Bordalo Pinheiro morreu há 114 anos

Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro (Lisboa, 21 de março de 1846 - Lisboa, 23 de janeiro de 1905) foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor. O seu nome está intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio que a levou a uma qualidade nunca antes atingida. É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. Entre os seus irmãos estava o pintor Columbano Bordalo Pinheiro.
Primeira caricatura do "Zé Povinho" in "A Lanterna Mágica" (1875)

segunda-feira, fevereiro 26, 2018

Honoré Daumier nasceu há 210 anos

Honoré-Victorien Daumier (Marselha26 de fevereiro de 1808 - Valmondois10 de fevereiro de 1879), foi um caricaturista, chargista, pintor e ilustrador francês. Ele foi conhecido em seu tempo como o "Michelangelo da caricatura". Atualmente ele também é considerado um dos mestres da litografia e um dos pioneiros do naturalismo.

Les Joueurs d'échecs, 1863


quinta-feira, fevereiro 26, 2015

O caricaturista Honoré Daumier nasceu há 207 anos

Honoré-Victorien Daumier (Marselha, 26 de fevereiro de 1808 - Valmondois, 10 de fevereiro de 1879), foi um caricaturista, chargista, pintor e ilustrador francês. Ele foi conhecido em seu tempo como o "Miguel Ângelo da Caricatura". Atualmente ele também é considerado um dos mestres da litografia e um dos pioneiros do naturalismo.

Les Joueurs d'échecs (Os jogadores de Xadrez), 1863

sexta-feira, janeiro 30, 2015

Castelao nasceu há 129 anos

Alfonso Daniel Manuel Rodríguez Castelao (Rianxo30 de janeiro de 1886 - Buenos Aires7 de janeiro de 1950) foi um escritorpolítico e artista galego, um dos fundadores do nacionalismo galego.
Estudou Medicina, mas confessava: "Fiz-me médico por amor a meu pai; não exerço a profissão por amor à humanidade".

Biografia
Filho de Manuel Rodríguez Dios, marinheiro, e de Joaquina Castelao Genme. Castelao emigrou para a Argentina com três meses de idade e, em 1895, foi com sua mãe juntar-se ao pai em Bernasconi, na Pampa, onde residiu até 1900. Segundo ele contava, descobriu o valor da caricatura lendo Caras y Caretas. Durante os anos em que estudou Medicina naUniversidade de Santiago de Compostela também desenvolveu o seu interesse pelo desenho e pela pintura, em especial pela caricatura. Em 1908 expôs os seus desenhos em Madrid e começou a colaborar com a revista Vida Galega.
Entre 1909 e 1910 fez um curso de doutoramento em Madrid, participou da III Exposição Nacional de Humoristas e colaborou como ilustrador com El Cuento Semanal. Em 1910 especializou-se em Santiago em obstetrícia e, ao acabar, instalou-se em Rianxo. Durante este período colaborou na fundação do semanário El Barbero Municipal (1910-1914), no qual escreveu atacando o caciquismo galego, e inseriu-se na vida política local dentro do Partido Conservador, numa linha maurista. Deu a sua primeira conferência em Março de 1911, em Vigo, falando sobre a caricatura e, ao longo dos anos seguintes, realizou exposições das suas caricaturas em diversas cidades galegas. Em 1912 aderiu ao movimento Acción Galega e casou com Virginia Pereira. Durante esta época colaborou com El LiberalEl Gran Bufón,La Ilustración Gallega y AsturianaMi Tierra , SueviaLa Voz de Galiza de Buenos Aires, que ajudaram a popularizar as suas caricaturas.
Um desprendimento de retina deixou-o cego em 1914, mas uma operação devolveu-lhe a vista. Em 1915 participou na Exposição de Belas Artes de Madrid, em que obteve grandes elogios da crítica. Em 1916 conseguiu por concurso um lugar na delegação de Pontevedra do Instituto Geográfico Estatístico e foi um dos fundadores do núcleo local dasIrmandades da Fala. Com Vicente RiscoOtero Pedraio e outros fundou a revista Nós, em torno da qual germinou a vida política e cultural da Galiza entre 1920 e 1936. Em 1926 foi nomeado académico de número da Real Academia Galega. Em 1931 foi eleito deputado pela Organização Republicana Galega Autónoma (ORGA) para as Cortes Constituintes da Segunda República Espanhola e participou na constituição do Partido Galeguista.
Foi desterrado para Badajoz em 1934. Durante a sua estadia na Estremadura escreveu para A Nosa Terra uma série de artigos sob o título de Verbas de chumbo que posteriormente integraria em Sempre em Galiza. Em 1936 foi novamente eleito deputado na lista da Frente Popular. Protagonizou a campanha pelo sim ao Estatuto de Autonomia da Galiza, que foi aprovado em plebiscito em 1936. O golpe de estado franquista colheu-o em MadridExilou-se no MéxicoNova Iorque e, finalmente, Buenos Aires. Foi membro do governo republicano no exílio presidido por Giral (1946).
Polifacetado novelista, desenhador, caricaturista, pintor, teórico da arte e político, refletiu na sua obra o seu compromisso com o galeguismo e com o mundo. Durante o exílio durante o franquismo, em 1944, publicou Sempre em Galiza, obra capital do nacionalismo galego, e converteu-se no primeiro presidente do Conselho da Galiza, o governo do país no exílio. Os seus restos mortais foram repatriados e levados para o Panteón de Galegos Ilustres em 1984 no meio de manifestações nacionalistas que acusavam as autoridades de que "os que o exilaram fazem-lhe agora honras".
Os seus desenhos, complementados com agudos textos, mostram a Galiza rural, o caciquismo, os pobres, os cegos, os desamparados, o povo que sofre, de um ponto de vista realista, crítico, mas humorístico. No álbum Nós (1931) recolheu desenhos feitos entre 1916 e 1918 e nos últimos álbuns habitam os horrores da Guerra Civil Espanhola.
Iniciou-se na narrativa com a coleção de relatos curtos Um olho de vidro em 1922. Em CousasRetrincos e Os dous de sempre, estabelece um conjunto único na narrativa galega que culmina com a coleção de ensaios Sempre em Galiza, ligando literatura, política e teoria do galeguismo. A sua visão literária tenta desmitificar os tópicos costumistas com um humor sarcástico e, de quando em vez, "esperpéntico" (grotesco e absurdo).
Encontra-se colaboração artística da sua autoria na revista Atlântida (1915-1920).
Foi-lhe dedicado o segundo Dia das Letras Galegas, em 1964.
Castelao foi um colaborador habitual do jornal A Nosa Terra, voz das Irmandades da Fala - primeiro- e do Partido Galeguista - depois