Animal Farm (O Triunfo dos Porcos) é um romance alegórico do escritor inglês George Orwell, publicado no Reino Unido, a 17 de agosto de 1945, e nomeado pela revista americana Time entre os cem melhores da língua inglesa. A sátira feita pelo livro à União Soviética comunista obteve o 31º lugar na lista dos melhores romances do século XX organizada pela Modern Library List.
O livro narra uma história de corrupção e traição e recorre a figuras
de animais para retratar as fraquezas humanas e demolir o "paraíso
comunista" proposto pela Rússia na época de Estaline. A revolta dos animais da Manor Farm contra os humanos é liderada pelos porcos Snowball (Bola-de-Neve) e Napoleon (Napoleão). Os animais tentam criar uma sociedade utópica, porém Napoleon é seduzido pelo poder, afasta Snowball e estabelece uma ditadura tão corrupta quanto a sociedade de humanos.
Para o autor, um social-democrata e membro do Partido Trabalhista Independente por muitos anos, a obra é uma sátira à política estalinista que, segundo a sua ótica, teria traído os princípios da revolução russa de 1917.
Enredo
Sentindo chegar a sua hora, Major, um velho porco, reúne os
animais da fazenda para compartilhar de um sonho: serem governados por
eles próprios, os animais, sem a submissão e exploração do homem.
Ensinou-lhes uma antiga canção, Bichos da Inglaterra (Beasts of England), que resume a filosofia do animalismo,
exaltando a igualdade entre eles e os tempos prósperos que estavam por
vir, deixando os demais animais extasiados com as possibilidades.
O velho Major faleceu três dias depois, tomando a frente da luta
os astutos e jovens porcos Bola-de-Neve e Napoleão, que passaram a
reunir-se clandestinamente, a fim de traçar as estratégias da
revolução. Certo dia o Sr. Jones, então proprietário da fazenda,
descuidou-se na alimentação dos animais, facto este que se tornou o
rastilho da Revolução para os animais.
Sob o comando dos inteligentes e letrados porcos, os animais passaram a chamar a Quinta Manor de Quinta dos Animais, e aprenderam os Sete Mandamentos, que, a princípio, tinham a seguinte forma:
1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo. 2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo. 3. Nenhum animal usará roupas. 4. Nenhum animal dormirá em cama. 5. Nenhum animal beberá álcool. 6. Nenhum animal matará outro animal. 7. Todos os animais são iguais. |
Para os animais menos inteligentes, os porcos resumiram os mandamentos
apenas na máxima "Quatro pernas bom, duas pernas ruim" que passou a ser
repetido constantemente pelas ovelhas. Após a primeira invasão dos
humanos, na tentativa frustrada de retomar a fazenda, Bola-de-Neve luta
bravamente, dedica todo o seu tempo ao aprimoramento da fazenda e da
qualidade de vida de todos, mas, mesmo assim, Napoleão expulsa-o do
território, alegando sérias acusações contra o antigo companheiro.
Acusações estas que se prolongam por toda a história, mesmo após o
desaparecimento de Bola-de-Neve, na tentativa de encobrir algo ou mesmo
ter alguma explicação para os animais para catástrofes, criando-se um
mito em torno do porco que, a partir daí, é considerado um traidor.
Napoleão apossa-se da ideia de Bola-de-Neve de construir um moinho de
vento para a geração de energia, mesmo havendo feito duras críticas à
imaginação do companheiro, e inicia a sua construção. Algum tempo
depois, os porcos começam a negociar com os agricultores da região,
recusando a existência de uma resolução de não contactar com os humanos,
apontando essa ideia como mais uma invenção de Bola-de-Neve. Os porcos
passam ainda a viver na antiga casa de Sr. Jones e começam a modificar
os mandamentos que estavam na porta do celeiro:
4. Nenhum animal dormirá em cama com lençóis. 5. Nenhum animal beberá álcool em excesso. 6. Nenhum animal matará outro animal sem motivo. 7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros. |
O hino da Revolução é banido, já que a sociedade ideal descrita,
segundo Napoleão já teria sido atingida sob o seu comando. Napoleão é
declarado líder por unanimidade. As condições de trabalho se degradam,
os animais recebem novo ataque humano e já não se lembram se na época em
que estavam submissos ao Sr. Jones era mesmo pior, mas lembravam-se da
liberdade proclamada, e eram sempre lembrados por sábios discursos
suínos, principalmente os proferidos por Garganta, um porco com especial
capacidade persuasiva. Napoleão, os outros porcos e os agricultores da
vizinhança celebram, em conjunto, a produtividade da Quinta dos
Animais. Os outros animais trabalham arduamente em troca de míseras
rações. O que se assiste é um arremedo grotesco da sociedade humana.
O slogan das ovelhas fora modificado ligeiramente, “Quatro pernas bom, duas pernas melhor!”,
pois agora os porcos andavam sobre as duas patas traseiras. No final,
os animais, ao olhar para dentro de casa, já não conseguem distinguir
os porcos dos homens.
in Wikipédia
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