Biografia
Maria Alice Heine nasceu no nº 900 da Rue Royale, no
Bairro Francês (French Quarter em inglês, Vieux Carré em francês) de
Nova Orleães,
Louisiana, nos
Estados Unidos. Era filha de pais
judeus, de origem
alemã. O pai, Michael Heine, era o líder de uma proeminente família de
banqueiros de
Berlim e
Paris, e sobrinho do poeta
Heinrich Heine. Tinha emigrado da
Alemanha para Paris em
1840, e partido para Nova Orleães em
1843, onde tinha casado e instalado como banqueiro e construtor civil de sucesso. A sua mãe, Amelie Miltenberger, era filha de um
arquiteto cuja família tinha construído três grandes mansões interligadas na
Rue Royale.
Depois de se converter ao
catolicismo, Alice casou-se, a
27 de fevereiro de
1875,
com Jean-Marie Odet Armand Chapelle, marquês de Jumilhac e 7º duque de
Richelieu. Este casamento gerou um filho, Armand Chapelle, que, com a
morte do seu pai (a
28 de junho de
1880), foi o 8º e último duque de Richelieu. Com apenas vinte e um anos, Alice passou a ser a duquesa viúva de Richelieu.
A
30 de outubro de
1889, Alice Heine casou-se com
Alberto I, Príncipe do Mónaco, que teve o seu primeiro casamento, com
Maria Vitória Hamilton, anulado alguns anos antes, em
1880.
O casamento foi, a princípio, aparentemente feliz, com Alice, devido à
sua experiência e aptidão natural para os negócios, assumindo um
importante papel na gestão do Principado. O seu papel foi determinante
para transformar o Mónaco num dos grandes centros culturais da época e
para aumentar substancialmente a afluência de turistas.
O príncipe batizou dois dos seus navios de investigação em honra da princesa (o
Princesse Alice e o
Princesse Alice II). Descoberto durante uma das expedições de Albert I aos
Açores, a bordo do
Princesse Alice II, o grande banco existente ao sul da
ilha do Pico foi batizado de
Banco Princesa Alice.
Albert I era um devotado
oceanógrafo,
passando grande parte do seu tempo no mar. Durante as ausências do
marido, Alice mostrou grande interesse pela cultura, em especial pela
ópera. Conheceu e acabou por se enamorar por
Isidore de Lara, um compositor e galã de origem britânica, então muito em voga na ópera monegasca. Em
1902 o romance foi descoberto pelo príncipe, que, à vista do público e em plena
Salle Garnier, esbofeteou a princesa quando, na noite de 18 de fevereiro, se dirigiam para o camarote real, para assistir à estreia de
Le Jongleur de Notre-Dame.
Albert I e a Pricesa Alice separaram-se, judicialmente, a
30 de maio de
1902, no Mónaco, e a
3 de junho de
1902,
na França, mas nunca se divorciaram formalmente. Após o falecimento do
príncipe, vinte anos mais tarde, Alice passou a usar o título de
princesa viúva de Mónaco. Nunca mais voltou a casar.